segunda-feira, 27 de novembro de 2023

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

Descubra como os demônios se organizam para nos tentar

 


Descubra como os demônios se organizam para nos tentar. Neste vídeo, você vai descobrir como os demônios se organizam para tentar os homens. Santa Francisca Romana recebeu diversas revelações sobre os Anjos e os Demônios, e a batalha espiritual que os homens devem fazer para atrair os Anjos e expulsar os demônios.

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Santa Tereza: O Pecado que Leva Muitos Cristãos ao Inferno

 


Santa Tereza: O Pecado que Leva Muitos Cristãos ao Inferno. A verdade oculta sobre a confissão revelada por Santa Tereza. Descubra como evitar o terrível destino de muitas almas e faça uma confissão verdadeira. Assista também ao caso de uma mulher que quase perdeu sua alma por causa de confissões erradas. Não cometa o mesmo erro! Aprenda a fazer uma confissão válida e garanta sua salvação eterna.


Fonte: Confessai-vos bem, Pe. Luiz Chiavarino.

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https://www.editorasantacruz.com.br/livros/confessai-vos-bem-padre-luigi-chiavarino



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terça-feira, 14 de novembro de 2023

Demônio aparece em confissão! Como vencer a vergonha e se confessar bem?

 

Demônio aparece em confissão! Como vencer a vergonha e se confessar bem?

Demônio aparece em confissão para impedir jovem de confessar pecado grave. Santo Antonino e São João Bosco revelam armadilha do demônio para levar almas à perdição. Como vencer a vergonha de confessar?

Fonte: Confessai-vos bem, Pe. Luiz Chiavarino.

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quarta-feira, 25 de outubro de 2023

O Santo Rosário

 


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terça-feira, 17 de outubro de 2023

Padre comenta o ditado “coração de mãe não se engana”


Mulher idosa rezando o terço

Ground Picture - Shutterstock

Pe. Chrystian Shankar: "Quando uma mãe diz que algo está errado ou que algo está acontecendo com seu filho, é sábio prestar atenção"

Ope. Chrystian Shankar compartilhou em sua rede social uma reflexão sobre a intuição materna em relação aos filhos:

“O ditado popular ‘coração de mãe não se engana’ é uma expressão carregada de significado e verdade. Ele reflete a profunda intuição e ligação que as mães têm com seus filhos. Quando uma mãe diz que algo está errado ou que algo está acontecendo com seu filho, é sábio prestar atenção”.

O sacerdote exemplifica:

“O coração de mãe é uma bússola interna que parece ter uma sensibilidade especial para detectar a felicidade ou o sofrimento de seus filhos.

Desde o momento em que uma mãe segura seu bebê nos braços pela primeira vez, ela desenvolve uma conexão única e instintiva. Ela pode perceber mudanças sutis no comportamento, na linguagem corporal e até mesmo na energia emocional de seu filho.

Esse instinto maternal é muitas vezes guiado pela preocupação e pelo amor incondicional. Uma mãe deseja proteger e cuidar de seu filho da melhor maneira possível”.

Ao finalizar, o padre resume:

“Portanto, quando seu coração lhe diz que algo não está certo, ela está disposta a fazer o que for necessário para investigar, compreender e, se necessário, intervir. Coração de mãe não se engana”.

Ao publicar essa reflexão, o pe. Chrystian acrescentou uma imagem com uma frase significativa:

“Sua mãe sempre vai perceber seus amigos falsos antes de você. Seu problema é que você não escuta sua mãe”.

quarta-feira, 4 de outubro de 2023

O Dever de Amar o Próximo

 


Revmo. Sr. Pe. Carlos Mestre, Priorado S. Pio X, Lisboa no XVII Domingo depois de Pentecostes com uma exortação à paciência e à caridade para com o nosso próximo.

segunda-feira, 2 de outubro de 2023

SOB A PROTEÇÃO DOS ANJOS DA GUARDA



Fonte: Lou Pescadou nº 218 – Tradução: Dominus Est

O quarto livro de Reis relata que os sírios queriam prender o profeta Eliseu. Ao ver os soldados, o servo do profeta ficou com medo. Então Eliseu lhe disse: Não temas; muitos mais estão conosco do que com eles. E Eliseu, fazendo oração, disse: Senhor, abre os olhos deste, para que veja. E o Senhor abriu os olhos do criado, e viu, e o monte apareceu cheio de cavalos e de carroças de fogo, ao redor de Eliseu. (4 Reis 6, 16-17). Fillion comenta: “Eliseu e seu servo contemplaram ao redor deles as tropas de anjos, enviados do alto para defendê-los.”

