quinta-feira, 20 de julho de 2017

Catecismo Ilustrado - Parte 9 - 5º artigo: E desceu aos infernos

Catecismo Ilustrado - Parte 9

O Símbolo dos Apóstolos

5º artigo: E desceu aos infernos

1. As palavras "e desceu aos infernos" significam que, morto Jesus Cristo, a Sua alma desceu aos infernos, onde se demorou todo o tempo que o Seu corpo permaneceu no sepulcro, e ainda que a mesma pessoa de Jesus Cristo esteve ao mesmo tempo nos infernos e no sepulcro. Não deve isso parecer estranho, pois que, embora a alma de Jesus Cristo se separasse do Seu corpo, todavia a divindade ficou sempre unida à Sua alma e ao Seu corpo.

2. Deve entender-se pela palavra "Inferno" os lugares ocultos, os depósitos em que são retidas, como prisioneiras, as almas que não podem gozar logo da beatitude eterna. Neste sentido a Sagrada Escritura emprega esta palavra em muitas passagens. Foi ainda neste sentido que São Paulo disse que em nome de Jesus Cristo todos os joelhos se dobram no Céu, na terra e nos infernos.

3. Não obstante designados todos pelo nome de infernos, estes lugares não são iguais. Um deles é como que uma prisão escuríssima e horrível, onde as almas dos condenados estão continuamente atormentadas pelos demônios com um fogo que se não pode extinguir. Denomina-se este lugar a Geena, o abismo, ou mais comumente, o Inferno.

4. No segundo destes lugares encontra-se o fogo do Purgatório. As almas que morreram em estado de Graça permanecem aí durante um certo tempo, até se purificarem de todo, e poderem entrar na pátria eterna, onde não pode ter guarida nem haver sombra de pecado.

5. Ao terceiro destes lugares chama-se limbo, e neste eram recebidas, antes da vinda de Jesus Cristo, as almas dos santos, que ficavam aí em descanso, sem nenhum sentimento de dor, na esperança da sua redenção. E foram as almas destes santos que esperavam o seu Salvador no seio de Abraão, que Nosso Senhor libertou quando desceu aos infernos.

6. É um erro supor que Jesus Cristo desceu a estes lugares apenas para fazer brilhar aí o seu poder. Devemos acreditar firmemente que a sua alma desceu com efeito aos infernos e que aí se fez realmente presente, como expressamente o indicam estas palavras de David: "Não deixareis a minha alma nos infernos".
7. Esta descida de Jesus Cristo aos infernos em nada diminuiu o seu poder e majestade, e as trevas destes lugares não ofuscaram no mundo o brilho da sua glória. Pelo contrário, devemos ver neste fato, não só que era rigorosamente verdadeiro tudo o que se dissera da santidade de Jesus Cristo, como também que Este era Filho de Deus, como já o tinha provado pelos seus milagres.

8. Isto se compreenderá facilmente se compararmos as  razões que levaram Jesus a descer aos infernos, com as razões que obrigam os outros homens a encontrar-se ali. Os homens  tinham descido ali como cativos, ao passo que Jesus Cristo desceu como Aquele que, sendo o único livre entre os mortos e o único vitorioso, ia afugentar os demônios que os retinham ali tão severamente encerrados por causa das suas culpas.

9. E desceu não apenas para arrebatar ao demônio os seus próprios despojos, libertando deste cativeiro as almas dos santos Patriarcas e os outros Judeus ali detidos, como ainda para entrar triunfalmente no Céu em sua companhia, o que fez de um modo admirável e glorioso, porque a sua presença derramou uma luz brilhantíssima neste lugar onde estavam os felizes cativos, dilatando-lhes os corações com uma inconcebível alegria e fazendo-os gozar da suprema beatitude, que consiste na união com Deus.

Explicação da  gravura

10. Esta gravura representa a alma de Jesus Cristo aparecendo no limbo. Figuram, em primeiro plano, Adão e Eva de joelhos; seguem-se à esquerda, Abraão brandindo o gládio contra Isaac; Jacob com seu cajado na mão; David com a sua Lyra, etc., à direita, Moisés de cuja fronte irradiam raios de luz; Aarão com a sua vara; São José segurando uma açucena. Nosso Senhor permaneceu na companhia deles até à sua Ressurreição.

