sábado, 30 de janeiro de 2016

A FÉ NÃO É SUBSTITUÍDA PELO SENTIMENTO

Arthur_Timotheo_da_Costa,_Rezando,_1905,_54,5_x_46,5_Photo_Gedley_Belchior_BragaAtacada por todos os lados, hoje a Fé tornou-se rara nas almas. À medida que os tempos avançam, caminhamos para a realização das palavras de Nosso Senhor: «Quando o Filho do homem voltar, crês que Ele encontrará Fé sobre a Terra?». (Lc. 18,8).
Repare que as almas que vemos já não ter Fé, tiveram-na ao menos no batismo. Estas almas estão em um estado bem diferente dos infiéis que nunca tiveram Fé. A Fé é um bem tão grande que uma vez entrando numa alma fica sempre alguma coisa.
São Francisco de Sales disse, a respeito da caridade: «A caridade tendo sida separada da alma pelo pecado deixa, muitas vezes, alguma coisa que parece com a caridade, que pode iludir e nos entreter em vão».
Esta aparência de Fé, porque ela é apenas aparência, não passa de um fingimento de Fé; uma Fé fingida ou, se quiser, imaginada, é o que se chama sentimento religioso.
Os sentimentos religiosos! Uma espécie de presente que os homens querem dar a Deus, pelo qual Deus deve se sentir muito agradecido; um fundo de benevolência que o homem sente por Deus; uma sorte de polidez, de bom tom, de bom gosto do homem em relação a Deus; sim, tudo que quiser neste gênero, que a pouco obrigue, que não atrapalhe, que se acomode, que se preste a tudo, e não se comprometa com coisa alguma: aí está o que geralmente se entende por sentimentos religiosos, mas isto não é a Fé. Assim como a aparência de Caridade pode nos iludir e nos entreter em vão, a aparência de Fé pode nos iludir e nos ilude muitas vezes e pode nos entreter e nos entretém amiúdo, em vão.
E como isto acontece? perguntará a senhora. A resposta é fácil. Um cristão, para agradar a Deus, deve fazer atos de Fé a toda hora. Na oração, na prática da vida cristã, na recepção dos sacramentos, o cristão deve ter como obrigação severa praticar a Fé, fazendo atos interiores para acompanhar muitos atos exteriores da vida cristã. Este é o dever.
Ora, o perigo, a decepção consiste em fazer atos da vida cristã não com Fé mas com aparência de Fé ou sentimentos religiosos.
A Fé é então substituída pelo sentimento, a realidade pela imaginação. Neste estado podem-se fazer muitas orações sem rezar, confessar-se sem querer se emendar, receber a Eucaristia sem se unir a Jesus Cristo.
Segundo o que ouvi dizer, tanto por um Bispo como por um missionário que percorreu toda a França e estudou atentamente o estado das almas, parece que hoje, sob muitos pontos de vista, fazemos apenas com a máscara da Fé o que deve ser feito com a Fé.
Isto ajudará a senhora a compreender e a poupará do sofrimento quando chegar o dia em que reconhecer que um bom número de cristãos, que se dizem devotos e praticantes, têm exatamente os mesmos vícios dos mundanos não praticantes. Eles praticam, ai de nós! mas a Fé não é o princípio de seus atos religiosos, eles são cristãos em imaginação, e na realidade viciosos como tantos outros.
O sentimento religioso é certamente um dom de Deus. É um bem, um bem de ordem natural. O sentimento religioso é a conseqüência natural de nossa qualidade de criaturas, como o respeito aos pais é natural nos filhos.
Digamos juntos: Credo.
Cartas sobre a Fé – Pe. Emmanuel-André

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

II. DAS NOVENAS

"A virgem e o menino", Alonso Cano,
óleo sobre tela, 162 x 107 cm

Os devotos de Maria celebram com muita atenção e fervor as novenas de suas festividades. E durante elas a Santíssima Virgem lhes dispensa, com muito amor, as graças inúmeras e especialíssimas. Viu um dia Santa Gertrudes, debaixo do manto de Maria, uma multidão de almas que nos dias precedentes se tinham preparado, por meio de devotos exercícios, para celebrar a festa da Assunção.


São os seguintes os exercícios que se podem praticar nas novenas:

1. Práticas piedosas.

a) Fazer oração mental, de manhã e à tarde, e visitar o Santíssimo Sacramento, acrescentando 9 Pai-Nossos e Gloria Patri.

b) Todos os dias visitar alguma imagem da Virgem e então agradecer ao Senhor as mercês que lhe concedeu, e pedir a Maria um favor especial para si mesmo.

c) Fazer numerosas jaculatórias a Jesus e a Maria. Nada podemos fazer, que seja mais agradável à nossa Mãe, do que amar a seu Filho. Disse-o ela a S. Brígida: Se queres que eu seja tua devedora, ama a meu Filho Jesus.

d) Ler, durante um quarto de hora, algum livro que lhe trate das glórias.

2. Exercícios de penitência. Com a devida licença do confessor, impor-se alguma mortificação exterior, como o cilício, o jejum, a abstinência de frutas à mesa, de comidas mais saborosas. Melhores são, entretanto, durante essas novenas, as mortificações interiores, como abster-se de ver e ouvir curiosidades, entregar-se ao retiro, ao silêncio, à obediência; evitar a impaciência nas respostas, suportar as contrariedades e outras semelhantes. Elas se podem praticar com menor perigo de vanglória, e maior merecimento, dispensando até a licença do diretor espiritual.

3. Exercício mais proveitoso, porém, será tomar, desde o princípio da novena, o propósito de corrigir-se de algum defeito a que se é mais inclinado. Por isso é bom, por ocasião das visitas acima mencionadas, pedir perdão das culpas passadas, renovar o propósito de nunca mais cair, e implorar para esse fim o auxílio de Maria.

4. O obséquio mais agradável a Maria, entretanto, é a imitação de suas virtudes. Assim é bom, em cada novena, propormo-nos alguma virtude especial de Maria, a mais adaptada ao mistério que se celebra. Por exemplo: na festa da Conceição, a pureza de intenção; na festa da Natividade, a renovação do espírito; na Apresentação, o desapego daquilo a que nos sentimos mais presos; na Anunciação, a humildade e o amor dos desprezos; na Visitação, a caridade para com o próximo, fazendo esmolas, ou pelo menos rezando pelos pecadores; na Purificação, a obediência aos superiores; e finalmente, na Assunção, a prática do desapego, fazendo tudo como preparação à morte, e aplicando-nos em viver cada dia como se fosse o último da vida. Desse modo as novenas produzirão grandes resultados.

5. Muito recomendável é a comunhão frequente, e mesmo diária, durante a novena. Dizia o Padre Ségneri, que não podemos honrar melhor a Maria, do que por meio de Jesus. A Virgem (segundo o Padre Crasset) revelou a uma alma santa que não se lhe pode oferecer coisa mais cara do que a santa comunhão, porque é aí que o Salvador colhe nas almas os frutos de sua Paixão. É claro, pois, que a Santíssima Virgem nada deseja mais de seus devotos, que os ver receber a santa Comunhão.


