segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Carta de Santa Catarina de Sena a um homem em pecado mortal

 

Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimo irmão, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no Seu precioso sangue, desejosa de vos ver repudiando o pecado mortal.

É que, de outro modo, não podereis receber a graça divina em vossa alma. Mas nem vós, nem qualquer outra pessoa alcançará a graça sem a iluminação divina (da fé), que dê a conhecer a relevância do pecado e o valor da virtude. Ninguém ama o que desconhece.

Assim, é impossível conhecer e amar algo digno de amor ou repudiar algo digno de repúdio, sem a fé. Portanto, precisamos da luz da fé, que é a pupila da nossa inteligência, supondo que o amor-próprio não a tenha obscurecido. Havendo egoismo na alma, cumpre eliminá-lo, para que nosso olhar interior não seja impedido. Através do amor santo, é preciso afastar o perverso amor da sensualidade, que abafa a graça divina na alma e corrompe toda a actividade. Acontece como numa árvore contaminada, cujos frutos são podres. 

A pessoa cheia de amor sensual perde o sentido da gravidade do pecado mortal. Toda a sua actividade se corrompe, desaparece a sua luz interior. Nas trevas, a alma deixa de ver a verdade. Mais ainda, a sensibilidade espiritual e a tendência da alma são prejudicadas, de modo que as coisas boas lhe parecem más e as más parecem boas. Quem foge do amor a Deus e ao próximo, põe a felicidade nos prazeres e orgias deste mundo. E, quando ama alguém, não o faz por causa de Deus, mas para a própria utilidade. Ao contrário, quem eliminou todo o amor sensual ama o Criador acima de tudo e o próximo como a si mesmo. Mas, para chegar a tal amor, é preciso que a inteligência, iluminada (por Deus), reconheça antes o próprio nada, sua dependência de Deus quanto ao ser e a todo o mais que possui.

Apenas então a pessoa se conhece a si mesma, a própria imperfeição, e como Deus é bom. Também condena a própria imperfeição e a sua fonte, que é o egoísmo. Passa a amar a vida virtuosa por amor do Criador, dispõe-se a sofrer toda dificuldade para não ofender a Deus e não prejudicar a vida na virtude. Enfim, orienta todas as suas actividades espirituais e materiais a Deus. Em qualquer estado de vida se encontre, ama e teme o Criador. Assim, se possui riquezas, alta posição social, filhos, parentes e amigos, tudo considera emprestado, não como coisa sua. E tudo usa disciplinadamente, sem abusos.

Vivendo no matrimónio, comporta-se segundo as normas do sacramento e as leis da santa Igreja. Tendo de conviver com outras pessoas e servi-las, age sem interesses pessoais, sem fingimento, livre e comprometida somente com Deus. Ele regulamenta as faculdades da alma e os sentidos corporais: orienta a memória para recordar-se dos benefícios divinos; a inteligência para conhecer qual é a vontade de Deus, que apenas quer a nossa santificação; a vontade, para amar o Criador acima de toda outra coisa. Assim reguladas as faculdades da alma, põe ordem nos sentidos.

É o que vos peço fazer, caríssimo irmão. Organizai vossa vida, procurai compreender a gravidade do pecado e a imensidão da bondade divina. Se o fizerdes, sereis do agrado divino em todas as condições em que vos encontrardes. Sereis uma árvore frutífera de santas e autêntica virtudes. Já neste mundo começareis a gozar as garantias da vida eterna. 

Julgando eu que de nenhum modo poderemos alcançar a paz, a quietude e a graça (divina) sem a iluminação da fé – que nos permite conhecer a nós mesmos, a gravidade do pecado mortal, a bondade divina e o tesouro das virtudes – afirmei que desejava vos ver repudiando o pecado mortal. Espero que assim façais.

Nada mais acrescendo. Permanecei no santo e doce amor de Deus.

Jesus Doce, Jesus amor.

DA ACUSAÇÃO DOS PECADOS DA ABSOLVIÇÃO E PENITÊNCIA

 

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DISCÍPULO — Padre, em quê consiste a confissão?

MESTRE — A confissão, diz o catecismo, consiste na acusação distinta dos pecados feita ao Confessor para receber a absolvição e a penitência.

DISCÍPULO — O quê significa a palavra distinta?

MESTRE — Quer dizer que acusar os pecados em geral não é o suficiente, como por exemplo: eu pequei contra a lei de Deus e da Igreja… Pequei por blasfêmia, por furto, por impureza, etc… Devemos acusá-los distintamente, como violações, mais ou menos graves, deste ou daquele mandamento, manifestando o número deles, e além disso as circunstâncias que lhes mudam a espécie.

DISCÍPULO — Padre, deve-se também dizer o nome das pessoas companheiras de pecado?

