Jesus, vindo ao mundo, nada ensinou de mais amável do que a dedicação. Esta pequena flor - podemos chamá-la assim? - nasceu no Gólgota, aos pés da Cruz, no solo regado com o sangue de Cristo. Daí por diante, nunca mais desapareceu da terra.
Os amigos de Jesus cultivam-na carinhosamente. Conhecem o terreno onde se dá bem e a seiva de que se nutre. Sabem que evita o clima glacial do egoísmo e que se compraz nas quentes regiões da caridade divina. Mergulham-na no amor de Jesus, que é o seu verdadeiro lugar, o seu canteiro predileto.
Amor e dedicação são duas flores numa só haste. Jesus transplantou-as das regiões celestes para o nosso solo ingrato. Criaram raízes, vicejaram, multiplicaram-se e foram bem recebidas nos jardins dos grandes e nos canteiros dos pobres.
Sob a influência do seu perfume, desabrocharam por toda a parte admiráveis virtudes: a abnegação, a humildade, o sacrifício, a mansidão, a compreensão mútua. A terra, anteriormente deserta, cobriu-se de creches, escolas, hospícios, asilos; povoou-se de irmãos e irmãs de caridade.
Não, não há dedicação sem amor, como não há amor sem dedicação. Nunca a flor da dedicação brotou em terras não cristãs. O joio, o insolente joio do egoísmo, devorava o solo pagão. A sociedade antiga, no apogeu da sua civilização, só engendrava monstros horrendos: a crueldade, a luxúria, a escravidão. Como já era tempo de que Jesus viesse ressuscitar esta pobre humanidade que jazia e se decompunha no túmulo! Como já tardava que Ele viesse ensinar-nos o amor e a dedicação!
(O dom de si, vida de abandono em Deus, pelo Pe. Joseph Schrijvers)
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