segunda-feira, 31 de julho de 2017

Catecismo Ilustrado - Parte 12 - 6º artigo (continuação): Está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso



Catecismo Ilustrado - Parte 12

O Símbolo dos Apóstolos

6º artigo (continuação): Está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso

1. O símbolo diz-nos que Jesus Cristo "está sentado", para dar-nos a entender que Ele descansa e goza no Céu duma felicidade que não terá fim.

2. Jesus está sentado no Céu como um rei no seu trono e como um juiz no seu tribunal. Nesta dupla qualidade exerce o poder legislativo e judicial de que falava, quando se exprimia assim antes de deixar o mundo: "Todo o poder me foi dado no Céu e sobre a terra."

3. Acrescenta o símbolo que Jesus Cristo está sentado à "direita de Deus Pai". Não quer isso dizer que Deus tenha mão esquerda e mão direita. Como o lugar de honra é à direita, estas palavras significam que Jesus Cristo, igual ao seu Pai como Deus, está acima de todas as criaturas como homem.

4. Embora devamos a nossa salvação e redenção à paixão de Jesus Cristo, cujos merecimentos abriram aos justos as portas do Céu, contudo é preciso não ver na Ascensão apenas um modelo posto diante dos nossos olhos para nos ensinar a elevar os pensamentos e a subir ao Céu em espírito. A Ascensão comunica-nos também uma força divina para atingir este fim; sublima os merecimentos da nossa Fé, purifica a nossa esperança, e aponta-nos o Céu ao amor do nosso coração.

5. A Ascensão sublima os merecimentos da nossa Fé, porque a Fé tem por objeto as coisas que se não vêem e que estão acima da razão e da inteligência dos homens. Logo, se Nosso Senhor não nos tivesse deixado, a nossa Fé perderia o seu merecimento, pois que o próprio Jesus Cristo proclamou felizes aqueles que creram sem ter visto.

6. E é muito apropriado a fortificar a esperança nos nossos corações. Crendo que Jesus Cristo, como homem, subiu ao Céu, e que tomou a natureza humana à direita do seu Pai, temos um motivo forte para esperar que nós, que somos seus membros, também um dia subiremos ao Céu para nos reunirmos ao nosso Chefe, sobretudo depois que o mesmo Senhor nos assegurou essa união nos seguintes termos: "Pai, quero que, onde Eu estou, estejam também comigo aqueles que Me deste, para que contemplem a Minha glória." (Jo. XVII, 24)

7. Uma das maiores vantagens que esta nos concede ainda é apontar-nos o Céu ao amor do nosso coração, e tê-lo inflamado com as chamas do Espírito divino. Tem-se dito com toda a verdade que onde está o nosso tesouro ai está o nosso coração. Sem dúvida, pois que, se Jesus continuasse permanecendo conosco, limitaríamos  todos os nossos pensamentos a conhecê-lo de vista e a gozar do seu trato; só veríamos n'Ele o homem que nos encheu de benefícios, sentindo por Ele apenas uma espécie de afeto muito natural.

8. Subindo ao Céu, Jesus Cristo espiritualizou o nosso amor, e como, por via da sua ausência, só pelo pensamento o podemos atingir, achamo-nos por isso mesmo facilmente dispostos a adorá-lO e a amá-lO como Deus. É o que por um lado nos ensina o exemplo dos Apóstolos. Enquanto o Salvador permaneceu com eles, pareciam consagrar-lhe sentimentos apenas humanos. E por outro lado é o que nos confirma o próprio testemunho de Nosso Senhor quando diz: "É bom para vós que Eu me vá". Com efeito, esse amor imperfeito com que o amavam os Apóstolos enquanto o tinham junto de si, necessitava de ser aperfeiçoado pelo amor divino, isto é, pela descida do Espírito Santo. E por isso acrescentou logo: "Se eu me não vou, o Paráclito não descerá sobre vós".

9. A Ascensão foi o início duma nova expansão para a Igreja, esta verdadeira casa de Jesus Cristo, cuja direção e governo iam ser confiados à virtude do Espírito Santo. Até então e para O representar junto dos homens, Jesus colocara Pedro à frente da Igreja como seu primeiro pastor e supremo sacerdote. Daí em diante, e além dos doze, Jesus não cessou de escolher outros a uns dos quais fez Apóstolos, outros profetas, outros evangelistas, outros pastores e doutores, continuando, do lugar onde está sentado à direita de Deus Pai, a distribuir a cada qual os dons que lhe convêm, porque o Apóstolo nos afirma que a Graça é dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Jesus Cristo.

Explicação da gravura

10. A gravura representa Jesus sentado à direita de Deus Pais. Cercam-nO os Anjos e os Santos.

sábado, 29 de julho de 2017

A Primeira Regra de São Francisco de Assis































Amemos todos o Senhor nosso Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todo o nosso espírito, com todo o nosso poder e coragem, com toda a nossa inteligência, com todas as forças, com todo o nosso esforço, com todo o nosso afecto, com as nossas entranhas, com todo o nosso desejo, com toda a nossa vontade. Ele deu-nos e continua a dar-nos o corpo, a alma e a vida; Ele criou-nos e resgatou-nos; salvar-nos-á apenas por sua misericórdia; apesar das nossas fraquezas e das nossas misérias, das nossas vilanias e das nossas vergonhas, das nossas ingratidões e da nossa maldade, Ele só nos fez e faz o bem. 


