sexta-feira, 13 de julho de 2012

Profecia de São Nilo





Profecia de São Nilo (430 d.C)

São Nilo, Eremita do século V, amigo e discípulo de São João Crisóstomo, Superior de um Mosteiro de Ancira, na Galácia, morreu no ano 430. Sua Profecia foi inserida na importante obra de Hagiografia: “Bibliotheca Sanctorum”, vol. IX, p. 1008. 

Antes de apresentarmos essa Profecia, é bom fazer algumas considerações iniciais, para que a sua simples leitura não seja superficial, nem passem desapercebidas as coisas e acontecimentos que ela nos revela.

Essa profecia tem mais de 1570 anos, o que equivale a mais de XV séculos e meio, e é de estilo Apocalíptico. 

Humanamente falando: é absolutamente impossível que um homem, sem a ajuda de Deus, possa conhecer o futuro, dizendo, com incrível precisão, as coisas que estão por acontecer. 

São Nilo, que viveu no século V, disse que sua Profecia realizar-se-ia no século XX. 

A indicação da época em que esta viria realizar-se e a sua realização revela a sobrenaturalidade da profecia, ou seja, faz-nos ver que foi Deus que falou, afastando, assim, a argumentação de que sua realização seja apenas uma mera coincidência, ou fruto de uma interpretação comodata dos textos proféticos da Bíblia. 

A predição da época, e a sua realização, é um testemunho que faz brilhar a onisciência de Deus, e sinal de que a Profecia não veio do homem, mas de Deus. Ora, nem o homem e, segundo a teologia, nem os Anjos e nem os Demônios podem conhecer, com certeza, o que irá acontecer, porque têm a inteligência limitada. 

Deus, porém, pode conhecer, com certeza, o que irá acontecer, num futuro próximo ou longínquo, porque sua inteligência é ilimitada, ou seja, compreende tudo: o presente, o passado e o futuro. 

A inteligência do homem mau compreende o presente; a do Anjo compreende o presente e o passado; e tanto um como o outro, não podem, de maneira absoluta, conhecer o futuro. Portanto, a Profecia de São Nilo, que trás a compreensão exata de coisas futuras, que viriam acontecer XV séculos depois de sua predição, só pode ter a Deus por autor. 

A Profecia de São Nilo deve ser considerada como uma interpretação divina e profética das Profecias Bíblicas, porque nos indica o tempo exato em que elas iriam realizar-se. 

Deus quis, por meio dessa Profecia, assistir à sua Igreja, nestes tempos conturbados pelo qual ela está passando, porque essa Profecia é um Dom do Espírito Santo, o qual foi prometido aos Apóstolos para guiar toda a Igreja no caminho da verdade como tal, conforme disse nosso Senhor Jesus Cristo: 

“Quando vier, porém, o Espírito de verdade, ele vos guiará no caminho da verdade integral, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e anunciar-se-vos-á as coisas que estão para vir.” (Jô. 16, 13). As “coisas que estão para vir” são todas aquelas “coisas” que foram profetizadas por nosso Senhor Jesus Cristo, pelos Profetas e pelos Santos Apóstolos, ou seja, as “coisas que estão para vir” são as Profecias que dizem respeito ao final dos tempos e sobre a aparição do Anticristo.

O Espírito Santo, por meio de seus Dons de Profecia, anunciará o tempo exato, em que todas estas coisas acontecerão. 

A Profecia de São Nilo anuncia, de maneira extraordinária, o tempo exato em que os sinais da Parusia, profetizados por nosso Senhor Jesus Cristo e pelos Santos Apóstolos, viriam acontecer. 

Embora a Profecia de São Nilo indique a época de sua realização, isto não contradiz em nada o que está escrito: “Mas, quanto àquele dia e àquela hora, ninguém sabe, nem os Anjos do céu, nem o Filho, mas só o Pai”. (Mt. 24, 36). 

Não contradiz, porque a Profecia indica o século, e não o dia e a hora, em que os sinais ali descritos viriam acontecer, como anúncio da aparição do Anticristo e do fim dos tempos. Segue-se, agora, o texto da Profecia.

