Anunciação by Jan van Eyck |
2. A PLENITUDE DOS DONS EM MARIA
f) Afim ao dom da ciência é o dom de inteligência. O dom de inteligência distingue-se do de ciência, porque seu objeto é muito mais vasto: não se restringe só às coisas criadas, mas se estende a todas as verdades reveladas; além disso, seu olhar é mais profundo, fazendo-nos penetrar (intus légere - ler dentro) no significado interior das verdades reveladas.
Não nos faz, é certo, compreender os mistérios da fé, mas nos faz compreender que, não obstante sua obscuridade, são críveis, que se harmonizam bem entre si e com o que há de mais nobre na razão humana, com o que se confirmam os motivos de credibilidade.
“Como o Espírito se comprazia em escolher Maria para sua esposa, assim quis também adorná-la com o precioso dom de inteligência, para que, além da luz da fé que a iluminou acerca dos mistérios, Ela recebesse outros raios de viva luz, destinados a dar-lhe a inteligência dos mistérios divinos e especialmente daquele glorioso mistério que nEla devia realizar-se.
Não nos faz, é certo, compreender os mistérios da fé, mas nos faz compreender que, não obstante sua obscuridade, são críveis, que se harmonizam bem entre si e com o que há de mais nobre na razão humana, com o que se confirmam os motivos de credibilidade.
“Como o Espírito se comprazia em escolher Maria para sua esposa, assim quis também adorná-la com o precioso dom de inteligência, para que, além da luz da fé que a iluminou acerca dos mistérios, Ela recebesse outros raios de viva luz, destinados a dar-lhe a inteligência dos mistérios divinos e especialmente daquele glorioso mistério que nEla devia realizar-se.
Ora, foi justamente na Encarnação do Verbo que essa resplandeceu vivíssima a seus olhos, de tal modo que, indo visitar sua prima Isabel, pode, à saudação dessa, responder em termos tão elevados e tão acertados que nos deixam entender como havia compreendido a grandeza do desígnio divino e a utilidade da Encarnação.
Quando, no dia da purificação, o santo velho Simeão, tomando nos braços a divina criança, profetizou que ela se iria tornar um sinal de contradição e, voltando-se para Maria, lhe revelou que uma espada de dor lhe havia de atravessar o coração bendito, oh! Maria entendeu tanto quanto uma pura criatura o podia entender nesta vida todo o plano da Redenção e percebeu como era necessário que também Ela, em união com seu Jesus, sofresse para o resgate do gênero humano.
Por isso, pôde dizer com muita verdade que não teve nunca outros sentimentos senão os sentimentos de Jesus Cristo mesmo: Nós temos o senso de Cristo” (LÉPICIER, 1. c.).
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ROSCHINI, Gabrielle M., OSM. Instruções Marianas. Tradução de José Vicente. São Paulo: Edições Paulinas, 1960, pp. 176-181.
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