sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O Estado de tibieza e meios para vencê-la

III. Estado de tibieza



Do que acima se disse deduz-se que o cristão que quiser assegurar sua salvação eterna deverá evitar até as menores faltas, pois esses pequenos regatos tornam-se finalmente em rio caudaloso, no qual a alma miseravelmente se afoga. As faltas repetidas e das quais se não faz caso arrastam a alma pouco a pouco ao estado de tibieza. "Tenho conhecimento de tuas obras e de que não és frio nem quente" (Ap 3,15). 

O Cristão tíbio não ousa voltar as costas por completo a Deus mas também não se incomoda com os pecados veniais, caindo em mil faltas todos os dias, como impaciências, mentiras, murmurações, gulodices, imprecações, apatias, loquacidade, curiosidades, vaidades, apego às honras, boa fama e vontade própria. Não liga importância a estas imperfeições e não pensa em se corrigir delas: "Oh! Antes estivesses frio ou quente, mas porque estás tépido e nem frio, nem quente, começarei a vomitar-te de minha boca", conclui o Senhor. Oh! antes estivesses frio, isto é, em pecado mortal, privado de minha graça, porque sentirias melhor a necessidade de auxílio; mas porque permaneces na tibieza, morno, estás em maior perigo de condenação, aproximando-te cada vez mais, sem te aperceberes, da queda no pecado mortal, da qual dificilmente te erguerás. 

S. Gregório nutre esperanças a respeito de um pecador não convertido; desespera, porém, de uma alma tíbia, que não se importa com sua tibieza. E o motivo está nas palavras do Senhor: "Porque estás morno, começarei a vomitar-te de minha boca". Facilmente se toma uma bebida quente ou fria, não, porém morna, porque esta causa ânsia de vômito. A alma tíbia encontra-se nesse perigo de ser vomitada por Deus, isto é, abandonada por sua graça. Deus retira-se por completo dela, pois causa nojo tomar na boca o que se vomitou. 

Como, porém, começa Deus a vomitar uma alma? Deixando de outorgar-lhe, como dantes, aquelas luzes vivas da fé, aquelas consolações espirituais, aqueles santos desejos, aqueles convites amorosos, aquele gosto sobrenatural que a tornavam fervorosa e generosa; com isso começa a deixar a meditação, a comunhão, as visitas ao SS. Sacramento, as súplicas, ou então continua a praticar esses exercícios, mas com grande contrariedade, desgosto e distração, só para ver-se livre da obrigação, sem devoção nem fervor. Assim começa o Senhor a vomitá-la. 

Ora, como a infeliz então só acha enfado e tédio em seus exercícios de devoção, sem consolação alguma, deixa por fim tudo e cai em pecado mortal. A tibieza, em uma palavra, é uma febre lenta, que apenas se nota, mas que traz irremediavelmente a morte. A alma tíbia nem de longe pensa em se emendar de suas faltas; torna-se mesmo tão insensível aos remorsos que se precipita no abismo sem o pressentir.

VI. Meios contra a tibieza


Mas não haverá então para mim nenhuma esperança mais de salvação? perguntar-me-á uma infeliz alma que se acha no estado de tibieza. Segundo o que foi dito ser-me-á, se não de todo, ao menos quase impossível livrar-me desta miséria. Ouve o que te diz o Senhor: "O que é impossível aos homens, é possível a Deus" (Lc 18,27). Quem reza e emprega os meios necessários, alcança tudo. E que meios são esses? 

1. Se se trata de faltas irrefletidas, de pura fragilidade não causam, no princípio, grande dano, contanto que sejam detestadas com humildade. Deve-se, contudo, notar que há uma dupla humildade a respeito das faltas cometidas: uma santa, provinda de Deus, e uma desregrada, oriunda do demônio. 

A humildade santa é aquela em virtude da qual a alma conhece suas imperfeições, envergonha-se de as haver cometido, confessa o seu nada diante de Deus, arrepende-se e detesta suas faltas, conservando-se, contudo, sempre em paz. Não perde a coragem, nem se inquieta à vista de sua miséria, mas redobra de fervor, confiada em Deus, procurando reparar por suas boas obras e fidelidade no serviço do Senhor as faltas cometidas.

A falsa humildade, porém, é a que perturba a alma, enche-a de inquietação e desconfiança, tornando-a fraca e, por assim dizer, incapaz de qualquer boa obra. 

Ouçamos o que diz S. Teresa a esse respeito: "Se bem que a verdadeira humildade leve a alma a conhecer sua miséria, não causa com isso nem pertubação nem inquietação do coração, antes o consola. Ela torna o coração pesaroso por causa da ofensa cometida contra Deus, mas o dilata também para confiar na sua misericórdia. A alma nesse caso tem bastante luz para se envergonhar de si mesma, de um lado, e doutro para louvar a Deus que por tanto tempo a suportou. A humildade que provém do demônio priva a alma da luz para todo o bem e parece-lhe que Deus leva tudo a fogo e a ferro. É esta uma das mais finas astúcias do demônio." 

