A santa modéstia, a pureza, o recato, o pudor; todas essas virtudes cristãs que a boa, fervorosa e piedosa católica deve guardar, são aplicáveis a todos os domínios da nossa vida.
Muitas vezes, quando falamos em modéstia, toda a gente pensa que falamos somente de roupas modestas, de vestuário decente e condizente com a nossa santa fé e com uma vida autenticamente radicada em Cristo. É isso, claro, mas não é só isso.
A santa modéstia tem que estar igualmente presente em todas as nossas atitudes na vida quotidiana: nos nossos gestos concretos com os outros – ser amáveis sem excessiva familiaridade -, nos nossos olhares – devemos ter olhos puros para os outros, não pretender julgar o interior dos nossos semelhantes, não usar ninguém como trampolim para subir, etc – e nas nossas palavras.
Mulheres modestas, consagradas à Santíssima Virgem, não devem utilizar determinada linguagem menos correcta, como o recurso ao palavrão, por exemplo. É uma grande impureza, uma imundice, que uma mulher piedosa use linguagem inadequada, indecente e imodesta. É grave falta ao recato e à virtude da santa pureza.
Nas universidades e no trabalho, por exemplo, esforço-me sempre por tratar todos com amabilidade e gentileza, mas sem excessiva familiaridade – no caso de pessoas que não são propriamente minhas amigas – precisamente para evitar a imodéstia e as faltas ao recato. Os nossos olhos podem ser causa de grave escândalo para os outros, se não soubermos direccionar o nosso olhar do modo correcto, se não soubermos ter um olhar puro e natural, transparente, para as diversas realidades da vida.
Nunca uma mulher católica deve permitir excessivas familiaridades com desconhecidos; e esse mal corta-se logo de raiz. O modo de olhar, já traz consigo implícito o respeito (ou a falta dele) que a mulher pretende impor. Olhares demasiado fixos e profundos, com pessoas que não fazem parte do nosso ciclo de amigos e de quem quase nada sabemos, podem prejudicar a nossa honra e levar-nos, ao menos exteriormente, a faltar ao recato. Então, haveria que manter o sorriso gentil, a delicadeza no trato, mas simultaneamente a distância prudencial mínima exigida a mulheres que se pretendem recatadas. Tem que haver uma atitude de discrição, de prudência, de moderação nos gestos, nas manifestações físicas de carinho, mesmo entre bons amigos.
Não sou puritana, muito longe de mim tal coisa horripilante! Mas é sim necessário guardar-se o recato com atitudes e não só com palavras vãs e inúteis. Ou seja, o recato é uma virtude prática, no sentido de que temos a oportunidade de a praticar todos os dias. Não é teórica.
Do mesmo modo a língua. A nossa grande e comprida língua! Falar só o necessário, calar o mais das vezes. Quanta insensatez, quanta iniquidade já cometeram as nossas línguas!
Uma mulher católica recatada não pode tomar – nunca! – parte em conversas obscenas, nem sequer com a sua presença. Deve retirar-se e mostrar o seu descontentamento com a situação. Uma mulher católica não deve – jamais! – reproduzir a outros o que ouviu ou leu se isto for imodesto, indecente e faltar ao recato que ela, como filha de Maria, se deve esforçar por praticar.
A nossa Santíssima e amável Mãe é o nosso perfeitíssimo modelo de modéstia, recato e santa pureza. Devemos imitá-la, ser novas Marias, pequenas Marias, como dizia o fundador do movimento apostólico de Schoenstatt.
É n’Ela que nos devemos inspirar.
Assim sendo, algumas atitudes são muito indignas de uma filha de Maria. Por exemplo, cruzar as pernas quando estamos sentadas num local público, longe da nossa casa – além de ser de péssimo gosto e uma falta à classe e à elegância, e bem mais grave do que isso, é uma grande falta ao recato!
Tenhamos a imagem da nossa Santíssima Mãe sempre muito presente em nós, sempre muito interiorizada nos nossos gestos, palavras e olhares.
Pensemos em como Maria agiria perante determinada situação e Vamos com toda a certeza envergonharmo-nos de muitas das nossas atitudes imodestas e indecentes!
Não nos esqueçamos de nos consagrarmos todos os dias a esta tão bondosa e solícita Mãe. Peçamos-Lhe que guarde o nosso coração, os nossos olhos, os nossos ouvidos e, sobretudo, a nossa língua, os nossos lábios, de todo o pensamento, de todo o desejo, de toda a palavra impura, imodesta, indecente e que falte ao recato. Estas imundices afastam-nos muito do caminho espiritual, do crescimento na prática das virtudes e da imitação da nossa excelsa Rainha, lírio de santa pureza e de angélico recato!
Ó Senhora minha, ó minha Mãe, eu me ofereço toda a Vós. E em prova da minha devoção e afecto filial para convosco, vos consagro neste dia: os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser. E porque assim sou vossa, ó boa e incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como coisa e propriedade vossa. Lembrai-vos que vos pertenço, terna Mãe, Senhora nossa; guardai-me e defendei-me, como coisa própria vossa.
Não permitais, ó Mãe amadíssima, que me manche pela imundícia e pela impureza; que cometa alguma falta ao recato e escandalize os meus irmãos; que negligencie os meus deveres para com a santa virtude da modéstia. Guardai os meus olhos, ouvidos, coração e lábios, para que me não manche pelo pecado!
Maria Santíssima, Mãe do divino amor, Rainha da pureza, Senhora de todo o recato e modéstia, rogai por todas as vossas filhas muito amadas, para que não se extraviem do recto caminho! Intercedei por mim, minha Mãe, para que me esforce sempre por agradar-vos e dar bom exemplo aos meus semelhantes! Que, nem por uma má palavra minha, nem por um impuro olhar meu, alguém se perca, doce Senhora! Que eu não tome parte com nada imodesto e indecente, ó sublime Rainha do mundo! Que sejais Vós sempre a minha guia e a guarda da minha pureza, modéstia e recato.
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