quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Não devemos buscar consolações Espirituais

Palavras de Deus Pai à Santa Catarina de Sena:


"Filha querida, explique-te o que é necessário fazer para o aperfeiçoamento da alma; vou atender agora aquele teu pedido, relativo à minha presença durante as visões ou demais manifestações que alguém julgue ter. Disse que o sinal distintivo de que estou visitando a alma é a alegria, o desejo das virtudes e sobretudo, grande humildade e amor. Tu me perguntaste porém se a alegria não pode iludir a alma. Desejas estar do lado mais seguro, queres um sinal definitivo de que não padeça engano. Vou falar-te de uma possível ilusão e sobre o modo de saber quando a alegria é autêntica ou não.

A ilusão possível é esta: alegra-se uma pessoa, quando obtém aquilo que desejava. E quanto maior for seu desejo, menos atenção prestará a causa da alegria. A posse do objeto desejado, o prazer sentido impedem que sua consideração seja clara e distinta. Isso acontece com as almas que gostam de consolações espirituais e vivem à procura de visões, depositando maior interesse nelas que em mim. Já te disse que esta é a atitude que estão no estado do amor imperfeito. Eles se aplicam mais em obter consolações do que em amar. Pois bem é exatamente neste ponto que se acha a ilusão relativa à alegria. Outros enganos existem mas deles já falei longamente. No caso presente como acontece?

Quem ama as consolações espirituais, alegra-se grandemente ao recebê-las. Contente em possuir quanto desejava muitas vezes se rejubila por artifícios do demônio. Já ensinei que as visões ou consolações provocadas pelo demônio começam causando alegria, mas que depois se transformam em sofrimento e remorso, num vazio da caridade e das virtudes que leva a pessoa ao abandono da oração. Portanto se a satisfação e a alegria não estiverem acompanhadas de amor pela virtude; se a pessoa não for humilde e muito caridosa, é sinal de que a tal visita não procede de mim, mas do diabo. Como disse todo prazer espiritual não acompanhado de virtude, revela claramente que sua origem provém do apego à autoconsolação.

Todo homem se alegra ao conseguir o que ama; esta é a própria condição do amor. Disto decorre, pois que não podes confiar somente no contentamento interior, mesmo quando ele persevere depois da visão. Por si mesma sem outro recurso à prudência humana, a alegria é insuficiente para dizer se se trata de engano do demônio. É preciso agir com discernimento examinando se o contentamento está acompanhado ou não pelo amor à virtude. Isso dirá se a visita interior é minha ou do diabo.O sinal de que falava, portanto é o seguinte: o que prova minha presença na alma é a alegria interior com as virtudes. É um sinal que demonstra a verdade: diz se há ilusão ou não, indica se o contentamento vem de mim, do egoísmo ou do demônio. A alegria causada por mim contém amor a virtude; aquela causada pelo diabo limita-se unicamente ao contentamento. Um exame atento fará ver que a virtude da pessoa, após a consolação continua a mesma de antes, o contentamento em si é somente indício do amor por sim mesmo.

Quero dizer-te porém que somente os imperfeitos caem nesta ilusão do enlevo pelo prazer espiritual dando mais valor ao dom que ao doador. Os homens inflamados de caridade não pensam em si mesmo, mas em mim o doador. Por atribuírem pouco valor ao tempo presente colocam sua felicidade espiritual em mim e não se deixam enganar. Se o diabo os tenta iludir manifestando seus pensamentos em forma de luz dando-lhes alegria eles sabem distinguir, desapegados de consolações, usam de discernimento e percebem a ilusão. Por tratar-se de uma alegria passageira, sentem-se no escuro; humilham-se então mediante o autoconhecimento, deixam de lado aquela consolação e apegam-se fortemente à mensagem do meu filho. O demônio confundido não mais voltará, ou somente raras vezes.

As pessoas apegadas às consolações costumam receber muitas visitas do diabo em forma de luz. Tais pessoas procurem entender, pela maneira explicada se se trata de uma ilusão: investigue se a alegria interior está acompanhada pelas virtudes; se a alma sai desta visão com maior humildade, caridade, desejo santo, ou seja com mais amor por mim e pela salvação dos outros. Bondosamente providenciei que todos vós, perfeitos e imperfeitos, qualquer que seja vossa situação, não sejais enganados. Basta ter a mente iluminada pela fé e impedir que o diabo vos obscureça".

Fonte:
(1) Livro: O diálogo de Santa Catarina de Sena.

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Um comentário:

  1. Eu ia posta esse texto na minha linha do tempo do facebook ontem, mas desisti pois alguns irmãos carismásticos que tenho adicionados poderia entender mal. Deus me perdoe por tal fraqueza!

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