MESTRE — Não, a confissão deve ser prudente; não devo dar a conhecer os pecados dos outros; não se diga o nome do cúmplice, porque nunca é lícito desonrar alguéMestre

DISCÍPULO — Nesse caso como é que se pode manifestar certos pecados e as circunstâncias que lhes mudam a espécie?

MESTRE — No caso disso não ser possível sem indicar as pessoas com quem se pecou, deve-se manifestar não o nome, mas a qualidade, ou o grau de qualidade, ou o grau de parentesco que se tem com as mesmas. Diga-se por exemplo: irmão, irmã, primo, um parente próximo, uma pessoa religiosa, etc… E se o Confessor fizer perguntas, o penitente deve responder com toda a sinceridade, pois que ele interroga justamente para suprir a algum esquecimento da parte do penitente, para conhecer melhor a espécie, o número, e as circunstâncias dos pecados. Todavia, a regra é sempre a mesma: que nunca seja revelado o nome do cúmplice do pecado.

DISCÍPULO — O quê diz dessas mulheres que confessam as culpas do marido e dos filhos?

MESTRE — Digo que fazem muito mal!

DISCÍPULO — Eu ouvi contar que um homem, indo confessar-se logo depois da mulher recitou o Confiteor e depois se calou. Como o Confessor o incitava a dizer os seus pecados, respondeu:

— O senhor já os conhece Padre; a minha mulher já os disse todos: ouvi-os distintamente!

MESTRE — Essa mulher merecia a lição dada a esta outra.

Um dia, uma dessas mulherzinhas que são o tormento dos maridos, apareceu no confessionário e foi logo dizendo:

— Padre eu sou uma infeliz: tenho um marido bestial. Ele berra, impreca, blasfema, profana os dias santificados, freqüenta botequins!

— E a senhora ajuntou o Confessor.

— Eu sou uma pobre mártir, mas ele, meu marido, goza, come, bebe, passeia e, se alguma vez eu falo, ele logo levanta as mãos contra mim.

— Mas a senhora, como se comporta?

— Eu? Eu não faço nada: o mau exemplo da família é ele; é a ruína da casa, o meu desespero.

— Basta! Já entendi; continue a suportar o seu purgatório aqui na terra e, enquanto isso reze por penitência três Ave-Marias pelos seus pecados; mas reze também três vezes o Rosário inteiro, ou seja três vezes os quinze mistérios, pelos pecados de seu marido.

— Pelos pecados de meu marido? Se ele os cometeu, que reze a penitência!

— Ele os cometeu, mas quem os confessou foi a senhora e a penitência se dá á pessoa que se confessa!

— E, fechando a portinhola, foi-se embora, deixando-a a pensar que não se deve confessar os pecados de outrem.

DISCÍPULO — O que quer dizer “confissão integral?”

MESTRE — Quer dizer que devemos confessar todos os pecados mortais de que nos lembramos depois de um exame diligente, e também os que não tínhamos confessado, ou confessado mal nas confissões passadas.

DISCÍPULO — Qual a ordem que se deve observar para a acusação?

MESTRE — Seria bom confessar antes de tudo os pecados; depois expor as dúvidas, as penas e temores, tudo aquilo, enfim, que perturba a consciência. Seria ainda aconselhável confessar primeiramente os pecados mais graves, os que se cometem com maior freqüência e que constituem a paixão predominante. O empenho que demonstrarmos nessa luta contra o defeito predominante, além de ser um tormento que nos traz proveito, ajudará o Confessor a nos curar melhor.

DISCÍPULO — Em quê consiste a sinceridade?

MESTRE — A sinceridade consiste em manifestar singelamente tudo o que interessa à própria alma, sem esconder nada por temor ou por vergonha, sem diminuir o número das faltas, sem calar as circunstâncias que revelam toda a nossa miséria, mesmo em se tratando somente de culpas veniais e imperfeições.

Não é preciso, porém, cair no exagero e fazer como alguns homens e rapazes que, chegando-se para o Confessor desencadeiam uma chuva de blasfêmias e palavrões grosseiros e por mais que o Confessor procure refreá-los continuam imperturbáveis a repeti-los todos sem exceção.

Nem se deve proceder como certas mulheres que repetem as imprecações que costumam lançar contra o marido, as crianças ou os animais.

Também não devemos imitar aquela moça simples demais que, tendo-se acusado de ter cantado uma canção, e, tendo o confessor perguntado que canção era, se pôs a cantá-la em voz alta no confessionário, estando a Igreja repleta de gente!

DISCÍPULO — Oh, que simplória! Porém é preferível exagerar para mais do que para menos, não é Padre?

MESTRE — Isso é que não! Não devemos agravar propositadamente a nossa culpabilidade, nem acusando culpas não cometidas, nem assegurando as que são duvidosas.

