Catecismo Ilustrado - Parte 32
Os Mandamentos
2º Mandamento de Deus: Não invocar o Santo Nome de Deus em vão
1. Deus, neste mandamento, manda-nos honrar o Seu
santo nome e proíbe-nos que o profanemos.
2. Podemos honrar o santo Nome de Deus de três
modos: pronunciando-O com veneração e respeito, louvando-O, e invocando-O nas
nossas aflições.
3. Profana-se o santo nome de Deus de cinco modos:
1º pela irreverência; 2º pelos maus juramentos; 3º pela blasfêmia; 4º rogando
pragas; 5º quebrando os votos.
4. O nome de Deus significa aqui a omnipotente e
sempiterna majestade de Deus uno e trino, o próprio Deus.
5. Peca-se por irreverência ao santo nome de Deus
quando se pronuncia sem respeito ou com desprezo.
6. Jurar é tomar Deus por testemunha do que se
afirma ou promete.
7. Quando se jura pelas criaturas, também se toma a
Deus por testemunha, porque, como as criaturas são obra de Deus, de certo modo
jura-se por Deus, quando se jura pelas suas criaturas.
8. Há duas espécies de juramento, o afirmativo e o
promissório. Afirmativo é quando tomamos a Deus por testemunha para confirmar
um fato presente ou passado. Promissório, quando prometemos com juramento;
fazer ou não fazer uma coisa.
9. Este mandamento não proíbe toda a casta de
juramento; somente proíbe o jurar em vão.
10. Juramos em vão quando faltamos aos juramentos
ou à verdade, ou à justiça, ou ao juízo.
11. Faltamos à verdade nos nossos juramentos,
quando sabemos que é falso, ou ao menos duvidamos se é falso isso que juramos.
Aqueles que juram sem intenção de cumprir o que prometem, também juram sem
verdade, porque mentem, fazendo crer que têm intenção de cumprir o que
prometem, e não têm.
12. Juramos sem justiça quando se juram coisas
injustas e más. Quando juramos fazer uma coisa má não estamos obrigados a
cumprir o juramento; antes, se o cumpríssemos, faríamos um novo pecado.
13. Falta aos nossos juramentos a seriedade, quando
juramos sem que haja necessidade de jurar, ou por coisas vãs e inúteis.
14. O crime de quem jura falso chama-se perjúrio, e
o que jura falso chama-se perjuro.
15. As pragas são uma espécie de juramento, se
invocamos o nome de Deus, ou clara, ou indiretamente; de outro modo não o são;
mas rogar pragas é sempre pecado, porque as pragas são imprecações sempre
contrárias à caridade.
16. O juramento falso é um grande pecado, porque
jurando assim fazemos a Deus uma injúria gravíssima, tomando-o por testemunha
duma mentira.
17. Fazer juramentos é permitido nas circunstâncias
graves, como quando formos chamados à Justiça. Então o juramento deve fazer-se
com profundo respeito, isto é, com intenção de honrar a Deus como sendo a mesma
verdade.
18. Quando prometemos alguma coisa com juramento,
estamos duplamente obrigados por justiça, porque é um dever de justiça cumprir
o prometido; estamos obrigados por religião, porque é um dever de religião
cumprir o que foi prometido com juramento.
Explicação da gravura
19. A parte superior representa São Pedro no pátio
de Caifás, negando a Jesus diante dos soldados e dos criados, afirmando com
juramento que não conhecia aquele homem.
20. A parte inferior direita representa Esaú
jurando em vão sem necessidade, e cedendo assim o seu direito de primogênito (o
morgado) a Jacob por um prato de lentilhas que este tinha guisado.
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