“A Vinda do Anticristo”

“Depois do ano 1900, por meados do século XX, as pessoas desse tempo tornar-se-ão irreconhecíveis ... Quando se aproximar o tempo da vinda do Anticristo, a inteligência dos homens será obscurecida pelas paixões carnais: a degradação e o desregramento acentuar-se-ão. O mundo, então, tornar-se-á irreconhecível. 

As pessoas mudarão de aparência, e será impossível distinguir os homens das mulheres, por causa do atrevimento na maneira de se vestir e na moda de seus cabelos. 

Essas pessoas serão desumanas e como autênticos animais selvagens, por causa das tentações do anticristo. Não se respeitará mais os pais e os mais idoso. O amor desaparecerá. E os pastores cristãos, bispos e sacerdotes, serão homens frívolos, completamente incapazes de distinguir o caminho à direita, ou à esquerda. 

Nesse tempo as leis morais e as tradições dos cristãos e da Igreja mudarão. As pessoas não praticarão mais a modéstia e reinará a dissipação! A mentira e a cobiça atingirão grandes proporções, e infelizes daqueles que acumularão riquezas! 

A luxúria, o adultério, a homossexualidade, as ações secretas e a morte serão a regra da sociedade. 

Nesse tempo futuro, devido o poder de tão grandes crimes e de uma tal devassidão, as pessoas serão privadas da graça do Espírito Santo, recebida no seu batismo, e nem sequer sentirão remorsos. 

As Igrejas serão privadas de pastores piedosos e tementes a Deus, e infelizes dos cristãos que restarem sobre a terra, nesse momento! 

Eles perderão completamente a sua Fé, porque não haverá quem lhes mostre a luz da verdade. Eles se afastarão do mundo, refugiando-se em lugares santos, na intenção de aliviar os seus sofrimentos espirituais, mas, em toda a parte, só encontrarão obstáculos e contrariedades. 

Tudo isto resultará do fato de que o Anticristo deseja ser o senhor de todas as coisas, e se tornar o mestre de todo o Universo. 

Ele realizará milagres e sinais inexplicáveis. 

Dará também a um homem sem valor uma sabedoria depravada, a fim de descobrir um modo pelo qual um homem possa ter uma conversa com outro, de um canto ao outro da terra. 

Nesse tempo, os homens também voarão pelos ares como os pássaros, e descerão ao seio do oceano como os peixes. 

E quando isso acontecer, infelizmente, essas pessoas verão as suas vidas rodeadas de conforto, sem saber, pobres almas, que tudo isso é uma fraude de Satanás. 

E ele, o ímpio, inflará a ciência da vaidade, a tal ponto que ela se afastará do caminho certo e conduzirá as pessoas à perda da Fé na existência de Deus, de um Deus em Três Pessoas... Então, Deus, infinitamente Bom, verá a decadência da raça humana, e abreviará os dias, por amor do pequeno número daqueles que deverão ser salvos, porque o Inimigo desejaria arrastar mesmo os eleitos à tentação, se isso fosse possível. 

Então a espada do castigo aparecerá de repente e derrubará o corruptor e seus servidores.” (Bibl. Sanctorum, v. IX, p. 1008. 

Os destaques e os grifos são nossos). 

COMENTÁRIOS: 

Se compararmos a Profecia de São Nilo com todas as Profecias Bíblicas, de estilo apocalíptico, notaremos uma identidade de idéias muito profundas, de forma que elas se compreendem e se completam. 

As profecias Bíblicas que tratam sobre o “Fim dos Tempos” e sobre a “Vinda do Anticristo”, descrevem de forma extraordinária todos os sinais que acontecerão naqueles dias, mas só que não revelam o tempo exato em que estas coisas viriam a se realizar, ao passo que São Nilo, ao tratar sobre o mesmo assunto, indica o tempo em que tudo isso viria a acontecer.

Por isto a Profecia de São Nilo torna-se uma interpretação divina e profética das Escrituras. Portanto, diante da angustiante questão: quando será o fim dos tempos? E Quando virá o Anticristo? – podemos afirmar, com São Nilo, e sem medo de errar, que o tempo em que tudo isto começaria a realizar-se é o nosso século XX. 