DISCÍPULO — Eu não me importo de parecer mais culpado do que realmente sou, contanto que esteja certo de estar fazendo uma boa confissão.

MESTRE — Isso é zelo exagerado, meu caro, e que não merece aprovação. Será que você age dessa forma com o médico, quando se trata de tomar remédios ou de se submeter a uma operação?…

Vamos sempre para a frente com a sinceridade tão recomendada por Jesus Cristo!

DISCÍPULO — Finalmente, Padre, o quê significa: a confissão deve ser humilde?

MESTRE — Significa que à integridade e à sinceridade na acusação devemos acrescentar a humildade. Humilhar-nos o mais possível deve até ser o nosso principal empenho, porque quanto mais alguém se acusa, mais Deus o escusa. Por isso mesmo a confissão é chamada a sacramento da humildade, o patíbulo do amor próprio.

DISCÍPULO — E o quê devemos fazer para nos humilharmos sempre mais?

MESTRE — Não nos devemos limitar a expor só o que é pecado; tratemos de especificar as causas secretas das faltas costumeiras, as intenções e desejos ocultos que nos passam pela cabeça e a negligência em afugentá-los; as pequenas afeições ou agarramentos, que, mesmo se não consentimos neles plenamente, nos causam pesar quando somos obrigados a deixá­-los.

Digamos, em suma, bem claramente o que mais custa à nossa soberba e nos causa maior humilhação, mesmo que os nossos lábios se ruborizem, mesmo que os suores e calafrios nos percorram o corpo. A medida que expelirmos o veneno sentiremos alívio enorme: o sangue de Jesus Cristo, espargido sobre as nossas chagas assim descobertas poderá curá-las mais rapidamente e com mais perfeição.

Um dos mais célebres oradores franceses, Henrique João Batista Lacordaire, dominicano, nos dá um exemplo de confissão profundamente humilde. O eloqüente pregador dirigia-se lá pelos fins do outono de 1852, para Tolosa para fundar ali uma nova casa para a sua ordem. Passando por Dijon, entrou na sacristia da Igrejinha da Visitação, cujo capelão era o jovem abade de Bougaud. Este voltava do altar onde tinha celebrado, e, assim que acabou de despir os paramentos, o Padre Lacordaire chegou-se para ele e disse:

— “Quer ter a bondade de me ouvir em confissão?”

— Eu, conta Bougaud, reconheci logo o célebre pregador mas, antes que eu pudesse oferecer-lhe um genuflexório, ele já se tinha ajoelhado no chão, aos meus pés e me disse: “Peço-lhe que ouça não só a minha confissão semanal, mas a confissão de todas as culpas da minha vida desde a infância”. Depois, começou, e eu não faltarei ao segredo da confissão dizendo que ele me contou a história de toda a sua vida; fez a acusação de todas as faltas que cometeu em criança, quando moço, como sacerdote e como religioso, com uma humildade, um arrependimento, um ardor, realmente singulares.

Ao fim dessa confissão extraordinária, logo depois da absolvição, beijou-me os pés repetidas vezes, e acrescentou:

— Agora peço-lhe ainda uma graça, que o senhor com certeza não me negará.

— O quê poderia eu negar-lhe? Respondi. E enquanto eu esperava que desse explicações, tirou debaixo da túnica um açoite formado por sólidas tiras de couro e me disse:

— A graça que eu lhe peço agora, é de me dar cem açoitadas de disciplina.

— Jamais! disse eu perplexo.

— O senhor recusa-me então essa caridade? Aquele olhar, o acento daquelas palavras, eu jamais o esquecerei; aceitei pois a contra-gosto o encargo.

O Padre Lacordaire era muito sensível; logo no décimo quinto ou vigésimo golpe começou a gemer profunda mas docemente, e continuou assim até o fim. Eu queria parar, mas ele não o permitiu e eu tive que continuar no meu sangrento ofício.

Quando acabei, ele se levantou, abraçou-me e, desobrigando-me do segredo da confissão, me deu licença de lhe lembrar todos os próprios pecados e de os contar a quem quer que fosse.

Não posso descrever em que estado eu me achava. Quem não é capaz de se sentir comovido até o mais profundo das entranhas, não é digno de assistir a cenas como esta. É assim, meu caro, que os grandes homens sabem humilhar-se: saibamos aproveitar tais exemplos!

DISCÍPULO — Oh, Padre, quantas coisas admiráveis! Se todos os que freqüentam a confissão fizesse assim, ficaríamos logo santos.

MESTRE — Mesmo que não ficássemos santos evitar-mos-ia pelo menos a rotina estereotipada que não traz proveito algum e não opera a transformação que esse sacramento deveria efetuar.

DISCÍPULO — Padre, o senhor disse que é bom acusar também os pecados da vida passada: de quê modo podemos fazê-lo?

