segunda-feira, 11 de novembro de 2024

O recurso espiritual que São Maximiliano Kolbe usava para levar almas a Cristo

 Maksymilian Kolbe ubrany w więzienny pasiak w obozie KL Auschwitz

São Maximiliano Kolbe chamava a Medalha Milagrosa de "bala" e a utilizava como arma espiritual

Muitos santos tinham sua oração favorita para pedir a graça de Deus para converter uma alma rebelde. Neste sentido, a Medalha Milagrosa era a arma espiritual preferida de São Maximiliano Kolbe.

Ele ficou convencido da influência espiritual da Medalha Milagrosa quando ouviu a história de Marie-Alphonse Ratisbonne.

Ratisbonne recebeu uma Medalha Milagrosa de um católico convertido. Embora a princípio Ratisbonne tenha protestado por usar a medalha, ele decidiu colocá-la no pescoço e rezar o Memorare todos os dias. Ele imaginou que isso não faria nenhum mal e provaria a todos a natureza ridícula do catolicismo.

Um dia, quando Ratisbonne entrou em uma igreja, o edifício parecia estar envolvido por uma luz maravilhosa. Ele olhou para um altar de onde vinha a luz e viu a Virgem Maria, aparecendo como na Medalha Milagrosa. Ele deixou a igreja em lágrimas, segurando sua Medalha Milagrosa. Depois desse dia, o judeu se converteu à fé católica.

São Maximiliano Kolbe ouviu esta história e ficou encantado com ela. O sacerdote escreveu uma carta contando como via o potencial uso da Medalha Milagrosa para converter almas a Cristo:

"A Medalha Milagrosa deve ser a arma, a bala, de que se serve o Cavaleiro da Imaculada. Mesmo que alguém seja o mais perverso possível, se ele concordar em usar a Medalha Milagrosa, dê a ele e ore por ele, e ocasionalmente tente com uma palavra gentil levá-lo ao ponto onde ele começa a amar a Mãe de Deus e recorrer a ela em todas as suas dificuldades e tentações. Mas quem começa a rezar sinceramente à Imaculada logo será convencido a se confessar também. Há muito mal no mundo, mas consideremos que a Imaculada é ainda mais poderosa."

Medalha Milagrosa não foi apenas distribuída por Kolbe, mas também usada em sua ordem religiosa e na Milita Immaculata.

A Medalha em si não possui nenhum poder, pois é um sacramental da Igreja Católica. Isso significa que é uma extensão dos sete sacramentos e invoca a graça de Deus.

Os milagres de conversão ocorrem por meio do plano providencial de Deus, inspirando a fé em Jesus Cristo. Todo o crédito vai para Deus, que pode usar várias coisas materiais para trazer as almas de volta para ele.


sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Os 5 conselhos cruciais do primeiro capítulo da “Imitação de Cristo”

 HEAD OF CHRIST,REMBRANDT

Afinal, "os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir"

Um dos maiores clássicos da espiritualidade católica de todos os tempos é o livro "A Imitação de Cristo", escrito no século XV e atribuído ao padre alemão Thomas Hemerken, mais conhecido como Thomas de Kempis - Kempis é a forma latina do nome da sua cidade natal, Kempen.

Originalmente voltado aos clérigos de vida reclusa, o texto é um tesouro para todo e qualquer católico, tanto que chegou a ser um dos livros mais traduzidos no mundo, com milhares de cópias distribuídas pelas bibliotecas europeias mesmo antes da invenção da imprensa. Para exemplificar a sua capacidade de impacto na alma de uma pessoa, basta recordar que Santo Inácio de Loyola leu a obra durante o tempo de retiro espiritual que passou em uma gruta de Manresa, na Espanha, e foi esse texto que o inspirou a conceber os Exercícios Espirituais.

"A Imitação de Cristo" tem 4 partes, sendo as duas primeiras uma introdução à vida espiritual, a terceira um diálogo entre Cristo e a alma e a quarta é toda focada na Eucaristia.