6. Finalmente, no dia da festa, depois da comunhão, é preciso oferecermo-nos ao serviço dessa divina Mãe, pedindo-lhe a virtude que nos propusemos na novena, ou alguma outra graça especial. E é bom escolher cada ano, entre as festas da Virgem, uma para a qual nos preparemos com maior fervor. Nesse dia então de novo nos consagraremos de um modo mais especial ao seu serviço, elegendo-a por Senhora nossa, Advogada e nossa Mãe. Então lhe pediremos perdão das negligências cometidas em seu serviço, durante o ano findo, com a promessa de maior fidelidade para o ano vindouro. Pedir-lhe-emos, finalmente, que nos aceite por servos, e nos alcance uma santa morte.



Livro: Glórias de Maria - Santo Afonso de Ligório

Fonte:
http://vashonorabile.blogspot.com.br/


VII. Entrar nas Congregações de Maria
VIII. Dar esmolas em honra de Maria
IX. Recorrer frequentemente a Maria
X. Alguns outros obséquios

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

I. A AVE-MARIA

Anunciação - Fra Angélico (Convento de São Marcos - Florença)


1. Muito agrada à Santíssima Virgem a saudação angélica

Por ela lhe renovamos a alegria que sentiu, quando S. Gabriel lhe anunciou que fora eleita para Mãe de Deus. Nessa intenção devemos saudá-la muitas vezes com a Ave-Maria.

Saudai-a com a Ave-Maria, diz Tomás de Kempis, porque ela gosta muito dessa saudação. Que não lhe podemos dirigir saudação mais agradável, do que com a Ave-Maria, disse-o a Virgem a S. Matilde. Por ela será também saudado todo aquele que a saúde. S. Bernardo, certa ocasião, ouviu de uma estátua da Senhora as palavras: Eu te saúdo, Bernardo! Ora, a saudação de Maria consiste sempre em alguma nova graça, diz Conrado de Saxônia. Pergunta Ricardo: É possível que Maria recuse mais uma graça a quem dela se aproxima e lhe diz: Ave, Maria? A S. Gertrudes prometeu a Mãe de Deus tantos auxílios na hora da morte, quantas Ave-Marias lhe houvesse recitado em vida. Alano de Rupe afirma que, ao ouvir essa saudação angélica, alegra-se o céu, treme o inferno e foge o demônio. Com efeito, atesta-o Tomás de Kempis, pois com uma Ave-Maria pôs em fuga o demônio que lhe aparecera.


2. A prática dessa devoção pode ser a seguinte:

a) Dizer de manhã e de noite, ao levantar e ao deitar-se, 3 Ave-Marias, ajuntando depois de cada uma a pequena jaculatória: Por vossa pura e imaculada Conceição, ó Maria, purificai meu corpo e santificai minha alma, Em seguida, devemos pedir a bênção a Maria, conforme fazia sempre S. Estanislau, pondo-nos sob o manto de nossa Mãe e pedindo que naquele dia ou naquela noite nos livre de todo pecado. É recomendável que, para esse fim, tenhamos juntos ao leito uma bela imagem da Santíssima Virgem.

b) Recitar o Anjo do Senhor (Ângelus) com as três Ave-Marias usuais, pela manhã, ao meio-dia e à noite. Foi João XXII o primeiro Papa que indulgenciou esta devoção (1328). Em 1724, Bento XIII concedeu cem dias de indulgências a quem recitar o Anjo do Senhor, e indulgência plenária a quem o rezar durante um mês, confessando-se e comungando.

Outrora, ao som das Ave-Marias, todos se ajoelhavam para rezar o Anjo do Senhor. S. Carlos Borromeu não se acanhava de descer da carruagem, para recitá-lo de joelhos na rua, mesmo na lama muitas vezes. Aos sábados de tarde e durante todo o domingo recita-se de pé. No tempo da Páscoa, como explica Bento XIV, em lugar dele, recita-se a antífona Regina caeli laetare (Rainha do céu, alegrai-vos).

c) Saudar a Mãe de Deus com a Ave-Maria, sempre que se ouve soar o relógio, à imitação de S. Afonso Rodriguez, irmão da Companhia de Jesus (+ 1617), o qual à noite era acordado pelos anjos para saudar a Senhora. Saudá-la ao sair de casa e ao entrar nela. para que a Virgem dentro e fora de casa nos livre do pecado. E depois, em espírito, beijar-lhe os pés, como fazem os Cartuxos.

d) Fazer o mesmo quando se passa diante de uma imagem da Mãe de Deus. É bom colocar, quando se pode, uma bela imagem de Maria na parede da casa, para que os transeuntes a possam venerar. Em Nápoles e Roma há esse belo costume.

e) Por ordem da Santa Igreja, começa e termina cada hora do Divino Ofício com a recitação da Ave-Maria. Assim, pois, é bom rezar uma Ave-Maria ao principar e ao terminar qualquer ação, quer espiritual, como a oração, a confissão, a comunhão, a leitura espiritual, e assistência ao sermão, etc., quer temporal, como estudar, dar conselhos, trabalhar, comer, deitar-se, etc. Felizes as ações praticadas entre duas Ave-Marias! Saudemos a Virgem com essa oração, ao despertar pela manhã, ao fechar os olhos para dormir. Saudemo-la em todas as tentações, em todos os perigos, em todos os ímpetos de cólera e em semelhantes ocasiões. Praticai essa devoção, caro leitor, e lhe vereis os abençoados frutos. Refere Auriema que a Santíssima Virgem prometeu a S. Matilde uma boa morte, se rezasse todos os dias três Ave-Marias, em honra de seu poder, de sua sabedoria e de sua bondade. Declarou também à venerável Joana de França ser-lhe muito agradável a recitação de dez Ave-Marias, em honra de suas dez virtudes.

Livro: Glórias de Maria - Santo Afonso de Ligório


Fonte:
http://vashonorabile.blogspot.com.br/


VII. Entrar nas Congregações de Maria
VIII. Dar esmolas em honra de Maria
IX. Recorrer frequentemente a Maria
X. Alguns outros obséquios