Esta passagem do Antigo Testamento nos revela a existência de anjos, que podem ser enviados por Deus para proteger os homens. De fato, é uma verdade de fé que Deus criou, do nada, no início dos tempos, seres espirituais, e que a tarefa secundária destes é a proteção dos homens e o cuidado com sua salvação. Quase todos os teólogos ainda acreditam – é, portanto, uma sentença comum – que todo homem, mesmo infiel, tenha um santo anjo particular desde seu nascimento. O Catecismo do Concílio de Trento fala disso na explicação do Pai Nosso: “Desde o nosso nascimento, Deus coloca os anjos para nossa guarda e os estabelece individualmente para velar pela salvação de cada um de nós.” Santo Tomás de Aquino ensina: “Assim como se dá um guarda aos homens que percorrem uma via insegura, assim todo o homem, que está aqui na terra como um peregrino, goza da guarda de um anjo.” Foi o Papa Clemente X, em 1670, que estabeleceu para a Igreja universal a Festa dos anjos da guarda em 2 de outubro.

Podemos nos perguntar quando “recebemos” este anjo: no nascimento ou no batismo? Santo Tomás de Aquino responde que é desde o nascimento (por isso todo homem tem um anjo), mas este anjo desempenha um novo papel a partir do batismo. E antes do nascimento? O mesmo teólogo afirma: “A criança, não estando separada de sua mãe, é confiada à guarda do anjo que vela por ela.

Teria, Nosso Senhor, um anjo da guarda? Eis a resposta de Santo Tomás de Aquino: “Cristo, enquanto homem, sendo regido imediatamente pelo verbo de Deus, não precisava da guarda dos anjos. E, demais, era, pela alma, compreensor; mas era, em razão da passibilidade do corpo, viandante. E por isso, não lhe era devido, nenhum anjo custódio como superior, mas antes um anjo ministrante, como inferior. É por isso que o Evangelho diz: “Os anjos se aproximaram e O serviram” (Mt 4,11). Acrescentemos que no Horto das Oliveiras, um anjo vem especialmente para consolá-lo (Lc 22,43). E no momento de sua prisão, disse a São Pedro: Julgas porventura que eu não posso rogar a meu Pai, e que ele me não porá aqui logo mais de doze legiões de anjos? (Mt 26, 53)

Nosso Senhor falou também dos anjos da guarda das crianças: Vede, não desprezeis um só destes pequeninos, pois vos declaro que os seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de meu Pai, que está nos céus (Mt 18,10). Ele evocou também suas frequentes relações com os anjos: Em verdade, em verdade vos digo, vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem. (Jo 1,51). Comentando este versículo, Fillion explica que Nosso Senhor estava em perpétua comunicação com o Céu, e os anjos estavam constantemente à sua disposição para cumprir suas vontades.

Os Padres da Igreja vêem três grandes funções desempenhadas pelos anjos da guarda e lhes dão três nomes específicos para isso. São João Crisóstomo fala do anjo da paz, porque ele protege a alma de problemas exteriores e interiores. O Pastor de Hermas evoca o anjo da penitência, porque ele pode nos repreender e nos punir quando nos desviamos do caminho certo. Santa Francisca Romana foi assim, um dia, esbofeteada por seu anjo depois de ter se comportado mal… Quanto a Tertuliano, ele fala do anjo da oração, porque o anjo da guarda transmite nossos pedidos a Deus e nos assiste na oração.