Deus anunciou os sinais da Parusia, e São Nilo, mais de XV séculos e meio antes, iluminando por Deus mesmo, anunciou, com extraordinária precisão, o tempo ou a época em que a Parusia começaria a acontecer. 

O tempo, anunciado por São Nilo, é o século XX, ou seja, um período que vai desde 1900 até 2000. Contudo, surge aí uma dificuldade: 

A Profecia indica o início da época em que os sinais da Parusia começariam a realizar-se, mas ao contrário do que muitos possam pensar, não indica o tempo em que esta Profecia concluir-se-á, de tal modo que o “fim” pode ser muito depois do ano 2000. 

São Nilo marcou, e com extraordinária precisão, o início de sua Profecia para “meados do século XX”, ou seja, alguns anos depois da metade deste século. 

Como todos sabem, “um século” tem “cem anos”, e a metade de “cem” (100/2) é “cinqüenta” (50). 

Mas, a palavra “meados” significa mais meia metade, ou seja, mais uns “vinte e cinco” anos (25). Portanto, 1900 + 50 = 1950 + 25 = 1975, ou seja, a Profecia de São Nilo começou a cumprir-se num período que vai desde 1950 até 1975. 

A parte central e a mais importante dessa Profecia, realizou-se entre os anos 50 – 70, com a realização do Concílio Vaticano II, que foi o único “Concílio atípico” da História Eclesiástica.

 Depois de indicar a época em que sua Profecia começaria a se cumprir, São Nilo descreve, com uma precisão verdadeiramente admirável, o triunfo geral do pecado, ou seja, a aceitação do “liberalismo” no mundo todo. Profetizou a revolução indumentária que, segundo Nossa Senhora de Fátima, ofenderia muito a Deus nosso Senhor. 

No século V as mulheres não usavam calças compridas, foi só depois dos anos 60 que esse costume se generalizou, com o surgimento do movimento “hippie”, e vulgarizado por uma maciça propaganda na imprensa tanto falada como escrita, ou seja, a nova moda foi amplamente divulgada no Cinema, na Televisão, nos Jornais e Revistas do mundo todo. 

Foi nesse tempo que o Papa João XXIII, ao inaugurar o Concílio Vaticano II, recusou, e convidou todos os Padres Conciliares a recusar, a postura de ataque e defesa da verdade contra o erro, ao pronunciar as seguintes palavras: 

“Sempre a Igreja se opôs aos erros; muitas vezes até os condenou com a maior severidade. Nos nossos dias, porém, a esposa de Cristo prefere usar mais o remédio da misericórdia que o da severidade.” (Comp. Vat. II, p. 8, Introd. Geral, Frei Boaventura Klop, O.F.M., Ed. Vozes, 4.ª ed.). 

Infelizmente esse pronunciamento vai de encontro à palavra de Deus, que disse: “Porquanto o não ser proferida logo sentença contra os maus é causa de cometerem os filhos dos homens crimes sem temor algum.” (Eclesiastes, 8, 11). 

Com a recusa do espírito destas palavras do Eclesiastes, o Inimigo se infiltrou na Igreja, e os Exércitos Católicos começaram a decair. Foi por causa dessas idéias que o mundanismo triunfou, e se tornou causa de perdição para um incontável número de almas. 

Neste sentido o Concílio Vaticano II foi atípico porque, ao recusar a condenação dos erros atuais, acabou por condenar um passado de mais de XX séculos da Igreja. 

Primeiro veio a crise de moral, depois a crise de Fé e a crise dos Eclesiásticos. Depois de anunciar a crise de caridade e a crise dos Eclesiásticos, São Nilo profetizou o seguinte: “Nesse tempo as leis morais e as tradições dos cristãos e da Igreja mudarão”.

 Estas palavras, que foram proferidas mais de XV séculos antes, constituem o centro da Profecia de São Nilo. Por causa disto ela é a chave que permite entender e interpretar todas as Profecias Bíblicas, as de Nossa Senhora e as dos Santos, que dizem respeito ao “Final dos Tempos”.

Estas palavras são como que a “bússola”, com a qual podemos interpretar as demais. 

Falo assim, porque, como todos podem ver, a Profecia de São Nilo cumpriu-se ao pé da letra, de maneira infalível. 

