segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Prática da paciência




O apóstolo São Tiago disse que a paciência era por excelência a obra perfeita de uma alma. A terra é lugar onde se conquistam merecimentos, e portanto não é lugar de descansomas de trabalho e padecimento: e aquele que não sofre com paciência, sofre menos e salva-se; ao passo que sofre muito mais quem sofrer com impaciência, e pode condenar-se. A paciência deve praticar-se:

 - Nas enfermidades. Estas são a pedra de toque, para discernir o espírito das pessoas. Algumas há que são devotas, e até, ao parecer, fervorosas, enquanto gozam boa saúde: mas se a enfermidade as visita, impacientam-se, queixam-se de todos, entregam-se a tristeza e cometem muitas outras faltas.

 - Na morte dos parentes. Quantos há que pela perda dum parente ficam inconsoláveis, a ponto de deixarem a oração, os Sacramentos e todas as obras de piedade, chegando alguns a queixar-se até do próprio Deus! Que temeridade!

 - Na pobreza, sofrendo com resignação a perda de seus interesses, confiando no Senhor, que não deixará de socorrer a quem a Ele confia.

 - Nos desprezos e perseguições: pois se Jesus, sendo a própria inocência, padeceu tanto por nosso amor; que muito será que nós padeçamos alguma coisa pelo d'Ele. Diz o Apóstolo que, todo aquele que quiser viver neste mundo, unido com Jesus Cristo, a de ser perseguido.

 - Nas angústias de espírito, que são os sofrimentos mais duros e custosos de suportar a uma alma que ama a Deus: são, porém, um meio de que Deus Se serve para provar os Seus escolhidos. Nestas circunstâncias deve haver sumo cuidado em não omitir nenhuma das obras de piedade costumadas, como orações, devoções, visitas, leituras espirituais etc. Pois que, ainda quando tudo pareça perdido, por se fazer com tédio e dificuldade, cumpre-se, com inteiro agrado de Deus, a Sua Santíssima Vontade.

 - Nas tentações. Almas a tão pusilânimes, que, se a tentação for mais demorada, assustam-se e julgam-se abandonadas de Deus. E não obstante Deus nunca permite que sejamos tentados além do que as nossas forças comportam, e a cada tentação vencida correspondem muitas graças de glória. É necessário, sem dúvida, pedir ao Senhor que nos livre das tentações, mas quando elas chegam, não é menos necessário resignar-nos com a vontade de Deus e pedir-Lhe força para resistir e vencer.

(Sagrada Família, por um padre redentorista, 1910)

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