Não tenhamos portanto outro desejo, nem outra vontade, outro prazer e outra alegria que não seja o nosso Criador, Redentor e Salvador, o único verdadeiro Deus que é o bem pleno, inteiro, total, verdadeiro e soberano; o único que é bom, misericordioso e amável, indulgente e manso; só Ele é santo, justo, verdadeiro e recto; só Ele é benevolente, inocente e puro; dele, por Ele e nele reside todo o perdão, toda a graça e toda a glória para todos os penitentes e justos da terra e para todos os bem-aventurados que rejubilam com Ele no céu. 

Portanto, a partir de agora, já não haja obstáculos, nem barreiras, nem filtros! Em todos os lados e lugares, a todas as horas e em todos os tempos, todos os dias e sem interrupção, creiamos todos com uma fé humilde e verdadeira, preservemo-la no nosso coração, saibamos amar, honrar, adorar, servir, louvar e bendizer, glorificar e celebrar, enaltecer e agradecer ao altíssimo soberano Deus eterno, Trindade e unidade, Pai, Filho e Espírito Santo.


in Primeira regra, § 23

Fonte:



sexta-feira, 28 de julho de 2017

As virtudes presentes na Cruz - S. Tomás de Aquino



Que necessidade havia para que o Filho de Deus sofresse por nós? Uma necessidade grande e, por assim dizer, dupla: para remédio contra o pecado e para exemplo do que devemos fazer. Foi em primeiro lugar um remédio, porque na paixão de Cristo encontramos remédio contra todos os males em que incorremos por causa dos nossos pecados.

Mas não é menor a utilidade que tem como exemplo. Na verdade, a paixão de Cristo é suficiente para orientar toda a nossa vida. Quem quiser viver em perfeição, basta que despreze o que Cristo desprezou na cruz e deseje o que Ele desejou. Nenhum exemplo de virtude está ausente da cruz.

Se queres um exemplo de caridade: Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amigos. Assim fez Cristo na cruz. E se Ele deu a vida por nós, não devemos considerar penoso qualquer mal que tenhamos de sofrer por Ele.

Se procuras um exemplo de paciência, encontras na cruz o mais excelente. Reconhece-se uma grande paciência em duas circunstâncias: quando alguém suporta com serenidade grandes sofrimentos, ou quando pode evitar os sofrimentos e não os evita. Ora Cristo suportou na cruz grandes sofrimentos, e com grande serenidade, porque sofrendo não ameaçava; e como ovelha levada ao matadouro, não abriu a boca. É grande portanto a paciência de Cristo na cruz: corramos com paciência a prova que nos é proposta, pondo os olhos em Jesus, autor e consumador da fé, que em lugar da alegria que lhe era proposta suportou a cruz, desprezando-lhe a ignomínia.

Se queres um exemplo de humildade, olha para o crucifixo: Deus quis ser julgado sob Pôncio Pilatos e morrer.

Se procuras um exemplo de obediência, segue Aquele que Se fez obediente ao Pai até à morte: assim como pela desobediência de um só, isto é, Adão, muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um só muitos serão justificados.

Se queres um exemplo de desprezo pelas honras da Terra, segue Aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores, no qual se encontram todos os tesouros de sabedoria e de ciência e que na cruz está despojado dos seus vestidos, escarnecido, cuspido, espancado, coroado de espinhos e dessedentado com fel e vinagre.

Não te preocupes com trajes e riquezas, porque repartiram entre si as minhas vestes; nem com as honras, porque troçaram de Mim e Me bateram; nem com as dignidades, porque teceram uma coroa de espinhos e puseram-Ma sobre a cabeça; nem com os prazeres, porque para a minha sede Me deram vinagre.

in 'Collatio 6 super Credo in Deum'

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Catecismo Ilustrado - Parte 11 - 6º artigo: Subiu aos Céus


Catecismo Ilustrado - Parte 11

O Símbolo dos Apóstolos

6º artigo: Subiu aos Céus

1. Estas palavras "Subiu aos Céus" significam que Jesus Cristo se elevou ao Céu pelo seu próprio poder e em presença de um grande número de discípulos, no quadragésimo dia depois da sua Ressurreição.

2. Jesus Cristo subiu ao Céu no dia da Ascensão.

3. Antes da Ascensão, Jesus Cristo estava no Céu como Deus, não como homem. Depois da Ascensão está no Céu como Deus e como homem.

4. Nosso Senhor subiu ao Céu: 1º para tomar posse da glória que lhe era devida; 2º para nos preparar aí  um lugar; 3º para interceder por nós junto do seu Pai; 4º para nos enviar o Espírito Santo.

