sexta-feira, 15 de julho de 2016

A PRUDENCIA NO JULGAMENTO

A dureza é má conselheira. Sempre tira conclusões exageradas de qualquer coisa que se diz. Sempre interpreta as palavras dos outros em seu sentido mais duro. Por exemplo, há pessoas que dizem: “O Papa disse tal coisa, portanto é um herege, e, portanto, não é mais Papa ...” Esse é um raciocínio simplista; basta tirar uma frase de seu contexto para concluir: “É um herege“.
Para ser um herege deve ser persistente no erro e não basta ter proferido uma frase herética. Por exemplo, sobre o tema da Santíssima Trindade – tema que é muito difícil – todos nós podemos nos equivocar, expressando de forma incorreta e dizer algo que não seja muito ortodoxo. Se alguém nos assinala, o corrigimos. Mas quão terrível seria se alguém nos acusasse em seguida de heresia e excomunhão
Alguns não hesitam em tirar conclusões incríveis: “Esse disse tal frase, por isso é um liberal, com certeza é um maçom; portanto é excomungado … “Com tais argumentos todo mundo seria maçom!
É muito perigoso se deixar levar por conclusões precipitadas. Em relação ao Papa, às vezes você ouve dizer: “Ele assinou o documento sobre a liberdade religiosa e esse decreto é herético, de modo que o Papa é um herege e não é mais Papa ...” Em primeiro lugar você deveria estudar de uma forma muito exata se esse documento é herético; em seguida, perguntar se o Papa estava perfeitamente consciente do que ele assinou. Sabe-se que ele mesmo fez adicionar algumas pequenas frases para dizer: “O decreto de liberdade religiosa está conforme a Tradição“. É claro que isso não é verdade, mas ele acreditava dessa forma em seu pensamento. Dessa forma não se pode ter conclusões muito rapidamente, porque as consequências seriam muito graves.
Alguns dizem: “Não há Papa”, de modo que os cardeais que foram nomeados não o são, e quando esses mesmo elegem um novo Papa, ele não o será porque os Cardeais também não o são…. Onde irão parar? Quem vai nomear o próximo Papa? A Providencia? Sim, mas a Providência se utiliza dos homens. É entrar em um buraco negro. É aí onde vai parar as conclusões precipitadas.
Não é de estranhar que os fiéis saiam para outras partes. Eles são incitados a buscar uma autoridade e acabam nas seitas, rompendo completamente com a Igreja.
Temos que ter muito cuidado e ser muito prudentes antes de afirmar algo. Aqueles que falam assim, lhes falta o espírito de caridade e, consequentemente, o realismo. São idealistas e pensadores especulativos.
Monsenhor Marcel Lefebvre
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