MESTRE — A acusação não deve ser geral, como é costume de muitos. Devemos procurar especificar as culpas de modo que possamos, provar-lhes verdadeiramente a matéria e a dor. Digamos, por exemplo: confesso ainda iodos os pecados da minha vida passada, principalmente os que cometi contra a obediência, a caridade, a pureza e os deveres do meu estado ou então de todos os maus exemplos e escândalos dados durante a minha vida.

DISCÍPULO — E os que têm pecados que absolutamente não ousam confessar?

MESTRE — Que digam logo ao Confessor: “Padre, eu cometi pecados que não ouso confessar”, que se entreguem à sua caridade e prudência e respondam com toda a sinceridade e confiança às perguntas que ele fizer.

DISCÍPULO — E se alguém se vir atrapalhado por causa de más confissões feitas no passado?

MESTRE — Esse vá logo dizendo: Padre, tenho atrapalhações na consciência, preciso da sua caridade; ajude-me porque há algum tempo ou há muito tempo que me confesso mal. O Confessor saberá esclarecê-lo e livrá-lo; a paz e a consolação lhe inundarão a alma, que ficará surpreendida por ter podido comprar a sua felicidade, por tão baixo, preço.

DISCÍPULO — Agradecido, Padre; diga-me ainda: o quê é a absolvição?

MESTRE — A absolvição é a sentença pela qual o sacerdote, em nome de Jesus, remete os pecados. É o ponto culminante do Sacramento, a panacéia infalível, o remédio divino que penetra nas almas, cicatrizando-lhes as feridas, curando-lhes desde a raiz as mais graves enfermidades; ressuscita-as, quando mortas pela culpa; dá-lhes força e vigor para que possam viver bem e lhes abre as portas do Paraíso.

Ao recebermos a santa absolvição, façamos de conta que estamos abraçados aos pés de Jesus e que ELE nos lava com o seu sangue.

Oh, quantos prodígios operou e opera continuamente essa fórmula sagrada que Jesus, pela boca do sacerdote, pronuncia sobre nós! De quantas manchas já limpou as almas. Quantas, já envelhecidas no vício, foram por fim restabelecidas e salvas. É pois com a confiança ilimitada, que a devemos receber, como um remédio inteligente de efeito infalível; e choremos de consolação todas as vêzes que a recebemos.

Um condenado à morte tinha tido a boa sorte de ter sido preparado para o passo terrível por um sacerdote zeloso e cheio de caridade. Quando subiu ao patíbulo, pouco antes que o laço fatal o enforcasse, e o Confessor que o assistia renovou a absolvição de todas as culpas, ele desatou em copioso pranto. Perguntaram-lhe a razão: “Eu não choro, disse, pela sorte que me toca, nunca chorei na minha vida; nem quando a justiça me alcançou, nem quando leram a minha sentença de morte: se agora choro é pensando que Deus me perdoou!” A comoção foi geral: grande parte dos milhares de espectadores enxugaram as lágrimas.

Nós também deveríamos chorar assim, depois de cada absolvição, ao pensarmos que Deus nos perdoou.

DISCÍPULO — E se no momento da absolvição não pensamos nisso, ou não nos sentimos comovidos?

MESTRE — Não nos devemos perturbar com isso. Os sacramentos operam ex opere operato, ou seja, por si próprios. Mesmo se não ouvíssemos nem sequer o som das palavras da absolvição, o seu efeito seria o mesmo.

DISCÍPULO — Padre, a absolvição cancela sempre os pecados?

MESTRE — Sim, cancela-os todos e sempre, quando a confissão é bem feita, isto é, quando dissemos todos os pecados de que nos lembramos, quando sentimos pesar, e quando fizemos firme propósito de fugir até das ocasiões; em caso contrário não cancela nada, mesmo que fosse repetida cem vezes.

DISCÍPULO — Então procedem mal, os que, não tendo boas disposições, vão à procura de um Confessor indulgente de quem possam arrancar a absolvição.

MESTRE — Malíssimo! Coitados, cavam a própria cova, obrigando Deus a condená-los.

DISCÍPULO — Mesmo quando conseguem enganar o confessor, não podem enganar a Deus que lê nos corações, não é mesmo, Padre?  “Sempre confessados, sempre perdoados, No fundo do inferno, fomos sepultados”.

MESTRE — Justamente! Eles terão a mesma sorte daquele querelante que, tendo-se arruinado com querelas reduzido à extrema miséria, magro, esquelético, maltrapilho, deixou aos seus herdeiros os seus retratos com este escrito:

Sempre briguei, sempre ganhei:

Eis aqui como fiquei.

E eles deverão exclamar:

Sempre confessados e sempre perdoados. o fundo do inferno seremos sepultados.

DISCÍPULO — Quando e como se deve fazer a penitência dada pelo confessor?