Santo Tomás de Aquino acrescenta que o anjo da guarda desempenha um papel tanto na alma quanto no corpo. Apresenta à inteligência as ideias que quer sugerir. Não força a vontade, mas pode excitá-la, ajudá-la na prática do bem. Ele é o guarda-costas. Sobre este assunto, pode surgir uma objeção: por que  sempre há acidentes? Será que os anjos da guarda têm momentos de ausência? Não, claro que não, mas aqui tocamos no problema da permissão do mal. Deus não o quer, mas pode permitir, porque é poderoso o suficiente para obter dele um bem maior. Santo Tomás escreve mesmo: “Os anjos bons não nos afastam das ciladas do demônio, que devem servir para a salvação da nossa alma.” Podemos pensar também no que o Cura d’Ars costumava dizer: o anjo da guarda não entra nos bailes, fica à porta. Em outras palavras: também nos podemos colocar em ocasiões perigosas.

Portanto, não nos esqueçamos de nosso anjo da guarda. Rezemos a ele diariamente, recorramos a ele com frequência. O Pe. Calmel, em seu livro Os Mistérios do Reino da Graça, dá exemplos. “Quando estiveres prestes a ter uma entrevista, especialmente se temes que será difícil ou tempestuosa, é bom que confies em seu anjo; não na esperança de que vá mudar teu caráter ou o da pessoa que tens diante de ti; mas para além de poder limitar os danos que seus defeitos de caráter tenderiam a causar, teu anjo, se o invocares com piedade e perseverança, não deixará de inspirar teus pensamentos e sentimentos, durante e depois deste encontro, de modo que, ainda que falhes em algum deles, dará frutos espiritualmente e permitirá que cresças na caridade.” 

O dominicano também pensa nos estudos. “Estás lidando com uma questão doutrinal particularmente difícil, dando voltas e invertendo as coisas, multiplicando leituras e pesquisas sem nunca conseguir colocar a questão em termos justos, nem vislumbrando a resposta, nem percebendo o que está em segundo plano, nem compreendendo a relação exata com as verdades reveladas? Bem, nesta aflição e neste labor, por que não recorres a este companheiro luminoso, que compreendeu a questão antes de ti e melhor do que ti, que nunca deixa de vê-la em um flash radiante cuja percepção é mais aguçada e melodiosa que a de todos os doutores humanos, porque é a percepção de um espírito puro?” 

Não será surpresa descobrir que D. Lefebvre, em seu Itinerário Espiritual, fez eco a esta doutrina sobre os anjos da guarda: “Quão grande é o prejuízo causado às nossas almas por esquecermos este mundo espiritual de anjos mais numerosos do que os homens, mais perfeitos do que eles. A influência de anjos bons ou maus em nossas almas é muito mais importante do que pensamos. O simples fato de termos um anjo da guarda que nos vigia enquanto contemplamos a face de Deus deve nos encorajar a conversar com ele, a pedir seu socorro, para que ele nos ajude a conquistar a vida eterna e a compartilhar sua felicidade.”

Que Nossa Senhora dos Anjos nos ajude a ter uma justa devoção ao nosso anjo da guarda, que não caia no exagero nem no esquecimento.

Pe. Vicent Grave, FSSPX

Mais sobre os Anjos da Guarda podem ser vistos clicando aqui.


Clique aqui para ler a Meditação de Santo Afonso sobre os Anjos da Guarda.

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Para um bom entendimento sobre questões referentes aos anjos colocamos abaixo alguns links sobre o assunto:

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segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Meditação sobre o Fim do Homem - Filotéia ou Introdução à Vida Devota,

 Garotinha rezando, por Roberto Ferruzzi


Capítulo X

PREPARAÇÃO

1. Põe-te na presença de Deus.
2. Pede a Deus que te inspire.

CONSIDERAÇÃO

1. Não foi por nenhum motivo de interesse que Deus nos criou, pois nós Lhe somos absolutamente inúteis; foi unicamente para nos fazer bem, em nos facultando, com Sua graça, participar de Sua glória; e foi por isso, Filotéia, que Ele te deu tudo o que tens: o entendimento, para O conheceres e adorares; a memória, para te lembrares dEle; a vontade, para O amares; a imaginação, para te representares os Seus benefícios; os olhos, para admirares as Suas obras; a língua, para O louvares, e assim as demais potências e faculdades.

