quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

A visão profética de Dom Bosco sobre a Igreja em tempos de provação






“Apenas duas coisas podem nos salvar em uma hora tão difícil"

Em 1862, São João Bosco relatou aos seus alunos o sonho que tivera algumas noites antes. Ele o descreveu como uma “alegoria” que continha profundas lições espirituais.

Desde então, muitas pessoas começaram a achar que os sonhos de Dom Bosco são “proféticos” e que descrevem um futuro tempo de provação para a Igreja.

Porém, tal como acontece com muitos sonhos, o conteúdo deles não se aplica necessariamente a um período específico de tempo, mas serve como um lembrete geral do que é verdadeiramente importante durante qualquer situação de crise.

Abaixo estão alguns trechos do sonho de Dom Bosco. Ele compara a Igreja com um grande navio sendo atingido por grandes ondas e ataques inimigos. No entanto, no meio de tudo isso, o navio permanece o seu curso, protegido por  dois pilares que não o deixam afundar:

“Imaginem que vocês estão comigo numa praia, ou antes, sobre um escolho isolado, onde não é possível ver outro espaço de terra, a não ser aquele que lhes está sob os pés. Em toda aquela vasta superfície das águas se via uma multidão inumerável de navios em ordem de batalha, cujas proas eram terminadas por um agudo esporão de ferro em forma de lança, que, onde era dirigido, feria e traspassava qualquer coisa. Estes navios estavam armados com canhões, carregados com fuzis e armas de todo gênero, com matérias incendiárias e também com livros, e avançavam contra um navio muito maior e mais alto que todos eles. Por meio do esporão, tentam chocar-se com ele, incendiá-lo, ou ao menos causar-lhe todo o dano possível.

Aquela nave majestosa, ricamente adornada, era escoltada por muitas embarcações menores que recebiam dela os sinais de comando e executavam manobras para se defender das frotas adversárias.

O vento lhes era desfavorável e o mar agitado parecia favorecer os inimigos. No meio da imensa extensão do mar elevavam-se acima das ondas duas robustas colunas, altíssimas, pouco distantes uma da outra. Sobre uma delas havia a estátua da Virgem Imaculada, em cujos pés pendia um longo cartaz com esta inscrição: Auxilium Christianorum (Auxílio dos Cristãos). Sobre a outra, que era muito mais alta e mais grossa, havia uma Hóstia de grandeza proporcional à coluna, e, debaixo, um outro cartaz com as palavras: Salus Credentium (Salvação dos que crêem).

Toda a frota inimiga se aproxima para interceptar e afundar a nau capitânia a todo custo. Eles bombardeiam com tudo o que tinham: livros e panfletos, bombas incendiárias, armas de fogo, canhões. A batalha continua cada vez mais furiosa. As proas pontiagudas rebatem a nau capitânia de novo e de novo, mas não adiantam, pois, incólume e destemida, ela continua em seu curso. Às vezes, um formidável aríete quebra um buraco no casco, mas, imediatamente, uma brisa das duas colunas sela instantaneamente o corte.

A Igreja aguarda provações muito graves. O que sofremos até agora é quase nada comparado ao que vai acontecer. Os inimigos da Igreja são simbolizados pelos navios que se esforçam ao máximo para afundar a nau capitânia. Apenas duas coisas podem nos salvar em uma hora tão difícil: a devoção a Maria e a comunhão freqüente. Vamos fazer o nosso melhor para usar esses dois meios e que outras pessoas usem-os em todos os lugares”.

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