Destacamos a seguir os 5 conselhos cruciais que encontramos em "A Imitação de Cristo", Livro 1, Capítulo 1:

1 | Devemos dedicar o máximo esforço a imitar a vida e os costumes de Jesus

"Quem me segue não anda nas trevas, diz o Senhor (Jo 8,12). São estas as palavras de Cristo, pelas quais somos advertidos que imitemos sua vida e seus costumes, se verdadeiramente queremos ser iluminados e livres de toda cegueira de coração. Seja, pois, o nosso principal empenho meditar sobre a vida de Jesus Cristo".

2 | Podemos venerar qualquer santo, mas devemos sempre priorizar Jesus

"A doutrina de Cristo é mais excelente que a de todos os santos, e quem tiver seu espírito encontrará nela um maná escondido. Sucede, porém, que muitos, embora ouçam frequentemente o Evangelho, sentem nele pouco enlevo: é que não possuem o Espírito de Cristo. Quem quiser compreender e saborear plenamente as palavras de Cristo, é-lhe preciso que procure conformar à dele toda a sua vida".

3 | Podemos cultivar conhecimento e sabedoria, mas devemos priorizar a vida virtuosa

"Que te aproveita discutires sabiamente sobre a Santíssima Trindade, se não és humilde, desagradando, assim, a essa mesma Trindade? Na verdade, não são palavras elevadas que fazem o homem justo; mas é a vida virtuosa que o torna agradável a Deus. Prefiro sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se soubesses de cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus? Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade (Ecl 1,2), senão amar a Deus e só a ele servir. A suprema sabedoria é esta: pelo desprezo do mundo tender ao reino dos céus".

4 | Devemos reconhecer o que é mera vaidade para não nos perdermos nela

"Vaidade é, pois, buscar riquezas perecedoras e confiar nelas. Vaidade é também ambicionar honras e desejar posição elevada. Vaidade, seguir os apetites da carne e desejar aquilo pelo que, depois, serás gravemente castigado. Vaidade, desejar longa vida e, entretanto, descuidar-se de que seja boa. Vaidade, só atender à vida presente sem providenciar para a futura. Vaidade, amar o que passa tão rapidamente, e não buscar, pressuroso, a felicidade que sempre dura".

5 | Podemos desfrutar dos prazeres sadios, mas nunca sacrificar a vida da graça

"Lembra-te a miúdo do provérbio: Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir (Ecl 1,8). Portanto, procura desapegar teu coração do amor às coisas visíveis e afeiçoá-lo às invisíveis: pois aqueles que satisfazem seus apetites sensuais mancham a consciência e perdem a graça de Deus".

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Entenda o uso do escapulário

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fot. Vanesa Guerrero, rpm / Cathopic 


Trata-se de um "sacramental", verdadeiro instrumento da graça divina para que nos convertamos e levemos uma vida nova e de fervorosa oração

Mesmo sendo uma das devoções católicas mais populares, há muitas pessoas que desconhecem sua origem e significado autênticos, pelo que, infelizmente, não é raro ver quem a subestime ou reduza a uma espécie de "amuleto" de superstição, fato é, no entanto, que a festa de Nossa Senhora do Carmo, que a Igreja celebra dia 16 de julho, está intimamente ligada ao seu uso.

A expressão "escapulário" vem da palavra latina scapula e quer dizer, aquilo que se traz sobre os ombros. A princípio, tratava-se realmente de um hábito comprido que todos os monges carmelitas estavam obrigados a vestir, em sinal de obediência e como símbolo do jugo suave e o fardo leve de Cristo (cf. Mt 11, 30). Com o passar do tempo e a expansão dessa devoção, todavia, o escapulário foi diminuindo de tamanho, até a forma reduzida que se vê hoje. Especialmente após a aparição de Nossa Senhora a São Simão Stock, em 16 de julho de 1251, a essa devoção acresceu-se um novo significado: o escapulário passou a ser o "hábito da Virgem Maria" e quem quer que começasse a usá-lo deveria procurar consagrar-se à Mãe de Deus e imitar-lhe as virtudes, recebendo dela a tríplice promessa de proteção durante a vida, assistência na hora da morte e salvação eterna.