5. A Ascensão de Nosso Senhor é contada assim: "No meu primeiro livro, ó Teófilo, falei de todas as coisas que Jesus fez e ensinou, desde o princípio até ao dia em que, tendo dado as suas instruções por meio dos Espírito Santo aos Apóstolos que tinha escolhido, subiu aos Céus. Aos quais também se manifestou vivo depois da Sua Paixão, com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do reino de Deus. Estando a mesa com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai "que ouviste - disse Ele - da Minha boca: porque João, na verdade, batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo daqui a poucos dias". Então, os que se tinham congregado, interrogavam-n'O: "Senhor, porventura, chegou o tempo em que vais restaurar o reino de Israel? "Ele disse-lhes: "Não vos pertence a vós saber os tempos nem os momentos que o Pai reservou ao seu poder; mas recebereis a virtude do Espírito Santo que descerá sobre vós, e sereis Minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia na Samaria e até aos confins do mundo". E tendo dito isto, elevou-se a vista deles e uma nuvem O ocultou aos seus olhos. Como estivessem olhando para o Céu quando Ele ia subindo, eis que se apresentaram junto deles dois personagens vestidos de branco, que disseram: "Homens da Galileia, porque estais aí parados olhando para o Céu? Esse Jesus que, separando-Se de vós, subiu ao Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu"". (Atos I, 1-11)
6. Jesus Cristo subiu ao Céu por sua própria virtude, sem ser arrebatado por qualquer força estranha, como aconteceu a Elias, por exemplo, que para lá, foi transportado num carro de fogo, ou como o profeta Habacuc, ou ainda o diácono Filipe que, sustendados nos ares pela força divina, assim percorreram consideráveis distâncias.

7. Jesus Cristo subiu ao Céu não somente por efeito desta virtude omnipotente que lhe dava a Sua divindade, mas ainda pela que possuía como homem.

8. Semelhante prodígio ultrapassa as forças da natureza humana, mas esta virtude de que era dotada a alma bem-aventurada do Salvador podia transportar o Seu corpo para onde Ele quisesse. Por outro lado, o corpo assim em estado de glória, obedecia facilmente às ordens da alma quando esta lhe imprimia o movimento.

9. Os outros artigos do símbolo que se aplicam a Nosso Senhor mostram-nos a Sua humildade e as Suas prodigiosas humilhações. Nada se pode imaginar, com efeito, de mais baixo e abjeto para o Filho de Deus que haver tomado a nossa natureza com todas as suas fraquezas, e ter querido sofrer e morrer por nós. Mas ao mesmo tempo, ao proclamar no artigo precedente que Ele ressuscitou dos mortos, e neste artigo que subiu ao Céu e está sentado à direita de Deus Pai, nada mais admirável e magnífico podemos dizer para celebrar a Sua glória e a Sua majestade divina.

Explicação da gravura

10. A gravura representa a Ascensão de Jesus Cristo sobre o monte das Oliveiras. Esta montanha tem três cumes, e foi do cume central que Nosso Senhor subiu ao Céu na presença das santas mulheres e dos Seus discípulos, e deixando, diz-se, o sinal do Seu pé esquerdo gravado na rocha.

11. Quando Jesus Cristo desaparecia na nuvem luminosa aos olhos dos seus discípulos, três anjos lhes surgiram, dizendo: "Homens da Galileia, porque estais aí parados olhando para o Céu? Esse Jesus que, separando-Se de vós, subiu ao Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu". (Atos I, 1-11)


quarta-feira, 26 de julho de 2017

Amar os inimigos - Santa Teresinha do Menino Jesus

«Ouvistes o que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem» (Mt 5,43-44) 

Claro que no Carmelo não se encontram inimigos mas, enfim, há simpatias; sentimo-nos mais atraídas por esta irmã, enquanto aquela nos levaria até a fazer um desvio para não deparar com ela. Assim, sem mesmo o saber, ela torna-se objecto de perseguição. 

Pois bem, Jesus diz-me que é preciso amar essa irmã, rezar por ela, mesmo que a sua conduta me leve a crer que ela não gosta de mim: «Se amais os que vos amam, que agradecimento mereceis? Os pecadores também amam aqueles que os amam.»

E não basta amar, é preciso demonstrá-lo. Ficamos naturalmente felizes por dar um presente a um amigo, gostamos muito de fazer surpresas, mas a caridade não é isso, pois os pecadores também o fazem. 

Eis que Jesus continua a ensinar-me: «Dá a todo aquele que te pede, e a quem se apoderar do que é teu, não lho reclames». Dar a todas as que pedem é menos doce que oferecer-se a si mesma num movimento amoroso. Se é difícil dar a quem nos pede, ainda o é mais deixar alguém apoderar-se do que é nosso sem o reclamar. 

Oh minha Mãe, digo que é difícil, mas deveria antes dizer que parece ser difícil, pois o jugo do Senhor é leve e suave (Mt 11,30). Quando o aceitamos, sentimos logo a sua doçura e clamamos como o salmista: «Correrei pelo caminho dos Teus mandamentos, porque deste largas ao meu coração» (Sl 118,32). 

