quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Do coração que devemos oferecer a Deus.


“(...)Depois, dirige o teu olhar sobre a lei de Deus que te manda oferecer ao Altíssimo um coração humilde, ao Piíssimo um coração devoto, e ao Santíssimo um coração ilibado.

Um coração humilde, digo, deves oferecer ao Altíssimo pela reverência no espírito, pela obediência nas obras, pela honra nas palavras e nos atos, observando a apostólica regra e doutrina:  "Faze tudo para a glória de Deus."

Um coração devoto deves oferecer ao Piíssimo, invocando em orações fervorosas, saboreando doçuras espirituais, dando muitas graças para que tua alma sempre mais a Deus ascenda pelo deserto como uma varinha de fumo composto de aromas de mirra e de incenso.

Um coração ilibado deves oferecer ao Esposo Santíssimo de maneira que não reine em ti,  - nem nos sentidos, nem na vontade, nem no afeto, - nenhum movimento de maldade interna, e assim, livre de toda a mácula do pecado, possas cantar com o Salmista: "Seja imaculado o meu coração nas tuas justificações para que não seja confundido."

Reflete, pois, diligentemente e vê se tudo isto observaste desde a juventude.

Se a consciência te o afirmar, não o atribuas a ti mesmo, mas à mercê de Deus, e rende-Lhe graças.

Se, porém, achares uma ou mais vezes, num ponto ou em alguns, ou talvez em todos eles, faltaste grave ou levemente por fraqueza, por ignorância ou com pleno conhecimento, procura reconciliar-te com Deus com gemidos inexplicáveis e, para Lhe mostrar a emenda, reveste-te do espírito de penitência, para que possas cantar com o Salmista peninente: "Porque preparado estou para os açoites, e a minha dor está sempre diante de mim."


Excerto do livro "A direção da alma e a vida perfeita"

Por São Boaventur

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