Catecismo Ilustrado - Parte 25
Os Sacramentos
A Penitência
1. A Penitência é o sacramento instituído por Jesus
Cristo para perdoar os pecados cometidos depois do Batismo.
2. Recebemos o sacramento da Penitência quando o
sacerdote nos dá a absolvição. A absolvição é a sentença que o confessor
pronuncia em nome de Jesus Cristo para perdoar os pecados do penitente com as
devidas disposições.
3. Para recebê-la válida e frutuosamente a
absolvição são necessárias três coisas que se chamam as três partes do
sacramento da Penitência, e também os três atos do penitente, a saber:
Contrição, confissão e satisfação. Das três, a mais necessária e indispensável
é a contrição, que em certos casos pode suprir as outras.
Contrição
4. A contrição é um verdadeiro desgosto da alma, a
dor de coração e uma aversão ao pecado cometido, com propósito firme de nunca
mais pecar.
5. A contrição é perfeita, ou imperfeita, a qual se
chama também atrição. A contrição perfeita é uma dor pelo qual nos pesa termos
ofendido a Deus, por Ele se infinitamente bom, infinitamente amável, e porque o
pecado Lhe desagrada. – A contrição imperfeita ou atrição é a dor de ter
ofendido a Deus, causada ordinariamente pela ignomínia do pecado, pelo temor do
Inferno ou pela perda do Paraíso.
6. A melhor é, sem dúvida alguma, a contrição
perfeita, que provem do amor de Deus e sendo por Ele aperfeiçoada, perdoa todos
os pecados, com a condição de ter intenção de confessá-los. O ato de contrição
perfeita equivale pois ao ato de caridade perfeita que perdoa todos os pecados.
7. A atrição não basta para alcançar o perdão do
pecados senão sendo por meio da absolvição no sacramento da Penitência, porque
a atrição dispõe somente para impetrar (pedir) o perdão dos pecados e a Graça
de Deus.
A Confissão
8. A confissão sacramental é a acusação dos
próprios pecados, feita a um sacerdote para isso aprovado, a fim de receber a
absolvição. Digo acusação, porque os pecados não se devem contar como uma
história, mas com ânimo de se acusar pecador a si mesmo, e de querer tomar
sobre si severa penitência.
9. Foi Nosso Senhor quem instituiu a Confissão
quando deu aos seus ministros o poder de perdoar ou não os pecados, porque o
sacerdote não pode julgar se deve ou não perdoá-los sem conhecê-los, e em
consequência, sem os ouvir em confissão.
10. Para a confissão ser válida, o pecador deve
acusar todos os pecados mortais que cometeu, com o número e as circunstâncias
que mudam ou aumentam a gravidade do pecado. Para isso deve fazer-se o exame de
consciência que é uma busca diligente dos pecados cometidos.
11. Não é necessária para uma boa confissão, a
acusação dos pecados veniais, mas é muito útil acusá-los.
A Satisfação
12. Chama-se Satisfação a Penitência sacramental
que o confessor impõe e pela qual se repara a Deus pelos pecados cometidos.
Esta penitência impõe-se para castigo do pecado e para remédio das enfermidades
do penitente. Quem se confessar com intenção de não cumprir a Penitência não
fica absolvido.
13. Devemos também reparar o próximo, se lhe
tivermos causado algum dano, como está explicado nos mandamentos da lei de
Deus. Quem se confessar com intenção de não restituir ou não reparar os danos
causados ao próximo, não fica absolvido.
Explicação da gravura
14. A parte principal da gravura representa Nosso
Senhor instituindo o sacramento da Penitência, quando deu aos seus discípulos o
poder de ligar e desligar, dizendo: “Os pecados serão perdoados àqueles a quem
os perdoardes, e não serão perdoados àqueles a quem não os perdoardes.”
15. No ângulo superior direito vê-se o paralítico a
quem Jesus perdoou primeiro os pecados e depois disse: “Levanta-te e anda”. No
ângulo superior esquerdo, vê-se a pecadora Madalena ajoelhada e chorando aos
pés de Jesus, que lhe diz: “Vai em paz, são-te perdoados os teus pecados”.
16.
Na parte inferior, à direita vê-se saindo do confessionário, perdoado, um
pecador que fez uma boa confissão, e do lado oposto, um pecador que não
alcançou o perdão por ter feito uma confissão nula
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