2. Sendo esta a intenção que Deus teve, em te criando, com certeza deves abominar e evitar todas as ações que são contrárias a este fim; e quanto àquelas que não te conduzem a Ele, tu as deves desprezar, como vãs e supérfluas.

3. Considera quão grande é a infelicidade do mundo, que nunca pensa nestas coisas; a infelicidade, digo, dos homens que vivem por ai, como se estivessem persuadidos de que seu fim neste mundo é edificar casas, construir jardins deliciosos, acumular riquezas sobre riquezas e ocupar-se de divertimentos frívolos.

AFETOS E RESOLUÇÕES

1. Confunde-te considerando a miséria de tua alma e o esquecimento destas verdades. Ah! De que se tem ocupado o meu espírito, ó meu Deus, quando não pensei em Vós? De que me lembrava, quando Vos esqueci? Que amava eu, quando Vos não amava? Ah! Eu me devia alimentar da verdade e fui saturar-me na vaidade. Como escravo que eu era do mundo, eu o servia, a esse mundo, que foi feito para me servir e me ensinar a Vos conhecer e amar.

2. Detesta a vida passada. Eu vos renuncio e aborreço, máximas falsas, vãos pensamentos, reflexões inúteis, recordações detestáveis. Eu vos abomino, amizades infiéis e criminosas, vãos apegos ao mundo, serviços perdidos, miseráveis afabilidades, generosidade falsa que, para servir aos homens, me levastes a uma imensa ingratidão para com Deus; eu vos detesto de toda a minha alma.

3. Volta-te para Deus. E Vós, ó meu Deus, ó meu Salvador, Vós sereis dora em diante o único objeto de meus pensamentos; não darei atenção a nada que Vos possa desagradar; minha memória se encherá todos os dias da grandeza e doçura de Vossa bondade para comigo; Vós sereis as delícias de meu coração e toda a suavidade de meu interior.

Sim, assim seja; tais e tais divertimentos com que me entretinha, estes e aqueles exercícios vãos que ocuparam meu tempo, estas e aquelas afeições que prendiam meu coração, tudo isso será um objeto de horror para mim; e, para conservar-me nestas disposições, empregarei tais e tais meios.

CONCLUSÃO

1. Agradece a Deus. Eu Vos dou graças, ó meu Deus, porque me destinastes para um fim tão sublime e útil, qual é o de Vos amar nesta vida e gozar eternamente na outra da intensidade de Vossa glória. Como serei digno dele? Como Vos bendirei quanto mereceis?

2. Oferece-te a Deus. Eu Vos ofereço, ó meu amabilíssimo Criador, todos estes propósitos e afetos com todo o meu coração e com toda a minha alma.

3. Ora humildemente a Deus. Eu Vos suplico, ó meu Deus, que Vos agradeis de meus desejos e votos, de dar à minha alma a Vossa santa bênção, para que sejam levados a efeito, pelos merecimentos de Vosso Filho, que por mim derramou todo o Seu sangue na cruz. Pai-Nosso, Ave-Maria.

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(SALES, São Francisco de. Filoteia ou a Introdução à Vida Devota. Editora Vozes, 8ª ed., 1958, p. 44-47)

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Meditação sobre a Criação do Homem - Filotéia ou Introdução à Vida Devota

Criação de Adão, por Michelangelo (1508–1512)
Criação de Adão, por Michelangelo (1508–1512)

Capítulo IX

PREPARAÇÃO

1. Põe-te na presença de Deus.
2. Pede a Deus que te inspire.

CONSIDERAÇÃO

1. Considera que se passaram tantos e tantos anos antes que viesses ao mundo, sendo teu ser um puro nada. Onde estávamos nós, minha alma, durante este tempo? O mundo já existia desde uma longa série de séculos e nada havia de tudo aquilo que nós somos.

2. Pensa que Deus te tirou do nada para te fazer o que és, sem que tu lhe fosses necessária, mas unicamente por sua bondade.

3. Forma uma ideia elevada do ser que Deus te deu, porque é o primeiro e o mais perfeito de todos os seres deste mundo visível, criado para uma vida e felicidade eternas e capaz de unir-se perfeitamente a Majestade divina.

