domingo, 25 de junho de 2023

O Escapulário Verde: Como salvar seus parentes e amigos

 


Nessa conferência, o Pe. Deivid Nass, explica todos os detalhes do escapulário verde, uma devoção tão poderosa e, infelizmente, esquecida entre os sacramentais da Igreja. Descubra hoje como salvar seus parentes e amigos! Tudo se iniciou em 1840, com as revelações recebidas pela Irmã Justine Bisqueyburu, religiosa das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. Sendo o escapulário aprovado pelo Papa Pio IX e Pio XI, com inúmeros relatos de conversões miraculosas sendo operadas através dele por todo o mundo, cremos que foi uma maquinação não menos do que diabólica que tenha realizado a sua ocultação.


Doação - Escapulário Verde

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quarta-feira, 21 de junho de 2023

9 assombrosos milagres envolvendo o escapulário de Nossa Senhora

 

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Creative Commons

“Nenhuma devoção foi até hoje confirmada com número maior de autênticos milagres do que o escapulário do Carmo”

São Cláudio de La Colombière, sacerdote jesuíta e confessor de Santa Margarida Maria de Alacoque, observou:

“Nenhuma devoção foi até hoje confirmada com número maior de autênticos milagres do que o escapulário do Carmo”

Aqui vão 9 desses milagres assombrosos.

1 – O primeiro milagre de conversão

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No mesmo dia em que Nossa Senhora deu o escapulário a São Simão Stock, ele foi chamado às pressas por um nobre chamado Peter de Linton:

– Venha depressa, padre, porque o meu irmão está à morte, em desespero!

São Simão Stock partiu imediatamente para junto do moribundo. Mal chegou, lançou sobre aquele homem o seu grande escapulário, pedindo a nossa Mãe Santíssima que não deixasse de cumprir a sua promessa. O homem finalmente se arrependeu e faleceu na graça e no Amor de Deus.

2 – Os escapulários que resistiram à sepultura

Apenas 25 anos depois da visão em que Nossa Senhora do Carmo entrega o escapulário a São Simão, o Papa São Gregório X faleceu e foi sepultado com o escapulário que usava. Quando o seu túmulo foi aberto, 600 anos depois, o escapulário ainda estava intacto.

Dois grandes fundadores de ordens religiosas (Santo Afonso, dos redentoristas, e São João Bosco, dos salesianos) tinham especial devoção a Nossa Senhora do Carmo e usavam o escapulário castanho. Quando morreram, foram ambos sepultados com suas vestes sacerdotais e os escapulários. Muitos anos mais tarde, quando as sepulturas foram abertas, os seus corpos e as sagradas vestes com que foram sepultados já tinham se consumido – mas o escapulário castanho que cada um usava se preservava perfeitamente intacto. O de Santo Afonso Maria está exposto em Roma no mosteiro que ele fundou.

3 – O escapulário que acalmou uma tormenta no mar

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Ivan Konstantinovich Aivazovskii - Domínio Público

Em 1845, o navio King of the Ocean deixava o Porto de Londres com destino à Austrália. Entre os passageiros, encontrava-se o pastor protestante inglês James Fisher, com esposa e dois filhos, de 9 e 7 anos de idade. O tempo esteve bom nas primeiras semanas de viagem, mas, quando já se adiantava Oceano Índico adentro, uma forte tormenta, vinda do noroeste, varreu o oceano. As ondas irrompiam furiosamente, as velas se rasgavam e, a bordo, o madeiramento não parecia mais do que canas à mercê dos ventos e das ondas dessa noite memorável. Ordenaram aos passageiros que descessem às suas cabines. Não havia o que fazer. Ouviam-se ordens de comando, gritos de desespero e súplicas de misericórdia. O Sr. Fisher, com a família e mais outras pessoas, subiu ao convés e pediu que todos se unissem na oração, suplicando perdão e misericórdia.

Havia na tripulação um jovem marinheiro irlandês, da comarca de Louth, chamado John McAuliffe, que, desabotoando a camisa, tirou do pescoço um escapulário. Brandiu-o em forma de cruz e o arremessou ao mar. Em breve, as águas abateram seu furor, a tempestade acalmou-se e uma pequena onda lançou para junto do jovem marinheiro o mesmo escapulário que, poucos minutos antes, ele havia lançado ao mar escapelado. Assim, o navio chegou são e salvo ao porto de Botany.

