sexta-feira, 5 de julho de 2013

Os dons do Espírito Santo em Maria - Dom de Conselho

1. QUE COISA SÃO


Os dons do Espírito Santo são hábitos sobrenaturais que dão às faculdades da alma tal docilidade que estas obedecem prontamente às inspirações da graça.

A diferença essencial entre as virtudes e os dons deriva da diferente maneira de operarem aquelas e estes: na prática da virtude, a graça nos deixa ativos, sob o influxo da prudência; o uso dos dons, ao invés, quando já chegamos a seu pleno desenvolvimento, requer de nossa parte mais docilidade do que atividade.

Uma comparação: quem pratica a virtude navega a remo; quem goza, ao invés, dos dons navega à vela, com o que anda mais depressa e com menor esforço. Os dons aperfeiçoam as virtudes teologais e morais.

Quais e quantos são esses dons? São sete (Is 11, 2-3): sabedoria, inteligência, ciência, conselho, piedade, fortaleza e temor de Deus.

Deus dá, juntamente com a graça santificante, todos esses dons; dá-os, porém, a cada um em determinada medida. Só a Maria, por assim dizer, os deu sem medida. Passemo-los brevemente em revista.

2. A PLENITUDE DOS DONS EM MARIA


a) O dom de conselho aperfeiçoa a virtude da prudência, fazendo-nos julgar prontamente e com segurança, por uma espécie de intuição sobrenatural, sobre o que convém fazermos, especialmente nos casos difíceis. O objeto próprio do dom de conselho é a boa direção das ações particulares.

Admirável foi esse dom em Maria, que é chamada pela Igreja a “Mãe do Bom Conselho”.

Com efeito, a alma de Maria esteve sempre voltada para Deus, de quem recebia com suma facilidade todas as aspirações, motivo por que a Ela, mais de que a qualquer outro Santo, se podem aplicar as palavras: “Tua proteção será o bom conselho e a prudência te salvará” (Prov 2, 11).

Essa prontidão de Maria em voltar-se para Deus e em receber as divinas iluminações em todas as circunstâncias de sua vida manteve em sua alma uma paz perfeitíssima.

Mas foi especialmente em duas circunstâncias que Maria Santíssima deixou conhecer o modo eminente em que possuía esse dom precioso.

Isto aconteceu, primeiro, em sua apresentação no Templo, quando, por inspiração divina, soube ser coisa agradável a Deus que lhe fosse consagrada, desde a infância, pelo voto de perpétua virgindade.

Em segundo lugar, foi em sua Anunciação, quando, ao ser saudada pelo Anjo como cheia de graça e ao ser pedido o seu consentimento para o cumprimento da Encarnação, se dirigiu ao Núncio celeste para saber dele quais eram as disposições divinas a seu respeito e, conhecidas estas, se ofereceu totalmente, como serva, ao Senhor (LÉPICIER, Il piú bel fiore del Paradiso, pp. 68-69).

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ROSCHINI, Gabrielle M., OSM. Instruções Marianas. Tradução de José Vicente. São Paulo: Edições Paulinas, 1960, pp. 176-181.
 

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