"Nada há de mais frio do que um cristão despreocupado da salvação alheia.
Não podes aduzir como pretexto a tua pobreza econômica; acusar-te-á a velhinha que deu as suas moedas no Templo. O próprio Pedro disse: 'Não tenho ouro nem prata' (At 3,6). E Paulo era tão pobre que muitas vezes passava fome e não tinha o necessário para viver.
Não podes pretextar a tua origem humilde; eles também eram pessoas humildes, de condição modesta. Nem a ignorância te servirá de desculpa; todos eles eram homens sem letras.
Sejas escravo ou fugitivo, podes cumprir o que depende de ti; assim foi Onósimo, e vê qual foi a sua vocação...
Não invoques a doença como pretexto, pois Timóteo estava submetido a frequentes indisposições. [...] Não há maneira de negar as propriedades das coisas naturais; o mesmo acontece com isto que agora afirmamos, pois está na natureza do cristão agir dessa forma [...].
É mais fácil o sol deixar de iluminar ou de aquecer do que um cristão deixar de dar luz; mais fácil do que isso seria que a luz fosse trevas.
Não digas que é impossível; impossível é o contrário [...]. Se orientarmos bem a nossa conduta, o resto sairá como consequência natural. Não se pode ocultar a luz dos cristãos, não se pode ocultar uma lâmpada que brilha tanto.[...]
Não digas; não posso ajudá-los, porque, se és cristão de verdade, é impossível que não o possas fazer[...].
Cada um pode ser útil ao seu próximo, se quiser fazer o que está ao seu alcance".
(S. João Crisóstomo, Homilia sobre os Atos dos Apóstolos 20).
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