Tendo Jesus Cristo instituído o Sacramento da Eucaristia para o bem de nossas almas, deseja que nós o recebamos não só uma vez ou outra, mas com muita freqüência. Eis as palavras com que ele nos convida:
"Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo e vos darei descanso" (Mt XI, 28).
Em outro lugar ele faz as maiores promessas a quem vai se alimentar de sua carne:
"Eu sou o pão vivo descido do Céu. quem comer deste pão viverá para sempre ... e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo VI, 51-54).
Para corresponder ao convite do Divino Salvador, os cristãos dos tempos primitivos, todos os dias escutavam a palavra de Deus e recebiam a Sagrada Comunhão. Era nesse Sacramento que os Mártires achavam a sua fortaleza, as Virgens o seu fervor, os Santos a sua coragem.
Se quisermos atender o convite de Jesus e procurar o nosso bem, devemos comungar com muita freqüência. Do mesmo modo que o maná serviu de alimento cotidiano aos Hebreus durante todo o tempo que viveram no deserto, enquanto não foram introduzidos na Terra Prometida, assim também a Sagrada Comunhão deve ser o nosso alimento e conforto cotidiano nos perigos deste mundo, o nosso guia para a verdadeira terra da promissão, o Paraíso. Diz Santo Agostinho: "Se todos os dias pedimos a Deus o pão material, porque não procuraremos nos alimentar todos os dias do pão espiritual com a Santa Comunhão?". São Filipe Neri animava os cristãos a se confessarem a cada oito dias e a comungarem mais vezes ainda, de acordo com o parecer do confessor.
A Santa Igreja manifesta o seu mais vivo desejo da comunhão freqüente dos fiéis quando diz o Concílio de Trento: "Seria coisa sumamente desejável se cada cristão se conservasse em tal estado de consciência que pudesse comungar toda a vez que ouve a Santa Missa. E isto não somente com a Comunhão espiritual, mas com a Comunhão sacramental, para que seja mais copioso o fruto que se recebe deste Sacramento".
Dirá alguém: "Eu sou muito pecador". Respondo: "Se você é pecador, procure readquirir a graça de Deus com o Sacramento da Confissão e depois se aproxima da Sagrada Comunhão e tirará grande proveito". Dirá outro: "Comungo raras vezes para ter mais fervor". Isto é um grande engano. As coisas que se fazem raras vezes, geralmente se fazem mal. Além disso, sendo freqüentes as necessidades da nossa alma, deve ser também freqüente o remédio. Outros ainda se desculpam dizendo: "Estou cheio de enfermidades espirituais e não me atrevo a comungar com freqüência". A estes responde Jesus Cristo: "Os sãos não têm necessidade de médico e sim os doentes" (Lc V, 31). Assim, os que estão mais propensos a doenças espirituais, é necessário que sejam também visitados com mais freqüência pelo verdadeiro médico das almas, isto é, Jesus Cristo.
Vindo Ele freqüentemente a nós, dá-nos a graça de não cairmos em pecado grave e apaga nosso pecados veniais. Com efeito, percebe-se que têm mais defeitos as pessoas que só raras vezes se aproximam da Comunhão, do que as que a recebem com maior freqüência. Ânimo, pois, se você quiser fazer a ação mais agradável a Deus e mais eficaz para vencer as tentações e perseverar no bem, receba com freqüência e com boas disposições a Sagrada Comunhão.
São João Bosco
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