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

OS BENS DO MUNDO NÃO NOS PODEM FAZER FELIZES

Vidi in omnibus vanitatem et afflictionem animi — “Vi em tudo vaidade e aflição do ânimo” (Eccles. 2, 11).
Sumário. Os irracionais que foram criados para a satisfação dos sentidos acham a felicidade nos bens da terra, e possuindo-os nada mais desejam. A alma humana, porém, criada para amar a Deus e estar-lhe unida, nunca achará a paz nos prazeres dos sentidos, como demasiadamente prova a experiência. Só Deus pode contentá-la plenamente. Qual não será, pois a nossa loucura, se, deixando o Senhor, corrermos atrás dos bens falazes do mundo!
Neste mundo todos os homens trabalham para alcançar a paz. Afadiga-se tal negociante, tal soldado, tal litigante, porque imaginam que realizando o negócio, obtendo a desejada promoção, ganhando a demanda, farão fortuna e acharão a paz. Pobres mundanos, que procuram a paz no mundo, que lha não pode dar! Só Deus pode dar-nos a paz:Da servis tuis, assim ora a Igreja,illam quam mundus dare non potest pacem — “dai aos vossos servos a paz que o mundo não pode dar”. Não, o mundo com todos os seus bens não pode contentar o coração do homem, porque o homem não foi criado para esses bens, mas somente para Deus, donde resulta que só Deus o pode satisfazer. Os animais, que foram criados para os bens materiais, acham a paz nos bens terrestres. Mas a alma, que foi criada tão somente para amar a Deus e viver com Ele unida, nunca poderá achar a paz nos gozos dos sentidos; só Deus a pode tornar plenamente contente.
São Lucas fala de um rico que, tendo obtido colheita abundante de seus campos, disse assim para consigo: “Minha alma, tens muitos bens em depósito para largos anos; descansa, come, bebe, regala-te.” (1) Mas este desgraçado foi tratado como insensato. E com razão, diz São Basílio; ou não queria por ventura equiparar-se aos animais imundos, e pretendia contentar sua alma com a comida, com a bebida e com os deleites sensuais? Nunquid animam porcinam habes?
Numa palavra, assim conclui São Bernardo, o homem pode encher-se de bens do mundo, mas nunca saciar-se com eles. — Escrevendo o mesmo Santo a propósito desta passagem do Evangelho: Ecce nos reliquimus omnia — “Eis que nós deixamos tudo”, acrescenta que viu no mundo diversos doidos, que todos eram atormentados por uma grande fome. Para se fartar, uns comiam terra: imagem dos avarentos; outros aspiravam o ar; imagem dos ambiciosos; outros que estavam próximos de uma fornalha, recebiam na boca as centelhas que voavam: imagens dos coléricos; outros, enfim, à beira de uma lagoa paludosa, bebiam dessas águas corrompidas: imagens dos desonestos. Depois o Santo, dirigindo-se a eles, exclama: Ó insensatos, não vedes que estas coisas, longe de matar a fome, só podem atiçá-la? Haec potius famem provocant, quam extinguunt.
Os bens do mundo têm somente aparência de bens, é por isso que não podem saciar o coração do homem.Comedistis et non estis satiati(2) — “Comestes e não fostes saciados”. Assim o avarento, quanto mais adquire, e o dissoluto, quanto mais se revolve em seus deleites, tanto mais se mostra, a um tempo, desgostoso e ávido de novos prazeres. O mesmo acontece ao ambicioso, que quer saciar-se com uma fumaça. Se os bens da terra pudessem contentar o homem, os ricos, os monarcas seriam perfeitamente felizes, mas a experiência prova o contrário. É o que Salomão declara, afiançando-nos que nada tinha negado aos sentidos: Vanitas vanitatum et omnia vanitas (3) — “Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade”.
Que me resta, meu Deus, das ofensas que Vos fiz, senão penas, amarguras e títulos para o inferno? A dor que sofro agora não me desagrada; pelo contrário consola-me, porque é efeito de vossa graça, e já que Vós a excitais em mim, dai-me a confiança que me quereis perdoar. O que me aflige é a amargura de que Vos enchi, ó meu Redentor, que tanto me haveis amado. Merecia ser então abandonado, meu Senhor, mas, em lugar de me abandonardes, vejo que me ofereceis o perdão e que sois o primeiro a pedir a paz. Sim, meu Jesus, quero fazer as pazes e desejo a vossa graça mais do que qualquer outro bem.
Arrependo-me de Vos ter ofendido, Bondade infinita, e por isso quisera morrer de dor. Eu Vos suplico, pelo amor que me tendes tido, a ponto de por mim expirar na cruz: perdoai-me e recebei-me no vosso Coração. Mudai o meu coração de tal sorte, que Vos dê tanto gosto no futuro, como no passado Vos causei desgosto. Pelo vosso amor, renuncio a todos os gozos que o mundo me possa oferecer e tomo a resolução de antes querer perder a vida que a vossa graça. Dizei-me o que tenho a fazer para Vos ser agradável; estou pronto a tudo fazer. — Prazeres, honras, riquezas, a tudo renuncio; só a Vós quero, meu Deus, minha alegria, meu tesouro, minha vida, meu amor, meu tudo! Ajudai-me, ó Senhor, a Vos ser fiel. Fazei que Vos ame, e disponde de mim como Vos aprouver. — Maria, minha Mãe e minha Esperança depois de Jesus, recebei-me debaixo da vossa proteção e fazei com que eu seja todo de Deus. (II 94.)
  1. Luc. 12, 19.
    2. Agg. 1, 6.
    3. Eccles. 1, 2.
Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I – Santo Afonso

sábado, 23 de janeiro de 2016

Aos que sofrem


"Eu estou com ele na sua tribulação, dela o livrarei e glorificarei."
(Ps. XL, 15).



Jesus Cristo. - Porque estás triste, filha Minha? O que é que te atormenta? 

A alma. - Senhor, é que eu não posso mais. Sofro horrivelmente; é muito pesada a cruz que levo sobre os ombros; sobrecarrega-me; e eu quisera, se possível fosse, livrar-me dela. Choro incessantemente; aflijo-me; em vão procuro quem me console; o meu único alívio é queixar-me, soluçar, e dar livre curso às minhas lágrimas. Quão mal sabem consolar os tristes aqueles que estão alegres! As suas palavras ainda me irritam mais. Se eles sofressem como eu sofro, outra seria a sua linguagem. 

Jesus Cristo. - Desabafa, à vontade, o teu coração angustiado. Não Me ofendem as tuas lágrimas, nem as tuas queixas amorosas; pois, fui Eu que te fiz sensível às penas e a dor, às contrariedades e à cruz; ouve-Me, porém, com atenção, Eu amo-te verdadeiramente; desejo fazer-te feliz, e sei consolar-te porque conheço, por experiência própria, o que é uma dor acerba e uma cruz pesada. 


I. Eu estou contigo na tribulação. Eu bem podia tirar-te de sobre os ombros essa cruz que te sobrecarrega, como também podia ter evitado que ela te caísse sobre eles. Mas de quem te queixas tu? Quem julgas que te fabricou essa cruz, que assim te oprime? Pensas que foram os homens ignorantes ou maus. Pensas acaso que foram os elementos? 

Ergue-te, e olha um pouco mais acima. Quem te deu essa cruz fui Eu mesmo; fui Eu que permiti que te impusessem. Mas, muito antes de impô-la, pesei-a: e até toquei-a na Minha, para santificá-la. Não me faças a injúria de a achares pesada de mais; pois nisso Me acusarias de injusto ou de ignorante. É pesada, bem o sei, difícil de levar e aflitiva; mas não por demais. 

Ao cometeres o pecado abandonaste-Me para procurares um gozo ilícito nas criaturas; quero Eu, pois, que esse deleite o pagues tu agora com este tormento. Mais insuportável é o inferno, que mereceste por cada pecado teu. Parecia-te o mundo digno do teu amor; estavas muito aferrada às criaturas; e Eu quero desapegar-te delas, fazendo-te ver quanto elas são vãs, enganosas e custáveis, e quanta é a amargura que o seu trato deixa sempre no coração. 

A muitos tem a perseguição dado a coroa de mártires; a cada passo a prosperidade leva não poucos a serem viciosos.

