Catecismo Ilustrado - Parte 26
Os Sacramentos
A Extrema-Unção
1. A Extrema-Unção é o sacramento instituído por
Jesus Cristo para o alívio espiritual e corporal dos enfermos.
2. Chama-se “Unção” porque consiste em ungir o
enfermo com azeite de oliveira benzido pelo Bispo.
3. Diz-se “Extrema” porque é a última entre as
unções que se dão nos sacramentos da Igreja, e também porque se dá no fim da
vida.
4. Chama-se também “Santos Óleos”, porque, como já
se disse, a sua matéria é o óleo ou azeite benzido pelo Bispo na quinta-feira
santa.
5. Este sacramento produz na alma os seguintes
efeitos: apaga os vestígios dos pecados e as faltas veniais, dá Graça e
fortaleza à alma para combater com o demônio naquele último momento de agonia.
6. Quanto ao corpo, a Extrema-Unção ajuda também a
receber a saúde do corpo, se esta for útil para a salvação da alma.
7. O ministro deste sacramento é só o pároco, ou
qualquer sacerdote por ele autorizado.
8. A Extrema-Unção deve administrar-se aos enfermos
que estão em perigo de vida.
9. Não se deve esperar que estejam na iminência da
morte; é muito proveitoso que estejam ainda em seu juízo e tenham alguma
esperança de vida.
10. Pode dar-se aos meninos, logo que cheguem ao
uso da razão, mesmo que não tenham ainda comungado.
11. Pode dar-se em toda a doença perigosa, e até na
mesma doença pode receber-se mais de uma vez, se o enfermo, depois de o ter
recebido, se restabelecer e depois tornar a cair em perigo de vida.
12. As disposições necessárias para receber este
sacramento são: Estar na Graça de Deus, porque é um sacramento dos vivos, e é
necessário recebê-lo com sentimentos de Fé, Esperança e resignação. Por
consequência, se o enfermo estiver em estado de pecado mortal, deveria fazer
antes uma boa confissão. Se não pudesse confessar-se, deveria fazer um ato de
contrição, com voto de se confessar.
13. As unções fazem-se nos sentidos do corpo do
enfermo, nos olhos, nos ouvidos, no nariz, na boca, nas palmas das mãos, nas
plantas dos pés, se for possível.
14. Fazem-se as unções em todas as partes do corpo
para que Nosso Senhor, por virtude deste sacramento, perdoe o que o enfermo
pecou através dos olhos, ouvidos, nariz, mãos e pés.
15. O enfermo, quando recebe este sacramento, deve
acompanhar com o coração as orações que diz o sacerdote, e pedir perdão a Deus
dos pecados cometidos pelo mau uso dos sentidos.
16. O sacerdote diz certas orações quando
administra a Extrema-Unção para alcançar de Deus, a favor do enfermo, a Graça
do sacramento.
17. Os que assistem devem orar a Deus de coração e
encomendar à sua misericórdia a vida e a salvação do enfermo.
18. Depois de recebida a Extrema-Unção, o doente
deve:
1º dar graças a Deus pelo benefício que lhe
concedeu com este sacramento; 2º resignar-se inteiramente à Sua vontade; 3º não
pensar noutra coisa senão Deus e na eternidade.
19. O santo Concílio Tridentino diz: “Se alguém
disser que a Extrema-Unção não é um verdadeiro sacramento instituído por Nosso
Senhor Jesus Cristo, seja anatematizado”.
20. Somos obrigados a advertir os doentes a
receberem os últimos sacramentos e é o maior serviço que lhes podemos fazer,
pois muitas vezes disso depende a salvação eterna. Se não pudermos adverti-los
direitamente, ao menos devemos prevenir o pároco da sua freguesia.
21. Quando o doente estiver em agonia, devem os
assistentes rezar as orações dos agonizantes e aspergi-lo com água benta.
Explicação da gravura
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