sexta-feira, 28 de setembro de 2018

À VIRGEM MARIA: Amei-te com um amor eterno



Não estavam ainda formados os arcanos que Deus, eterno, infinito, sem limites, na imensidade de sua paz, planejava sobre as obras primas dignas dÊle.

Desde então concebia milhões e milhões de seres que refletissem os seus divinos pensamentos e que, no instante querido, e por Êle estabelecido, ao som da sua voz, surgissem obedientes às suas ordens tomando cada um o lugar que estava para eles assinalado.

Entre estas miríades de criaturas, haveria o homem, aquele homem que queria criar à sua imagem e semelhança.

Mas esta, a mais perfeita criatura que depois dos anjos deveria sair de suas mãos, logo que dotada de liberdade, se desviaria do seu divino plano: cometeria uma culpa e infringindo as suas leis, se afastaria dÊle para sempre. E Deus, em quem já palpitava um coração de pai, como poderia esquivar-se ao amor que sentia por esse homem, embora culpado? Não o ideava, justamente para receber dele um louvor eterno?

Ve-lo-ia pois perdido para sempre, tornado inútil para sua glória, tão estupenda obra criadora?

Oh! Não! Deus já o amava demasiado para não conceber um outro plano de amor, que reabilitando-o, o restituísse, de novo, às suas ternuras paternas; e pensou em dar-lhe um Redentor.

Por este homem culpado sacrificaria a si mesmo, na pessoa de seu único Filho, que mandaria à Terra, fazendo-o assumir uma natureza humana, que unida à divina, fosse em tudo - exceto no pecado - semelhante ao homem. É o homem que cometeu a culpa, e Deus quer que seja resgatado por um outro homem, ou melhor por um Homem Deus; a Ele competiria reunir a criatura ao Criador.

Mas, como se isto ainda fosse pouco, como se Seu amor não estivesse ainda saciado, quis que estas criaturas tivessem também uma Mãe; e pôs ao lado de Jesus uma medianeira: o Verbo humanado o resgataria mediante o próprio sangue e a Mãe o teria ajudado nesta obra redentora, salvando-o mediante a dor e as inefáveis ternuras de um coração materno.

Maria, a humilde Virgem de Nazaré, foi como o complemento dos grandes e eternos ideais de Deus. Ela - como dizem alguns Padres da Igreja - é uma espécie de imagem da Santíssima Trindade; é por assim dizer, um lago tranquilo de águas transparentes, sobre as quais, não obstante a distância, refletem-se de maneira clara e fiel os maravilhosos atributos de Deus e suas celestes sublimidades. Deus a concebeu na beleza mais perfeita, luz mais resplandecente e a enriqueceu com a plenitude da graça, como convinha a uma criatura destinada a ser mãe de Deus; e fez tudo isto, não no tempo, não em momento dado, mas deste toda a eternidade.

Maria, esta criatura tão sublime e excelsa, convida todos os filhos a se concentrarem em torno dele, quer que ouçam sua voz, quer sigam a luz dos seus exemplos, pois quem encontrou Maria encontrou Jesus e encontrando Jesus encontra a graça, a vida da alma e a eterna bem-aventurança. Ela é uma criatura vestida de sol eterno como a viu São João no Apocalipse, mas se é a plenitude da graça, é também uma criatura vestida e coberta de compaixão e de misericórdia por nós pecadores. Possue um coração expressamente criado por Deus para acolher em si todo o oceano das misérias humanas, para dar guarida às fraquezas inerentes à natureza corrupta e apertar entre os braços o pecador que, embora sabendo-a toda pura, toda bondade, toda misericórdia se refugia em seu coração, certo de que ela o ouvirá cheia de compaixão, obtendo-lhe daquele Criança que se assenta ao colo, graça, misericórdia e perdão.

É justamente o atrativo que emana de sua inocência e de sua beleza que atrai a si as almas, muitas das quais mergulhadas na lama do vício e do pecado.

A Mãe de Deus é também Mãe do pecador, a Mãe do Juíz e do filho transviado, reconciliará entre si estes dois filhos, obtendo do fruto de seu seio, para aquele que vê arrependido a seus pés, o ingresso na pátria celeste.

Se é pelo amor que Jesus tem aos homens, que obtemos misericórdia e perdão, é também pelo amor daquela que Ele chama com suave nome de Mãe; se Jesus é caminho, verdade e vida, se ninguém vai ao Pai se não por Ele, também não se chega a Jesus se não por Maria. Somente Jesus nos salvará, é verdade, mas ao seu lado há sempre uma medianeira, a Mãe celeste que começa a obra da nossa salvação afim de consumá-la na de nossa santificação.

Muitas e muitas vezes cairemos feridos na luta contra o inimigo mas a mão acariciadora de Maria, pousando delicadamente sobre as feridas as aliviará e as curará.

Portanto tenhamos confiança: confiança em Deus que nos amou antes que o mundo existisse, confiança em Jesus que deixou o seu belo céu para encarnar-se, sofrer e morrer por nós: confiança ilimitada na sua e nossa Mãe, porque é ela um manancial inexaurível de bens espirituais, e o canal pelo qual, sobre nós, se derramam todas as graças e todos os dons...

Minha Mãe, minha confiança!

Oh! Se a alguma alma faltar, ainda coragem de chamar Deus com o belo nome de Pai, se ainda titubear em invocar Jesus com o doce nome de Salvador, não hesite mais: olhe para Maria, invoque Maria, chame Maria: Ave-Maria!

Livro: Minha Mãe, Minha Confiança, Vida da Santíssima Virgem


Carmelitas de S. M. Madalena de Pazzi 

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