Não há como a caridade para dilatar o meu coração, oh Jesus. Desde que essa doce chama o consome, corro com alegria no caminho do Vosso mandamento novo (Jo 13,34).

in Manuscrito autobiográfico C, 15v°-16r°

terça-feira, 25 de julho de 2017

Catecismo Ilustrado - Parte 10 - 5º artigo (continuação): Ao terceiro dia ressuscitou dos mortos



Catecismo Ilustrado - Parte 10

O Símbolo dos Apóstolos

5º artigo (continuação): Ao terceiro dia ressuscitou dos mortos

1. Estas palavras "ao terceiro dia ressuscitou dos mortos" significam que Jesus Cristo, ao terceiro dia após a sua morte, reuniu a sua alma ao seu corpo pela sua omnipotência e saiu do túmulo vivo e glorioso.

2. O corpo de Nosso Senhor esteve no túmulo durante três dias no todo ou em parte, a saber: uma parte da Sexta-Feira, todo o Sábado, e uma parte do Domingo.

3. Torna-se preciso saber que Jesus Cristo não quis retardar a sua Ressurreição até ao fim do mundo, a fim de dar uma prova da sua divindade; mas não quis também ressuscitar imediatamente depois de sua morte, mas só três dias depois, para dar a conhecer que era verdadeiro Homem e que morrera com efeito. Aquele lapso de tempo era suficiente para provar a verdade da sua morte.

Aparições

4. Sabemos que Jesus Cristo ressuscitou pelo testemunho dos Apóstolos e dos discípulos a quem Ele se mostrou muitas vezes depois da Ressurreição.

5. No dia da Ressurreição, Jesus Cristo mostrou-se aos Apóstolos reunidos no cenáculo e deu-lhes o poder de perdoar os pecados.

6. Algum tempo depois, Jesus Cristo mostrou-se a muito Apóstolos que estavam pescando no mar de Galileia. Foi nesta aparição que o Redentor elevou São Pedro à dignidade de pastor supremo da Igreja.
7. Antes de subir ao Céu, Jesus Cristo mostrou-se ainda uma vez aos Apóstolos, ordenando-lhes que pregassem o Evangelho a todas as nações.

8. Devemos acreditar no testemunho dos Apóstolos em favor da Ressurreição de Jesus, porque estes deram a vida para atestar que tinham visto Jesus Cristo ressuscitado. Não podiam ser impostores os homens que se deixam matar para confirmação do seu testemunho.



Qualidade dos corpos ressuscitados

9. O corpo de Jesus Cristo ressuscitado tinha todas as qualidades dos corpos gloriosos, a saber: impassibilidade, esplendor, agilidade e sutileza.

10. Por "impassibilidade" entendo que o corpo de Jesus Cristo não podia sofrer nem morrer.

11. Por "esplendor" entendo que o corpo de Nosso Senhor era brilhante como o sol; Jesus porém não quis aparecer assim antes da sua Ascensão.

12. Por "agilidade" entendo que o corpo de Jesus Cristo se podia transportar a grandes distâncias, até da Terra ao Céu, com a rapidez do relâmpago.

13. Por "sutileza" entendo que o corpo de Jesus Cristo podia atravessar sem dificuldade os corpos mais rijos. Foi assim que Ele saiu do túmulo sem remover a pedra que tapava a entrada.

14. Reunindo a sua alma ao seu corpo Jesus Cristo fez desaparecer a maior parte das chagas que recebera durante a paixão. Apenas conservou as das mãos, dos pés e do lado.

15. E conservou-as: 1º para as mostrar aos Apóstolos em testemunho da sua Ressurreição; 2º para as apresentar a seu Pai intercedendo por nós; 3º para confundir os pecadores no dia do Juízo, fazendo-lhes ver que tanto sofreu por eles como pelos justos.

16. Foi necessário que Jesus ressuscitasse, a fim de fazer brilhar a justiça de Deus, pois era um ato absolutamente digno da sua justiça elevar Aquele que, para Lhe obedecer, fora desprezado e coberto dos maiores opróbrios. São Paulo refere esta razão na sua epístola aos Filipenses: "Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até à morte e morte na Cruz, pelo que Deus também o exaltou, e lhe deu um nome que está acima de todos os nomes." (Fil. II, 7-9)

Explicação da gravura


17. A gravura representa a "Ressurreição do Salvador." As numerosas mulheres que vemos à esquerda vinham com o fim de embalsamar o corpo de Jesus, quando de repente se sentiu um grande tremor de terra. Um anjo veio arredar a pedra do sepulcro e sentou-se nele. Os guardas, tomados de assombro, ficaram como mortos. Quando entraram no santo Sepulcro as santas mulheres ficaram cheias de temor ao verem o anjo. Mas ele lhe disse: "Não temais; buscais Jesus de Nazaré que foi crucificado. Não está aqui; vede o lugar onde o tinham posto."


