quinta-feira, 2 de abril de 2015

O Uso de calças pelas mulheres e a Moral Católica

Não contamos nem um século completo da época em que as mulheres usavam cotidianamente vestidos e saias. Em algumas épocas elas eram rodadas e com muitos forros, em outras com espartilhos delineando a cintura, e com menos forros, mas essa vestimenta tem sido culturalmente usada por todas as mulheres, ou seja são roupas exclusivamente femininas. Com exceção óbvia dos escoceses que usavam kilts (kilts e não saias, se você disser a um escocês que ele usa saia, ou usa roupas de mulheres, provavelmente vai ficar muito raivoso contigo). Aqui também, no entanto, a roupa das moças escocesas era diferente da dos rapazes. 

Imagem tirada da Página: Mulher Católica Combatendo o Bom Combate
Nossa Senhora em Fátima veio pedir a modéstia no vestir, visite o link saiba mais:
 Nossa Senhora em Fátima veio pedir a modéstia no vestir.

Podemos perceber que as vestimentas para ambos os sexos dependem da cultura do local, entretanto devem ser diferentes. Por exemplo, todos os homens da face da terra não necessitam obrigatoriamente usar calças compridas, eles podem usar outras vestimentas se moram na Escócia por exemplo, ou ainda se eram Judeus e viveram na época de Cristo. 

O Problema na Escócia não seria os homens usando “kilt”, e sim os homens usando a mesma roupa das mulheres. É essa igualdade nas vestimentas (roupas iguais para ambos os sexos) que é condenado na bíblia:

"A mulher não se vestirá de homem, nem o homem se vestirá de mulher: aquele que o fizer será abominável diante do Senhor seu Deus." 
Deuteronômio XXII, 5

Outro exemplo de diferenças no vestuário, podemos ver na bíblia, onde usavam-se túnicas, as mulheres usavam algo semelhante a um vestido e com lenços cobrindo a cabeça. Já os homens usavam túnicas mais curtas e “cingiam o lombo”. Esse cingir os lombos é justamente uma parte diferente das vestimentas, que eram próprias de homens. O “cingir do lombo” significa o trabalho pesado que os homens faziam, pois, é considerado o mais forte, responsável pelos trabalhos pesados. Essa diferença vê-se perfeitamente na bíblia, onde ela deixa claro que isso é somente para os homens: 

“Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu me ensinarás.” (Jó 38,3). 

Também não preciso me alongar muito ao dizer que as roupas naquela época eram diferentes, pois é evidente que os apóstolos usavam roupas diferenciadas das mulheres, ou então nem estaria escrito na bíblia que é abominável a Deus mulher vestir roupas de homens e vice versa. 

Existe também outro exemplo que difere da nossa cultura ocidental, que é o caso da Bulgária na época do Papa São Nicolau I, aproximadamente no ano 866 d.C. O Papa concedeu autorização às Búlgaras para usarem uma espécie de "calças", mas na realidade chamavam-se femorália. Vendo com uma análise mais atenta, percebemos que era uma calça extremamente folgada (que um olhar menos atento até fará pensar se tratar de uma saia) com uma túnica que ia abaixo dos joelhos. As mulheres usavam túnicas, os homens não. Portanto eram roupas diferentes. A túnica assemelhava-se a um vestido. Por isso o papa não viu problemas nas vestimentas deles. Existe também uma contextualização para esse episódio. O Papa aprovou as vestes porque era um povo pagão, recém-cristianizado, e estavam mantendo diálogo com ele. Nesse caso as vestes de fato é a última coisa a se exigir, e ainda assim quando lemos a carta do Papa, ele mesmo diz que “calças foram feitas para homens vestirem não para mulheres”. 

Portanto chegamos à conclusão de que sim, as vestes mudam conforme a cultura, porém dois pontos devem ser observados independente qual seja a cultura

a) Devem ser trajes diferentes para homens e mulheres; 
b) Não devem ferir a modéstia em ambos os sexos.

Esses dois itens devem necessariamente estar presente em todas as culturas para que a lei de Deus (que é universal) não seja transgredida. São Tomás de Aquino diz o mesmo que as sagradas escrituras, que é em si pecaminoso para uma mulher vestir roupas de homens e vice versa. A não ser em caso de necessidade. Veja:

“O vestuário externo deve ser consistente com o estado da pessoa, segundo o costume geral. Por isso, é em si pecaminoso para uma mulher vestir roupas de homem, ou vice-versa, especialmente se isso for causa de prazer sensual, e é expressamente proibido pela Lei (Dt 22)… No entanto isso pode ser feito às vezes por conta de alguma necessidade, seja para se esconder dos inimigos, ou por falta de outras roupas, ou por algum outro motivo.” [1]

(Summa Theologiae II, II, questão 169, artigo 2, a resposta à objeção 3).