Quanto, pois, a essas faltas, inevitáveis em consideração da fraqueza humana, diz muito bem S. Bernardo, que, assim como a negligência é repreensível a seu respeito, não o é menos um grande temor. Devemos detestar esses pecados, mas não perder por isso a coragem, já que o Senhor facilmente os perdoa. "Sete vezes cai o justo, mas torna a levantar" (Prov 24,16). Quem cai por fraqueza, facilmente se levanta. S. Francisco de Sales diz que do mesmo modo como são cometidas despercebidamente as faltas, assim também, se se notar, são reparadas. S. Tomás já dissera o mesmo, ensinando que tais pecados são perdoados indiretamente, quando a alma com fervor, se eleva até Deus, por atos de amor, de submissão, de oferta, etc., que uma alma devota costuma fazer. 

A remissão de tais pecados veniais, é feita por meio dos sacramentos, como nota o doutor angélico; por exemplo, pela recitação do Padre-nosso, pela confissão espiritual, pelo bater no peito, pela bênção de um Bispo, pela água benta, pela oração numa igreja consagrada, etc. Em especial é um efeito dos santos sacramentos e mui particular da santa comunhão, da qual diz S. Bernardino de Sena: A alma, pela comunhão, pode ser levada a uma tão grande devoção, que esta a purifica de todos os pecados veniais. 

2. Se tivermos a infelicidade de cometer alguma vez pecados veniais inteiramente deliberados, não devemos por isso perder a coragem e nos perturbar. Cuidemos então em remediar o mal imediatamente pelo arrependimento e renovação do bom propósito. Se essa desgraça se der muitas vezes, outras tantas vezes devemos nos arrepender e renovar o propósito, confiados em Deus: ele sem dúvida livrará finalmente a alma de tais faltas deliberadas, se ela continuar a agir desta forma. 

Fazer-se santo não é obra de um dia, diz S. Filipe Néri. Quem não abandonar o caminho da perfeição, uma vez encetado, não desespere, que a seu tempo chegará ao termo. Deus permite algumas vezes que caiamos em tais faltas para que fiquemos conscientes de nossa fraqueza e dos crimes que cometeríamos se ele não estendesse sobre nós sua mão poderosa. Essas faltas, ainda que premeditadas, não nos prejudicam muito, se forem raras e, em todo caso, não ocasionam a nossa perdição. 

3. As faltas porém, que facilmente nos arrastam à perdição são as que se cometem com deliberação, e, ao mesmo tempo, por hábito. Ora, isso dá-se especialmente quando nascem de uma paixão ou são filhas da tibieza, isto é, quando não fazemos conta delas, não nos arrependemos, nem nos emendamos. Indiquemos, contudo, os meios para uma alma sair desse triste estado de tibieza:

I. O Primeiro meio é um sério desejo de sair desse estado. Não se tendo esse desejo, deve-se pedi-lo a Deus, confiando na sua promessa: Pedi e recebereis. Enganam-se alguns pensando que Deus não quer que todos se tornem santos. S. Paulo afirma o contrário: "Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação" (1 Tess 4,3). Deus quer, pois, que todos se façam santos, mas cada um nos eu estado: o religioso como religioso, o leigo como leigo, o sacerdote como sacerdote, o casado como casado, o negociante como negociante o soldado como soldado e assim por diante. 

Se desejamos seriamente nos tornar santos, nem nossos pecados antigos nos poderão impedir. Nada posso, diz o pecador a si mesmo, mas final tenho de tratar com Deus, que é infinitamente bom e poderoso. Ora, ele quer que eu tenda à santidade e oferece os meios para isso; logo posso fazer-me santo, não por minha própria força, mas pela graça de Deus que me fortifica: "Tudo posso naquele que me conforta" (Filip 4,13). 

II. O segundo meio é a resolução de se dar inteiramente a Deus. Muitos são os chamados à perfeição, sentem-se convidados pela graça e a ela aspirar e desejam mesmo atingi-la, mas porque não tem energia, nunca chegam a abandonar seu modo de viver, tíbio e imperfeito. Não basta o desejo da perfeição, é preciso ter também a firme resolução de alcançá-la, custe o que custar.

