quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Vida desonesta, morte impenitente

Na cidade de Spoleto, vivia uma jovem dissoluta, cuja existência era unicamente dedicada à vaidade e aos bailes. Aconselhada mais de uma vez a corrigir-se desprezava com soberba os avisos e fazia pouco caso deles.
Sua própria mãe, orgulhosa da beleza e do brio da filha, sentia imenso prazer em vê­la cortejada por um bom número de amantes, e deixava as coisas correrem na esperança de encontrar um bom partido; de mais a mais acreditava que, passado o ardor da mocidade, ela acabaria sossegando.
Oh, mães cegas e imprudentes, que não só não se preocupam, mas ainda traem suas filhas, quando não são elas próprias que as arrastam à desonra e à ruína!
E o que aconteceu?
A infeliz moça caiu gravemente enferma. Pessoas sérias e respeitáveis da vizinhança aconselharam-na a chamar o sacerdote, a receber os sacramentos, preparar-se para a morte, enfim. Mas a pobre teimava:
— “Qual, repetia, é impossível, que eu tão moça e bela, morra; eu não devo, não devo morrer!” Por fim, veio o Sacerdote; este por sua vez suplicava-lhe que tivesse juízo, que rezasse a Maria Santíssima porque a morte poderia surpreendê-la.
Qual morte, qual nada! Eu devo é viver! Eu não posso, não quero morrer!
Como a insistência aumentasse, por fim, percebendo que as forças começavam a faltar-lhe, com um esforço supremo, exclamou com ira:
— “Pois bem, se assim, se é que eu vou mesmo morrer, vem tu, Satanás, e toma a minha alma ti!” E, cobrindo o rosto com o lençol, entregou no demônio a alma desesperada.



Santo Agostinho conta que um certo homem, não ouvia nem os conselhos nem as súplicas dos que procuravam convencê-lo a abandonar uma casa que freqüentava com grande escândalo. Não quis saber de nada, dizendo que absolutamente não podia. Aconteceu que um dia, naquela mesma casa lhe deram uma carga de pauladas das mais respeitáveis.
Acredite que ele abandonou no mesmo instante a casa: a impossibilidade toda desapareceu. “Quod non fecit Dominus” acrescenta o Santo “fecit baculus”: aquilo que Deus e o amor da alma não conseguiram, conseguiu-o a bengala.

Fonte:
http://paramaiorgloriadedeus.blogspot.com.br/

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