Índice das sessenta e oito gravuras

Sumário

1.- Introdução

O Símbolo dos Apóstolos


2.- A Santíssima Trindade
3.- A Criação
4.- Incarnação - Transfiguração
5.- Incarnação - Anunciação
6.- A Natividade
7.- A Redenção
8.- A descida aos Infernos
9.- A Ressurreição
10.- A Ascensão
11.- Jesus Cristo à direita de Deus Pai
12.- Juízo Final
13.- Pentecostes
14.- A Igreja
15.- A Comunicação dos Santos
16.- A Remissão dos pecados
17.- A Ressurreição da carne
18.- O Paraíso
19.- O Inferno

Os Sacramentos

20.- A Graça
21.- O Baptismo
22.- A Eucaristia
23.- A Confirmação
24.- A Penitência
25.- A Extrema-Unção
26.- A Ordem
27.- O Matrimônio

Os Mandamentos


28.- Os mandamentos da lei de Deus


29.- 1º Mandamento de Deus: Adorar a um só Deus e amá-Lo sobre todas as coisas


30.- 1º Mandamento (continuação): Adorar a um só Deus e amá-Lo sobre todas as coisas


31.- 2º Mandamento de Deus: Não invocar o Santo Nome de Deus em vão


32.- 2º Mandamento de Deus (continuação): Não invocar o Santo Nome de Deus em vão


33.- 2º Mandamento de Deus (continuação): Não invocar o Santo Nome de Deus em vão


34.- 3º Mandamento de Deus: Santificar os Domingos e Festas de preceito


35.- 3º Mandamento de Deus (continuação): Santificar os Domingos e as Festas de preceito

36.- 4º Mandamento de Deus: Honrar pai e mãe


37- 4º Mandamento de Deus: Honrar pai e mãe


38.- 4º Mandamento de Deus: Honrar pai e mãe

39.- 4º Mandamento de Deus: Honrar pai e mãe

40.- 5º Mandamento de Deus: Não Matar

41.- 5º Mandamento de Deus: Não Matar

42.- 5º Mandamento de Deus: Não Matar

43.- 6º Mandamento de Deus: Guardar a Castidade

44.- 7º Mandamento de Deus: Não furtar

45.- 7º Mandamento de Deus: Não furtar (continuação)

46.- 8º Mandamento de Deus: 8º Mandamento de Deus: Não levantar falso testemunho

47.- 8º Mandamento de Deus: 8º Mandamento de Deus: Não levantar falso testemunho

49.- 8º Mandamento de Deus: 8º Mandamento de Deus: Não levantar falso testemunho

50.- 8º Mandamento de Deus: 9º Mandamento de Deus: Não desejar a mulher do próximo


51 - 10º Mandamento de Deus: Não cobiçar as coisas alheias


52.- Os Mandamentos da Igreja - 1º Mandamento da Igreja: Ouvir Missa inteira nos domingos e dias de guarda


53.- Os Mandamentos da Igreja - 2º Mandamento da Igreja: Confessar-se ao menos uma vez cada ano - 3º Mandamento da Igreja: Comungar pela Páscoa da Ressurreição


54.- Os Mandamentos da Igreja - 4º Mandamento da Igreja: Jejuar quando manda a Igreja - 5º Mandamento da Igreja: Não comer carne nas sextas-feiras e nos sábados


Diversos

55.- A Oração
56 - A Oração Dominical - O Pai Nosso
57.- Ave Maria
58.- Os Novíssimos do homem
59.- A Morte - 
A Morte do Justo e a do Pecador
60.- O Juízo
61.- O pecado original
62.- Os pecados capitais - A Soberba
63.- Os pecados capitais - A Avareza – A Luxúria – A Gula
64.- Os pecados capitais -  A Inveja - A Ira - A Preguiça
65.- As Virtudes teologais
66.- As Virtudes cardeais
67.- As Virtudes evangélicas
68.- As obras corporais de misericórdia
69.- As obras espirituais de misericórdia

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Conselhos de São João Crisóstomo aos Esposos



Nunca chameis por ela duma maneira seca, mas empregai, pelo contrário, palavras de veneração, ternas. Palavras de amor. Honrai-a, e o pensamento de procurar as homenagens de outros não aparecerá, pois não terá a ideia de ir mendigar fora a afeição que encontrará em vós. Colocai-a acima de tudo na beleza, e na sabedoria e dai-lhe testemunho disso. Introduzi-a no amor de Deus e a vossa casa transbordará de bens.


A tua mulher terá bens pessoais e dirá: ‘Quando comprei isto não gastei nada do que te pertence, gastei só dos meus próprios recursos’. O quê? Depois do casamento, já não sois dois! Sois um só e pensais que há ainda duas propriedades distintas? É lamentável! Depois do casamento não formais senão um só ser, uma só vida. Por que dizeis: o teu, o meu? Esta palavra abominável e degradante é uma invenção diabólica. O criador fez um bem comum de coisas seguramente necessárias. Ninguém pode dizer: o meu sol, a minha luz, a minha água. E vós dizeis: os meus bens? Eis um vício que é preciso combater acima de tudo. Mas é preciso fazê-lo com muita delicadeza.