Quantas almas não se contentam só com o desejo, sem nunca dar um só passo nas vias do Senhor? S. Teresa diz: O Senhor só deseja de nossa parte uma resolução decidida, o resto ele mesmo faz. O demônio não teme as almas irresolutas (Fund. 28). A oração mental nos deve levar a empregar os meios que conduzem à perfeição. Alguns se dão a longas meditações e nunca chegam a uma séria resolução. A esse respeito escreve a mesma Santa: eu aprecio mais uma oração curta, que produz grandes resultados, a uma outra de anos, mas que não leva a alma a praticar coisa alguma digna de Deus. 

a) Devemos nos resolver antes de tudo, a empregar todos os nossos esforços para nunca cometermos um só pecado premeditado, por menor que seja, ainda que nos custe a vida. É verdade que todos os nossos esforços, sem a assistência de Deus, são insuficientes para vencermos as tentações, mas Deus quer que nos violentemos, pois só assim nos auxiliará com sua graça, socorrerá a nossa fraqueza e nos dará a vitória. 

Essa resolução enérgica nos desembaraça dos impedimentos de nosso adiantamento e nos incute grande coragem, já que nos dá a certeza de estarmos na graça de Deus. "A certeza mais absoluta possível, aqui na terra, de que estamos na graça de Deus, diz S. Francisco de Sales, não consiste nos sentimentos de amor para com Deus, mas na entrega perfeita e irrevogável de todo o nosso ser em suas mãos e na resolução firme de nunca consentir em um pecado, quer mortal, quer venial."

É de notar, porém, que uma consciência delicada é mui diferente de uma consciência escrupulosa e perplexa. Delicadeza de consciência é indispensável para se fazer santo; ansiedade é uma falta e impedimento. Deves, pois, obedecer a teu diretor espiritual e vencer os escrúpulos, que não são outra coisa senão temores vãos. 

b) Devemos também nos decidir a sempre escolher o melhor e não só o que é simplesmente agradável a Deus, mas sim o que lhe agrada mais e aí nunca devemos fazer restrições. S. Francisco de Sales diz: Devemos começar com uma resolução firme e constante, protestando que queremos, para o futuro, amar a Deus sem reserva. Essa resolução devemos então renová-la sempre (Amor de Deus, c. 12,8). 

S. André Avelino fez o voto de progredir cada dia na perfeição. Quem quiser se santificar não precisa propriamente a isso se obrigar por voto, basta que procure cada dia dar um passo adiante no caminho da perfeição. S. Lourenço Justiniano escreve: Quem uma vez começou a trilhar de todo o coração o caminho da perfeição, sente um desejo contínuo de se adiantar nele, desejo esse que vai crescendo a medida que se adianta na perfeição, visto que cada dia lhe traz mais luz e assim julga que ainda não possui virtude alguma e nenhum bem, e mesmo, quando vê claramente que praticou algum bem, parece-lhe isso tão imperfeito que não lhe dá valor. Daí procede seu contínuo esforço para alcançar a perfeição sem esmorecimento de espécie alguma. 

c) Finalmente, devemos pôr em pronta execução as resoluções tomadas e não esperar até ao outro dia, pois quem sabe se mais tare teremos tempo e vontade para isso? O Espírito Santo nos admoesta: "Tudo o que puder fazer tua mão, executa-o imediatamente, porque no sepulcro, do qual te aproximas, não há lugar nem para a razão, nem para a sabedoria, nem para a ciência" (Ecle 9,10). Isto quer dizer que então não há mais tempo para agir, nem ocasião de merecer; nenhuma sabedoria para se praticar o bem, nenhuma ciência ou experiência para nos aconselhar; depois da morte, o que se fez está feito. Eu o disse: agora eu começo" (Sl 76,11).

S. Carlos Borromeu repetia muitas vezes as palavras: Hoje eu começo a servir o Senhor. Nós também devemos dizer o mesmo, como se nada de bom tivéssemos até agora feito. E, realmente, que fizemos por Deus, se só cumprimos com o nosso dever? Não olhemos para o que fazem os outros ou para o modo por que o fazem, pois pequeno, em verdade, é o número dos que se tornam santos. Renovemos cada dia o propósito de começar a viver só para Deus. "Perfeito é só aquilo que é único em sua espécie", diz S. Bernardo. Se quisermos seguir a maioria dos homens, ficaremos imperfeitos como eles mesmos.

III. O terceiro meio para sair da tibieza é a oração mental. "A meditação põe em ordem as inclinações de nossa alma e dirige nossas ações para Deus, diz S. Bernardo; sem ela nossas tendências se voltam para a terra e nossas ações se dirigem conforme as mesmas e tudo cai em desordem". Quem não pratica a oração mental desata o laço que o prende a Deus, dizia S. Catarina de Bolonha. Não é difícil ao demônio, nesse caso, induzir uma pessoa que ele acha tão fria no amor de Deus a provar alguma fruta proibida. S. Teresa escreve (Vida, c. 8): "Se alguém perseverar na oração, ainda que o demônio induza a cometer muitos pecados, o Senhor não deixará de reconduzi-lo ao porto da salvação". "Quem não ficar parado no caminho da oração, chegará certamente ao fim, ainda que talvez mui tarde", diz ela noutro lugar.