Quantos pecados, em tuas tribulações, não tens tu deixado cometer, por não teres à disposição tantos meios nem ocasião de pecar? É assim que, vendo-te aflita, te desgostas do mundo e de ti mesmo; purifica-te mais e lembra-te do céu; e recorres a Mim por única consolação.

O caminho mais curto, e o mais seguro, para chegar ao céu - é o caminho da cruz. Anima o covarde, humilha o soberbo, purifica o penitente, ilumina o cego e coroa o justo. 

Não satisfeito com ter sido Eu próprio que te pus essa cruz aos ombros, tendo-lhe, primeiro, tomado o peso, Eu estou ao teu lado para te ajudar a levá-la, embora teus olhos não logrem descobrir-Me. Não durmo, filha Minha; não Me esqueço de ti nem te abandono, mas quero que, da tua parte, faças alguma coisa: quero que recorras à Minha proteção, e que te convenças de que nada podes sem o auxilio da Minha divina graça.  Foi por esse caminho que levei os Meus santos; por esse caminho foi a Minha Mãe Santíssima; foi por ele que Eu mesmo dirigi também os Meus passos. 

A alma. - Perdoai-me, Senhor, se a força da dor me faz perder o tino, e me leva a dizer que Vós não estivestes na cruz senão três horas, e que o meu padecimento dura já há muitos anos.

Jesus Cristo. - Minha filha, é verdade que eu não estive senão três horas pregado sobre a cruz; mas desde o primeiro instante da Minha vida, Eu tive-a cravada no coração. Acaso só a sua representação não me fez suar sangue no horto? Pois isso mesmo que Eu então quis mostrar no exterior para o teu aproveitamento, passava-se a cada instante no íntimo da minha alma. Toda a minha vida foi um martírio nunca interrompido. 

Os meus servos, sabendo isto, animavam-se a padecer por Meu amor. 

“Senhor, dizia-Me o venerável João de Ávila, mais dor e mais paciência. Seja ainda a dor maior, contanto que o amor também aumente; que eu me deleite em padecer por Vós.” 

A minha amorosa esposa Teresa tambem exclamava assim: “Ou padecer, ou morrer.” 
Madalena de Pazzi acrescentava: "Padecer e não morrer."

Perguntando Eu, um dia, ao meu servo João da Cruz que recompensa queria ele pelas penas sofridas em Meu serviço, respondeu-Me: "Quero padecer, Senhor, e ser desprezado por amor de Vós."

O meu servo Agostinho julgava ver, no pé da Minha Cruz, escritas estas palavras: Solução de todas as dúvidas. 

Não queiras, pois, ser mais do que os santos, nem ser mais bem tratada do que o teu Mestre, se não queres renunciar a ser Minha discípula. 

Também os pecadores levam a sua cruz; e com certeza mais pesada que a dos Meus servos; pois que é com impaciência e sem mérito algum que eles a sofrem. 

Ergue os olhos ao Calvário, e lá verás três cruzes: a Minha, que Eu mesmo quis, sem ter culpa alguma própria, levar por amor de ti; a do bom ladrão, que soube arrepender-se das suas culpas; e finalmente, a do mau ladrão, que viveu mal e que mal morreu, que viveu sofrendo, e continuará sofrendo indizíveis tormentos por toda a eternidade. Eu estava com ele na tribulação; tinha-Me ao seu lado; porém não quis aproveitar-se dos Meus merecimentos; e a sua impenitência tornou-lhe mais insuportáveis as suas dores. 

II. Eu te livrarei - É a esperança que adoça as amarguras da vida. A tua cruz é pesada; mas virá um dia em que te livrarei dela. Agora mesmo alguns momentos há, em que Eu te alivio, fazendo com que tu sintas algum tanto menos o seu peso. Aligeiram-te estas consolações, que às vezes misturo em teu penar; mas dia virá em que Eu te retirarei de todo, e então quererias tê-la levado com mais paciência e mais resignação. 

Muito padeceram, por meu amor, os meus mártires; mas os tormentos deles já acabaram. Se as tuas horas de sofrimento se te fazem longas e pesadas, muito mais pesadas se tornarão pela tua impaciência; e muito mais longa e pesada ainda será a eternidade para os condenados. Mas nesta vida mesmo, eu te livrarei da cruz sempre que isso convenha à tua salvação, e tu Me peças com confiança, com amor e com perseverança. 

III. Eu te glorificarei. - Se Me acompanhares no caminho do Calvário, levando a tua cruz com paciência, e melhor ainda com alegria, é assim que merecerás entrar no Meu santo Reino. 

Aqui trabalhas, e lá descansarás; aqui sofres privações como peregrino, lá gozarás como quem já está na sua pátria; não tendo mal algum a evitar, terás a desfrutar um bem imenso; aqui pelejas contra o inimigo, lá reinarás sem ter inimigos. 

O prêmio com que Eu, no céu, galardoarei os seus trabalhos, é um bem interminável, sem mescla do menor mal. Por pequenas cruzes, terás grande recompensa; por sofrimentos passageiros, terás eterno gozo. 

É tão sem medida este gozo que te espera, que não poderás deixar de exclamar, ao entrar de posse dele: Gratuitamente me dais todo este gozo, Senhor; não mereciam tanto os meus pequenos sofrimentos. Oh! quem nunca houvera fugido da cruz! Agora conhece com quanta sabedoria os santos costumavam procurá-la.

A alma. - Iluminai, Senhor, o meu entendimento, para que conheça os bens que o padecer encerra; inflamai a minha vontade para não repelir as cruzes que Vós vos dignais impor-me; e dai-me graça copiosa para levá-las não só com resignação e constância, mas até mesmo, Senhor, com gozo e com alegria. Assim seja! 

(100 dias de indulgência, por cada vez que se ler esta meditação, concedidos pelos Em.mo e Rev.mo   Cardeal D. Americo, Bispo do Porto, texto retirado do livro Maria falando ao Coração das Donzelas por Abade A. Bayle, 1917)
 Fonte: A grande guerra

A Humildade - Por Santo Afonso de Ligório

Segui o exemplo de Sta. Catarina de Senna. Quando era tentada de vanglória, humilhava-se; e quando acometida de desânimo, confiava em Deus, pelo que o demônio lhe disse um dia com raiva: “Maldita tu e maldito quem te ensinou esse meio de me vencer. Não sei mais como te apanhar”. — Assim, pois, quando o inimigo vos disser que para vós não há perigo de cair, tremei, pensando que, se Deus vos deixa um instante, estais perdidas. Quando fordes tentadas de desânimo, dizei com Davi: Senhor, pus em vós todas as minhas esperanças, confio que não serei confundida, privada da vossa graça e feita escrava do inferno.