Queres que a tua mulher seja submissa como a Igreja o é a Cristo? Tem para com ela a solicitude de Cristo pela sua Igreja. Em rigor, pode dominar-se um servo pelo medo. Mas a companheira da tua vida, a mãe dos teus filhos, a causa da tua felicidade e da tua alegria, não a podes encadear pelo medo e pelas ameaças. Deves prendê-la pelo amor e pela delicadeza. Que união pode existir quando a mulher treme diante do seu marido? Que alegria pode ter o marido quando trata a mulher como uma escrava? Mesmo se sofreste um pouco por ela, não lhe atires isso à cara. Cristo fez muito mais pela sua Igreja.

Mostra-lhe a felicidade que tens em viver na sua companhia e que preferes a vida de casa à da cidade. Ela ocupa um lugar antes dos amigos e antes dos filhos que te deu: faz-lhe compreender que é por causa dela que tu os amas. Quando ela fizer qualquer coisa de bem, felicita-a, e admira o seu talento. Se faz qualquer tolice, não a censures por isso. Fazei a vossa oração em comum. Aprendei a nada temer neste mundo, senão a ofensa a Deus. Se um homem se casa com este espírito, então o matrimónio está muito próximo da perfeição”.
Fonte:

domingo, 23 de julho de 2017

UM SANTO DIÁLOGO ENTRE SÃO JOÃO BOSCO E SÃO DOMINGOS SÁVIO




UM SANTO DIÁLOGO ENTRE SÃO JOÃO BOSCO E SÃO DOMINGOS SÁVIO
                    (do livro Sonhos de São João Bosco. Céu, inferno e purgatório)



         "Sávio me apresentou um magnífico ramalhete que tinha nas mãos. Nele havia rosas, violetas, girassóis, gencianas, lírios, sempre-vivas e, entre as flores, espigas de trigo. Ofereceu-mo e disse:

         – Observa!

         – Vejo, mas nada entendo – respondi.

         – Dá este ramalhete a teus filhos para que possam oferecê-lo ao Senhor quando chegar o momento; procura que todos o tenham; a ninguém lhe falte nem o deixe tirar. Podes estar certo de que com ele terão o suficiente para ser felizes.

          – Mas, que significa esse ramalhete de flores?

          – Consulta a Teologia; ela te dirá e te dará a explicação.

          – A Teologia, estudei-a eu, mas não saberia como tirar dela o significado do que me apresentas.

          – Pois tens estrita obrigação de saber tudo isso.

          – Vamos, tira-me da minha ansiedade, explica-me tu!

          – Vês estas flores? Representam as virtudes que mais agradam ao Senhor.

          – Quais são?

          – A rosa é símbolo da caridade; a violeta, da humildade; o girassol, da obediência; a genciana, da penitência e da mortificação; as espigas, da comunhão frequente; o lírio indica a bela virtude da qual está escrito: Erunt sicut Angeli Dei in caelo, a castidade. E a sempre-viva significa que todas essas virtudes devem durar sempre, ela simboliza a perseverança.

         – Ora bem, meu caro Sávio: tu, que durante toda a tua vida praticaste todas essas virtudes, diz-me: o que foi que mais te consolou na hora da morte?

         – Que te parece que possa ser? – respondeu Sávio.

         – Foi talvez ter conservado a bela virtude da pureza?

         – Não; não é só isso.

         – Alegrou-te talvez teres a consciência tranquila?

         – Isso é bom, porém não é o melhor.

         – Por acaso teu consolo terá sido a esperança do Paraíso?

         – Também não.

         – Pois então! O haver entesourado muitas boas obras?

         – Não, não!

         – Então, qual foi teu consolo na última hora? – perguntei, entre confuso e suplicante, vendo que não conseguia adivinhar seu pensamento.

         – O que mais me confortou no transe da morte foi a assistência da poderosa e amável Mãe do Salvador. Diz isto a teus filhos: que não se esqueçam de invocá-La em quanto estão em vida."




sábado, 22 de julho de 2017

5 santos que lutaram contra os demônios


O mundo espiritual é real e nele ocorrem verdadeiros combates. Em certas partes da Bíblia são mencionadas as lutas que existem contra o demônio e a carne, porque quanto mais próxima a pessoa está de Deus mais será tentada.








1) São Padre Pio: “Estes demônios nunca deixam de me golpear”



Foi um sacerdote italiano que nasceu no final do século XIX e morreu em 1968. Embora realizasse muitos milagres e recebesse os estigmas, o Padre Pio também sofreu ataques frequentes do demônio.

Segundo o Pe. Gabriele Amorth, famoso exorcista da diocese de Roma, “a grande e constante luta na vida do santo foi contra os inimigos de Deus e as almas, pois tratou de capturar a sua alma”. Desde a sua juventude o Padre Pio teve visões celestes, mas também sofreu ataques infernais. O Pe. Amorth explica:

“O demónio aparecia algumas vezes em forma de um gato negro e selvagem, ou de animais repugnantes: era clara a intenção de incutir o terror. Outras vezes aparecia na forma de jovens raparigas nuas e provocativas, que dançavam de modo obsceno; era clara a intenção de tentar o jovem sacerdote na sua castidade. Entretanto, o pior perigo era quando Satanás tentava enganar Padre Pio aparecendo como se fosse o seu director espiritual ou aparecendo em forma de Jesus, da Virgem ou de São Francisco”.