Quanto ao assunto das meditações, nada há mais útil que meditar sobre os novíssimos, a morte, o juízo, o inferno e o céu. Mui útil é a meditação da morte, representando-nos em nosso leito mortuário, tendo o crucifixo na mão, e às portas da eternidade.

Para quem ama a Jesus Cristo e deseja crescer sempre em seu amor, o objeto mais apropriado à meditação é a paixão do divino Salvador. Segundo S. Francisco de Sales o calvário é o monte dos amantes. Todos os verdadeiros amigos de Jesus vivem continuamente nesse monte, onde não se respira outro ar que o do amor divino. À vista de Deus morrendo por nós, por nosso amor, é impossível que ele não seja amado ardentemente. Das chagas de nosso Salvador crucificado partem continuamente setas de amor, que ferem até corações de pedra. Feliz daquele que se detém continuamente no monte Calvário. Ó bem aventurado, ó amável, ó caro monte! Quem te abandonará jamais, ó monte que lanças fogo e abrasas as almas que moram em ti!

IV. O quarto meio para sair da tibieza é a recepção assídua da santa comunhão. A coisa mais agradável a Jesus Cristo que uma alma pode fazer é recebê-lo muitas vezes na santa comunhão. "Para se alcançar a perfeição não há meio melhor que comungar a miúdo", diz S. Teresa. O Senhor ajuda poderosamente a uma tal alma a alcançar a perfeição. Essa mesma santa era de opinião que regularmente as pessoas que comungam repetidas vezes se adiantam muito mais na perfeição e que maior é a observância regular nos conventos onde se recebe mais a miúdo a santa comunhão. Segundo S. Bernardo (In Coena Dom., s. 1), a santa comunhão reprime os movimentos da cólera e da incontinência, as duas paixões que nos assaltam mais frequente e violentamente. Conforme S. Tomás (III, q. 29, a; 6), ela afugenta as tentações do demônio. S. Crisóstomo diz que a santa comunhão cria em nós uma forte propensão à virtude e uma grande prontidão em praticá-la, procurando-nos ao mesmo tempo uma grande paz, tornando-nos fácil e deleitável o caminho da perfeição. Não há sacramento que tanto abrase a s almas do amor divino como a eucaristia, na qual Jesus Cristo em pessoa se nos dá todo para unir-nos a ele por meio de seu amor. Por isso dizia o venerável João Ávila: Quem desviar as almas da comunhão frequente faz o ofício do demônio. Este realmente tem um ódio imenso a esse sacramento, do qual tiram as almas tanta força para progredir no amor de Deus. Mas meu confessor não me diz que devo comungar mais vezes, replicas. Se ele não te diz, pede-lhe permissão; e se ele te negar, obedece, mas não deixes de pedir. - E isso não será orgulho? - Seria vaidade se quisesses comungar contra a vontade de teu confessor, mas não o é se o pedires humildemente licença. Este pão divino exige fome. Jesus Cristo quer ser despejado, quer ardentemente que tenhamos sede dele, diz um pio escritor. O pensamento: hoje comunguei ou amanhã receberei a comunhão, torna a alma mui cuidadosa em evitar as faltas e cumprir a vontade de Deus.

V. O quinto e o mais importante meio para se libertar da tibieza é a oração. Concedendo-nos esse meio, Deus no dá a conhecer o grande amor que nos tem. Que maior prova de amor se poderá dar a um amigo, que dize-lhe: Pede-me o que quiseres, que eu to darei? Pois assim diz-nos o Senhor: "Pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis." (Mt 7,7). A oração é, portanto, todo poderosa junto de Deus, e nos alcança todos os bens. Quem reza, recebe do Senhor tudo o que deseja. Mui belas são as palavras de David: "Bendito seja Deus, que não recusa minha oração, nem me subtrai a sua misericórdia" (Sl 65,20).

Se somos pobres em bens espirituais, queixemo-nos unicamente de nós mesmos. Que compaixão merece um mendigo que, podendo ser provido de tudo por um rico senhor, quisesse ficar na sua miséria, somente para não se ver na necessidade de pedir? "Deus é rico para todos que o invocam" (Rom 10,11). Quando orarmos a Deus lembremo-nos também em nos recomendar a SS. Virgem, a distribuidora de todas as graças. "Deus nos dispensa suas graças, mas pelas mãos de Maria", diz S. Bernardo. Busquemos a graça, mas busquemo-la por intermédio de Maria, pois o que ela busca, encontra,  e não pode ser desatendida". Se Maria pedir por nós, estaremos seguros, porque todas as suas súplicas são atendidas.

VI. O Sexto meio é combater as nossas paixões e, em especial a paixão dominante. Mas disso trataremos num capítulo próprio.

FonteEscola da Perfeição Cristã - Santo Afonso Maria de Ligório. Cap. IV.

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