Catecismo Ilustrado - Parte 10
O Símbolo dos Apóstolos
5º artigo (continuação): Ao terceiro dia ressuscitou dos mortos
1. Estas palavras "ao terceiro dia ressuscitou
dos mortos" significam que Jesus Cristo, ao terceiro dia após a sua morte,
reuniu a sua alma ao seu corpo pela sua omnipotência e saiu do túmulo vivo e
glorioso.
2. O corpo de Nosso Senhor esteve no túmulo durante
três dias no todo ou em parte, a saber: uma parte da Sexta-Feira, todo o
Sábado, e uma parte do Domingo.
3. Torna-se preciso saber que Jesus Cristo não quis
retardar a sua Ressurreição até ao fim do mundo, a fim de dar uma prova da sua
divindade; mas não quis também ressuscitar imediatamente depois de sua morte,
mas só três dias depois, para dar a conhecer que era verdadeiro Homem e que
morrera com efeito. Aquele lapso de tempo era suficiente para provar a verdade
da sua morte.
Aparições
4. Sabemos que Jesus Cristo ressuscitou pelo
testemunho dos Apóstolos e dos discípulos a quem Ele se mostrou muitas vezes
depois da Ressurreição.
5. No dia da Ressurreição, Jesus Cristo mostrou-se
aos Apóstolos reunidos no cenáculo e deu-lhes o poder de perdoar os pecados.
6. Algum tempo depois, Jesus Cristo mostrou-se a
muito Apóstolos que estavam pescando no mar de Galileia. Foi nesta aparição que
o Redentor elevou São Pedro à dignidade de pastor supremo da Igreja.
7. Antes de subir ao Céu, Jesus Cristo mostrou-se
ainda uma vez aos Apóstolos, ordenando-lhes que pregassem o Evangelho a todas
as nações.
8. Devemos acreditar no testemunho dos Apóstolos em
favor da Ressurreição de Jesus, porque estes deram a vida para atestar que
tinham visto Jesus Cristo ressuscitado. Não podiam ser impostores os homens que
se deixam matar para confirmação do seu testemunho.
Qualidade dos corpos ressuscitados
9. O corpo de Jesus Cristo ressuscitado tinha todas
as qualidades dos corpos gloriosos, a saber: impassibilidade, esplendor,
agilidade e sutileza.
10. Por "impassibilidade" entendo que o
corpo de Jesus Cristo não podia sofrer nem morrer.
11. Por "esplendor" entendo que o corpo
de Nosso Senhor era brilhante como o sol; Jesus porém não quis aparecer assim
antes da sua Ascensão.
12. Por "agilidade" entendo que o corpo
de Jesus Cristo se podia transportar a grandes distâncias, até da Terra ao Céu,
com a rapidez do relâmpago.
13. Por "sutileza" entendo que o corpo de
Jesus Cristo podia atravessar sem dificuldade os corpos mais rijos. Foi assim
que Ele saiu do túmulo sem remover a pedra que tapava a entrada.
14. Reunindo a sua alma ao seu corpo Jesus Cristo
fez desaparecer a maior parte das chagas que recebera durante a paixão. Apenas
conservou as das mãos, dos pés e do lado.
15. E conservou-as: 1º para as mostrar aos
Apóstolos em testemunho da sua Ressurreição; 2º para as apresentar a seu Pai
intercedendo por nós; 3º para confundir os pecadores no dia do Juízo,
fazendo-lhes ver que tanto sofreu por eles como pelos justos.
16. Foi necessário que Jesus ressuscitasse, a fim
de fazer brilhar a justiça de Deus, pois era um ato absolutamente digno da sua
justiça elevar Aquele que, para Lhe obedecer, fora desprezado e coberto dos
maiores opróbrios. São Paulo refere esta razão na sua epístola aos Filipenses:
"Humilhou-se a si mesmo, feito obediente até à morte e morte na Cruz, pelo
que Deus também o exaltou, e lhe deu um nome que está acima de todos os
nomes." (Fil. II, 7-9)
Explicação da gravura
17. A gravura representa a "Ressurreição do
Salvador." As numerosas mulheres que vemos à esquerda vinham com o fim de
embalsamar o corpo de Jesus, quando de repente se sentiu um grande tremor de
terra. Um anjo veio arredar a pedra do sepulcro e sentou-se nele. Os guardas,
tomados de assombro, ficaram como mortos. Quando entraram no santo Sepulcro as
santas mulheres ficaram cheias de temor ao verem o anjo. Mas ele lhe disse:
"Não temais; buscais Jesus de Nazaré que foi crucificado. Não está aqui;
vede o lugar onde o tinham posto."
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