Ora, as únicas pessoas que haviam notado o gesto do marinheiro e o regresso do escapulário ao convés foram os Fisher. Com profunda reverência, aproximaram-se então do rapaz e lhes pediram que explicasse o significado daquelas peças tão simples de pano castanho, marcadas com as letras B.V.M. Uma vez informados, prometeram, ali mesmo, abraçar a fé cuja protetora e advogada é a poderosa Virgem do Carmo, Nossa Senhora, Mãe de Jesus.

Já na cidade australiana de Sidney, eles se encaminharam para a pequenina capela de Santa Maria, feita então de madeira no local onde hoje se ergue um templo magnífico, e foram recebidos ao seio da Igreja pelo pe. Paulding, mais tarde arcebispo.

4 – O escapulário que salvou uma casa do incêndio

Em maio de 1957, um sacerdote carmelita publicou um assombroso relato sobre uma vizinhança inteira de casas enfileiradas que tinham se incendiado em Westboden, na Alemanha. Numa delas viviam duas famílias piedosas, que, ao verem o fogo, penduraram imediatamente um escapulário na porta de entrada.

Em 5 horas, 22 casas foram reduzidas a cinzas – mas, em meio à destruição geral, uma única ficou intacta: aquela que tinha o escapulário preso à porta. Centenas de pessoas foram testemunhas oculares da intercessão da Santíssima Virgem Maria naquela residência.

5 – O escapulário que o diabo queria jogar fora

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Certo dia, o venerável Francis Ypes notou que o escapulário que costumava usar tinha caído. Quando ia colocá-lo de novo, ouviu uma voz demoníaca lhe dizendo:

“Joga fora esse manto que arrebata do inferno tantas almas!”

O venerável Francis Ypes fez então o inimigo reconhecer que o que mais receio causa aos demônios são o Santíssimo Nome de Jesus, o Santíssimo Nome de Maria e o Santo Escapulário do Carmo.

6 – O escapulário que salvou o carmelita na Terra Santa

Em 1944, um missionário carmelita na Terra Santa foi chamado para ministrar o sacramento da Unção dos Enfermos. O motorista, que era árabe, mandou-o descer cerca de seis quilômetros antes do local, porque o caminho era perigoso demais devido à lama na estrada. E era mesmo tanta que, depois de ter andado uns três quilômetros, o missionário sentiu que os pés se enterravam cada vez mais no lodo, até que escorregou num poço de lama e começou a se afundar. Lembrou-se então, imediatamente, de Nossa Senhora e do seu escapulário; beijou-o, ergueu os olhos para o Monte Carmelo e clamou:

“Nossa Senhora do Carmo! Mãe Santíssima! Ajudai-me! Salvai-me!”

Tudo de que se lembra é que, então, viu-se em terreno firme.

“Sei que fui salvo pela Virgem Santíssima por meio do seu escapulário castanho. Perdi os sapatos naquele barro. Fiquei quase todo coberto de lodo, mas consegui andar os três quilômetros que faltavam, louvando sempre nossa Senhora”.

7 – O escapulário que salvou o homem atropelado por um trem

Objetos religiosos incluem o escapulário
Reprodução/Youtube

Nos princípios do século XX, na localidade norte-americana de Ashtabula, Ohio, um homem foi gravemente atropelado por um trem. Em vez de morrer na hora, no entanto, ele permaneceu consciente durante mais 45 minutos – o tempo necessário para que um sacerdote chegasse e lhe ministrasse os últimos sacramentos.

Ninguém entendia como era possível que, com ferimentos tão abertos, ele não tivesse morrido imediatamente. A única explicação encontrada estava pendurada ao seu pescoço: ele usava o escapulário.

8 – O escapulário que salvou a vida de um sacerdote

Um padre francês tinha partido em peregrinação quando se lembrou de que não tinha trazido o seu escapulário. Mesmo sabendo que se atrasaria para celebrar a Missa, ele retornou para buscá-lo, pois sequer conseguia imaginar-se no altar de Nossa Senhora sem estar usando o seu escapulário. Mais tarde, enquanto celebrava o Santo Sacrifício, aproximou-se do altar um jovem que, puxando uma arma, atingiu o sacerdote pelas costas.