AFETOS E RESOLUÇÕES

1. Humilha-te profundamente diante de Deus, dizendo com o salmista:

Oh! Minha alma, sabe que o Senhor é teu Deus e que foi ele que te fez e não tu que te fizeste a ti mesma. Ó Deus, sou uma obra de vossas mãos. Ó Senhor, toda a minha substância é um puro nada diante de vós; e quem sou eu, para que me queiras fazer este bem?

— Ah! Minha alma, tu estavas mergulhada no abismo do nada e aí estarias ainda, se Deus não te tivesse tirado.

2. Agradece a Deus. Ó meu Criador, vós, cuja beleza iguala a grandeza infinita, quanto vos devo, porque me tendes feito por vossa misericórdia tudo isso que eu sou. Que farei eu para bendizer condignamente o vosso santo nome e para agradecer a vossa infinita bondade?

3. Confunde-te. Mas, ah! Meu Criador, em vez de me unir convosco pelo amor e por meus serviços, minhas paixões revoltaram meu coração contra vós, separaram e afastaram minha alma de vós e ela entregou-se ao pecado e devotou-se a injustiça. Respeitei e amei tão pouco a vossa bondade, como se não tivésseis sido meu Criador.

Eis aqui, pois, as boas resoluções que vossa graça me faz tomar! Renuncio a estas vãs complacências que, desde há tanto, tem ocupado o meu espírito e o meu coração unicamente comigo mesmo, que sou nada. De que te glorificas, pó e cinza! Ou melhor, que tens em ti, verdadeiro e miserável nada, em que te possas comprazer? Quero humilhar-me, e por isso farei isto ou aquilo, sofrerei este ou aquele desprezo; quero absolutamente mudar de vida; seguirei dora em diante o movimento desta inclinação que meu Criador me deu para ele; honrarei em mim esta qualidade de criatura de Deus e como tal me considerarei unicamente: consagrarei todo o ser que recebi dele a obediência que lhe devo, com todos os meios que tenho e sobre os quais pedirei conselhos a meu pai espiritual.

CONCLUSÃO

1. Agradece a Deus. Bendizei, ó minha alma, ao Senhor e todas as coisas que há dentro de mim bendigam o seu santo nome!

2. Oferece-te a Deus. Ó meu Deus, eu vos ofereço o meu ser, que vós me destes com todo o meu coração; eu vô-lo consagro.

3. Ora humildemente a Deus. Ó meu Deus, eu vos suplico que me conserveis, pelo vosso poder, nestas resoluções e sentimentos. Ó Virgem Santíssima, eu vos peço que as recomendeis ao vosso Filho divino, com todos aqueles por quem tenho obrigação de rezar. Pai-Nosso, Ave-Maria.

Depois da meditação, colhe daí o assim chamado fruto, isto é, uma verdade qualquer que te produziu maior impressão e comoveu mais o teu coração; durante o dia recorda-te dela de vez em quando, para te conservares nas boas resoluções. É o que costumo chamar de ramalhete espiritual. Comparo esta prática ao costume daquelas pessoas que tomam consigo pela manhã um ramalhete de flores e o cheira muitas vezes durante o dia, para em seu suave odor deleitar e fortificar o coração.

Este aviso que te dou aqui servirá também para as meditações seguintes.

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(SALES, São Francisco de. Filoteia ou a Introdução à Vida Devota. Editora Vozes, 8ª ed., 1958, p. 41-44) 

terça-feira, 19 de setembro de 2023

Como alcançar este segundo grau de Pureza da Alma - Filotéia ou Introdução à Vida Devota

 

Águia

Capítulo VIII

Para isso é necessário formar uma ideia viva e a mais perfeita possível do mal imenso que traz o pecado, a fim de que o coração se compunja e desperte em si uma contrição veemente e profunda. Uma contrição, por mais tênue que seja, mas verdadeira, é bastante para alijar da alma o pecado, máxime se for unida a virtude dos sacramentos; mas, se é penetrante e veemente, então pode purificar o coração também de todas as más inclinações que provem do pecado. Considera os seguintes exemplos: Se odiamos alguém pouco profundamente, aborrecemo-nos simplesmente de sua presença e o evitamos; mas, se o nosso ódio é violento e de morte, não nos limitamos a esta repugnância interior e a esta fugida: o rancor que lhe guardamos estende-se também as pessoas de sua casa, a seus parentes e amigos, cuja convivência nos é insuportável.