Considerai-vos como o maior pecador que existe na face da terra. As almas verdadeiramente humildes são mais esclarecidas da luz celeste, e como conhecem melhor as perfeições de Deus, também vêem melhor as suas misérias e os seus pecados. Dai vem que os santos, cuja vida era tão exemplar e tão diferente da dos mundanos, se diziam, não por exagero, mas com verdadeira convicção, os maiores pecadores do mundo. — Assim se julgava S. Francisco de Assis. — S. Tomas de Vilanova era continuamente assaltado de temor, pensando, dizia ele, nas contas que havia de dar a Deus pela sua má vida. — Sta. Gertrudes considerava um milagre não se abrir a terra debaixo de seus pés, para engoli-la por causa de seus pecados. — S. Paulo eremita derramava lágrimas, dizendo: “Ai de mim pecador, que não mereço ter sequer o nome de monge”. — O bem-aventurado padre Mestre Ávila refere a este propósito que uma pessoa de grande virtude, tendo rogado a Deus lhe fizesse ver qual era o estado de sua alma, obteve a graça pedida e a viu tão disforme e abominável, embora só tivesse cometido pecados veniais, que exclamou: Senhor, por misericórdia, tirai-me de diante dos olhos essa figura monstruosa.

Guardai-vos, pois, de vos preferir a quem quer que seja. Basta um julgar-se melhor do que os outros, para se tornar o pior de todos, assegura Trithemio. Assim também basta que alguém creia ter grandes merecimentos para perder os que tem e não ter mais nenhum. O principal merecimento da humildade consiste em crer um sinceramente que não tem nenhum direito adquirido e que não merece senão afrontas e castigos.

Os dons e graças que Deus vos tem concedido não serviriam senão para vos fazerem condenar com maior rigor no dia do juízo, se abusásseis desses dons, elevando-vos acima dos outros. Mas não basta não vos antepordes à nenhuma; é preciso, como já ficou dito, considerar-vos a última e a mais indigna de todos os vossos irmãos. E porque? Primeiramente, porque conheceis sem dúvida os muitos pecados que tendes cometido, e ignorais os pecados dos outros; e, ao contrário, sabeis que nada possuis, e não conheceis muitas virtudes ocultas. Além disso considerai que, com as luzes e graças que o Senhor vos prodigalizou, já devíeis ser um santo. Oh! se Deus houvesse dado tantas graças a um infiel, talvez fosse já um serafim; e vós ainda estais tão atrasado e tão cheio a imperfeições e defeitos! 

O Espírito Santo nos dá esse aviso: Há alguns que se fazem de humildes, só serem tidos e louvados por humildes e para não serem repreendidos e humilhados. — Mas, diz S. Bernardo, procurar louvores das humilhações não é humildade, porém destruição da humildade; porque, deste modo, a mesma virtude torna-se uma fonte de soberba. 

Na teoria, dizia S. Vicente de Paulo, a humildade tem uma boa aparência, mas na prática é horrenda, porque a verdadeira humildade consiste em amar as objeções e desprezos. Pelo que notou S. João Clímaco, que, para ser humilde não basta dizer que se é mau, mas também é preciso alegrar-se de ser tido por tal pelos outros e de ser por isso desprezado. Eis as suas palavras: “É bom que tu digas mal de ti, mas é melhor que, quando ouvires dizer isto por outrem, tu o confirmes, não te ressentindo, e até alegrando-te com isso. — Antes já o escrevera S. Gregório: “O verdadeiro humilde confessa-se pecador, e quando lhe censuram as faltas, não as nega mas reconhece”.
Enfim, S. Bernardo exprime o mesmo pensamento nestes termos: O verdadeiro humilde não pretende ser louvado por humilde, mas quer ser tido por vil, defeituoso e desprezível e se compraz de se ver humilhado e tido na conta em que se estima. Dai vem que a humilhação o torna mais humilde, diz o mesmo Santo doutor: Muda a humilhação em humildade.

Santo Afonso de Ligório no livro A Verdadeira Esposa de Cristo.


Visto em:

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Salvo pelo Terço

O jesuíta alemão Helmuth Kaiser conta este caso ilustrativo da piedade mariana, acontecido nos princípios do século XX, em terras germânicas.

Duas jovens irmãs, alunas de um colégio interno, costumavam passar as férias com a avó no sitio da família.

E sempre rezavam o terço com ela após o jantar, diante de uma imagem da Mãe do Céu. E contaram este fatinho real.

"Quando rezávamos o terço, não sentíamos o tempo passar. A avó tinha um lindo rosário de pérolas guardado na caixinha, mas preferia usar o de contas grandes, gastas, de marrom desbotado.

Muito curiosas, perguntamos-lhe ao fim da reza:


- Avó, por que a senhora reza com esse rosário velho e feio?

- É porque ele traz para mim uma saudade muito grande. Era do seu avô, que o rezava tranquilamente todas as manhãs, enquanto caminhava pela estrada para chegar ao serviço nas minas de pedra lousa.

Ele demorava meia hora até chegar no local de trabalho. Precisava ser muito pontual porque tinha a chave do portão por onde entravam os operários. Estes desciam pelos corredores com suas pás, picaretas e carrinhos de mão.

Certa manhã, o avô tinha andado meio caminho e ia começar a rezar o terço. Mas ao enfiar a mão no bolso, não o encontrou. Tinha esquecido no outro casaco. Coisa que acontece com tanta gente.

Ele não teve dúvida. Deu meia volta, voltou para casa, pegou o terço, e apressou-se para não atrasar demais. Mesmo assim, chegou com quase trinta minutos de atraso, nunca antes acontecido.

Os operários estavam todos esperando no portão e ficaram admirados desse atraso numa pessoa sempre tão pontual. Eles o rodearam, curiosos por saber o motivo do atraso. Um falatório daqueles.

O avô abriu o portão, e toda gente começou a descer para as minas. De súbito, um grande estrondo se ouviu, parecendo um trovão no fundo da terra. Quando tudo se acalmou, desceram cautelosamente. E viram que se tivessem descido cinco minutos antes, todos teriam sido esmagados por uma avalanche de pedras que desabara, enchendo de entulhos os vastos corredores da mina.

Os operários ficaram assustados e agradecidos à Mãe do Céu, ajoelhando-se ali mesmo. Um terço esquecido em casa salvara da morte dezenas de pessoas. Maria os protegera através de um devoto mariano, o avô.

Este caso reavivou neles a sua devoção a Nossa Senhora e ao  Santo Rosário.

Ouvindo esta história, ficamos muito impressionadas, em silêncio, pensativas. Só a luzinha junto a imagem de Nossa Senhora tremulava e parecia que a Mãe do Céu sorria para nós." 


Fonte: Revista Cruzada – Braga - PORTUGAL.


Visto em:
http://farfalline.blogspot.com.br/

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

PRÁTICAS DE DEVOÇÃO EM HONRA DE MARIA SANTÍSSIMA (SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO)

Adoração dos Pastores - Estaban Murillo

É tão liberal e tão grata a Rainha do céu, que retribui com grandes favores os pequenos obséquios de seus servos, diz S. André de Creta. Todavia duas coisas são precisas para que ela assim nos recompense. 

Em primeiro lugar devemos oferecer-lhe nossos obséquios com a alma limpa de pecado. Do contrário nos acontecerá o que S. Pedro Celestino relata. Um soldado viciado tinha por costume fazer todos os dias um ato de devoção em honra de Nossa Senhora. Certa vez sentiu muita fome. Apareceu-lhe a Virgem e apresentou-lhe um manjar delicioso, mas dentro de um vasto tão sujo; que ele teve nojo de comer.

-Eu sou a Mãe de Deus, disse-lhe então Maria, e vim saciar tua fome.

