terça-feira, 29 de maio de 2012

Consagração à Nossa Senhora


"Ser vosso devoto, ó Virgem Santíssima, 
é uma arma de salvação que Deus dá, 
àqueles que quer salvar"
(S. João Damasceno)


Em Fátima propriamente não se pediu mais que a consagração da Rússia como um meio eficaz da sua conversão e da paz do mundo. Mas evidentemente que essa consagração deverá ser precedida de uma prática extensa e intensamente vivida de outras consagrações, pessoais e sociais. E mais: a consagração da Rússia não chegará provavelmente senão como um fruto dessa consagração da Igreja em todas as ordens. 

O fundamente desta consagração é simplesmente o domínio ou realeza que Ela tem sobre nós. Nós nos consagramos ao Coração de Maria para reconhecer a posição de Maria na obra da salvação como Medianeira de todas as graças, para achar refúgio nEla pelo seu amor maternal, prometer viver como filhos seus fiéis e querer expiar e reparar os pecados pelos quais se ofende o seu Coração Imaculado e Doloroso. Pio XII concretizava o seu sentido na mensagem de rádio da Coroação da Virgem de Fátima no dia 13 de maio de 1946: “Vós, coroando a imagem de Nossa Senhora, assinastes, com o atestado de fé na sua realeza, o de uma submissão à sua autoridade, de uma correspondência filial e constante ao seu amor. Fizestes mais ainda: alistaste-vos Cruzados para a conquista ou reconquista do seu Reino, que é o Reino de Deus. Quer dizer: obrigastes-vos a trabalhar para que Ela seja amada, venerada, servida à volta de vós, na família, na sociedade do mundo”. 

Pela consagração nos entregamos a Deus, por meio da Virgem Maria, e concretamente, por meio do Coração Imaculado e Doloroso de Maria. Esta doação, para ser perfeita, deve ser total, das nossas pessoas e nossas coisas, e para sempre. São Luis Maria Grignion de Montfort diz no seu ato de consagração: “Eu Vos escolho hoje, ó Maria, na presença de todos os bem-aventurados do Céu, por minha Mãe e Rainha; eu Vos entrego e consagro em toda submissão e amor o meu corpo e minha alma, minha liberdade, minha inteligência, memória e vontade, todas as minhas faculdades e sentidos, e todos os meus bens exteriores e até mesmo o valor das minhas boas ações passadas, presentes e futuras; eu me uno a Vós 24para Vos obedecer em tudo e deixar-me conduzir como uma criança; Vós podeis, pois, dispor de mim e de tudo o que me pertence segundo o vosso agrado, para a maior glória de Deus, no tempo da minha vida terrestre e por toda a eternidade. Amém”. 

Não esqueçamos que o Coração de Maria é o Coração de uma Mãe, “É o Coração da melhor das Mães – dizia Irmã Lúcia – sempre vigiando atento pela última das suas filhas. Como esta certeza me alenta e conforta!” É o Coração de uma Virgem que nos manterá puros. É o Coração de uma Rainha que nos acolherá a todos debaixo do seu manto. É finalmente o Coração de uma mártir que nos dará a fortaleza para enfrentar a vida de hoje e avançar na virtude.

Entendida assim, a consagração a Maria é uma entrega confiante e definitiva de si mesmo à sua maternal proteção; uma súplica para que nos alcance da Divina Misericórdia graças especiais para a nossa própria santificação e que nos guie para que alcancemos o nosso fim último, a eterna bem-aventurança do Céu.

“Quero o que Vós quereis, lanço-me no vosso Coração abrasado de amor, divino modelo no qual devo formar-me e nele me escondo e me perco para rogar, obrar e sofrer sempre por Vós e convosco para a maior glória do vosso Divino Filho Jesus”
 (São Luis Maria Grignion de Montfort)


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