Esta última estratégia, quando o diabo aparecia em forma de alguém bom e santo, era um problema. Isso aconteceu quando o Padre Pio percebeu que as visões eram falsas: notou certa timidez quando a Virgem e o Senhor lhe apareceram, seguida de uma sensação de paz quando a visão terminou. Além disso, disfarçado de uma forma sagrada, o diabo provocou-lhe um sentimento de alegria e atracção, mas quando ia embora, ele ficava triste e arrependido.

Satanás também buscava feri-lo fisicamente. O sacerdote descreveu estas dores numa carta a um irmão, que era seu confidente:

“Estes demónios nunca deixam de me atacar, inclusive fazem com que eu caia da cama. Também rasgam as minhas roupas para açoitar-me! Mas já não me assustam porque Jesus me ama e sempre me levanta e me coloca novamente na cama”.

Padre Pio é testemunho de que se uma pessoa estiver perto de Deus não terá que temer a presença do demónio.


2) Santo Antão ‘o Grande’: “O leão rugia, desejando atacar”



Este santo viveu durante os séculos III e IV. Foi um dos primeiros monges a retirar-se para o deserto, de modo a viver entregue ao jejum e à oração. A Igreja conhece a sua história graças ao seu biógrafo: S. Atanásio.

“Quando visitávamos Santo Antão nas ruínas onde vivia, escutávamos tumultos, muitas vozes e o choque de armas. Também víamos que durante a noite apareciam bestas selvagens e o santo combatia contra elas através da oração”, conta Atanásio.

Numa certa ocasião, nos seus 35 anos, Santo Antão decidiu passar a noite sozinho numa tumba abandonada. Então apareceu ali um grupo de demónios que o feriram. Os arranhões do demónio impediram-no de levantar-se do chão. O ermita comentava que a dor causada por essa tortura demoníaca não podia ser comparada com nenhuma ferida causada pelo homem.

No dia seguinte, um amigo seu encontrou-o e levou-o ao povoado mais próximo para o curar. Entretanto, quando o santo recuperou os sentidos pediu ao seu amigo que o levasse de volta à tumba. Ao deixá-lo, Santo Antão gritou: “Sou Antão e aqui estou. Não fugirei das tuas chicotadas e de nenhuma dor ou tortura me separará do amor de Cristo”. S. Atanásio relata que os demónios voltaram e ocorreu o seguinte:

Escutou-se uma trovoada, parecia o barulho de um terremoto, que sacudiu o lugar inteiro e os demónios saíram das quatro paredes em formas monstruosas de animais e répteis. O lugar desta maneira ficou cheio de leões, ursos, leopardos, touros, serpentes, víboras, escorpiões e lobos. O leão rugia, querendo atacar; o touro se preparava para atacar com os seus chifres; a serpente arrastava-se procurando um lugar de ataque e o lobo rosnava ao redor dele. Todos estes sons eram assustadores.

Embora Santo Antão arquejasse de dor, enfrentou os demónios dizendo: “se vocês tivessem algum poder, bastava que apenas um de vocês viesse, mas como Deus vos criou fracos, querem-me assustar com a quantidade de demónios. E o que comprova a vossa debilidade é que adpotaram a forma de animais irracionais”.

“Se forem capazes, e se tiverem recebido um poder de ir contra mim, ataquem-me de uma vez. Mas se não são capazes, porque me perturbam em vão? Porque a minha fé em Deus é o meu refúgio e a muralha que me salva de vocês”.

De repente, o tecto do lugar foi aberto e uma luz brilhante iluminou a tumba. Os demónios desapareceram e as dores pararam. Quando percebeu que Deus o salvou, rezou: “Onde estavas? Por que não apareceste desde o começo e me libertaste das dores? ”

Deus respondeu-lhe: “Antão, eu estava ali, mas esperei para ver-te lutar. Vi como perseveraste na luta, e não caíste, estarei sempre disposto socorrer-te e o teu nome será conhecido em todas partes”.

Depois de escutar as palavras do Senhor, o monge levantou-se e orou. Então recebeu tanta força que sentiu que no seu corpo tinha mais poder do que antes.

3) Santa Gema Galgani: “As suas garras brutais”



Esta Santa italiana foi uma mística que teve experiências espirituais maravilhosas.

Numa carta dirigida a um sacerdote escreveu: “Durante dois dias, depois de receber a Santa Comunhão, Jesus disse-me: “Minha filha, brevemente o diabo começará uma guerra contra ti”. 

Ela percebeu que a oração era a melhor maneira de defender-se contra os ataques do demónio. Por vingança, Satanás atacava-a com fortes dores de cabeça para impedir que dormisse. Entretanto, apesar das fadigas Gema perseverou na oração:

“Quantos esforços este miserável faz para que eu não reze. Ontem tentou-me matar, e quase conseguiu, mas Jesus veio e salvou-me. Estava assustada e mantive a imagem de Cristo na minha cabeça.”

