terça-feira, 13 de maio de 2014

Leitura Indulgenciada - A Alma Gloriosa de Maria - 13

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XIII. ALMA DE BONDADE
Era de rochedo, a Alma gloriosa de Maria. Mas como aquele maravilhoso rochedo do deserto que, ao contato da vara de Moisés, jorrou água em abundância, para desalterar a multidão que morria de sede e de cansaço. Do rochedo da alma de Maria, percutido pela graça, não tem cessado de brotar a água límpida da verdadeira caridade, o mel da bondade (Ps 80, 17). É esta a única força capaz de fender este rochedo: a força do amor. E é o seu amor para com os homens que faz promanar da pedra — como dizia Job — rios de azeite. Foi o Verbo Humanado que tocou neste rochedo prodigioso, pois — como escreve Cornélio a Lápide — habitando Ele no seio de Maria, encheu de tal modo a Divina Mãe de bondade, que ela valesse sempre a todos os que precisassem de seu auxilio. Por isso, ela, que tanto amava a solidão de sua morada, corre apressada à casa de Isabel e lá fica três meses, derramando o óleo de sua bondade, nutrindo com o mel de sua doçura.

É por isso também que ela, que ficara firme ao faltar-lhe tudo na gruta de Belém ou na fuga para o Egito, toda se comove ao ver faltar vinho nas bodas de Caná.
Um anjo revelou, um dia, a Santa Brígida, que não há quem recorra a Maria e não experimente a sua bondade. Seria necessário mesmo que um anjo o dissesse? Não o estamos vendo isso mesmo, todo o dia? Não é em vão que o “Lembrai-vos” é uma das orações prediletas do bom cristão. A alma gloriosa de Maria é boa! Todos o sabem. Mas foram, principalmente, os santos que dela se souberam aproveitar. Perguntemos ao Santo Cura d’Ars, com que abrandava ele, na sua simplicidade, a dureza dos pecadores, com que dobrava ele o orgulho dos incrédulos. Ele há de nos apontar para a alma boníssima de Maria. Perguntemos a D. Bosco, como conseguiu ele, na sua pobreza, edificar colégios tão grandiosos, igrejas tão magníficas, oficinas, patronatos, oratórios...  Ele há de nos mostrar a alma cheia de bondade de “sua” Nossa Senhora Auxiliadora, que nunca lhe faltou...
E tendo falado em rochedo e em água que dele jorra, logo nos lembramos da gruta de Lourdes, o mais eloquente monumento moderno da bondade sem limites de Maria. E ali se vê o rochedo, símbolo da firmeza e ali se vê a água límpida da fonte milagrosa, símbolo da bondade da Senhora, que tem curado, consolado, convertido, santificado, só Deus sabe a quantas e quantas almas. Que sentem ali uma felicidade nova, como escrevia a grande comediante convertida Eva Lavallière, perto da bondade visível da Mãe do céu.
Que grande coisa, possuir a verdadeira bondade, sobrenaturalizada com a graça de Deus! Com ela podem-se operar maravilhas em todos aqueles que nos rodeiam, alegrando-os, consolando-os, auxiliando-os... É assim a nossa alma? Ou será ela ríspida, egoísta, má? A bondade arrasta os homens após si; tem a força mágica de guiar as almas até as mais rebeldes. Que belo exemplo nos dá aquela jovenzinha belga, Maggy, transformando quase, com a sua bondade, quarteirões inteiros de operários grosseiros de Liège.
MÃE amável, causa da nossa alegria, Virgem cheia de bondade, ó Maria, tornai a nossa alma semelhante à vossa, boa, prestativa, indulgente, fazendo-nos tudo a todos, para levarmos todos a Cristo. Assim seja!

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Do Livro: A Alma Gloriosa de Maria - Frei Henrique G. Trindade, O.F.M. - 1937 - segunda edição

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