domingo, 25 de setembro de 2011

Práticas de devoção em Honra de Maria Santíssima: Novenas




Os devotos de Maria celebram com muita atenção e fervor as novenas de suas festividades. E durante elas a Santíssima Virgem lhes dispensa, com muito amor, as graças inúmeras e especialíssimas. Viu um dia Santa Gertrudes, debaixo do manto de Maria, uma multidão de almas que nos dias precedentes tinham se preparado, por meio de devotos exercícios, para celebrar a festa da Assunção. 

São os seguintes os exercícios que se podem praticar nas novenas:


1. Práticas piedosas
a) Fazer oração mental, de manhã e à tarde, e visitar o Santíssimo Sacramento, acrescentando 9 Pai-Nossos e Gloria Patri.


b)Todos os dias visitar alguma imagem da Virgem e então agradecer ao Senhor as mercês que lhe concedeu, e pedir a Maria um favor especial para si mesmo. 


c) Fazer numerosas jaculatórias a Jesus e a Maria. Nada podemos fazer, que seja mais agradável à nossa Mãe, do que amar a seu Filho. Disse-o ela a Santa Brígida: Se queres que eu seja tua devedora, ama a meu Filho Jesus. 

d) Ler, durante um quarto de hora, algum livro que lhe trate das glórias. 


2. Exercícios de penitência. Com a devida licença do confessor, impor-se alguma mortificação exterior, como o cilício, o jejum, a abstinência de frutas à mesa, de comidas mais saborosas. Melhores são, entretanto, durante essas novenas, as mortificações interiores, como abster-se de ver e ouvir curiosidades, entregar-se ao retiro, ao silêncio, à obediência; evitar a impaciência nas respostas, suportar as contrariedades e outras semelhantes. Elas se podem praticar com menor perigo de vanglória, e maior merecimento, dispensando até a licença do diretor espiritual.


3. Exercício mais proveitoso, porém, será tomar, desde o princípio da novena, o propósito de corrigir-se de algum defeito a que se é mais inclinado. Por isso é bom, por ocasião das visitas acima mencionadas, pedir perdão das culpas passadas, renovar o propósito de nunca mais cair, e implorar para esse fim o auxílio de Maria. 


4. O obséquio mais agradável a Maria, entretanto, é imitação de suas virtudes. Assim é bom, em cada novena, propormo-nos alguma virtude especial de Maria, a mais adaptada ao mistério que se celebra. Por exemplo, na festa da Conceição, a pureza de intenção; na festa da Natividade, a renovação do espírito; na Apresentação, o desapego daquilo a que nos sentimos mais presos; na Anunciação, a humildade e o amor dos desprezos; na Visitação, a caridade para com o próximo, fazendo esmolas, ou pelo menos rezando pelos pecadores; na Purificação, a obediência aos superiores; e finalmente, na Assunção, a prática do desapego, fazendo tudo como preparação à morte, e aplicando-nos em viver cada dia como se fosse o último da vida. Desse modo as novenas produzirão grandes resultados. 


5. Muito recomendável é a comunhão frequente, e mesmo diária, durante a novena. Dizia o Padre Ségneri, que não podemos honrar melhor a Maria, do que por meio de Jesus. A Virgem (segundo o Padre Crasset) revelou a uma alma santa que não se lhe pode oferecer coisa mais cara do que a santa comunhão, porque é aí que o Salvador colhe nas almas os frutos de sua Paixão. É claro, pois, que a Santíssima Virgem nada deseja mais de seus devotos, que os ver receber a santa Comunhão. 


6. Finalmente, no dia da festa, depois da comunhão, é preciso oferecermo-nos ao serviço dessa divina Mãe, pedindo-lhe a virtude que nos propusemos na novena, ou alguma outra graça especial. E é bom escolher cada ano, entre as festas da Virgem, uma para a qual nos prepararemos com maior fervor. Nesse dia então de novo nos consagraremos de um modo mais especial ao ser serviço, elegendo-a por Senhora nossa, Advogada e nossa Mãe. Então lhe pediremos perdão das negligências cometidas em seu serviço, durante o ano findo, com a promessa de maior fidelidade para o ano vindouro. Pedir-lhe-emos, finalmente, que nos aceite por servos, e nos alcance uma santa morte.



Fonte: Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, tradução do padre Geraldo Pires, CSSR, 17ª edição, Editora Santuário, Aparecida, SP; págs. 446-448.

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