-Mas a falta de asseio que noto me impede de comer, observou o soldado.

-E como queres tu, replicou a Virgem, que eu aceite as tuas devoções, oferecidas com uma alma tão imunda?!

Com isso o pobre converteu-se, fez-se eremita e viveu 30 anos no deserto. Na hora da sua morte, apareceu-lhe de novo a Santíssima Virgem, levando-o para o céu.

Afirmamos, na parte primeira desta obra, ser impossível, moralmente falando, que se perca um devoto de Maria. Verifica-se, entretanto, isso com a condição de que ele viva sem pecado, ou que pelo menos tenha desejo de converter-se. Nesse caso, certamente, Maria o ajudará. Quisesse alguém, ao contrário, pecar na esperança de ser salvo por Nossa Senhora, e se tornaria por sua culpa indigno e incapaz da proteção de Maria.

Em segundo lugar nossa devoção deve ser perseverante. Só quem persevera recebe a coroa, diz S. Bernardo. Tomás de Kempis, sendo menino, costumava todos os dias recorrer à Virgem Maria, com certas orações. Um dia, porém, delas se esqueceu, e depois omitiu-as durante umas semanas. Finalmente, as abandonou por completo. Certa noite, viu em sonho como Maria abraçava os seus companheiros, mas em lhe chegando a vez de ser abraçado, ela disse: Que esperas de mim, tu que deixaste as tuas devoções? Afasta-te, que és indigno de um abraço meu. - Tomás despertou aterrorizado e recomeçou com as costumadas devoções.

Com razão assegura por isso Ricardo de S. Lourenço: Quem é perseverante na devoção de Maria, pode nutrir a bela esperança de ver realizados todos os seus desejos. Como ninguém entretanto pode estar certo de tal perseverança, ninguém por isso pode também ter certeza de sua salvação, antes da morte. Memorável ensinamento deixou a seus companheiros S. João Berchmans, da Companhia de Jesus. Estando ele para morrer, perguntaram-lhe por um obséquio que fosse muito agradável a Nossa Senhora e dela lhes obtivesse a proteção. O Santo respondeu: Pouca coisa, mas com constância.

Vou, contudo, indicar, de um modo simples e sucinto, diversos obséquios que podemos ofertar à nossa boa Mãe para alcançar sua benevolência. É esta, em minha opinião, a coisa mais importante, de quantas deixo escritas nesta obra. Mas não recomendo a meu leitor que as pratique todas. Pratique antes aquelas que escolher, mas com perseverança e com temor de perder a proteção da divina Mãe, se vier a deixá-las. Ah! Quantos dos condenados de hoje se teriam salvado, se houvessem perseverado nas práticas de devoção em honra de Nossa Senhora!
Livro: Glórias de Maria - Santo Afonso de Ligório

Fonte:
http://vashonorabile.blogspot.com.br/



VII. Entrar nas Congregações de Maria
VIII. Dar esmolas em honra de Maria
IX. Recorrer frequentemente a Maria
X. Alguns outros obséquios

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Histórias de São Pe. Pio de Pietrelcina

Eis alguns dons extraordinários de São Pe. Pio de Pietrelcina [1]:

Discernimento extraordinário: É a capacidade de ler os corações e as consciências dos penitentes.

Profecia: Pode anunciar eventos do futuro.

Curas: Curas milagrosas pelo poder da oração.

Bilocação: Estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Perfume: O sangue de seus estigmas tinha fragrância de flores.

Ierognosia: Padre Pio tinha poderes para reconhecer se um homem era um Padre e se os objetos que lhe apresentavam já tinham sido abençoados.

Estigmas: Recebeu os estigmas no dia 20 de setembro, 1918 e os levou até sua morte 50 anos depois (23 de setembro, 1968). Os médicos que observaram os estigmas do padre Pio não puderam fazer cicatrizar suas chagas nem dar explicação delas. Calcularam que perdia um copo de sangue diário, mas suas chagas nunca se infectaram. O padre Pio dizia que eram um presente de Deus e uma oportunidade para lutar, para ser mais e mais como Jesus Cristo Crucificado.

O texto abaixo é do Autor: Dom Dimond, OSB

Tradução: Carlos Wolkartt

Pe. Pio e a Confissão



“Tens cantado um hino a Satanás, enquanto Jesus, em Seu amor ardente, deslocou a cabeça por ti”

João XX, 21-23“Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”.

No Evangelho de João, vemos o poder de perdoar os pecados sendo conferido por Jesus Cristo sobre os Apóstolos. O poder de perdoar os pecados conferido sobre os sacerdotes validamente ordenados por um bispo seria um papel proeminente na vida e nos milagres de Padre Pio. De 1918 a 1923, Padre Pio ouvia confissões de quinze a dezenove horas, todos os dias. Nos anos 1940 e 1950, geralmente ouvia confissões por menos tempo diário, entre cinco a oito horas.

Cada confissão que Padre Pio ouvia durava, em média, somente três minutos – exceto em casos extraordinários. Segundo um cálculo, Padre Pio ouviu um total de aproximadamente cinco milhões de confissões (ou seja, mais de quinze milhões de minutos, ou mais de duzentas e cinquenta mil horas de confissão).

Tantas pessoas queriam que Padre Pio ouvisse suas confissões que geralmente tinham que esperar duas ou três semanas até terem oportunidade. O número de pessoas chegou a ser tão grande que foi necessário abrir um gabinete para distribuir bilhetes. Os bilhetes eram numerados; indicavam o lugar na fila do confessionário de Padre Pio. Este sistema de numeração foi implementado em janeiro de 1950, quando Padre Pio tinha 62 anos. Também foi instituída uma regra que limitava o tempo (em dias) entre uma confissão e outra, para cada penitente. Não era permitido confessar-se com Padre Pio mais de uma vez a cada oito dias.

Um homem de Pádua, que tinha ido se confessar ao Padre Pio, tentou fazer outra confissão entre os oito dias de espera. Para burlar o período de espera, mentiu acerca do número de dias que havia passado desde sua última confissão. Quando entrou no confessionário, Padre Pio lhe expulsou e lhe acusou brutalmente de mentiroso. Depois de ser expulso, o homem disse, em lágrimas: “Tenho dito muitas mentiras ao longo de minha vida, e pensava que poderia enganar a Padre Pio também”. Porém, Padre Pio tinha um conhecimento sobrenatural de seu ato.

Padre Pio exigia que toda a confissão fosse uma verdadeira conversão. Não tolerava a falta de franqueza na explicação dos pecados. Era muito duro com os que se desculpavam, falavam sem sinceridade, ou não tinham uma firme determinação em mudar. Exigia integral franqueza e honestidade do penitente. Também exigia uma verdadeira e sincera dor no coração, e uma firmeza absoluta nas decisões para o futuro.

Muitos dos penitentes de Padre Pio fizeram a declaração assombrosa de que, quando estiveram em seu confessionário, experimentaram a imponente impressão de estarem ante a cátedra do juízo de Deus.

Se o penitente não fosse verdadeiro, ou simplesmente lesse a lista de seus pecados sem o firme propósito de mudança, Padre Pio quase sempre gritava “fora!”. Muitas pessoas diziam que Padre Pio era bruto e severo, e que às vezes batia o painel do confessionário no rosto do penitente. Frequentemente, Padre Pio denunciava um penitente com uma frase dolorosa.

