"Gostava S. Joana Francisca de Chantal de repetir estas doutrinas do seu bem-aventurado Pai espiritual: "Minha querida menina, escrevia ele a uma irmã, os vossos desânimos são uma verdadeira tentação. Pois, dizei-me, que frutos tirais deles e quais os motivos para os ter? Pensais que em nosso poder está nunca desatender a Deus e não cometer imperfeições? Seria preciso ser anjo. Peço-vos, pois, que vos acomodeis com esta vida de misérias, mas sem desânimo. Mais agrada a Deus esta humilhação, este amor da vossa abjeção feita com tranquilidade e paz do que as vossas fidelidades de capricho."
Não é outro o pensamento que o autor da Imitação exprime nas seguintes linhas: "Senhor, mais confiança devo ter em vossa grande misericórdia para alcançar o perdão, do que em minha presumida virtude para justificar o que a minha consciência mal conhece.
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Santa Teresinha diz: "O Coração de Jesus é muito mais magoado por causa das mil pequenas imperfeições dos seus amigos do que das próprias faltas graves cometidas por seus inimigos. No entanto, parece-me que é somente quando os seus adquirem um hábito dessas indelicadezas e não lhe pedem perdão por elas que se pode aplicar a palavra: "Estas chagas que vedes em minhas mãos, eu as recebi daqueles que me amavam" (Zac 13.6)
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Por aqueles que o amam e que, depois de cada pequena falta, vem lançar-se em seus braços e lhe pedem perdão, Jesus vibra de alegria. Ele diz a seus anjos o que o pai do filho pródigo dizia aos seus servos "Metei-lhe um anel no dedo e regozijemos!" Ah! Como são pouco conhecidos a bondade e o amor misericordioso do Coração de Jesus! É verdade que, para fruir destes tesouros é necessário reconhecer seu nada e humilhar-se, - e é justamente isso o que muitas almas não querem fazer!..."
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A Arte de aproveitar as próprias faltas,segundo São Francisco de Sales, por Pe.José Tissot.
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