Enfim, e como uma das suas maiores prerrogativas, a confiança é sempre atendida. Nunca será demais repeti-lo: a prece confiante obtém tudo.
Com insistência muito acentuada a Escritura recomenda-nos reanimar a nossa fé, antes de apresentarmos a Deus as nossas súplicas. “Tudo quanto pedirdes com fé, na oração, recebê-lo-eis” (73), declara o Mestre. O Apóstolo São Tiago usa a mesma linguagem; quer que peçamos “com fé, sem hesitar”. Aquele que duvida, assemelha-se à vaga inconstante do mar; em disposições tais, é inútil pretender ser ouvido (74).
Ora, de que fé tratam os trechos precedentes? Não é da fé habitual que o Batismo infunde nas almas; mas sim de uma confiança especial, que nos faz esperar firmemente a intervenção da Providência em circunstâncias dadas. É o que diz, explicitamente, Nosso Senhor no Evangelho: “Tudo quanto pedirdes, orando, crede que o recebereis e o obtereis” (75). O Mestre não podia designar mais claramente a confiança.
Ora, de que fé tratam os trechos precedentes? Não é da fé habitual que o Batismo infunde nas almas; mas sim de uma confiança especial, que nos faz esperar firmemente a intervenção da Providência em circunstâncias dadas. É o que diz, explicitamente, Nosso Senhor no Evangelho: “Tudo quanto pedirdes, orando, crede que o recebereis e o obtereis” (75). O Mestre não podia designar mais claramente a confiança.
Podemos ter fé viva e duvidar, no entanto, que Deus queira acolher favoravelmente este ou aquele pedido nosso. Temos acaso a certeza, por exemplo, de que o objeto do nosso desejo convém ao bem verdadeiro da nossa vida? Hesitamos, pois. E essa simples hesitação, nota um teólogo, diminui a eficácia da oração (76).
Em outras ocasiões, pelo contrário, a certeza íntima fortifica-se a ponto de repelir completamente qualquer dúvida ou hesitação. Estamos tão certos de sermos atendidos, que já nos parece ter na mão a graça solicitada. “Em atenção a uma confiança tão perfeita, escreve o Padre Pesch, Deus nos concede graças que, sem isso, não nos teria dado”. Com efeito, o bem que Lhe pedíamos não nos era necessário; ou então, esse bem não realizava as condições precisas para que Deus, em virtude das suas promessas, se obrigasse a no-la dar (77). O mais das vezes, de resto, essa íntima certeza é obra da graça em nós.
“Por isso, conclui o autor, uma singular confiança em obter esta ou aquela bênção, é uma espécie de promessa especial que Deus nos faz de no-la conceder” (78).
Uma palavra de São Tomás resumirá esta curta digressão: “A oração, diz o Doutor Angélico, tira o seu merecimento da caridade; mas a sua eficácia impetratória vem-lhe da fé e da confiança” (79).
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73 ) Mt. 21, 22.74 ) “Mas peça-a (a sabedoria) com fé e sem hesitar, porque aquele que hesita assemelha-se à onda do mar que é levada e agitada pelo vento. Não pense, pois, tal homem que receberá o que quer que seja do Senhor” (Tiago 1, 6-7).
75 ) Mc. 11, 24.
76 ) Haec haesitatio non quidam tollit, sed minuit efficaciam orationis. Christianus Pesch: Praelectiones dogmaticae, t. IX, p. 166.
77 ) Pesch, Ibid.
78 ) Pesch, Ibid.
79 ) Suma Teológica, Q. LXXXIII, art. 15, ad 3.
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