terça-feira, 17 de julho de 2018

Catecismo Ilustrado - Parte 43 - 5º Mandamento de Deus: Não matar (continuação)



Catecismo Ilustrado - Parte 43

Os Mandamentos

5º Mandamento de Deus (continuação): Não matar

1. O quinto mandamento ordena: 1º perdoar aos nossos inimigos; 2º fazer-lhes todo o bem que podemos; 3º fazer bem aos necessitados.

2. A primeira obrigação para com os inimigos é a de perdoar-lhes as injúrias por amor de Deus. Devemos amar os inimigos, porque são filhos de Jesus Cristo, que quer que os amemos por repeito d’Ele, e o sinal mais luminoso deste amor é o perdoar-lhes voluntariamente.

3. Nosso Senhor inculca tanto o perdão das injúrias no Evangelho, porque o desejo da vingança está demasiadamente arreigado no coração do homem.

4. O que torna fácil o perdão das injúrias é: 1º olhar não a quem ofende, mas a Deus que permite a ofensa para nosso bem; 2º as vantagens que resultam de perdoar; 3º os incômodos que nascem da vingança.

5. As vantagens de perdoar são: 1º perdoar-nos Deus os nossos pecados; 2º adquirimos um grande merecimento para com Deus. Os incômodos que nascem da vingança são contínuos remorsos, gravíssimas agitações do espírito e grande número de pecados.

6. Os remédios contra a vingança e o ódio são: o exemplo de Jesus Cristo e a meditação da morte e do juízo, no qual cada um será tratado, como ele tratou o seu semelhante.

7. Ouçamos Nosso Senhor no Evangelho: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão de cretino, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser louco, será réu do fogo do inferno.

Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto
 não pagares o último centavo”. (Mat V, 21)
E noutra passagem: “Então Pedro, aproximando-se dele, disse: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?” Jesus lhe disse: “Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete. Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; e, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o Senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele, sufocava-o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois, os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste.
Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas”. (Mat. XVIII, 21-35)

Explicação da gravura


1º Santo Estêvão perdoando aos seus verdugos, e 2º reconciliação de Jacob e Esaú; 3º são Cipriano manda dar dinheiro aos que hão-de martirizar.



Índice das sessenta e oito gravuras

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