Muitos terão medo de compreender o verdadeiro sentido destas palavras, porque elas exigem de todo bom católico uma postura de resistência às mudanças condenadas pela Profecia, e de permanência àquelas coisas que o Anticristo deseja abolir. 

Mas ao lado dos que, pela covardia, desprezarão estas palavras, outros mais não darão à elas a devida importância, por causa de um triste e enganoso sentimento de escrúpulos, porque as palavras da Profecia os levarão a tomar uma postura de conflito, e mesmo de “aparente desobediência” às Autoridades Sagradas. 

O escrúpulo é a tentação na qual muitos bons católicos caíram, e com isso contribuem, sem se darem conta, com a obra de demolição da Fé, que penetrou na Igreja. 

O escrúpulo levou muitos sacerdotes a obedecer “ordens e decretos” em desacordo formal com as Tradições da Igreja e das Escrituras; e ainda a justificarem sua obediência ao modernismo, dizendo que “Deus escreve certo por linhas tortas”. 

Mas que ninguém tenha escrúpulos, porque no passado já houve cristãos que resistiram mesmo às mais altas Autoridades da Igreja, em defesa e conservação da Fé. 

Assim, por esta razão, o próprio Santo Atanásio, como é de todos conhecido, não hesitou em resistir e desobedecer mesmo ao Papa Libério, que o tinha proibido de combater a heresia Ariana. 

Por causa disto o Papa Libério excomungou o Bispo Atanásio que, mais tarde, foi reconhecido e canonizado pela Igreja, porque no tempo da heresia Ariana, foi o único Bispo Católico, ou seja, que não pecou contra a Fé, aderindo à heresia ou deixando de combate-la. Para não pecar contra a Fé, ele teve que “desobedecer” aos homens, para obedecer a Deus. 

Mais tarde São Máximo e São Sofrônio, Bispos, resistiram e desobedeceram ao Papa Honório I, porque permaneceram fiéis às Tradições dos Antigos e rejeitaram a heresia monifisita. 

Por causa desta desobediência aparente, eles foram Canonizados, e o Papa Honório foi, depois de sua morte, excomungado pelo III Concílio de Constantinopla e pelo Papa São Leão II. Eis as palavras de São Leão II, Papa:

“Anatematizamos (...) Honório (Papa), que não ilustrou esta Igreja Apostólica com a doutrina da Tradição Apostólica, mas permitiu por uma traição sacrílega, que fosse maculada a Fé imaculada” (...) e “não extinguiu, como convinha à sua autoridade, a chama insipiente da heresia, mas a fomentou por sua negligência.” (Denz. Sch. 563 e 561). 

O VI Concílio Ecumênico, assim se expressou, ao analisar as cartas do Papa Honório e do Patriarca Sérgio: “tendo verificado estarem elas em inteiro desacordo com os dogmas apostólicos e as definições do Santos Concílios e de todos os Padres dignos, de aprovação, e pelo contrário seguirem as falsas doutrinas dos hereges, nós as rejeitamos de modo absoluto e as execramos como nocivas às almas.” (Denz. Sch. 550). 

São Máximo e São Sofrônio “desobedeceram” e “resistiram” publicamente “contra” o Papa Honório e contra todos os Prelados e Sacerdotes que apoiaram Honório e o Patriarca Sérgio na heresia monofisita, e mereceram, por causa disto, a glória dos Altares. Honório e o Patriarca Sérgio foram apoiados por meio de uma “obediência servil”, que prefere imolar a verdade, ao invés de imolar-se pela verdade.

 O Padre Fernando Áreas Rifan, no que toca à obediência, disse o seguinte: 

“A obediência é uma virtude moral, inferior à Fé, que é uma virtude teologal. A obediência é uma virtude moral, inferior à Fé. A Fé não tem limites. A obediência os tem. Obedecer é fazer a vontade de Deus, expressa na vontade dos superiores, representantes de Deus. Mas se a ordem dos superiores se revela em contradição com a vontade de Deus, então vale aplicar a frase de São Pedro: ‘É preciso obedecer a Deus antes que aos homens’ (Atos 5,29). Assim, o 4.ª mandamento manda o filho obedecer aos pais. Mas se o pai lhe manda algo contra a vontade de Deus, o filho não deve fazer o que o pai ordena, e peca se o fizer”.