MESTRE — É bom fazê-lo o mais depressa possível, e mesmo logo depois de deixarmos o confessionário; e deve ser feita com pontualidade e precisão.

No tempo que ainda se impunham penitências rigorosas, dois homens de bem, culpados talvez pelas mesmas faltas, deviam fazer a pé, por penitência, uma peregrinação a um santuário distante.

Andam durante duas horas em boa marcha, mas depois um deles diz:

— Ande mais devagar, amigo: eu não posso mais! Doem-me os pés! Saiba que o confessor ordenou como penitência, que eu pusesse grãos de bico no sapato.

— Ora, a mim também deu a mesma ordem.

— E você não os pôs?

— Pus, sim.

— E os seus pés não doem?

— Nem um pouco! Eu até sinto alívio com isso! — Mas como?!

— Eu os pus cozidos.

DISCÍPULO — O homem era bem esperto!

MESTRE — Esperto sim, ou pelo menos, nada tolo… Mas no entanto, você compreende que ele não estava cumprindo a penitência com precisão, pois a intenção do confessor era outra.

Confessai-vos bem – Pe. Luiz Chiavarino

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O pecador aflige o Coração de Deus

 

Coração de Jesus desprezado

Exacerbavit Dominum peccator: secundum multitudinem irae suae non quaeret – “O pecador irritou ao Senhor: não se importa da grandeza de sua indignação” (Sl 9, 24)

Sumário. Não há dissabor maior do que ver-se pago com ingratidão por uma pessoa amada e beneficiada. Daí infere quanto deve estar amargurado o Coração sensibilíssimo de Jesus, que, não obstante os imensos e contínuos benefícios concedidos aos homens, é tão vilmente ultrajado pela maior parte deles, especialmente neste tempo de carnaval. Jesus não pode morrer; mas, se o pudesse, havia de morrer só de tristeza. Procuremos nós ao menos desagravá-Lo um pouco com os nossos obséquios.
I. O pecador injuria a Deus, desonra-O e por isso amargura-O sumamente. Não há dissabor mais sensível do que ver-se pago com ingratidão por uma pessoa amada e beneficiada. A quem ofende o pecador? Injuria um Deus, que o criou e amou a ponto de dar por amor dele o sangue e a vida. Cometendo um pecado mortal, bane esse Deus de seu coração.

Que mágoa não sentirias, se recebesses injúria grave de uma pessoa a quem tivesses feito bem? É esta a mágoa que causaste a teu Deus, que quis morrer para te salvar. Com razão o Senhor convida o céu e a terra, para de alguma sorte compartilharem com ele a dor que lhe causa a ingratidão dos pecadores: Ouvi, céus, e tu, ó terra, escuta: Criei uns filhos e engrandeci-os; porém, eles me desprezaram. ― Ipsi autem spreverunt me (1). ― Numa palavra, os pecadores, com o pecado, afligem o coração de Deus: Exacerbavit Dominum peccator. Deus não está sujeito à dor, mas, se a pudesse sofrer, um só pecado mortal bastaria para O fazer morrer de tristeza, porque Lhe causaria uma tristeza infinita. Assim, o pecado, no dizer de São Bernardo, por sua natureza é o destruidor de Deus: Peccatum, quantum in se est, Deum perimit.

Quando o homem comete um pecado mortal, dá, por assim dizer, veneno a Deus, faz o que está em si, para tirar-lhe a vida. Segundo a expressão de São Paulo, renova de certo modo a crucifixão e as ignomínias de Jesus e calca-O aos pés, pois que despreza tudo o que Jesus Cristo fez e sofreu para tirar o pecado do mundo: Qui filium Dei conculcaverit (2). Eis porque a vida do Redentor foi tão amargurada e penosa: tinha sempre diante dos olhos os nossos pecados.

II. Se um só pecado basta para afligir o coração de Deus, considera quanto deverá ficar amargurado particularmente no tempo de carnaval, quando se comete um sem-número de pecados. ― Santa Margarida Alacoque, para consolar um pouco o seu divino Esposo de tantas amarguras, alcançara de Deus que cada ano no carnaval lhe sobreviessem dores acerbíssimas, que soíam* durar até a quarta-feira de Cinzas, dia em que parecia reduzida aos extremos. Dando conta desta graça assinalada a seu diretor, a Santa exprime-se assim: “Esses dias são para mim um tempo de tamanho sofrimento, que não posso contemplar senão o meu Jesus sofredor, compadecendo-me das aflições de seu sacratíssimo Coração”.