Um homem que foi expulso do confessionário por Padre Pio disse: “Que tipo de monge canalha é este? Não me deu tempo para dizer uma só palavra, e imediatamente me chamou de porco velho e me ordenou sair!”. Outra pessoa disse a este homem que Padre Pio provavelmente teve boas razões para chamar-lhe de porco velho e tratar-lhe desta maneira. “Não me ocorre por que”, disse o homem que havia sido expulso do confessionário; e então, depois de uma pausa, o homem disse: “talvez seja porque tenho uma relação íntima com uma mulher que não é minha esposa”.

Padre Pio também expulsava certos sacerdotes e bispos de seu confessionário. Certa vez Padre Pio disse a um sacerdote: “Se você soubesse que coisa tremenda é sentar-se no tribunal do confessionário! Estamos administrando o Sangue de Cristo. Devemos ter cuidado para não lançarmos este tesouro por todas as partes por sermos demasiados indulgentes ou negligentes”.

Outro homem foi confessar-se ao Padre Pio para lhe provar. Queria ver se Padre Pio podia dar-se conta de que estava mentindo. O homem disse ao frade que não estava ali para confessar os pecados, mas para pedir orações por um familiar. Isto não era verdade, e Padre Pio soube imediatamente. Padre Pio lhe golpeou no rosto e lhe mandou para fora do confessionário.

Uma mulher que chegava de uma longa viagem para ver Padre Pio lhe disse em confissão: “Padre Pio, faz quatro anos que perdi meu esposo, e não tenho ido à igreja desde então”. Padre Pio respondeu: “Porque perdeste teu esposo, também perdeste Deus? Fora! Fora!”, enquanto fechava rapidamente a janela do confessionário.

Pouco depois deste acontecimento, a mesma mulher recuperou sua fé, atribuindo isto à maneira em que Padre Pio lhe tratou – provavelmente reconhecendo como ela havia posto seu apego a seu esposo acima de Deus.

Andre Mandato falou sobre o momento em que foi se confessar ao Padre Pio: “Eu ia à igreja todos os domingos, porém não tinha nenhuma crença forte na confissão. Confessava-me pouquíssimas vezes, e nunca era totalmente sincero. Comecei a crer na confissão somente depois que fui a Padre Pio. A primeira vez que me confessei a ele, ouvi de sua boca os pecados que eu havia cometido”.

Katharina Tangari descreveu como era se confessar ao Padre Pio:

“… Padre Pio primeiramente questiona quanto tempo se passou desde nossa última confissão. Esta primeira pergunta estabelece um contato entre Padre Pio e o penitente; de repente parece que Padre Pio sabe tudo sobre nós. Se nossas forem pouco claras e inexatas, ele as corrige; temos a sensação de que… seu olho pode ver nossa alma como verdadeiramente ela é ante Deus”.

Padre Pio comentou sobre a quantidade de confissões que ouvia, e como era capaz de fazê-lo: “Houve períodos que ouvi confissões sem interrupção por dezoito horas seguidas. Não tenho nenhum momento para mim mesmo. Mas Deus me oferece suporte com eficácia em meu ministério. Sinto a força para renunciar a tudo, contanto que as almas regressem a Jesus e amem a Jesus”.

Juan McCaffery foi se confessar ao Padre Pio, e escreveu sua experiência extraordinária. McCaffery queria que Padre Pio rezasse por alguns de seus amigos. Ele recorda: “Bem, durante uma pausa, comecei a dizer ‘E então, Padre…’; mas ele me interrompeu com um sorriso e disse: ‘Sim, recorda-te de teus amigos também!’”.

Uma mulher chamada Nerina Noe foi a Padre Pio confessar-se. Ela lhe disse que estava pensando em deixar de fumar; não previa a brusca repreensão que Padre Pio lhe daria: “Mulheres que fumam cigarros são repugnantes”.

Frederick Abresch foi um desses penitentes que haviam sido convertidos depois de irem a Padre Pio para se confessarem. Aqui estão algumas coisas que ele descreveu sobre a incrível história de sua conversão:

“Em novembro de 1928, quando fui ver Padre Pio pela primeira vez, havia passado poucos anos desde minha mudança de protestante a católico, que se deu por conveniência social. Eu não tinha fé, ou ao menos entendo agora que simplesmente me iludia de tê-la. Tendo sido criado em uma família muito anticatólica e imbuída de preconceitos contra dogmas a tal grau que uma instrução rápida não poderia eliminar, eu estava sempre ávido de coisas secretas e misteriosas.

“Encontrei um amigo que me apresentou os mistérios do espiritismo. Logo, porém, cansei dessas mensagens inconclusivas de ultratumba; eu estava com fervor no campo do ocultismo, da magia de todos os tipos, etc. Então me encontrei com um homem que declarou, com um ar de mistério, que estava em posse da única verdade: ‘teosofia’. Em seguida me tornei seu discípulo, e comecei a acumular livros com títulos tentadores e atraentes na minha mesa de cabeceira. Com segurança em mim mesmo e cheio de vaidade, usava palavras como Reencarnação, Logos, Brahma, Maia, ansiosamente esperando alguma realidade grande e nova que aconteceria.

“Não sei por que (creio que era antes de tudo para agradar minha esposa), mas de vez em quando continuava recebendo os santos Sacramentos. Este era o estado de minha alma quando, pela primeira vez, ouvi falar de um Padre Capuchino, do qual me descreveram como um crucifixo vivo, realizando milagres contínuos.

“Crescendo em curiosidade, decidi ir e ver com meus próprios olhos. Pus-me de joelhos no confessionário da sacristia [e disse a Padre Pio que] considerava a confissão uma boa instituição social e instrutiva, mas que não cria na divindade do Sacramento em absoluto. O Padre, contudo, disse com expressão de grande dor: ‘Heresia! Então todas as tuas Comunhões foram sacrílegas… tens que fazer uma confissão geral. Examina tua consciência e recorda a última vez que fizeste uma boa confissão. Jesus tem sido mais misericordioso contigo que com Judas’.

“Então, olhando por cima de minha cabeça com olhos severos, ele disse: ‘Louvados sejam Jesus e Maria!’, e se foi à igreja para ouvir as confissões das mulheres, enquanto eu fiquei na sacristia, comovido e afetado profundamente. Minha cabeça estava girando e não conseguia me concentrar. Todavia, ouvia em minhas orelhas: ‘Recorda a última vez que fizeste uma boa confissão!’. Com dificuldade, tomei a seguinte decisão: Diria a Padre Pio que havia sido um protestante, e que mesmo após a abjuração, fui rebatizado (condicionalmente), e todos os pecados da minha vida passada foram apagados em virtude do santo Batismo, no entanto, para minha tranquilidade queria começar a confissão desde a minha infância.

“Quando o Padre voltou ao confessionário da sacristia, repetiu a pergunta: ‘Pois, quando foi a última vez que fizeste uma boa confissão?’. Respondi: ‘Padre, quando estava…’. Porém, nesse ponto o Padre me interrompeu, dizendo: ‘Fizeste uma boa confissão pela última vez quando estavas regressando de tua lua de mel; deixemos todos os demais, e comecemos a partir daí!’.