Um caso extraordinário é o de Santa Joana Dark por exemplo, onde para cumprir uma obrigação dada a Deus por ela, necessitou usar trajes adequados somente ao sexo masculino, e não cometeu pecado algum por isso. Entretanto essa regra não se aplica a gostos pessoais, mas sim a necessidades especiais e razões justas para o ato. É assim que não se torna pecado o uso de roupas de homens pelas mulheres e vice versa.

O Caso das calças compridas


Vemos através da cultura da nossa civilização ocidental que por séculos as mulheres tem usado cotidianamente vestidos e saias. E estas sim são roupas exclusivamente femininas. Entretanto, a partir do ano 1920 aproximadamente vem ocorrendo uma tendência à masculinização da mulher. Já começou com Coco Chanel (1883 - 1971), uma mulher escandalosa de sua época, que era considerada "a frente de seu tempo". Usava roupas masculinas e sem se importar com isso. Entretanto isso era uma vergonha para a sociedade, que ainda prezava pelos bons costumes e a moral. Questione caro leitor, uma Senhora com mais de 80 anos, o que significava usar uma calça antigamente. Aí iniciou um processo de masculinizar a mulher, com o pretexto de "direitos iguais". 

Vários acessórios e peças de roupas foram começando e ser importadas do guarda roupa masculino para o feminino, como blazers, jaquetas, coletes, e até camisetas. Porém o marco principal e a quebra de todos os limites se deu com as Calças compridas, que são peças exclusivamente masculinas. 

Temos que lembrar que o uso de calças pelas mulheres foi também muito influenciado por atrizes de cinema americano, como Andrey Hepburn (1929 - 1993), Brigitte Bardot (N. 1934), dentre outras promíscuas. E o público ávido por novidades começaram a se inspirar nestes exemplos mundanos para se vestirem, foi assim que as calças ditas "femininas" foram ficando cada vez mais indecentes e mais colantes, basta visitar alguns links que correm na internet para se dar conta disso.

Temos que perceber que nenhum papa, nenhum cardeal, nenhum santo, nenhum sacerdote condenou o uso de camisas, nem coletes e camisetas por três simples razões: 1 - Se usadas com saias não deixam a mulher masculina; 2 - Não ferem a modéstia. 3 - Não mudam a disposição interior nem a psicologia feminina. Esses pontos principais são importantes para diferenciar da condenação ao uso de calças pelas mulheres que fere estes três itens e portanto não há como compará-los. Uma explicação melhor sobre esse assunto você encontra no site da Maria Rosa Mulher

Em contrapartida, nesta mesma época, a Igreja já condenava tais atos de rebeldia. Podemos começar mostrando a condenação do uso de calças feitas pelo Cardeal Siri nesta notificação para mulheres que vestem roupas de homens. Cardeal Siri viveu na mesma época destas atrizes mundanas, e portanto acompanhou muito bem esta mudança no comportamento das mulheres que se iniciava, acompanhou o uso de calças por elas, a imodéstia, a masculinização e achou necessário lançar uma carta direcionada à sociedade e principalmente aos sacerdotes, condenando tais vestimentas. Você pode ler no link citado. Basicamente podemos dividir em três principais pontos tratado pelo referido sacerdote: 

1 - A Imodéstia;
2 - A Masculinização da Mulher;
3 - A Mudança da Psicologia Feminina (que o cardeal considera o mais grave). 

A Imodéstia se dá pelo fato das calças apertarem e se ajustarem ao corpo da mulher, foi o que o Cardeal disse. A masculinização da mulher se dá pelo uso de roupas que são adequadas apenas ao sexo masculino. Calças não são adequadas ao sexo feminino, as masculinizam, tornam-se inconvenientes. 

E o ponto mais grave é o que vamos citar com mais ênfase: A Mudança na psicologia feminina.

“Desde que o ser humano existe, a roupa que uma pessoa usa modifica seus gestos, atitudes e o comportamento, a tal ponto que só pelo fato de se usar uma determinada roupa, o vestir chega a impor um estado de ânimo especial em seu interior”. 

(Cardeal Siri).

