Fonte: Boletim Permanencia
Não se sabe exatamente o que acontece quando o Papa Francisco entra em um avião, mas é justamente a milhares de metros de atitude que costuma dar as mais desastrosas declarações. Desde o início do seu pontificado tem sido assim, ou já esquecemos o tristemente celebre “Quem sou eu para julgar”?
Não foi diferente no recente vôo de volta do Panamá quando, numa coletiva de imprensa, disparou: “Creio que nas escolas é preciso dar educação sexual. Sexo é um dom de Deus, não é um monstro”. E talvez para tranquilizar as almas mais conservadoras, ou predispostas a aceitar tudo desde que dito com certas mesuras, acrescentou: “Precisamos oferecer uma educação sexual objetiva, como é, sem colonização ideológica. Porque se nas escolas se dá uma educação sexual embebida de colonizações ideológicas, se destrói a pessoa”.
É um escândalo que uma proposta como essa venha do próprio Papa! Francisco coloca-se aqui em oposição frontal ao ensinamento claríssimo de Pio XI que, não numa conversa com jornalistas, mas na Encíclica Divini illius magistri, declarou sem meias-palavras: “Assaz difuso é o erro dos que, com pretensões perigosas e más palavras, promovem a pretendida educação sexual”.
Para que não reste dúvidas, citemos ainda o Decreto do Santo Ofício de 21 de março de 1931, que respondeu de modo taxativo sobre a possibilidade dos católicos aprovarem a educação ou iniciação sexual:
“Não. Na educação da juventude, o método a ser seguido é aquele até então observado pela Igreja e pelos santos, como recomendado por Sua Santidade o Papa na Encíclica que trata da educação cristã da juventude, promulgada em 31 de dezembro de 1929”.
Pio XII, por sua vez, defendia uma educação para a pureza e castidade. E mesmo aqui, aconselhava respeito…
“Quando os antigos gregos e romanos queriam nomear algo relativo à castidade, usavam o termo aidoia = verenda, isto é, modéstia, significando que tais coisas devem ser tratadas de maneira respeitosa”. (Pio XII: Alocução aos Professores das Carmelitas Descalças, 23 de setembro de 1951. Ed. 574.)
… e vigilância:
“Vigilância alerta e …., pelo qual evitamos cuidadosamente as ocasiões de pecado, sempre foram considerados por homens e mulheres santos como o meio mais eficaz de combate nesta matéria. Hoje, no entanto, parece que nem todos têm a mesma opinião. Alguns afirmam que os cristãos em geral, e o clero em particular, não devem se manter “segregados do mundo” como no passado, mas devem estar “próximos do mundo”. Portanto, devem “correr o risco” e colocar sua castidade em teste, a fim de mostrar se têm ou não a força para resistir. (Pio XII: Encíclica ‘Sacra Virginitas’, 25 de março de 1954, Ed. 697.)
Educação sexual no mundo de hoje? Eis aí algo que os inimigos da Igreja subscreveriam gostosamente. Numa interessante entrevista concedida a Catholic Family News, Randy Engel, católica norte-americana, recordou que a primeira batalha real do movimento prolife não foi contra o aborto, mas contra programas de instrução sexual instalados nas escolas. Acrescentou ainda:
“… poucos meses depois da decisão da Suprema Corte no caso Roe vs Wade legalizar o aborto nos Estados Unidos, Dr. Alan F. Guttmacher, presidente nacional da Planned Parenthood, numa entrevista a um jornal de Washington (…) declarou que a única alternativa para que a Planned Parenthood vencesse a batalha pelos direito ao aborto era a ‘educação sexual’”.
Estamos a milhares de metros de altura distantes do senso comum. Como disse Nelson Rodrigues:
“Sou contra. E, para evitar qualquer dúvida, ou sofisma, direi com a maior ênfase: — ‘Absolutamente contra’. Não sei se me entendem. A Educação Sexual devia ser dada por um veterinário a bezerros, cabritos, bodes, preás, vira-latas e gatos vadios”.
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