Maria por sua maternidade divina possui uma relação real com o Verbo de Deus feito carne; essa relação se encerra na Pessoa Incriada do Verbo Encarnado, pois ela é Mãe de Jesus, que é Deus; a maternidade divina não se encerra na humanidade de Jesus, mas sim na Pessoa de Jesus. Ele, e não sua humanidade, é Filho de Maria. Como disse Caetano a maternidade divina "atinge os limites da Divindade", é, pois, seu fim de ordem hipostática, ordem da união pessoal da humanidade de Cristo com o Verbo Encarnado. [...]
Disse Santo Tomás [...] "A humanidade de Cristo por estar unida a Deus, tem certa dignidade infinita por sua relação com o mesmo Deus, pois não pode existir nada melhor que Deus mesmo". São Boaventura também disse "Deus pode fazer um mundo melhor, mas não poderia fazer uma mãe mais perfeita que a Mãe de Deus". Como nota P.E. Hugon, O.P, "A Maternidade Divina é por sua natureza superior a filiação adotiva. Está não estabelece mais que um parentesco espiritual e místico, mas a Maternidade Divina da Santíssima Virgem estabelece uma relação de parentesco de natureza, uma relação de consanguinidade com Jesus Cristo e de afinidade com toda Santíssima Trindade. A filiação adotiva não obriga tão estritamente a Deus para conosco; a Maternidade Divina obriga a Jesus os deveres de justiça que os filhos, por obrigação natural, tem para com seus país, e confere a Maria domínio e poder sobre Jesus, pois não é mais que um direito natural intimamente unido a dignidade materna". A Maternidade Divina, por conseguinte, supera todas as graças gratis datae ou carismas, como são a profecia, o conhecimento dos segredos dos corações, o dom de milagres ou de línguas, porque estes dons, externos, de certo modo são inferiores a graça santificante. Notemos também que a Maternidade Divina é imperecível, enquanto que a graça se pode perder aqui na terra.
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