domingo, 29 de janeiro de 2012

O Matrimônio - Parte I

Breve Tratado do Matrimônio
Padre Jean Viollet


Índice:


Publicaremos hoje:

  • MATRIMÔNIO
  • A PREPARAÇÃO PARA O MATRIMÔNIO
A ESCOLHA
LEIS DO AMOR CONJUGAL
O MATRIMÔNIO ENTRE CRISTÃOS NÃO É UM
SIMPLES CONTRATO, MAS SIM UM SACRAMENTO
DIREITOS E DEVERES RECÍPROCOS DOS ESPOSOS
BOM ENTENDIMENTO CONJUGAL
PATERNIDADE E MATERNIDADE
FILHOS E SUA EDUCAÇÃO
CONCLUSÃO


O Padre Viollet, bem conhecido pelos seus livros sobre a família e a educação, expõe em algumas páginas os princípios e regras do matrimônio cristão. Numa época em que a instituição familiar está sendo muito ultrajada, em que se perdem as referências, esta obra ajudará os jovens que se preparam para o matrimônio, e também os esposos, em conhecerem melhor a grandeza deste estado de vida. O autor não se contenta com relembrar os princípios, mas dá também valiosos conselhos para formar uma família capaz de atravessar todas as dificuldades da vida, uma família fundada sobre um amor verdadeiro, e não sobre o egoísmo.


I – MATRIMÔNIO

1- O chamamento para o matrimônio

Entre as vocações às quais os homens estão chamados pela Providência, o matrimônio é umas das mais elevadas. Pelo matrimônio o homem e a mulher, colaboradores de Deus na procriação dos filhos, são chamados a se santificar mutuamente e recebem, ao mesmo tempo, a missão de formar, pela educação, o coração, a inteligência e a vontade dos filhos que lhe são confiados, até chegar o dia em que os mesmos são finalmente capazes de se conduzir por si próprios.

2- Baseia-se no amor

Porque Deus é amor e porque Ele criou o mundo por amor, quis que seus filhos nascessem do mesmo modo, isto é, pelo amor que une um homem e uma mulher para a vida inteira. Por esta razão, o casamento deve ser considerado com um respeito religioso. Aliás, é consagrado por um sacramento, o sacramento do Matrimônio.

3- Pede longa preparação

Por conseguinte, o homem e a mulher têm de preparar-se antecipadamente e por longo tempo, durante os seus anos de adolescência, para a sublime vocação que fará deles os colaboradores da obra divina. Para preparar-se para isto, o jovem deverá conservar o seu corpo na castidade, aprender a respeitar a mulher, adquirir as qualidades sobre as quais poderá, com toda confiança, repousar o coração da esposa. A jovem deverá ser reservada, cuidar da guarda do seu coração, não procurar as emoções sentimentais sem futuro, mas acostumar-se a missões de devotamento e generosidade, começando no seio da própria família.

4- O que deve ser o amor


O amor não é uma satisfação dos sentidos; também não é um sonho novelesco. É um sentimento forte e profundo, o dom generoso e durável de um só homem para uma só mulher. Exige que cada um dê ao outro o melhor de si mesmo, aplique-se a lutar contra os defeitos que constituem um obstáculo para a harmonia conjugal, conquiste as qualidades e virtudes que enriquecem o amor e lhe dão todo seu valor moral e espiritual. O verdadeiro amor não se confunde, como amiúde acreditam os jovens, com uma beatitude sem mistura. É feito de alegrias e penas, de desenvolvimentos e sacrifícios. Os que pretendem não ter do amor senão suas alegrias, o matam antecipadamente; ao passo que aqueles que aceitam seu fardo e seus cuidados, o garantem contra os egoísmos da paixão e as dificuldades da vida.

5- Origem do amor

O amor conjugal não é uma invenção humana. É querido por Deus. É desvio de seu fim natural não procurar nele mais do que a satisfação dos desejos da paixão, sem fazer por onde gerar filhos e se consagrarem os esposos à sua educação, dando-lhes o melhor de si mesmos.


II - A PREPARAÇÃO PARA O MATRIMÔNIO

1- O valor do amor depende do valor das almas

Se há tantos matrimônios que não perseveram, é porque não foram preparados e porque os que se uniram não tinham compreendido as suas exigências morais e espirituais. É preconceito corrente que o amor aparece e desaparece sem se saber como e sem que seja erro de ninguém. A verdade é inteiramente outra. Se o aparecimento do amor é sempre resultado de um encontro fortuito ou preparado, a sua duração e profundidade dependem do valor das almas e da maneira de como elas se preparam para amar.

2- Os erros dos jovens
Para um jovem, não é preparação para amar multiplicar os prazeres sensuais nos dias da sua adolescência. Tais falsos prazeres, que se pretendem justificar pelo odioso provérbio: “é preciso gozar a juventude”, desenvolvem hábitos de prazer egoísta e sem responsabilidade, que terão por resultado diminuir o respeito devido à esposa e a si próprio. Dando livre curso aos instintos inferiores, os adolescentes diminuem as delicadezas de coração e o controle da vontade. Preparar-se para amar é aprender a respeitar-se a si mesmos e fazer-se respeitar pelo outro sexo; é forjar sua vontade com vista às obrigações futuras; é amar antecipadamente aquela que é ainda desconhecida, por fidelidade antecipada; é conquistar as qualidades de coragem, de lealdade, de domínio de si e de abnegação sobre as quais se apoiará, um dia, o coração da esposa.

3- Os erros das jovens

Para a jovem, preparar-se para amar é habituar seu coração para todas as delicadezas da fidelidade. Provocar e perturbar o sexo forte com jogos de sedução não é aprender a amar; nem multiplicar, pelo namorico, as falsas emoções da sensibilidade; nem sonhar com paixões amorosas irrealizáveis. O coração não vive senão pelo dom de si. Ora, para aprender a devotar-se, a jovem deverá exercitar-se no devotamento sob todas as suas formas. A moça que não souber esquecer-se de si mesma no decorrer de sua adolescência, não o saberá fazer na sua vida familiar.

4- O amor é enriquecimento mútuo

O amor não vive se não for alimentado pelo enriquecimento mútuo do marido pela esposa e da esposa pelo marido. Muitos casamentos falham porque os noivos não possuem as qualidades que teriam enriquecido e feito desabrochar a alma do seu cônjuge.

5- Como se preparar

Por isso, os jovens e as jovens devem aplicar-se em desenvolver ao máximo, durante seus anos de adolescência, as qualidades próprias de cada sexo. O homem deve se forjar uma personalidade forte e corajosa, um julgamento reto, uma consciência leal; conquistar as qualidades que darão à esposa o sentimento de poder se abandonar com confiança à retidão e generosidade de seu marido. A esposa deve desenvolver em si todas as sensibilidades do coração; conquistar as qualidades de dona de casa e se mostrar apta a todos os atos que tornam amável e atraente o lar. Um e outra deveriam preparar-se para bem educar seus filhos, devotando-se durante a sua adolescência, às obras de formação da juventude. 


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