Quando a mulher começa a utilizar roupas inadequadas, sua maneira de pensar vai mudando, sua maneira de se comportar e de agir, e isso é o mais grave, pois segundo o referido Cardeal, isso ocorre a longo prazo. Só o fato de ocorrer a longo prazo derruba qualquer argumentos errôneos que alguns pretendem se basear ao dizer que o referido cardeal "falou apenas para sua época". Não é o que vemos na notificação, onde ele mesmo diz que esta mudança não se veria em curto prazo, mas em longo. 

Mostremos então, com um exemplo prático, apenas um dos problemas inconvenientes de uma mulher usar calças (segundo o Cardeal): Quando vestimos a peça, não nos preocupamos tanto com a maneira de sentar, de abaixar, de fazer determinados movimentos. Já quando usamos saias temos toda aquela graciosidade feminina, de cuidar para manter as pernas fechadas, ser delicada, tomar cuidado com certas atitudes e até ambientes inapropriados para uma dama. Isso pode ser visto facilmente na prática, basta visitar alguns falsos apostolados de modéstia, onde elas postam várias fotos de mulheres usando calças, onde estão com pernas abertas, pernas levantadas para o alto, sem modos. Essa masculinização da mulher e mudança no comportamento foi algo muito preocupante para o referido cardeal, que fez quase que uma profecia ao dizer isso:

"A mudança da psicologia feminina gera um dano crucial e, ao longo dos anos, torna-se irreparável à família, à fidelidade conjugal, às afeições e à sociedade humana". (Cardeal Siri).

"Quando vemos uma mulher de calça, nós deveríamos pensar não tanto nela, mas em toda a humanidade, de como será quando todas as mulheres se masculinizem. Ninguém ganhará ao tratar de levar a cabo uma futura época imprecisão, ambiguidade, imperfeição e, em uma palavra, monstruosidades". 
(Cardeal Siri).

Pergunta: Se eu me enfeitar usando calças e colocar uma blusa comprida então tá tudo bem? Não estou ferindo a modéstia?

Veja, o fato de colocar uma blusa comprida, ameniza a imodéstia da vestimenta e pode não ferir (em alguns casos) o item número 1 citado acima. Mas fere os dois últimos. A Igreja não afirma que "devemos usar roupas iguais aos homens somente com cores diferentes" ou ainda "usar roupas de homens mas devemos nos enfeitar". Estas coisas não existem em nenhum livro sobre moral. O que é moral da Igreja a respeito desse assunto é que as roupas para ambos os sexos devem ser visivelmente distintas, e que se uma mulher usar uma roupa de homem (mesmo com blusa comprida) irá mudar essa psicologia feminina e o modo de agir e de pensar, trazendo consequências para a sociedade e para ela mesma. Portanto esse tipo de pensamento é muito primitivo, é de alguém que precisa estudar muito o assunto ainda para compreender bem. A bíblia diz o mesmo a respeito das vestes e do nosso pensamento:

“A Veste do corpo, o riso dos dentes e o andar do homem, dão a conhecer o que ele é”. Eclesiástico XIX, 27

"Dão a conhecer o que ele é" as sagradas escrituras automaticamente querem dizer que essa disposição interior depende de como nos vestimos também. É exatamente o que disse o Cardeal Siri a respeito do uso de calças pelas mulheres. Volte alguns parágrafos e leia novamente. 

Além de todos estes problemas citados, a calça é imodesta e inconveniente, como vocês podem analisar nesse artigo citado e ilustrado com uma calça dita "folgada". Uma análise mais atenta da vestimenta podemos ver que ela delineia exatamente as regiões genitais das mulheres, coxas e glúteos que são partes atraentes para os homens. Toda calça delineia, se não delineasse não seria calças. 

Podemos ver também um Santo que muito condenou o uso de calças pelas mulheres, que foi São Pe. Pio de Pietrelcina, na porta de sua Igreja foi colocado um cartaz: 

“A Igreja é a casa de Deus. É proibido para os homens entrar com os braços nus ou usando shorts. É proibido para as mulheres entrarem usando calças, sem um véu sobre sua cabeça, com roupas curtas, decotes baixos, roupas sem mangas ou vestidos imodestos”. E ainda para moças que iam se confessar: 

“Por desejo explícito do Padre Pio, a mulher deve entrar no confessionário vestindo saias PELO MENOS 20 centímetros abaixo do joelho. É proibido emprestar um vestido longo na igreja para usá-los para a confissão.”[2]

Portanto podemos ver que sim, a Igreja condena o uso de roupas masculinas sendo usadas pelas mulheres e pela história vemos que a calça é uma roupa masculina, que foi condenada por São Pe. Pio, pelo Cardeal Siri a vários outros sacerdotes da época. O costume não torna uma roupa imodesta em modesta, e o costume não torna algo errado no passado como correto no presente, portanto, é errado afirmar que a Igreja não se pronunciou a respeito, e é faltar com a verdade dizer que não existem escritos sobre o tema nos orientando. 