Meu irmão, se não tens suficiente ânimo para imitar aquela amantíssima esposa de Jesus, ao menos, já que agora consideraste a malícia do pecado, afasta-te no futuro bem longe dele. E nestes dias de desenfreada libertinagem, não percas de vista as seguintes belas palavras de Santo Agostinho: “Os gentios“, diz ele (e o mesmo fazem os maus cristãos), “regozijam-se com gritos de alegria, mas vós alegrai-vos com a palavra de Deus; eles correm aos espetáculos, vós procurai apressadamente as igrejas; eles embriagam-se, mas vós, sede sóbrios e temperantes“.

Se porventura em outros tempos cometeste alguma culpa grave e assim afligiste o teu Deus tão amável, dize-Lhe agora com coração contrito e amoroso: † “Meu amável Jesus, para mostrar-Vos minha gratidão e para reparar as minhas infidelidades, dou-Vos o meu coração e consagro-me inteiramente a Vós, e com Vosso auxílio proponho não pecar mais” (3). † Ó doce Coração de Maria, sede a minha salvação.
Referências:
(1) Is 1, 2
(2) Hb 10, 29
(3) Indulg. de 100 dias
*soíam: do verbo soer = costumar

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(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa Inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 264-266)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Coração de Jesus, aflito pelo pecado de escândalo

 

Coração de Jesus, aflito pelo pecado de escândalo

Videte ne contemnatis unum ex his pusillis – “Vede, que não desprezeis um só destes pequeninos” (Mt 18, 10)

Sumário. O Filho de Deus baixou do céu à terra por amor das almas, levou durante trinta e três anos uma vida de privações, e de trabalhos, e afinal chegou a derramar por elas o seu preciosíssimo sangue. Julgai, por estas razões, quão amargo é o desgosto que os escandalosos causam a Jesus Cristo; por Lhe roubarem e mesmo matarem tantas filhas tão diletas. Para não amargurarmos mais esse Coração amabilíssimo, guardemo-nos de dar mau exemplo ao nosso próximo, ainda que seja em coisas leves.
I. Uma das coisas que mais afligiram o Coração de Jesus, durante a sua vida terrestre, e que haviam de afligi-Lo ainda no céu, se ali houvesse tristeza, é o pecado de escândalo. Para compreender isso, devemos considerar quão cara é a Deus cada alma de nossos próximos. Criou-as Ele à sua imagem e semelhança (1), e amando-as desde a eternidade, criou-as para que fossem rainhas no paraíso, onde há de torná-las participantes de sua própria felicidade e dar-se-lhes a si mesmo em galardão: Ego ero merces tua magna nimis (2) — “Eu serei o teu galardão infinitamente grande”.

Depois, o que não tem feito, o que não tem padecido o Verbo incarnado por amor dessas almas, para remi-las da escravidão do demônio, na qual caíram pelo pecado? Chegou a nada menos do que a dar por elas o seu sangue e a sua vida. Se, em vez de uma só morte, seu Pai lhe tivera exigido mil; se, em vez de ficar três horas na cruz, tivera de ficar nela até o dia do juízo; se afinal tivera de sofrer para salvação de cada um, o que padeceu para salvação de todos os homens juntos, Jesus Cristo não teria hesitado em fazer tanto. Tão grande é o amor que lhe fazem perder tantas almas. — Julgai por aí quão amargo desgosto causam ao Coração de Jesus os escandalosos, que Lhe fazem perder tantas almas, roubam-Lhe e assassinam tantas filhas tão diletas. Diz São Bernardo, que a perseguição que o Senhor sofre da parte daqueles pérfidos algozes é mais cruel do que a que sofreu da parte dos que o crucificaram.

Tendo os filhos de Jacob vendido a José, apresentaram ao pai a túnica deste tingida no sangue de um cabrito, dizendo-lhe: Vide utrum tunica filii tui sit (3) — “Vê se é ou não a túnica do teu filho”. Do mesmo modo, nos podemos figurar que, quando uma pessoa peca, induzida ao pecado por um escandaloso, os demônios apresentam a Deus o vestido daquela pessoa tingida do sangue de Jesus Cristo, isto é, a graça perdida por aquela alma escandalizada. Se Deus pudesse chorar, choraria então mais amargamente do que Jacó, dizendo: Fera pessima devoravit eum — “Uma fera péssima a devorou”.

II. A fim de não afligirmos mais o Coração de Jesus, guardemo-nos, especialmente nestes dias, de darmos ao próximo qualquer escândalo ou mau exemplo, não somente em coisas graves, senão também nas leves. Abstenhamo-nos sobretudo e sempre de toda palavra que possa ofender a bela virtude, lembrando-nos que uma palavra indecente, muito embora dita de gracejo, pode ser causa de mil pecados. — Se no passado tivemos a desgraça de dar, de qualquer modo, ao próximo ocasião de pecado, saibamos que o Coração aflito de Jesus exige de nós uma rigorosa satisfação, reparando ao menos pelo bom exemplo o mal que fizemos.

