Padre Júlio Maria, Princípios da vida de intimidade com Maria Santíssima
Uma lacuna muito comum da piedade em geral, e em particular para com Maria Santíssima, diz muito bem um profundo teólogo e ilustre escritor (1), é não ser bastante esclarecida sobre o inefável objeto que ela venera, é contentar-se com afeições que com o tempo podem exgotar-se ou pelo menos enfraquecer-se.
Tendo no espírito uma débil força, apenas esfriadas as primeiras impressões do fervor, o coração e a vida começam a sentir esta pobreza doutrinal.
Eis porque a primeira resolução de toda alma que quer honrar a Maria, deve ser estuda-la, e estuda-la com toda a sua alma.
Si é necessário procurar a verdade por todos os meios, é também a verdade que diz ser á Maria que se devem aplicar estas palavras; como ocupar-se de Maria, de seu amor, sem faze-lo de todo o coração?...
Desde modo nascerá necessariamente o pensamento vivo e habitual de nossa Mãe, e este pensamento frequente não será abstrato e frio, mas um pensamento que produzirá o amor.
Em Deus o Verbo respira o amor – Verbum spirans amorem.
Em nós o pensamento de Maria deve respirar o amor.
Sem este estudo a devoção para com a Sma. Virgem é necessariamente incompleta e superficial.
“Nós, diz ainda o P. Sauvé (1), fazemos de Maria uma idéia fraca, pálida, incompleta. Maria Santíssima está em um canto da vida, em um altar lateral da alma, quando deveria ocupar ahi o altar principal, unida a Jesus como a Mãe é unida ao Filho, no mystério da Encarnação ou de Belém, como a nova Eva ao novo Adão, sobre o Calvário e reinando com ele em toda a parte”.
Tal deve ser pois a primeira prática do nosso culto para com Maria: estuda-la, para que deixemos de vez esta concepção indigna de suas grandezas e de seu amor.
(1) Sauvé. SS. Culto do Coração de Maria C. V.
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