1. QUE COISA SÃO
Os dons do Espírito Santo são hábitos sobrenaturais que dão às faculdades da alma tal docilidade que estas obedecem prontamente às inspirações da graça.
A diferença essencial entre as virtudes e os dons deriva da diferente maneira de operarem aquelas e estes: na prática da virtude, a graça nos deixa ativos, sob o influxo da prudência; o uso dos dons, ao invés, quando já chegamos a seu pleno desenvolvimento, requer de nossa parte mais docilidade do que atividade.
Uma comparação: quem pratica a virtude navega a remo; quem goza, ao invés, dos dons navega à vela, com o que anda mais depressa e com menor esforço. Os dons aperfeiçoam as virtudes teologais e morais.
Quais e quantos são esses dons? São sete (Is 11, 2-3): sabedoria, inteligência, ciência, conselho, piedade, fortaleza e temor de Deus.
Deus dá, juntamente com a graça santificante, todos esses dons; dá-os, porém, a cada um em determinada medida. Só a Maria, por assim dizer, os deu sem medida. Passemo-los brevemente em revista.
2. A PLENITUDE DOS DONS EM MARIA
a) O dom de conselho aperfeiçoa a virtude da prudência, fazendo-nos julgar prontamente e com segurança, por uma espécie de intuição sobrenatural, sobre o que convém fazermos, especialmente nos casos difíceis. O objeto próprio do dom de conselho é a boa direção das ações particulares.
Admirável foi esse dom em Maria, que é chamada pela Igreja a “Mãe do Bom Conselho”.
Com efeito, a alma de Maria esteve sempre voltada para Deus, de quem recebia com suma facilidade todas as aspirações, motivo por que a Ela, mais de que a qualquer outro Santo, se podem aplicar as palavras: “Tua proteção será o bom conselho e a prudência te salvará” (Prov 2, 11).
Essa prontidão de Maria em voltar-se para Deus e em receber as divinas iluminações em todas as circunstâncias de sua vida manteve em sua alma uma paz perfeitíssima.
Mas foi especialmente em duas circunstâncias que Maria Santíssima deixou conhecer o modo eminente em que possuía esse dom precioso.
Isto aconteceu, primeiro, em sua apresentação no Templo, quando, por inspiração divina, soube ser coisa agradável a Deus que lhe fosse consagrada, desde a infância, pelo voto de perpétua virgindade.
Em segundo lugar, foi em sua Anunciação, quando, ao ser saudada pelo Anjo como cheia de graça e ao ser pedido o seu consentimento para o cumprimento da Encarnação, se dirigiu ao Núncio celeste para saber dele quais eram as disposições divinas a seu respeito e, conhecidas estas, se ofereceu totalmente, como serva, ao Senhor (LÉPICIER, Il piú bel fiore del Paradiso, pp. 68-69).
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ROSCHINI, Gabrielle M., OSM. Instruções Marianas. Tradução de José Vicente. São Paulo: Edições Paulinas, 1960, pp. 176-181.
ROSCHINI, Gabrielle M., OSM. Instruções Marianas. Tradução de José Vicente. São Paulo: Edições Paulinas, 1960, pp. 176-181.
Fonte: Mulher Católica.org.
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