segunda-feira, 27 de maio de 2013

Pela devoção a Maria salvaram-se os bem-aventurados



Os servos de Maria têm um belíssimo sinal de predestinação. Para confortá-los, a Santa Igreja aplica à Mãe de Deus o texto do Eclesiástico: Em todos estes busquei o descanso e assentarei a minha morada na herança do Senhor (24, 14). O Cardeal Hugo comenta: Feliz daquele em cuja morada a Santíssima Virgem encontra o lugar de seu repouso. Maria ama a todos os homens e quereria ver sua devoção reinar no coração de todos os fiéis. Muitos ou não a recebem ou não a conservam. Feliz de quem a recebe e conserva fielmente. “Assentarei a minha morada na herança do Senhor”, isto é, — segundo Pacciucchelli — a devoção à Santíssima Virgem ostenta-se em todos os que no céu formam a herança do Senhor e lá eternamente o louvam. E mais adiante lemos: Aquele que me criou descansou no meu tabernáculo e me disse: Habita em Jacó e possui a tua herança em Israel, e lança raízes nos escolhidos (Eclo 24, 12 e 13). Isto quer dizer: Meu Criador dignou-se vir repousar em meu seio, e quis que eu habitasse no coração de seus eleitos (dos quais Jacó foi figura), que são minha herança. Determinou que deitassem profundas raízes em todos os predestinados a devoção e a confiança para comigo.






Oh! quantos não estariam agora no céu, se Maria, com a sua poderosa intercessão, para ali não os tivesse conduzido. “Eu fiz com que nascesse no céu uma luz que nunca falta” (Eclo 24, 6). O Cardeal Hugo, aplicando esse texto à Santíssima Virgem, fá-la dizer: Faço brilhar no céu tantos luzeiros eternos, quantos são os meus devotos. Por isso ele acrescenta: Muitos santos acham-se no céu pela intercessão de Maria sem ela jamais lá estariam.

Garante S. Boaventura que as portas do céu se abrem para receber a quantos confiam no patrocínio de Maria. S. Efrém diz por isso ser esta devoção a abertura do paraíso. E Blósio assim se dirige à Virgem Maria:Senhora, a vós estão confiadas as chaves e os tesouros do reino celestial. Portanto, continuamente lhe devemos pedir com S. Ambrósio: Abri-nos, ó Maria, a porta do paraíso, já que dele tendes as chaves e sois a porta, como vos chama a Santa Igreja.

O nome de Estrela do Mar também é dado a Maria pela Santa Igreja. Porque assim como os navegantes, diz S. Tomás, são dirigidos ao porto por meio da estrela, também assim os cristãos são guiados para o paraíso por meio de Maria. Igualmente chama-a o Pseudo-Fulgêncio de escada do céu. Isso porque por meio dela desceu o Senhor do céu à terra, para que por ela os homens merecessem subir da terra ao céu. E a este propósito lhe diz S. Atanásio Sinaíta: Senhora, sois cheia de graça para serdes o caminho de nossa salvação e a subida para a pátria celeste. Para S. Bernardo é ela o carro que nos leva ao céu. João, o Geômetra, a saúda como carro resplandecente por meio do qual os seus servos entram no céu. Daí, pois, a exclamação de S. Boaventura: Bem-aventurados os que vos conhecem, ó Mãe de Deus, porquanto conhecer-vos é a estrada da vida imortal, e celebrar vossas virtudes é o caminho para a salvação.

Pergunta Dionísio, o Cartuxo: Quem se salvará? quem conseguirá reinar no paraíso? E responde: Aqueles, sem dúvida, por quem tiver rogado a Mãe de misericórdia. É o que ela mesma afirma com as palavras: Por mim reinam os reis (Pr 8, 15). Por minha intercessão as almas reinarão, primeiramente sobre suas paixões na vida mortal e depois no céu, onde todos são reis, na frase de S. Agostinho. Maria é, em suma, a Senhora do céu, pois que ali manda como quer e nele introduz quem quer. Assim conclui Ricardo de S. Lourenço, que à Virgem aplica por isso as palavras do Eclesiástico. É em Jerusalém o meu poder (24, 15).

(Glórias de Maria – Santo Afonso Maria de Ligório)

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