Considerai o amor com que Jesus tanto sofreu neste mundo, e particularmente no Jardim das Oliveiras e no Calvário. Este amor vos contemplava e por todas as suas feridas, chagas e fadigas obtinha de Deus Pai, boas resoluções e santos protestos para o vosso coração e tudo quanto vos era necessário para conservardes e fortificardes estas resoluções. Oh! resoluções, quão preciosas sois por serdes o fruto da paixão do meu Salvador!
Oh! quanto vos deve amar a minha alma pois tão caras sois ao meu Jesus! Oh! Salvador da minha alma, vós morrestes para me adquirirdes resoluções; fazei-me pois a graça de antes morrer do que perdê-las.
Pensai bem nisto alma fiel; é certo que na árvore da Cruz o Coração de Jesus via o vosso e amava-o e por este amor obtinha-lhe todos os bens que tendes tido e tereis, e entre outros, as santas resoluções. Sim, alma piedosa, podemos todos dizer com Jeremias: "Antes que eu existisse já para mim olhavas e me chamavas pelo meu nome". Imaginai a diferença que há entre os que gozam a luz do sol e os que só têm a de uma lâmpada. Não se invejam uns aos outros, os primeiros, porque sabem que a primeira é bastante para todos e o gozo de uma não impede o gozo da outra, e embora todos a possam em geral reconhecer, nenhum deixa de possuir em particular. Mas. enquanto aos segundos, que estão à luz da lâmpada, como ela é fraca e insuficiente para muitos, cada qual a quer ter em seu quarto e tem inveja dos outros.
A bondade da coisa humana é tão vil e desprezível, que quando se goza é preciso que outro dela se prive; e a amizade humana é tão limitada e enferma, que, ao passo que se comunica a uns, diminui para outros; eis porque temos inveja quando há aí companheiros e rivais.
A bondade da coisa humana é tão vil e desprezível, que quando se goza é preciso que outro dela se prive; e a amizade humana é tão limitada e enferma, que, ao passo que se comunica a uns, diminui para outros; eis porque temos inveja quando há aí companheiros e rivais.
O coração de Deus é tão abundante em amor, a sua bondade é tão fortemente infinita, que todos a podem possuir sem que por isso cada um a possua menos, não se podendo esgotar essa infinidade, embora enchesse todos os espíritos do universo; porque apesar de tudo encher, fica sempre intacta, sem diminuição alguma. O sol não brilha para uma rosa no meio de mil flores mais do que se brilhasse para ela só. E Deus não espalha menos amor sobre uma alma, por o espalhar por uma infinidade delas, pois não diminui a força do amor em virtude da multidão dos raios que se espalham, mas ficando sempre cheios da sua imensidade.
Ah! meu Deus, como deveríamos gravar estas palavras profundamente na memória. "É possível que eu tenha sido tão ternamente amado pelo meu Salvador, que quisesse pensar particularmente em mim e nas pequenas circunstâncias pelas quais me atraiu a si?" Quanto não devemos pois amá-lo e empregar isto tudo em nosso proveito! Que coisa mais doce haverá do que este pensamento: O coração amável do meu Deus pensava na minha alma, amava-á e procurava-lhe mil meios de salvação, como se não tivesse mais do que esta alma no mundo! Assim como o sol, iluminando um lugar da terra, brilha tanto como só este iluminasse, do mesmo modo Nosso Senhor pensava e trabalhava por todos os seus caros filhos de forma que pensava em cada um deles como se não tivesse mais nenhum em que cuidar. "Amou-me, diz São Paulo, e entregou-se por mim": como se dissera: Por mim só e como se nada tivesse a fazer pelos outros homens. Isto, além de fácil, deve ser gravado em nosso coração para bem amar e conservar amorosas resoluções que tão preciosas foram ao Salvador. Deus é pois bom para vós, não é assim? mas para quem o não é este soberano amor do coração? Os que o gozam nunca se saciam e os que dele se aproximam, não podem conter sem o louvar e bendizer sempre. Depois de terdes feito estas tocantes considerações, deveis ler e reler e proferir com o coração e com a boca estas ardentes palavras de São Paulo, Santo Agostinho, Santa Catarina de Sena e outros: "Não, eu já não sou meu; embora viva ou morra, sou do meu Salvador. Já nada me pertence, tudo o que possuo é de Jesus.
Ah! meu Deus, como deveríamos gravar estas palavras profundamente na memória. "É possível que eu tenha sido tão ternamente amado pelo meu Salvador, que quisesse pensar particularmente em mim e nas pequenas circunstâncias pelas quais me atraiu a si?" Quanto não devemos pois amá-lo e empregar isto tudo em nosso proveito! Que coisa mais doce haverá do que este pensamento: O coração amável do meu Deus pensava na minha alma, amava-á e procurava-lhe mil meios de salvação, como se não tivesse mais do que esta alma no mundo! Assim como o sol, iluminando um lugar da terra, brilha tanto como só este iluminasse, do mesmo modo Nosso Senhor pensava e trabalhava por todos os seus caros filhos de forma que pensava em cada um deles como se não tivesse mais nenhum em que cuidar. "Amou-me, diz São Paulo, e entregou-se por mim": como se dissera: Por mim só e como se nada tivesse a fazer pelos outros homens. Isto, além de fácil, deve ser gravado em nosso coração para bem amar e conservar amorosas resoluções que tão preciosas foram ao Salvador. Deus é pois bom para vós, não é assim? mas para quem o não é este soberano amor do coração? Os que o gozam nunca se saciam e os que dele se aproximam, não podem conter sem o louvar e bendizer sempre. Depois de terdes feito estas tocantes considerações, deveis ler e reler e proferir com o coração e com a boca estas ardentes palavras de São Paulo, Santo Agostinho, Santa Catarina de Sena e outros: "Não, eu já não sou meu; embora viva ou morra, sou do meu Salvador. Já nada me pertence, tudo o que possuo é de Jesus.
Ó mundo, tu tens sido sempre o mesmo e eu até agora tinha-me possuído; mas d'ora avante não serei mais meu". Não; nós não seremos mais nossos, porque mudaremos o coração, e o mundo que nos enganou, será por nós enganado, porque antevendo a nossa mudança senão a pouco e pouco, suporá que somos Esaús e nós seremos Jacó.
É
preciso que estes sentimentos se gravem profundamente nos nossos corações
e que fazendo as nossas meditações e orações, passemos docemente às nossas
ocupações com medo que se derrame e perca o licor das santas resoluções;
porque é preciso que ele penetre e banhe todas as partes da nossa alma, e isto
sem esforço do corpo e do espírito.
Pensamentos Consoladores
São Francisco de Sales
e que fazendo as nossas meditações e orações, passemos docemente às nossas
ocupações com medo que se derrame e perca o licor das santas resoluções;
porque é preciso que ele penetre e banhe todas as partes da nossa alma, e isto
sem esforço do corpo e do espírito.
Pensamentos Consoladores
São Francisco de Sales
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