6º Dia da Novena ao Sagrado Coração de Jesus
Misericordia eius a progenie in progenies timentibus eum – “A sua misericórdia se estende de geração a geração, sobre os que o temem” (Lc 1, 50)
É a mesma piedade e compaixão que O faz ainda agora dizer: Quare moriemini, domus Israel? Revertimini et vivite (1) – “Porque morrereis, ó casa de Israel? Voltai e vivei”. Ó homens, parece dizer, meus pobres filhos, porque vos quereis condenar, fugindo de mim? Não vedes que afastando-vos de mim correis para a morte eterna? Não vos quero ver condenados; não desanimeis, se quereis voltar a mim, voltai e recuperareis a vida: Revertimini et vivite. – A mesma misericórdia O faz ainda dizer que ele é o Pai amoroso que, posto que desprezado pelo filho, não sabe repulsá-lo quando volta arrependido, mas o abraça com ternura e se esquece de todas as injúrias recebidas: Peccatorum tuorum non recordabor (2) – “Não me lembrarei de teus pecados”.
Não é assim que soem fazer os homens. Estes, ainda que perdoem, guardam sempre a lembrança da ofensa recebida e sentem desejos de vingança; e se não se vingam, porque são tementes de Deus, ao menos têm grande repugnância de conversar e tratar com aqueles que os ofenderam. – ah, meu Jesus, Vós perdoais aos pecadores arrependidos e não recusais dar-Vos a eles todo inteiro nesta terra pela santa comunhão e no céu pela luz da glória, sem que mostreis a menor repugnância em conservar unida convosco, por toda a eternidade, à alma que Vos ofendeu. Onde então achar um coração tão amável e misericordioso como o vosso, ó meu amado Salvador?
Ó meu Jesus, não cesseis de exercer misericórdia comigo. † “Para Vos mostrar a minha gratidão e para reparar as minhas infidelidades, Vos dou o meu coração e me consagro inteiramente a Vós, ó meu amável Jesus e com vosso auxílio proponho nunca mais pecar.” (3) – É esta a misericórdia que Vos peço; iluminai-me e fortalecei-me para não ser mais ingrato para convosco.
Meu amor, não pretendo que torneis a perdoar-me se eu tornar a virar-Vos as costas; isto seria um presunção que havia de impedir que usásseis de misericórdia para comigo. Que misericórdia poderia esperar ainda de Vós, se viesse novamente a desprezar a vossa amizade, separando-me de Vós? Ó meu Jesus, amo-Vos e quero sempre amar-Vos. É esta a misericórdia que Vos imploro e espero: Não permitais, não permitais que me separe de Vós. – Ó minha Mãe, Maria, rogo-vos também: não permitais que ainda me separe de meu Deus.
Referências:
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(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 162-165)
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