Uma vez, enquanto a Santa escrevia uma carta, o diabo agarrou a caneta das suas mãos, rasgou o papel e tirou a santa da cadeira onde estava sentada, agarrando-a pelos cabelos com a violência das suas “garras ferozes”.

Ela descreve outro ataque num dos seus escritos: “O demónio apresentou-se diante de mim como um gigante e dizia: ‘Para ti já não existe esperança de salvação. Estás nas minhas mãos! ’ Eu respondi-lhe que Deus é misericordioso e, portanto, nada temo. Então bateu-me na cabeça e disse: ‘Maldita sejas! ’, e logo desapareceu.”

“Quando voltei ao meu quarto para descansar, encontrei novamente o demónio e começou a golpear-me com uma corda com vários nós, e queria que eu gritasse que era fraca. Disse-lhe que não, e bateu-me com tanta força que caí de cabeça no chão. Naquele momento pensei: Pai eterno, em nome do preciosíssimo sangue de Jesus, livrai-me! ”

“Não me lembro bem do que aconteceu. A besta arrastou-me da minha cama e bateu na minha cabeça com tanta força que ainda estou dorida. Perdi os sentidos e caí no chão, mas depois despertei. Graças a Deus! ”

Apesar dos ataques, Santa Gemma teve sempre fé em Jesus. Chegava a usar o humor contra Satanás. Uma vez escreveu a um sacerdote: “Tinha que ver, quando satanás fugia fazendo caretas, morreria de rir! É tão feio! Mas Jesus disse-me que eu não o deveria temer”.

4) S. João Maria Vianney: “Faz porque eu converto muitas almas para o bom Deus”



O Santo Padre de Ars nasceu na França no ano 1786. Foi um grande pregador, fazia muitas mortificações, foi um homem de oração e caridade. Tinha um dom especial para a confissão. Por isso, vinham pessoas de diferentes lugares para confessar-se com ele e escutar seus santos conselhos. Devido a seu frutífero trabalho pastoral foi nomeado padroeiro dos sacerdotes. Também combateu contra o maligno em várias ocasiões.

Uma vez, a sua irmã passou a noite em sua casa, localizada ao lado da igreja. Durante a noite ela escutou raspões na parede. Foi ver o seu irmão João Maria, que estava confessando, e lhe explicou:

“Minha filha, não temas: é o resmungão. Ele não pode magoar-te. Ele procura-me da maneira mais atormentadora possível. Às vezes agarra os meus pés e arrasta-me pelo quarto. Ele faz isto porque eu converto muitas almas para o bom Deus”.

O demónio fazia ruídos durante horas, parecidos aos cristais, assobios e relinchos. Ficava também sob a janela do santo de Ars e gritava. O seu propósito era não deixar que o sacerdote dormisse, para ficar cansado e não ficar durante horas no confessionário, onde salvava muitas almas das garras do maligno.

Noutra ocasião, enquanto o sacerdote de Ars se preparava para celebrar a Missa, um homem disse-lhe que o seu dormitório estava a arder. Qual foi a sua resposta? “O resmungão está furioso. Quando não consegue apanhar o pássaro, ele queima a sua gaiola”. Entregou a chave para aqueles que iam ajudar a apagar o fogo. Sabia que Satanás queria impedir a Missa e não o permitiu.

Deus premiou sua perseverança diante das provações com um poder extraordinário que lhe permitia expulsar demónios das pessoas possuídas.

5) Santa Teresa de Jesus: “Os seus chifres estavam ao redor do pescoço do sacerdote enquanto celebrava Missa”




Esta reconhecida doutora da Igreja e mística teve muitas visões espirituais. Durante as suas orações e meditações, o demónio aparecia-lhe.

“Uma forma abominável”, escrevia, “a sua boca era horrorosa”. “Não tinha sombra, mas estava coberto pelas chamas de fogo”.

O demónio causava-lhe também fortes dores corporais. Numa ocasião atormentou-a durante cinco horas enquanto estava em oração com as suas irmãs. A Santa permaneceu firme para não as assustar.

Um dia “viu com os olhos da alma dois diabos que tinham os seus chifres ao redor do pescoço do sacerdote enquanto celebrava Missa”.

Mesmo para ela, estas visões eram estranhas. “Poucas vezes vi o demónio em forma corporal, frequentemente não vejo a sua aparência física, mas sei que está presente.

Quais eram as suas armas contra as forças do mal?

A oração, a humildade e a água benta. Santa Teresa dizia que esta última era uma arma eficaz.

Uma vez estava num oratório e o demónio apareceu ao meu lado esquerdo. Ele disse-me que agora me livrei das suas mãos, mas que ele me apanharia novamente. Ela assustou-se e benzeu-se. Entretanto, Satanás continuou perturbando-a e Teresa tomou um frasco de água benta e derramou a água sobre ele. Daí em diante nunca mais voltou.


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