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Durante 35 anos, Satanás lançou mão de todos os seus recursos para atacar o santo pároco
As palavras finais do mártir francês pe. Jacques Hamel, “Afasta-te, Satanás“, trazem à mente outro padre francês que sofreu ameaçadores encontros com o maligno. Embora não tenha sido brutalmente assassinado como o pe. Hamel, esse outro sacerdote foi alvo de todo ataque do diabo, inclusive ataques físicos, para impedi-lo de continuar espalhando o Evangelho.
Ele era São Jean-Baptiste-Marie Vianney, ou São João Maria Vianney – ou também, como talvez ele seja ainda mais conhecido, o Cura d’Ars.
Durante 35 anos, Satanás lançou mão de tudo que tinha ao seu alcance para atacar o santo pároco que ouvia confissões dos fiéis dezesseis horas por dia – todos os dias.
À noite, o Cura d’Ars ouvia vozes angustiantes, lamentos pavorosos e gritos. Chegava a ser fisicamente arrastado da cama – e, uma noite, a sua cama pegou fogo. Os tormentos o impediam de dormir direito, mas não de viver uma vida de impressionante santidade.
Sua capacidade de “ler” as almas e de ensinar as verdades profundas do Evangelho chamou grande atenção. Homens e mulheres percorriam quilômetros e quilômetros para procurá-lo em sua paróquia. O pe. Vianney, no entanto, como homem humilde que sempre foi, nunca procurou qualquer recompensa ou celebridade. Conta-se de um padre vizinho que tinha ciúmes da fama de Vianney e lançou uma petição para removê-lo de Ars por causa da sua falta de estudos. Ao saber da petição, o próprio Vianney assinou e a enviou ao bispo – que, felizmente, soube entender o que de fato estava acontecendo e o manteve na paróquia.
O pároco aceitou os tormentos causados pelo diabo sabendo que era atacado por causa dos muitos pecadores que ajudava a se reconciliarem com Deus. Aliás, era comum ele ser mais fortemente atacado na véspera da vinda de um “grande pecador” à cidade para confessar seus pecados.
“O demônio é muito esperto, mas não é forte. Fazer logo o Sinal da Cruz o afugenta (…) Quando eu fiz o Sinal da Cruz, ele foi embora”, testemunhou o santo, que, a certa altura, já nem sequer estranhava as aparições insistentes do diabo.
São João Maria Vianney passou por esses ataques terríveis porque Deus sabia que ele podia lidar com eles e que essa experiência o fortaleceria no ministério da misericórdia. O apóstolo São Paulo já tinha explicado aos coríntios: “Deus é fiel e não te permitirá ser tentado para além de tuas forças” (1 Cor 10,13).
Satanás precisou apelar para recursos mais extremos porque São João Maria Vianney não se deixava levar pelas tentações diárias “comuns”, aquelas com que estamos todos familiarizados. Mas nem isso deu certo. Em vez de dobrá-lo à sua vontade, Satanás teve de testemunhar a graça de Deus que sustentava o santo sacerdote para permanecer fiel à vontade do Pai até o fim.
Satanás é um terrorista: ele sempre recorre ao medo para se apresentar como mais poderoso que Deus. Ele usa o seu terrorismo para nos paralisar e impedir de espalhar a misericórdia de Deus entre todas as pessoas. Devemos nos impor diante da tirania do mal e, como disse o arcebispo de Rouen, “ser testemunhas de que a violência não vencerá em nosso próprio coração“.
Será que era coincidência que Satanás atacasse São João Maria Vianney com a máxima intensidade justo antes que chegassem à cidade os “grandes pecadores”? Será coincidência que, em nosso tempo, a sua violência tenha se intensificado tanto durante o Jubileu da Misericórdia?
Permaneçamos fiéis a Cristo e “combatamos o bom combate”, comprometendo-nos ainda mais para ser missionários da misericórdia.
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