11. No plano superior, vê-se o Inferno onde ardem os demônios e os condenados; Jesus Cristo não desceu a este abismo de dores, nem ao Purgatório; fez todavia sentir aos condenados a sua ação, dando-lhes a conhecer a sua divindade, e às almas do Purgatório dando-lhes a esperança da glória.



Índice das sessenta e oito gravuras

Sumário

1.- Introdução

O Símbolo dos Apóstolos


2.- A Santíssima Trindade
3.- A Criação
4.- Incarnação - Transfiguração
5.- Incarnação - Anunciação
6.- A Natividade
7.- A Redenção
8.- A descida aos Infernos
9.- A Ressurreição
10.- A Ascensão
11.- Jesus Cristo à direita de Deus Pai
12.- Juízo Final
13.- Pentecostes
14.- A Igreja
15.- A Comunicação dos Santos
16.- A Remissão dos pecados
17.- A Ressurreição da carne
18.- O Paraíso
19.- O Inferno

Os Sacramentos

20.- A Graça
21.- O Baptismo
22.- A Eucaristia
23.- A Confirmação
24.- A Penitência
25.- A Extrema-Unção
26.- A Ordem
27.- O Matrimônio

Os Mandamentos


28.- Os mandamentos da lei de Deus


29.- 1º Mandamento de Deus: Adorar a um só Deus e amá-Lo sobre todas as coisas


30.- 1º Mandamento (continuação): Adorar a um só Deus e amá-Lo sobre todas as coisas


31.- 2º Mandamento de Deus: Não invocar o Santo Nome de Deus em vão


32.- 2º Mandamento de Deus (continuação): Não invocar o Santo Nome de Deus em vão


33.- 2º Mandamento de Deus (continuação): Não invocar o Santo Nome de Deus em vão


34.- 3º Mandamento de Deus: Santificar os Domingos e Festas de preceito


35.- 3º Mandamento de Deus (continuação): Santificar os Domingos e as Festas de preceito

36.- 4º Mandamento de Deus: Honrar pai e mãe


37- 4º Mandamento de Deus: Honrar pai e mãe


38.- 4º Mandamento de Deus: Honrar pai e mãe

39.- 4º Mandamento de Deus: Honrar pai e mãe

40.- 5º Mandamento de Deus: Não Matar

41.- 5º Mandamento de Deus: Não Matar

42.- 5º Mandamento de Deus: Não Matar

43.- 6º Mandamento de Deus: Guardar a Castidade

44.- 7º Mandamento de Deus: Não furtar

45.- 7º Mandamento de Deus: Não furtar (continuação)

46.- 8º Mandamento de Deus: 8º Mandamento de Deus: Não levantar falso testemunho

47.- 8º Mandamento de Deus: 8º Mandamento de Deus: Não levantar falso testemunho

49.- 8º Mandamento de Deus: 8º Mandamento de Deus: Não levantar falso testemunho

50.- 8º Mandamento de Deus: 9º Mandamento de Deus: Não desejar a mulher do próximo


51 - 10º Mandamento de Deus: Não cobiçar as coisas alheias


52.- Os Mandamentos da Igreja - 1º Mandamento da Igreja: Ouvir Missa inteira nos domingos e dias de guarda


53.- Os Mandamentos da Igreja - 2º Mandamento da Igreja: Confessar-se ao menos uma vez cada ano - 3º Mandamento da Igreja: Comungar pela Páscoa da Ressurreição


54.- Os Mandamentos da Igreja - 4º Mandamento da Igreja: Jejuar quando manda a Igreja - 5º Mandamento da Igreja: Não comer carne nas sextas-feiras e nos sábados


Diversos

55.- A Oração
56 - A Oração Dominical - O Pai Nosso
57.- Ave Maria
58.- Os Novíssimos do homem
59.- A Morte - 
A Morte do Justo e a do Pecador
60.- O Juízo
61.- O pecado original
62.- Os pecados capitais - A Soberba
63.- Os pecados capitais - A Avareza – A Luxúria – A Gula
64.- Os pecados capitais -  A Inveja - A Ira - A Preguiça
65.- As Virtudes teologais
66.- As Virtudes cardeais
67.- As Virtudes evangélicas
68.- As obras corporais de misericórdia
69.- As obras espirituais de misericórdia

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