domingo, 23 de junho de 2013

Namoro e consequência



Namoro e consequência



Por ocasião do mês dos namorados, sai uma tirinha que nos ajudará a refletir um pouco sobre o significado do namoro para nós católicos. 
O que é o namoro? Vou deixar que D. Manoel Pestana Filho – Antigo Bispo de Anápolis – responda a esta pergunta: “O namoro é um período de preparação ao noivado, que deve dar ao jovem e à moça a possibilidade de descobrir que não haja entre eles incompatibilidade para uma vida no casamento”. “Entende-se por namoro o tempo no qual um jovem e uma moça, movidos por intenções retas, frequentam-se com o escopo de conhecer-se para um eventual futuro casamento.” (D. Manoel Pestana – Igreja Doméstica, pág. 45).
Uma forma clara de mostrar que tem retas intenções é a vivência da castidade, preservando desta forma, algo que está reservado único e exclusivamente ao casamento. A castidade é essencial para um namoro bem sucedido e sob o olhar de Deus.
“A castidade é a virtude moral ligada à temperança que regula o comportamento do homem no que diz respeito ao instinto sexual, assegurando os altos objetivos que Deus lhe deu”. (Igreja Doméstica pág. 24) 
“A castidade comporta uma aprendizagem do domínio de si, que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz.” (CIC N°2339). 
D. Manoel Pestana Filho em seu livro “Igreja Doméstica” diz que a castidade é virtude dos fortes: “É evidente que não se trata de fortaleza física (Maria Goretti, mártir da castidade, fortíssima na luta para não ofender a Deus, era fisicamente muito débil), mas sim de fortaleza, virtude moral, fortaleza que vem de Deus, e que se obtém com o recurso frequente à oração, à mortificação e aos sacramentos, com observância de uma conveniente higiene e com a educação da vontade, isto é com a autodisciplina.” (Igreja Doméstica, pág. 25)
“Todo batizado é chamado à castidade. O cristão ‘se vestiu de Cristo’, modelo de toda castidade. Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo seu específico estado de vida. No momento do Batismo, o cristão se comprometeu a viver sua afetividade na castidade.” (CIC 2348).
No Catecismo da Igreja Católica (CIC) encontramos muitos conselhos sobre o tema, vou deixar que ele nos fale mais um pouco: “A pessoa casta mantém a integridade das forças vitais e de amor depositadas nela. Esta integridade garante a unidade da pessoa e se opõe a todo comportamento que venha feri-la; não tolera nem a vida dupla, nem a linguagem dupla.” (CIC 2338)
“A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual. O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo.” (CIC 2345)
A castidade leva aquele que a pratica a tornar-se para o próximo uma testemunha da fidelidade e da ternura de Deus. (CIC 2346)
Difícil falar da castidade sem falar do pudor. Enquanto a castidade está ligada à temperança, o pudor é parte integrante da temperança e está ordenado à castidade.
“A pureza exige o pudor. Este é uma parte integrante da temperança. O pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Está ordenado à castidade, exprimindo sua delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união.” (CIC 2521)
“O pudor protege o mistério das pessoas e de seu amor. Convida à paciência e à moderação na relação amorosa; pede que sejam cumpridas as condições de doação do compromisso definitivo do homem e da mulher entre si.” (CIC 2522).
D. Manoel Pestana Filho lista para nós como se manifesta o pudor cristão:
“a) Previne o perigo que ameaça; b) impede de expor-se a ele; c) não se compraz com palavras torpes ou menos honestas; d) aborrece a mais leve imodéstia; e) afasta-se da familiaridade suspeita com pessoas do outro sexo ou do mesmo sexo; f) tem horror a qualquer pecado de impureza; g) e retira-se ao primeiro assomo da sedução.” (Igreja Doméstica, pág. 25)
“A pureza do coração exige o pudor, que é paciência, modéstia e discrição. O pudor preserva a intimidade da pessoa.” (CIC 2533)
Vou ainda acrescentar dois trechos que D. Manoel Pestana retirou de um livro chamado “Ilustríssimos Senhores” de Albino Luciani (Papa João Paulo I), são cartas dirigidas a um jovem e à sua eventual namorada, acredito ser bastante útil aos leitores. 