“Permaneci boquiaberto, abalado com uma letargia, e entendi que havia tocado o sobrenatural. O Padre, entretanto, não me deu tempo para refletir. Demonstrando seu conhecimento do meu passado inteiro, e na forma de perguntas, enumerou todas as minhas faltas com precisão e claridade… Depois que o Padre havia trazido à luz todos os meus pecados mortais, com palavras impressionantes me fez compreender a gravidade destas faltas, acrescentando em um tom de voz inesquecível: ‘Tens cantado um hino a Satanás, enquanto Jesus em Seu amor ardente deslocou a cabeça por ti’. Então ele deu minha penitência e me absolveu… Creio não somente nos dogmas da Igreja Católica, mas também na menor de suas cerimônias… para quitar esta fé, deve-se quitar também minha vida”.

José Greco, agora um grande devoto de Padre Pio, teve um sonho no qual se encontrou com o frade em uma estrada e lhe pediu para salvar seu pai enfermo. O pai de José de repente se recuperou depois do sonho. Para agradecer a Padre Pio, José decidiu viajar e vê-lo cara a cara. Depois de esperar quatro dias, José conseguiu ir a Padre Pio para a confissão. Ele descreveu o encontro:

“Em verdade, quando Padre Pio me viu, disse: ‘Pois então, teu pai está bem’. Fiquei atormentado, em razão de nunca haver visitado São Giovanni Rotondo antes. Nunca havia ido a essa parte do mundo, nem conhecia nada ali. E, no entanto, suscitou em minha mente uma pergunta, e questionei-lhe: ‘Foi você, foi você?’. E ele respondeu: ‘No sonho, no sonho…’. Daí comecei a tremer, porque em verdade estava morrendo de medo. Disse: ‘Sim Padre, no sonho, Padre’. Disse-lhe meus pecados, e antes de me dar a absolvição, ele me disse: ‘No entanto, sabes de algo a mais [que não mencionaste na confissão]?’. Disse: ‘Bem Padre, não consigo recordar nada mais’. Padre Pio então começou a descrever um evento com uma moça, quando eu estava no exército. Então me lembrei de tudo. Queria que a terra se abrisse e me engolisse, de tanta vergonha que me consumia. Então disse a Padre Pio: ‘Sim Padre, estou recordando tudo e tenho medo de ter esquecido de dizer em confissão, estou muito envergonhado’. ‘Pois, disse ele, tens carregado este pecado contigo desde 1941, e o lugar foi Blackburn, para dizer a verdade’. Então me levantei para sair, ao que Padre Pio disse: ‘Há algo mais que esqueceste?’, sorrindo levemente. Disse-lhe: ‘Não Padre, de verdade não há mais nada que posso recordar’. Pensei que era sobre algum outro pecado. E ele disse: ‘Veja em teu bolso’. Então saquei minhas contas do rosário [do meu bolso], as dei a ele, que as abençoou e as me deu de volta. E isso foi tudo”.

Um homem disse a Padre Pio em confissão: “Tenho muito apego aos meus pecados; eles são como que necessários para minha vida. Ajude-me a encontrar um remédio”. Padre Pio lhe deu uma oração a São Miguel Arcanjo, e lhe ordenou dizê-la todos os dias por quatro meses.

Padre Nello Castello, um sacerdote de Pádua, Itália, que havia ido confessar-se a Padre Pio centenas de vezes, recordou suas incríveis experiências:

“Fui confessar-me com Padre Pio pelo menos cem vezes. Recordo-me da primeira vez, em que suas palavras, ao mesmo tempo, me assustaram e me iluminaram. Os conselhos que ele me deu refletiam um conhecimento exato de toda a minha vida passada e futura. Às vezes, ele me surpreendia com sugestões não relacionadas com os pecados confessados, e os acontecimentos que se sucederam deixaram claro que seus conselhos haviam sido proféticos. Em uma confissão, em 1957, Padre Pio falou cinco vezes com insistência sobre o mesmo assunto, usando palavras diferentes, e me recordando de um defeito horrível de impaciência. Além disso, me esclareceu sobre as causas fundamentais que provocavam a impaciência. Descreveu-me o comportamento que deveria seguir para evitar a impaciência no futuro. Isto ocorreu sem que eu houvesse dito uma só palavra sobre o problema. No entanto, ele conhecia meus problemas melhor que eu e me aconselhava em como concertá-los”.

Entre os que iam ver Padre Pio, existiam incrédulos declarados. Alguns foram vê-lo por curiosidade, outros para insultarem a Padre Pio e a Deus.

Dois franco-mações, que eram implacavelmente opostos a Deus e à Igreja Católica, decidiram fazer confissões fingidas a Padre Pio de pecados que simplesmente inventaram. O propósito era profanar o Sacramento da Penitência. Estes homens foram a Padre Pio em dias diferentes. Quando eles começaram a confessar seus pecados inventados, Padre Pio lhes interrompeu, dizendo que sabia o que estavam fazendo, e começou a contar cada um de seus pecados reais, informando-lhes o dia, o lugar e como os cometeram. Os dois homens eram tão abrumados que poucos dias depois, se arrependeram de suas vidas pecaminosas e se converteram.

Um comunista incrédulo também foi a Padre Pio para se confessar. Naquele tempo, não havia abandonado suas crenças malvadas. Padre Pio lhe perseguiu fora do confessionário, dizendo: “Que fazes ante o tribunal de Deus se não credes? Fora! Vai-te! És comunista!”.

No confessionário, Padre Pio dizia coisas como:

“Por que vendeste tua alma ao Diabo?… Que irresponsável!… Estás no caminho do Inferno!… Homem negligente, ide primeiro arrepender-se, e então voltes aqui”.

Uma pessoa durante a confissão pôs em dúvida a existência do Inferno. Padre Pio respondeu: “Você acreditará quando chegar lá”.

Padre Pio considerava a ida frequente à confissão algo necessário para o crescimento na vida espiritual. Ele se confessava ao menos uma vez por semana, e não deixava que seus filhos espirituais ficassem sem confissão por mais de dez dias.

Uma vez foi perguntado a Padre Pio: “Confessamos tudo que pudemos recordar ou conhecer, porém é possível que Deus veja outras coisas que não pudemos lembrar?”. Ele respondeu: “Se pusemos [em nossa confissão] toda a nossa boa vontade e se tivemos a intenção de confessar [todos os pecados mortais]… tudo que pudemos recordar ou conhecer – a misericórdia de Deus é tão grande que Ele incluirá e apagará também o que não pudemos recordar ou conhecer”.

Por esta razão, deve ser dito ao final de uma confissão: “… e confesso todos os pecados que tenho esquecidos e não mencionei nesta confissão”.

Fonte:
[1]. (PADRE PIO DA PIETRELCINA: Epistolario I° (1910-1922) a cura di Melchiorre da Pobladura e Alessandro da Ripabottoni - Edizioni "Padre Pio da Pietrelcina" Convento S.Maria delle Grazie San Giovanni Rotondo - FG).

Visto em:

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