A leitura é o alimento do vosso espírito, que assimila as ideias, as imagens e os relatos, da mesma maneira que o corpo assimila o alimento que toma.
Uma leitura sempre deixa vestígios
Do mesmo modo que a água das fontes conserva um resíduo dos terrenos por onde passou, assim também todo livro que lerdes trará a vossa vida moral um conjunto de impressões e de disposições especiais. “Não há um só de nós, diz Paul Bourget, que, descendo ao fundo da consciência, não reconheça que não teria sido o mesmo se não tivesse lido tal ou tal livro”.
A leitura de um livro piedoso converteu Agostinho e Inácio. Porém muitas vezes também um livro é que tem pervertido tantas almas a principio bem dispostas.
Um psicólogo, Proal, no seu livro “Crimes e suicídios”, escreveu esta frase lapidar: “Os maiores benfeitores e os maiores malfeitores da humanidade são os livros”.
Conselhos de Pe. Marchal sobre a escolha dos livros
Aceitai um conselho, que me move a dar-vos não a autoridade que possa merecer, mas a pouca experiência que já tenho, e, mais ainda, a profunda convicção de vos digo a verdade: Não leias romances, a não ser alguns morais e religiosos, a cuja leitura muito vos persuado, mas que são poucos e, na sua escolha, devereis proceder com suma discrição e prudência, dirigindo-vos por quem, nesse particular, possa orientar-vos.
Detestai, em geral, todas as leituras, banais e fúteis, que seduzem para corromper; que vos falam só das coisas do mundo, e das vaidades terrenas, da vida presente… e nunca das coisas do Céu, das verdades eternas, da vida futura que é o termo de nossa peregrinação no árido deserto desta vida, a infalível realização das esperanças dos justos!
Amai as leituras que vos instruem no bem, que em vosso coração instilam os mais puros sentimentos e nele infiltram as mais puras doutrinas, que vos incitam ao cumprimento de todos os vossos deveres, em ordem a corresponder a vosso fim, que é o fim de toda a criatura humana sobre a Terra: glorificar a Deus nesta vida, cumprindo seus preceitos, para ir glorificá-lo eternamente na outra.
Sondai a influência que tal livro exerce sobre você
Célebres escritores e escritoras confessaram, ao fim, os perigos a que se expuseram, ou de que foram vítimas, por causa das más leituras. Até os autores dos livros mais ímpios e perversos prestaram, por vezes, homenagem à verdade.
Rosseau disse:
“Não olho, sem estremecer, para nenhum dos meus livros: em lugar de instruir, corrompo; em lugar de alimentar, enveneno; mas a paixão desvaira-me e com meus belos discursos não passo de um celerado. Que bondade pode ter um livro que não move seus leitores à prática do bem?”.
Proudhon, Voltaire e muitos outros fizeram em momentos de lucidez e sinceridade não menos preciosas confissões.
Falo-vos a verdade, e a falo junto com respeitabilíssimas autoridades. Os que outra coisa vos disserem, ou se enganam e vos enganam, e, nesse caso, passam a moeda como lhe deram, ou são moedeiros falsos da verdade, lobos com a pele de cordeiros, mentem para enganar-vos!
Trechos extraídos do livro “A formação da donzela”, de Pe. Baeteman e do livro “A Mulher como deveria Sê-lo”, de Pe. Marchal.
Prática: Nunca ler livros suspeitos.
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