segunda-feira, 6 de julho de 2015

'Apostolados' com intenção de Promoção Própria?

Apostolados, devoções, evangelização com intenção de promoção própria possuem frutos aos olhos de Deus? Santo Afonso de Ligório nos explica exatamente essa questão. Acompanhe o texto - sem acréscimos - do doutor da Igreja. (Grifos nossos). 




Quem ama a Jesus Cristo não tem inveja das grandezas do mundo (...) 


Pureza de intenção

Por Santo Afonso Maria de Ligório¹

"Observemos, portanto, que não basta fazer boas obras, é preciso fazê-las bem. Para que as nossas obras sejam boas e perfeitas é necessário fazê-las com pura intenção de agradar a Deus

Este foi o grande louvor dirigido a Jesus Cristo: 'Fez bem todas as coisas'. Muitas ações, boas em si mesmas, pouco ou nada valerão junto de Deus, porque são feitas para outro fim e não para a glória divina. Dizia Santa Maria Madalena de Pazzi: 'Deus remunera as nossas boas obras segundo a pureza de intenção, quer dizer, quanto mais pura é a nossa intenção, tanto mais o Senhor aceita e recompensa as nossas obras. Mas como é difícil encontrar uma ação feita unicamente para Deus

Conheci um velho e santo religioso que trabalhou muito para Deus e morreu como um santo. Um dia, depois de olhar para a sua vida passada, triste e muito preocupado, me disse: 'Pobre de mim! Exatamente toda as ações de minha vida, não acho nenhuma que tenha feito só para Deus.'

Maldito amor próprio que faz perder todo ou em grande parte o fruto das nossas boas obras! Quantos há que, mesmo nos seus trabalhos mais santos de pregador, confessor, missionário, se cansam, se sacrificam e pouco ou quase nada lucram com isso, porque não têm em vista unicamente a Deus, mas a glória mundanao interesse, a vaidade de aparecer ou, ao menos, a própria inclinação!

'Guardai-vos de fazer vossas boas obras diante dos homens para serdes vistos por eles. Do contrário, não tereis recompensa junto de vosso Pai que está no céu'. Quem age só para contentar seu próprio gosto, já recebe o seu prêmio: 'Em verdade vos digo, já receberam a recompensa', que se compara a um pouco de fumaça ou a uma satisfação que passa depressa e nenhum proveito deixa para a alma. Diz o profeta Ageu que quem trabalha para outro fim, que não o de agradar a Deus, guarda sua recompensa num saco furado, onde nada achará quando for abri-lo. (...)". 

Fonte: 
[1] A Prática do Amor a Jesus Cristo; do Doutor da Igreja S. Afonso Maria de Ligório. Ed. Santuário; Pag 79 a 81.

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