 É bem conhecido de alguns um Documento, chamado Masterplano (“Plano da maçonaria para destruir a Igreja”), onde está escrito que “o plano” seria “executado pelos bons católicos”, que poriam em prática seus objetivos por via da obediência.

 A autenticidade ou não desse Documento fica a critério de cada um, o que queremos, é mostrar, por este exemplo, o poder que uma falsa noção de obediência tem, para desviar o Clero e os fiéis do bom e reto caminho da Tradição Apostólica. Foi no Concílio Vaticano II que mudaram as tradições da Igreja. 

E essas mudanças foram impostas à toda Igreja, em nome da obediência. Mudaram a Missa, introduziram a Comunhão na mão e em pé, tiraram o véu da cabeça das mulheres, permitiram que o mundanismo entrasse na Igreja, etc. 

Do Concílio Vaticano II saiu uma mudança radical, um rompimento formal com a Tradição, em suma, saiu dali uma nova Igreja. 

Saiu dali o “cisma mortal”, de que fala a Profecia de Lerida. Mas assim como, no tempo do Papa Honório e do Papa Libério, houve Prelados que se opuseram às novidades, como São Máximo, São Sofrônio, e Santo Atanásio, que, por sinal, foram excomungados, porque desobedeceram aos homens, para obedecer a Deus, também no tempo do Concílio Vaticano II, e em nosso tempo, houve e há Prelados que resistiram e resistem às mudanças, e foram obrigados a “desobedecerem” aos Papas Paulo VI, João Paulo I, e João Paulo II, para permanecerem fiéis às Tradições Imutáveis da Igreja, tais como a Doutrina, a Missa Tridentina, o Catecismo, etc.

 Estes Prelados foram os Bispos Dom Marcel Lefebvre e Dom Antonio de Castro Mayer. Por causa desta resistência eles foram excomungados pela Santa Sé, em junho de 1988. As Fraternidades Sacerdotais, por eles fundadas, continuam, ainda hoje, com a graça de Deus e da Virgem, resistindo firmes contra o modernismo demolidor da Fé, que se instalou na Igreja. 

Como estes dignos Prelados já estivessem em idade avançada, e temendo que já estivessem perto da morte, e para garantir a sobrevivência de suas Fraternidades Sacerdotais, cuja missão era a de dar continuidade às Tradições da Igreja, principalmente à Missa Tridentina, e aos Sacerdotes formados segundo o espírito do Concílio de Trento, Dom Lefebvre pediu, várias vezes, à Santa Sé a autorização para a sagração de pelo menos uns dois Bispos. 

A Santa Sé negou, diplomaticamente, este pedido. Como a sobrevivência de suas Fraternidades exigia novos Bispos, ele sagrou, mesmo sem a licença de Roma, quatro Bispos para a Tradição, incorrendo, com isso na excomunhão prevista no código 1382, do Direito Canônico.

Hoje em dia, por causa dos códigos 1321, 1323 e 1324, do Direito Canônico, conforme declaração de vários canonistas, eles já não são mais considerados “rebeldes” e “excomungados”, porque estes cânones tornam nula a pena prevista no código 1382, por causa das razões que motivaram Dom Lefebvre proceder às sagrações sem mandato pontifício. 

O próprio Cardeal Ratzinger, Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, declarou nula e sem efeito a excomunhão que o Bispo de Honolulu, no Havaí, lançou contra um grupo de fiéis que mantêm uma Capela assistida pela Fraternidade Sacerdotal São Pio X, por ocasião de Crismas realizadas por Dom Richard Williamson, Bispo sagrado por Dom Lefebvre sem o mandato pontifício. Diz a História da Igreja que Santo Atanásio sagrou 14 Bispos, “fora dos limites de sua jurisdição”, e que o muito Santo Eusébio também impôs “as mãos fora dos limites.” (Patres Graeci e Migne). 

São Teodoro Estudita, ao comentar estes fatos, diz o seguinte: “Em razão de imperiosas necessidades, nem tudo, em momentos críticos onde campeia a heresia, se faz exatamente o que se estabeleceu em tempos de paz. 