Outro ponto extremamente importante sobre o uso de calças pelas mulheres é o apostolado do Padre Bernard Kunkel, fundador da Marylike Crusade – Cruzada Mariana em prol da castidade e modéstia por meio de imitação da Santíssima Virgem. Cremos ser esta concessão da mais inteira confiança, visto que o Venerável Papa Pio XII deu a benção papal ao apostolado do Pe. Kunkel em duas diferentes ocasiões e seus estatutos foram aprovados pela autoridade eclesiástica vaticana –incluindo uma concessão sobre regras nas vestimentas. [3]

Durante muitos anos até à sua morte, em 1969, o Padre Kunkel da diocese de Belleville, Illinois, E.U.A., foi Director da Cruzada cujo Presidente era o seu bispo. As seguidoras da Cruzada comprometiam-se a observar as seguintes normas: 

"Em resposta à súplica de Nossa Senhora de Fátima pela absoluta modéstia no vestir e para ajudar a evitar os inúmeros pecados causados pela imodéstia do vestuário, especialmente no Verão, esforçar-me-ei com a maior seriedade por: 

1. Abster-me inteiramente de usar calções de qualquer tipo, tanto em público como em casa. 

2. Recusar-me a usar outros tipos de traje que mal cobrem o corpo, como vestidos de praia ou aquele tipo de trajes que deixam a descoberto os ombros, o peito, as costas, a cintura ou o umbigo; evitar também roupas claras ou transparentes, e vestidos e camisolas justos; não usar calças; quanto às saias, usar somente as que cheguem bastante abaixo dos joelhos, para salvaguardar a modéstia em qualquer posição e nos movimentos normais. 

3. Ter um particular cuidado em me vestir modesta e respeitosamente para ir à igreja e para todas as cerimônias e/ou locais sagrados, incluindo Santuários e o adro da igreja – e encorajar as outras a vestirem-se sempre com uma modéstia mariana sem medo de não serem "populares", e para seguir os desígnios de Nossa Senhora, a Virgem Imaculada, em vez de obedecer à ditadura pagã da moda". [3]

Infelizmente, o que conta na história é que nenhum sacerdote quis continuar o apostolado do Pe. Kunkel depois de sua morte, o que resultou em esquecimento, e apenas um livro (difícil de encontrar) chamado"Marylike ... of the Purity Crusade of Mary Immaculate". Pode-se perceber quatro principais detalhes neste livro e escritos do referido sacerdote: 

1 - Receberam a bênção Papal;
2 - Aprovou-se as regras nas vestimentas (visite o link para vê-las);
3 - O Papa aprovou os estatutos;
4 - Estão erradas todas as pessoas que nos condenam por seguir regras, ora se o Papa aprovou os estatutos então ponto final, chegamos ao fim da discussão. A Igreja tem uma moral a seguir, e as regras ditadas pelos bons sacerdotes nada mais são que a uma aplicação prática dos princípios morais. 

Por conta de todos os itens citados, com base em vários sacerdotes doutos em teologia moral, nosso blog aconselha o uso de Saias e Vestidos modestos pelas mulheres, e condena o uso de todo tipo de roupa que fere a modéstia, bem como: calças, shorts, bermudas, saias curtas, maiôs, biquinis e toda espécie de roupas colantes e imodestas. Se você quiser ler alguns pronunciamentos de sacerdotes a respeito do mesmo assunto, aconselhamos clicar na aba "Textos de sacerdotes sobre modéstia" ao lado direito do blog. 

Esse artigo é uma pequena parte sobre o uso de calças pelas mulheres, aconselhamos visitar os links citados acima para maiores esclarecimentos, bem como a aba: "O Uso de calças pelas mulheres" que se encontra listado também ao lado direito da tela. Qualquer dúvida nos envie uma mensagem!

Salve Maria Puríssima
Fontes:
[1] Summa Theologiae II, II, questão 169, artigo 2, a resposta à objeção 3
[2] Do Blog: Maria Rosa Mulher.
[3] Fátima [ http://www.fatima.org/port/essentials/requests/pt_modesty_in_dress.pdf ]

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