O seu retrato mesmo nos fere os olhos e o coração, e tudo o que lhe diz respeito nos desagrada. Assim, o penitente que odeia de leve os seus pecados e tem uma contrição fraca, se bem que verdadeira, fácil e sinceramente se determina e propõe a não os cometer de novo; mas, se seu ódio é vivo e profunda a sua dor, não só detesta o pecado, mas abomina também os hábitos maus e tudo aquilo que o pode atrair e servir-lhe de ocasião ele pecar. É, pois, necessário, Filotéia, que dês a dor de teus pecados a maior intensidade e extensão de que fores capaz, para que abranjas até as mínimas circunstâncias do pecado. Foi assim que Madalena, desde o primeiro instante de sua conversão, perdeu todo o gosto aos prazeres, a ponto de não os conservar sequer no pensamento, e David protestava que odiava o pecado e os caminhos e veredas do pecado. É nisso que consiste a renovação da alma, que o mesmo profeta comparava ao remontar da águia.

Mas, para persuadires-te vivamente da ruindade do pecado e conceberes-lhe uma dor verdadeira, cumpre aplicares-te a fazer bem as meditações seguintes, cujo exercício destruirá, com a graça de Deus, em teu coração, todo o pecado até as raízes. Com este intento eu as escrevi para ti, segundo o método que me pareceu melhor. Faze-as uma por uma, conforme a ordem que seguem; toma apenas uma em cada dia e, se for possível, eu te aconselho que seja de manhã, porque este é o tempo mais próprio para estes exercícios de espírito; depois pensa durante o dia, contigo mesmo, sobre aquilo de que ainda te lembras e, se ainda não tens prática em meditar, lê, para te tornar mais fácil, a segunda parte deste livro.

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(SALES, São Francisco de. Filoteia ou a Introdução à Vida Devota. Editora Vozes, 8ª ed., 1958, p. 40-41)

domingo, 17 de setembro de 2023

Em seguida é necessário Purificar a Alma de toda a Afeição ao Pecado - Filotéia ou Introdução à Vida Devota

 

"Há muitos penitentes que efetivamente saem do pecado, porém não lhe perdem o afeto; (...) a semelhança da mulher de Ló, que virou a cabeça para Sodoma"

Capítulo VII

Todos os israelitas saíram do Egito, mas muitos deixaram lá o seu coração preso; por isso é que no deserto se lhes despertaram desejos das cebolas e viandas do Egito. Assim também há muitos penitentes que efetivamente saem do pecado, porém não lhe perdem o afeto; quero dizer: eles se propõem não recair no pecado, mas com uma certa relutância e pesar de abster-se de seus deleites. O coração os denuncia e afasta de si, mas sempre tende novamente para eles, a semelhança da mulher de Ló, que virou a cabeça para Sodoma. Privam-se do pecado, como os doentes dos melões; é verdade que não os comem com medo da morte, de que o médico os ameaçara; mas aborrecem-se da dieta, falam dela com aversão e não sabem o que fazer; ao menos, querem cheirá-los muitas vezes e tem por ditosos os que os podem comer.

Eis aí um retrato fiel dos penitentes fracos e tíbios. Passam algum tempo sem pecado, mas com pesar; muito estimariam poder pecar, se não fossem condena, dos por isso; falam do pecado com um certo gosto que o vão prazer lhes proporciona e pensam sempre que os outros se satisfazem e deleitam cometendo-o. Renuncia alguém na confissão ao propósito de vingar-se, mas daí a pouco vê-lo-ás numa roda de amigos, conversando de bom grado sobre o motivo de suas queixas; diz que sem o temor de Deus faria isso ou aquilo; que a lei divina, quanto a esse ponto de perdoar os inimigos, é muito difícil de observar; que prouvesse a Deus que fosse permitida a vingança! Ah! Quão enredado está o coração deste mísero homem pela afeição ainda que livre do pecado, e quanto se assemelha aos israelitas de que falei acima. É isso exatamente o que elevemos dizer também daquelas pessoas que, detestando seus amores pecaminosos, conservam ainda um resto de prazer em familiaridades vãs e em demonstrações demasiado vivas de acatamento e amizade. Oh! Que perigo imenso está correndo a salvação destes penitentes!