Ora, eis precisamente o que o bem-aventurado Atanásio e o muito santo Eusébio fizeram manifestamente: ambos impuseram as mãos fora dos limites (de sua jurisdição)”. (Patres Graeci. Migne. V. 99, col. 1645 – 1648). 

Portanto, em tempos de crise de Fé, quando essa crise atinge as próprias autoridades, a obediência torna-se relativa, ou seja, limitada pelos dogmas de Fé e pelas Tradições Apostólicas. 

O modernismo foi excomungado pelo Papa São Pio X, e a liturgia da missa nova viola, entre outras coisas, o cânon 9 da Sessão XXII do Concílio Tridentino, incorrendo, “ipso facto”, nos “anátemas” que ali foram pronunciados. O Concílio Vaticano II violou, entre outros, a Bula “Quo Primum Tempore”, de São Pio V, a “Mirarivos”, a “Mortalium animus”, o “Sílabus”, a “Pascendi”, a “Mediator Del”, e nenhuma Autoridade Vaticana teve a coragem de condenar esses erros, mas tiveram a coragem de condenar àqueles que estão impugnando o modernismo violador destes Documentos e de toda a Tradição Apostólica. 

A Tradição Apostólica, violada pela Igreja Pós Conciliar, tem uma importância de origem Divina, e por isso não pode ser violada. São Paulo Apóstolo sempre ordena a fidelidade às Tradições Apostólicas (II Tess. 2, 14; 3, 6; 13-15;etc.). Os Padres da Igreja, dignos de aprovação, elegeram a Tradição Apostólica como critério de verdade, que serve para distinguir o “joio” do “trigo”, ou seja, os hereges dos católicos. São Vicente de Lerins, no que toca às Tradições, escreve o seguinte: 

“Na Igreja Católica, deve-se ter sumo empenho em que mantenhamos aquilo que foi crido em toda a parte, sempre e por todos, pois isto é que é verdadeira e propriamente católico. (...) Portanto, pregar algo aos católicos fora daquilo que eles receberam, nunca foi lícito, em parte alguma é lícito, e nunca será lícito; e anatematizar aqueles que anunciam algo fora do que foi uma vez aceito, foi sempre necessário, em toda a parte é necessário e sempre será necessário.” (Communitorium, Ench. Patr. 2168). 

Pois bem, o Concílio Vaticano II rompeu com todas as Tradições do passado, e construiu uma nova Igreja, por isso os Tradicionalistas, e mais alguns outros, resistiram firmemente à essa crise de Fé, que foi Profetizada muitos séculos antes por nosso Senhor, pelos seus Santos Apóstolos, por São Nilo, por São Boaventura, por São Vicente Ferrer, e por Nossa Senhora: em Quito, La Salette e em Fátima. 

O Papa Adriano II, ao analisar o caso do Papa Honório, declarou que a resistência dos inferiores aos superiores torna-se legítima em tempos críticos e de crise de fé, ao dizer: “Honório foi anatematizado pelos Orientais; mas deve-se recordar que ele foi acusado de heresia, único crime que torna legítima a resistência dos inferiores aos superiores, bem como a rejeição de suas doutrinas perniciosas.” (Alloc. III lect. In Conc. VIII, act, VII, citado por Pes. Trads in “A missa nova: um caso de consciência, p. 3). 

O Papa Honório foi excomungado pela Igreja, mas isso não significa, de maneira alguma, que ele tenha sido condenado ao Inferno; ele pode, mesmo penalizado pela excomunhão, estar no céu ou no purgatório.

 A Igreja o excomungou a fim de que ninguém seguisse seus erros e fraquezas. São Gregório Magno, o Papa Místico, profetizou o silêncio dos Pontífices, no seu comentário sobre o Anticristo, ao dizer: “a boca da verdade calará”, e “calar-se-á aquele que deveria falar”. Todo o drama do “Final dos Tempos” está desenhado na Profecia de São Nilo, de modo a marcar, com extraordinária precisão, o tempo exato em que todas as Profecias começariam a realizar-se. Fidelidade heróica às Tradições da Igreja é uma das principais mensagens da Profecia de São Nilo. 

São Nilo, rogai por nós!

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