Meu amabilíssimo Jesus, eu também sou um daqueles desgraçados cujo mau exemplo encheu de amargura o vosso divino Coração. Ah Senhor! Como pudestes sofrer tanto por mim, prevendo as injúrias que Vos havia de fazer? Mas já que me suportastes até este momento, e quereis a minha salvação, dai-me uma grande dor de meus pecados, uma dor que iguale à minha ingratidão.

Senhor, odeio e detesto sumamente os desgostos que Vos causei. Se no passado desprezei a vossa graça, agora estimo-a mais do que todos os reinos da terra. Amo-Vos, † Jesus, meu Deus, amo-Vos sobre todas as coisas, e de todo o meu coração. Não quero mais viver senão para Vos amar e fazer que os outros também Vos amem. Vós mesmo abrasai-me cada vez mais em vosso amor, lembrando-me sempre, quanto fizestes e padecestes por mim. — A mesma graça, peço a vós, ó Maria! Suplico-vos que ma alcanceis, pela dor que o vosso divino Filho sentiu e que vós mesma sentistes pela previsão dos escândalos do mundo.

Referências:
(1) Gn 1, 26
(2) Gn 15, 1
(3) Gn 37, 32
(3) Gn 37, 33

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(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I: Desde o Primeiro Domingo do Advento até a Semana Santa Inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 257-259)

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

CINCO SINAIS DE UMA VOCAÇÃO

 

Por que não eu?

Fonte: L’Acampado n°211 – Tradução: Dominus Est

Cinco sinais permitem ao candidato à perfeição saber que ele pode seguir esta vocação com a consciência tranquila.

1. Compreender que em tal vocação, servirei melhor o Senhor, santificar-me-ei melhor, trabalharei melhor por minha salvação e para a salvação das almas, glorificarei melhor a Deus na terra e no céu.

Falando daqueles que permanecem virgens pelo Reino dos Céus, Nosso Senhor nos diz que não se pode compreender isto sem uma graça especial: “Nem todos compreendem esta palavra, mas somente aqueles aos quais ela foi dada” (Mt 19).

Não se trata de saber que, teoricamente, a vocação religiosa é mais elevada que o caminho comum, mas se eu, com minhas qualidades concretas, servirei melhor o Senhor dessa forma.

Logo, se compreendo isto, já tenho uma primeira indicação divina.

2. Ter as disposições requeridas.

Na XV anotação, Santo Inácio nos diz que, além dos Exercícios, é “lícito e meritório” incitar, não todo mundo, mas “todos aqueles que têm as disposições requeridas” a escolher virgindade, a vida religiosa e todas as formas de perfeição evangélica.

Há aqui um elemento indicador muito precioso. Pode-se concluir que todo aquele que não tem as disposições requeridas, normalmente (exceto por milagre), não foi chamado por Deus. Atenção! Deus o chama, talvez, a uma outra vocação. Porém, normalmente, não àquela pela qual ele não está vocacionado.

Exemplos de qualidades requeridas: mínimo de inteligência (se houver estudos a concluir), mínimo de saúde (se for preciso partir em missão), e, para toda vocação: ter bom senso.

3. Não é necessário que haja contraindicações.

Na medicina, chamam de contraindicação algo que não é indicado fazer sob risco de prejudicar a saúde.

Da mesma forma, há contraindicações a uma vocação: umas, de direito natural, outras impostas pelo Direito Canônico. Ex: um rapaz, arrimo de família pobre, ou um homem que tem dívidas ouprocessos sob as costas, não podem entrar no noviciado sem ter resolvido estas questões.

Logo, há aqui uma eliminatória importante que pode oferecer alguns esclarecimentos sobre a existência ou a ausência de uma vocação.

4. É preciso, quando se doa a Deus, aceitar as renúncias que a prática dos conselhos exige.

Melhor não fazer um voto, do que fazer um e não cumpri-lo” (Eclo 5, 4).

Alguém que não gostaria, por exemplo, de observar a castidade, a pobreza ou a obediência não deveria entrar na vida religiosa. “Uma longa castidade é uma segunda virgindade” (São Bernardo).

5. É preciso encontrar um bispo uma congregação que o aceite.

Eis aqui o sinal oficial do chamado de Deus.

Não encontrar um bispo ou uma congregação que te aceite é o sinal de que Deus não te chama.

Mas, cuidado, não julgue rápido demais nem sumariamente demais. Alguém pode não servir em tal congregação e se dar muito bem em outra.

Da mesma forma, tal quem julga a olhos vistos que uma criança não tem vocação pode se enganar.

É lícito insistir e procurar em outros lugares, sobretudo se se constata em um indivíduo os cinco sinais supramencionados.

Exemplo: conta-se que um seminarista foi expulso de um propedêutico por sabe-se lá qual descuido. O pároco, conhecendo o menino o enviou para uma escola apostólica, onde o rapaz fez grandes progressos, passou para o seminário maior e se graduou em teologia.

