Inegavelmente foi a alma de Maria a mais bela que Deus criou. Depois da Encarnação do Verbo foi esta a obra mais formosa e mais digna de si, feita pelo Onipotente neste mundo. Uma maravilha enfim que só é excedida pelo próprio Criador, como diz Nicolau monge.
Por isso não desceu a graça em Maria, gota a gota como nos outros santos. Desceu ao contrário tal como, “a chuva sobre o velo”. Semelhante à lã do velo sorveu a Virgem com alegria toda a grande chuva da graça, sem perder uma só gota.
Era-lhe, pois lícito exclamar:
“Na plenitude dos santos está minha morada”
Isto significa, conforme a explicação de São Boaventura:
“Possui em sua plenitude o que só em parte possuem os outros santos”
E São Vicente Ferreri, referindo-se particularmente à santidade de Maria, antes de seu nascimento, diz que excedeu a de todos os anjos e santos.
A graça que adornou a Santíssima Virgem sobrepujou não só a de cada um em particular, mas a de todos os santos reunidos, como prova o doutíssimo padre Francisco Pepe, jesuíta, em sua bela obra das Grandezas de Jesus e de Maria.
Nela afirma que essa tão gloriosa opinião para nossa Rainha é hoje em dia comum e certa entre os teólogos modernos, como Cartagena, Suarez, Spinelli, Recupito, Guerra e outros. Todos examinaram a questão ex professo, coisa que não haviam feito os doutores antigos.
Conta Pepe que a Mãe de Deus agradeceu a Suarez, por meio do padre Guttierez, o haver defendido com tanto valor essa probabilíssima sentença. Em seu Devoto de Maria atesta Segneri que essa proposição é sustentada pela comum opinião da escola de Salamanca.
Ora, se esta é comum e certa, muito provável é também esta outra sentença: Maria, desde o primeiro instante de sua Conceição Imaculada, recebeu uma graça superior à de todos os anjos e santos juntos. Suarez defende-a com energia, sendo nisso acompanhado por Spinelli, Recupito e Colombière.
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