Portanto, Filotéia, uma vez que aspiras sinceramente a devoção, não só deves deixar o pecado, mas é também necessário que teu coração se purifique de todos os afetos que lhe foram as causas e são presentemente as consequências; pois, além de constituírem um contínuo perigo de recaídas, enfraqueceriam a tua alma e te abateriam o espírito — duas coisas que, como deixei dito — são irreconciliáveis com a vida devota. Essas almas, que, tendo deixado o pecado, são tão tíbias e vagarosas no serviço de Deus, assemelham-se a pessoas que tem uma cor pálida: não é que estão verdadeiramente doentes, mas bem se pode dizer que seu aspecto, seus gestos e to- das as suas ações estão doentes. Comem sem apetite, riem sem alegria, dormem sem repouso e mais se arrastam do que andam. Deste modo aquelas almas, em seus exercícios espirituais, que nem são numerosos nem de grande mérito, praticam o bem com tanto dissabor e constrangimento que perdem o brilho e graça que o fervor dá as obras de piedade.

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(SALES, São Francisco de. Filoteia ou a Introdução à Vida Devota. Editora Vozes, 8ª ed., 1958, p. 38-39)

Antes de tudo é necessário que a Alma se Purifique dos Pecados Mortais - Filotéia ou Introdução à Vida Devota

Sacramento da Penitência: Confissão dos Pecados

Capítulo VI

Libertar-se do pecado deve ser o primeiro cuidado de quem quer purificar o coração, e o meio de fazê-lo se depara no sacramento da penitência. Procura o confessor mais digno que possas achar; toma um desses livrinhos próprios para ajudar a consciência no exame que se deve efetuar sobre a vida passada, como os de Granada, Bruno, Arias, Auger; lê-os com atenção, notando, ponto por ponto, tudo em que ofendeste a Deus desde o uso da razão e, se não confias em tua memória, assenta por escrito o que notaste. Depois do exame, detesta e abomina os pecados cometidos, pela contrição mais viva e perfeita que podes suscitar em ti, em considerando estes motivos valiosíssimos: que pelo pecado perdeste a graça de Deus, abandonaste os teus direitos sobre o céu, mereceste as penas eternas do inferno e renunciaste a todo o amor de Deus.

Já vês, Filotéia, que te estou falando da confissão geral de toda a vida; mas digo francamente, ao mesmo tempo, que não a julgo sempre duma necessidade absoluta; contudo, considerando a sua utilidade e proveito para o começo, aconselho-te encarecidamente. Acontece não raras vezes que as confissões ordinárias de pessoas que levam uma vida negligente e comum são defeituosas e mal feitas; não se preparam nada ou quase nada; não tem a contrição devida; confessam-se com uma vontade secreta de continuar a pecar, ou porque não querem evitar as ocasiões do pecado ou porque não querem envidar todos os meios necessários para a emendação da vida; e nesses casos uma confissão geral torna-se necessária para assegurar a salvação. Além disso, a confissão geral nos dá um conhecimento mais perfeito de nós mesmos; nos enche duma salutar confusão em vista de nossos pecados; livra o espírito de muitas inquietações; tranquiliza a consciência, excita-nos a bons propósitos; faz-nos admirar a misericórdia de Deus, que nos tem esperado com tanta paciência e longanimidade; abre o fundo de nossa alma aos olhos do nosso pai espiritual, de sorte que este nos possa dar avisos mais salutares; facilita-nos a confessar futuramente os pecados com mais confiança.

Tratando-se, pois, Filotéia, duma renovação completa de tua vida e duma conversão perfeita de tua alma a Deus, não é sem razão, a meu ver, que te aconselho fazeres uma confissão geral.

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(SALES, São Francisco de. Filoteia ou a Introdução à Vida Devota. Editora Vozes, 8ª ed., 1958, p. 36-37) 

SEJA UM BENFEITOR!