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V. ALMA DE LUZ
Jesus Cristo disse: “Eu sou a luz do mundo! Quem me segue não anda em trevas!”
Quanto mais uma alma se aproxima de Jesus, tanto mais luminosa ela se torna. E como a alma de Maria andou sempre tão perto de Jesus, na mais íntima união com Ele, foi, por isso, uma alma, verdadeiramente, de luz maravilhosa! Alma que, por isso, tem illuminado com sua luz, reflexo da luz eterna, gerações e gerações de homens, nas mais belas manifestações de seu gênio, de seu espírito, de seu coração.
A luz é muito ou é tudo na pintura. Eis por que a pintura se transformou aos reflexos de Maria. Qual é dos grandes mestres que não procurou captar um pouco, ao menos, desta luz em suas telas? E na escultura, na poesia, na música, como é grande a influência de Maria com sua alma de luz! E da eloquencia cristã, como jorram ondas de luz, inspirada por Maria! Ela, coroada de estrelas, ela, tendo a lua como escabelo, ela, iluminada de cheio pelo Sol divino, Jesus Cristo Nosso Senhor! É, realmente, uma alma de luz, que tem transfigurado toda a civilização cristã. Por isso a Igreja exprime uma grande verdade, quando canta: Salve, ó estrela do mar! Isto é, Salve, Senhora, que, com vosso brilho único, tendes iluminado o mar proceloso deste mundo e levado ao porto de salvamento a todas as almas que por Vós se norteiam! — Os franciscanos, apenas se reunem, de manhãzinha, ainda escuro, é o seu primeiro grito de socorro e de esperança: Salve, ó estrela do mar! Guiai-nos os nossos passos, pelo dia em fora... E os jesuítas, é à noitinha, que prestam a mesma homenagem à alma luminosa de Maria: Salve, ó estrela do mar! Atravesse a vossa luz conosco as trevas da noite...
E quanta inteligência foi aclarada pela intercessão radiosa de Maria! De Santo Alberto Magno se conta que era tão rude de engenho, que queria deixar os estudos e a Ordem, quando em sonhos lhe apareceu a Senhora, espancando as trevas daquela cabeça de escol, que deveria iluminar, com a sua doutrina, não só a Ordem Dominicana, mas a Igreja Universal, da qual é hoje Doutor. Do grande teólogo jesuíta Suarez, assombro de seu século, se conta o mesmo fato; o mesmo, do nosso Padre Antonio Vieira, luz do púlpito e da literatura; ambos iluminados milagrosamente pela mediação de Maria. E, por isso, Ela foi sempre considerada em todas as casas católicas de ensino, como principal padroeira, a quem os estudantes invocam cheios de confiança: Sede da sabedoria, rogai por nós! E sabedoria é sinônimo de luz.
E para quantas almas cegas pelo pecado, transviadas na escuridão do erro e do vicio, à beira já do abismo tenebroso do desespero, foi Maria a luz suavíssima que lhes iluminou os passos no caminho da regeneração. Oh! Alma de Maria! Alma de luz!
COM que humilhação olhamos nós, agora, para a nossa alma! Sem luz para as grandes ações, sem luz para as resoluções generosas, sem luz para uma vida verdadeiramente sobrenatural. Se não andamos, por graça de Deus, em plena escuridão, vamos nos arrastando, penosamente, numa semiobscuridade, que nos distancia, cada vez mais, de Deus N. S. Entretanto, poderíamos ter luz em abundância, luz para nós e luz para os que nos rodeiam...
Ó Maria — alma de luz — tornai luminosas as nossas almas, aproximando-as sempre mais da Luz Eterna, que é Jesus Cristo Nosso Senhor. Assim seja!
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Do Livro: A Alma Gloriosa de Maria - Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. - 1937 - segunda edição
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