Trata-se de um "sacramental", verdadeiro instrumento da graça divina para que nos convertamos e levemos uma vida nova e de fervorosa oração. Inúmeras pessoas foram, de fato, conduzidas a Deus por meio dessa devoção, sem falar de tantas outras que, por misericórdia divina, receberam graças extraordinárias no momento de sua morte e salvaram as suas almas. É por isso que, em carta endereçada aos superiores da Ordem dos Carmelitas, por ocasião do 700 anos de aniversário do escapulário, o Papa Pio XII exortava todo o povo de Deus a não receber em vão o hábito carmelita: "Este Sagrado Escapulário é, de fato, como um hábito mariano, sinal e penhor da proteção da Mãe de Deus. Ninguém pense, todavia, que, usando essa veste com preguiça ou torpor espiritual, mesmo assim terá assegurada a sua salvação eterna, porquanto adverte o Apóstolo: Com temor e com tremor operai a vossa salvação” (Fl 2, 12). 

Nossa esperança, ao trazermos sobre os ombros esse piedosos sacramental, é que ele seja "força salvadora de Deus" para nós que cremos (cf. Rm 1, 16), assim como era curado, durante a vida terrena de Jesus, quem quer que tocasse ainda que fosse somente nas orlas do Seu manto (cf. Mc 5, 25-34).

O escapulário deve ser usado constantemente, de dia e de noite. Quando, por alguma razão, seu uso se torne dificultoso, a Igreja dá a possibilidade de substituí-lo por uma medalha em que, na frente, esteja cunhada a imagem de Nossa Senhora do Carmo, e, atrás, a do Sagrado Coração de Jesus. É a medalha de Nossa Senhora do Carmo que, no lugar do escapulário, deve ser sempre carregada com a pessoa.

Da primeira vez que se recebe o escapulário, é necessário apresentá-lo ao sacerdote, a fim de que ele o abençoe e o imponha. É também interessante lembrar que o uso do escapulário permite aos fiéis lucrarem algumas indulgências:

Indulgência parcial – O uso piedoso do escapulário ou da medalha (por exemplo: um pensamento, uma lembrança, um olhar, toque ou beijo etc.), além de favorecer a união com Maria Santíssima e com Deus, obtém uma indulgência parcial, cujo valor aumenta na proporção das disposições de piedade e fervor da pessoa.

Indulgência plenária – Pode-se lucrá-la no dia em que se recebe pela primeira vez o escapulário, na festa de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho), de Santa Teresa de Ávila (15 de outubro), de São João da Cruz (14 de dezembro), de Santo Elias (20 de julho), de Santa Teresinha do Menino Jesus (1º de outubro), de todos os santos carmelitas (14 de novembro) e de São Simão Stock (16 de maio). Para lucrar tais indulgências plenárias, são exigidas as seguintes condições: Confissão, Comunhão eucarística, oração pelo Sumo Pontífice e propósito firme de querer observar os compromissos da associação do escapulário.

O mundo no qual vivemos é uma constante batalha muito além das guerras vistas e presenciadas entre os humanos; há, todavia, um verdadeiro combate espiritual ocorrendo diariamente e com o qual, muitas vezes, não nos damos conta. Nunca é demais insistir nesta passagem: “Sede sóbrios e vigiai, porque o vosso adversário, o diabo, rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar” (1Pd 5, 8). A batalha espiritual já está acontecendo ao nosso redor, e precisamos entender para quem e por qual motivo lutamos. Devemos nos armar com tudo o que Deus nos concedeu através de sua Igreja, e o escapulário é uma forte arma nessa guerra.

SEJA UM BENFEITOR!