Padre, ele logo se tornou prelado encarregado de funções elevadas e, num belo dia, cardeal.

De acordo com o costume, a diocese de origem honrada por ter um de seus filhos revestido da púrpura cardinalícia e lhe preparou um grande festejo na catedral.

Seguiu-se um banquete no Seminário Menor. No fim da refeição, o novo Cardeal perguntou ao Superior: “Não poderia me trazer o caderno dos egressos?” E ele leu no ano em quem ninguém mais lembrava: “Pizzardo, demitido por falta de vocação”. O Cardeal tirou então sua caneta, e acrescentou, com humor, “E oggi, cardinale della Santa Chiesa”.

Trata-se de sua Eminência, o Cardeal Pizzardo, na época, à frente de todos os seminários e universidades católicas do mundo.

O Direito Canônico reduz a 4 estes sinais de vocação:

  1. Reta intenção
  2. Chamado do bispo
  3. Qualidades requeridas
  4. Ausência de irregularidade ou impedimento

Alguém que preenche estas 4 condições pode se doar sem medo de se enganar, ainda que ele não tenha vontade disso. Evidentemente, seria diferente se se tratasse de uma repugnância invencível ou de uma aceitação forçada pela pressão de um pai ou de um padrinho ou madrinha. Nestes casos, o interessado não cumpriria as condições desejadas.

Todo aquele que, tendo idoneidade e reta intenção, aspira ao sacerdócio pode se apresentar ao bispo” (Noldin).

Eis um rapaz qualquer, vivo e inteligente. Ele se casaria de bom grado, com várias moças que estão ao seu redor. Basta-lhe fazer um sinal. Mas tocado pela falta de operários evangélicos e o grande número de almas que perecem pela falta de apóstolos, ele entrevê todas as repercussões que sua renúncia às alegrias permitidas do matrimônio teria para a salvação do mundo, se ele consagrasse toda a sua vida ao Bom Deus.

Ele vê as repercussões deste dom em um São Francisco Xavier, um São João Bosco, um São Vicente de Paulo, um São João Maria Vianney.

Ele diz para si mesmo, “e por que não eu?”

Ele possui os 5 sinais ou condições indicadas mais acima.

Ele compreende a eficácia que seu sacrifício teria para o serviço de Deus e da Santa Igreja, o número de famílias transformadas e quanto melhor ele se santificaria.

Ele tem as disposições necessárias, se se doa a Deus, ele está determinado, com sua graça, a cumprir as obrigações.

Ele não tem contraindicação.

Ele encontrará facilmente um bispo ou uma congregação que o aceite.

Este rapaz pode dizer: Deus me chama, lhe dou a minha vida, me devoto ao seu serviço. Ele pode considerar estas palavras do Divino Mestre com ditas a ele próprio: “Se quer, vá, venda todos os teus bens, dê-os aos pobres, e terás um tesouro no Céu, e venha e me siga!”.

“Nada, diz Santo Inácio, deve me determinar a escolher ou a rejeitar estes meios, se não for o serviço e o louvor de Deus, Nosso Senhor, e a salvação eterna de minha alma”.

Santo Tomás nos diz que é preciso mais motivos para não se fazer religioso do que para se tornar religioso. E ele repete várias vezes (II Iie Q189 a.10) “Sobretudo, não buscar conselho junto daqueles que te impedirão”, e ele cita estas palavras de São Jerônimo: “Apressa-te, por favor, e se hesitas, corte as amarras em vez de perder teu tempo a desatá-las”.

Uma vez resolvida a questão da vocação diante de Deus, é preciso deixar de cambalear e de hesitar. É um meio clássico do qual o demônio se serve para embaralhar e desencorajar muitos.

Que o rapaz não deixe Deus a espera.

Que, naquilo que lhe cabe, assim que a questão ficar clara, ele se doe imediatamente de forma generosa a Cristo, e passe à realização, assim que puder. Não faça o Senhor esperar.

Santo Inácio nos diz:

“A um rapaz semelhante a ti, o que aconselharias para a grande glória de Deus e para a grande perfeição de sua alma? Que gostaria de ter escolhido, hoje, em teu leito de morte? O que os teus diversos argumentos, de uma maneira ou de outra, valem no tribunal de Deus?

E, não hesite mais, aja de acordo. Se quer, compreenda a graça, compreenda a honra que te é dada”.

Pe. Ludovic Marie Barrielle, FSSPX

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Nota do blog: Colocamos abaixo alguns links sobre a vocação sacerdotal:

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“Senhor, dai-nos sacerdotes,

Senhor, dai-nos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes,

Senhor, dai-nos muitas santas vocações religiosas,

Senhor, dai-nos famílias católicas, 

São Pio X, rogai por nós”

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