“Sobre este assunto (do namoro) há quem proponha hoje uma moral largamente permissiva. Embora admitindo que, no passado, houve demasiada rigidez em certos pontos, os jovens não deviam aceitar tal permissividade: o amor deles deve ser amor com A maiúsculo, belo como uma flor, precioso como uma joia e não vulgar como um fundo de copo.
Oportuno será que aceitem impor-se algum sacrifício e manter-se afastados de pessoas, lugares e divertimentos que são para eles ocasião de praticar o mal. Você dirá: ‘Não tem confiança em mim?’ Sim, temos confiança, mas não é falta de confiança lembrar que todos estamos expostos a tentações; e é amor arredar do seu caminho pelo menos as tentações desnecessárias. Veja os motoristas: encontram pela frente a polícia, o semáforo, as faixas brancas, a contramão, a proibição de estacionar, coisas estas que parecem, à primeira vista, impertinências e limitações contra o motorista, quando pelo contrário, são em favor o motorista, pois o ajudam a guiar com mais segurança e prazer! E, caso um dia tenha uma namorada – seja Shepherd, Larkins ou Dora, tanto faz – respeite-! Defenda-a contra si mesmo. Quer que ela se conserve intacta para você? E justo, mas você faça outro tanto por ela e não ligue para certos amigos, que contam suas proezas, vangloriando-se e pensando ser super-homens devido a suas aventuras com mulheres. Forte e verdadeiro super-homem é o que sabe dominar a si mesmo e se insere no grupo de jovens que formam a aristocracia das almas.
Durante o noivado, o amor deve procurar não prazer sensual, mas a alegria espiritual e sensível porque manifestado de maneira afetuosa, sim, mas correta e digna!”
“Querida Dora (ou Mis Larkins ou Shepherd que seja) diz a mãe dela – permita que lhe recorde uma lei biológica. A moça, geralmente, tem mis domínio de si do que o rapaz, na esfera sexual. Se o homem é mais forte fisicamente, a mulher o é espiritualmente; até parece que Deus resolveu fazer depender a bondade do homem da bondade da mulher; amanhã dependerão de você a alma de seu marido e dos seus filhos; hoje, a dos seus amigo e do seu namorado. Precisa, portanto, ter bom senso por dois, a saber, dizer não a certas coisas, mesmo quando tudo parece convidar para o sim. O próprio namorado, se for bom, em seus melhores momentos, ser-lhe-á agradecido e dirá consigo mesmo: ‘A minha Dora estava certa; ela tem consciência e lhe obedece; amanhã ser-me-á fiel!’ A namorada fácil demais, pelo contrário, não oferece a mesma garantia, e corre o perigo de desacreditar-se desde já, com uma aquiescência desabusada, semiperigosa, donde brotatão no futuro ciúmes e suspeitas de parte do marido”. (Igreja Doméstica, páginas: 46 e 47).
Embora algumas pessoas não acreditem, o namoro é coisa séria. E deve ser levado a sério pelos os dois que se namoram, quando isso não acontece, o mais indicado neste caso é o término. Vou deixar que o Bispo esclareça isso: “Neste caso a jovem ou o jovem cristão lembrando que o amor é uma coisa grande séria, e que considera-lo como brincadeira significa profana-lo, deve afastar-se em boa e santa paz, mesmo que isso possa exigir sacrifício. A duração do namoro deve ser mínima: ou existem de ambas as partes intenções sérias e passa-se ao noivado; ou de uma parte considera-se o namoro como um jogo, e a outra parte tem o dever grave de romper o relacionamento porque o amor como jogo, é jogo perigoso!” ( Igreja Doméstica, pág. 46)
"Sem levar a sério o namoro não será possível construir um casamento sólido e uma família forte" Prof. Felipe Aquino - Família, Santuário da Vida.

Viver a castidade nos dias de hoje, onde tudo contribui para o pecado, não é algo fácil, trata-se de um grande combate do qual os católicos só sairão vitoriosos com MUITA ORAÇÃO, com o auxílio da graça e com uma grande devoção à Nossa Senhora - Rainha da pureza.
“A castidade, que é uma virtude salutar e benéfica para o equilíbrio humano, supõe: a) a oração e a mortificação (Mt 17, 21); b) a fuga das ocasiões de pecado (2Tm 2,22); c) o pudor, que é a defesa natural da virtude (Ef 5,3); d) o uso dos sacramentos da confissão e comunhão; e) a devoção à Nossa Senhora.”
(FILHO, Dom Manoel Pestana. Igreja Doméstica. São Paulo: Edições Loyola, 1980).
Indico que leiam mais no Catecismo e que procurem por este livro citado acima, infelizmente acho que só encontrarão em algumas sebos.

Salve Maria!


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