Por ventura rezo o meu terço todos os dias, salvo impedimento absoluto? Os meus ócios, consagro-os eu, de tempos em tempos, à reza do terço?
Vemos às vezes no comboio pessoas que passam discretamente o terço. E eu sinto tal piedade? Como é que eu rezo o meu terço? Duma maneira negligente, de braços caídos, com os olhos distraídos?
Quanto tempo consagro ao terço?
Alguém prentederá talvez rezá-lo em oito minutos porque tem a língua muito solta. Mas um terço representa cinquenta Ave-Marias e cinto Pater, cinco Glórias. Supõe-se que há meditação. E tudo isso se vai fazer em oito minutos? ...
Não somente rezemos o terço, mas rezemo-lo bem.
Quando morrermos, que é que nos colocarão nas mãos? Os nossos dedos apalparam tantas coisas! De todas elas conservam só duas. O crucifixo se colocará simplesmente entre os nossos dedos. Mas enrolar-se-á o terço à volta delas como que prendendo-as com uma doce cadeia de amor, de sorte que, mortos, parecemos rezar ainda com fervor o nosso terço... Que bom será um dia para nós termos rezado fielmente o terço!Batei e abrir-se-vos-á.
Terei eu batido à porta!
Terei gritado: "Mãe! Mãe! Socorro!"
Cinquenta vezes por dia terei tocado o sino da misericórdia de Maria.
Cinquenta vezes por dia, terei suplicado: "Rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte."
Mãe, lembrai-vos!
(Excertos do livro: Em face do dever - Volume II, pelo Pe. G. Hoornaet, S.J, traduzido por Pe. M. da Costa Maia, o original que serviu para esta tradução é o da 1ª Edição francesa que tem por título: "Face au Devoir", livraria Cruz, Braga, 1954)
quarta-feira, 28 de dezembro de 2022
O terço - Exame de consciência
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