Para espanto geral, o padre continuou celebrando a Missa como se nada tivesse acontecido. Os fiéis pensaram, no início, que a bala tivesse milagrosamente errado o alvo, mas depois, verificou-se que ela tinha se encravado no pequeno escapulário castanho que o sacerdote se recusara a deixar para trás.

9 – O escapulário que salvou uma jovem na queda de um avião

Em novembro de 1955, na Guatemala, caiu um avião com 27 passageiros dos quais morreram todos, menos uma jovem que, ao perceber que o avião se precipitava, agarrou seu escapulário e pediu auxílio à Santíssima Virgem do Carmo. Ela sofreu queimaduras sérias e sua roupa ficou toda queimada, mas o escapulário sequer foi tocado pelas chamas.

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Fontes:

– Plinio Maria Solimeo, em “A grande promessa de salvação, O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo”

– Site O Segredo do Rosário

terça-feira, 20 de junho de 2023

Por que Satanás odeia tanto o escapulário?

 

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Uma poderosa arma contra o maligno

Entre os muitos sacramentais da Igreja Católica, o escapulário é uma das devoções marianas mais comuns. O escapulário marrom, que se originou da tradição carmelita, é usado por fiéis do mundo inteiro. Os dois quadradinhos de tecido unidos por um cordão que deve ser usado ao redor do pescoço pode favorecer um relacionamento mais profundo com Jesus Cristo e sua mãe, a Santíssima Virgem Maria.

Defesa poderosa

Ao longo da história, este sacramental ajudou um número incontável de almas cristãs e provou ser uma poderosa defesa contra Satanás. No livreto “Garment of Grace”, são encontradas evidências para essa afirmação através do exemplo do Venerável Francis Ypes. De acordo com a história, “um dia, o escapulário dele caiu. Ao substituí-lo, o demônio uivou: ‘Tirem o hábito que afasta tantas almas de nós!’. Então Francis reconheceu que há três coisas que o maligno mais teme: o Santo Nome de Jesus, o Santo Nome de Maria e o Santo Escapulário do Carmelo”.

Confiança em Maria

Como exemplo do poder desse sacramental para “afastar” as almas do diabo, São Pedro Claver usou o escapulário marrom em suas aventuras missionárias. Todo mês “um carregamento de 1.000 escravos chegaria a Cartagena, Colômbia, América do Sul. São Pedro costumava garantir a salvação dos seus convertidos. Primeiro, ele organizava catequistas para lhes dar instruções. Depois, cuidava para que todos fossem batizados e vestidos com o escapulário. São Pedro estava confiante de que Maria cuidaria de cada um dos seus mais de 300.000 convertidos”.

Testemunho dos exorcistas

Essas e outras histórias refletem o que vários exorcistas experimentaram. Gabriele Amorth relatou o que o diabo disse a ele durante um exorcismo: “Eu tenho medo quando você diz o nome da Virgem, pois eu me sinto mais humilhado quando sou espancado por uma criatura simples, ao invés [de ser espancado] por Ele.”

Por isso, quando o uso do escapulário marrom leva uma pessoa a desenvolver o “hábito” da fé, ele se torna uma poderosa defesa contra Satanás e deixa o crente mais próximo da Virgem Maria, que é abominada veementemente pelo diabo.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Maria, a escolhida de Deus para a nossa santificação

 

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Como a filha predileta do Pai, esposa do Espírito Santo e mãe do Salvador se tornou a nossa grande intercessora

Maria é a filha predileta de Deus Pai, que a preservou do pecado original para que ela pudesse acolher em seu ventre Jesus, o nosso Salvador. 

No primeiro capítulo do Evangelho de São Lucas lemos que o anjo Gabriel foi até Nazaré, anunciar os planos de Deus para Maria. Ela, que acolheu a mensagem do Pai, respondeu: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lucas 1, 28-38). 

E a partir daquele momento, o Deus que se fez homem começou a se formar em seu ventre. E mesmo sendo a mãe do Salvador, Maria fez questão de servir, como mostra a sequência do Evangelho de São Lucas. Ela foi até a casa de Isabel, sua parente, que estava grávida de João Batista. Assim que entrou na casa, Isabel ficou cheia do Espírito Santo e disse: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre”. Ou seja, Maria foi a primeira a evangelizar, a anunciar a vinda do Salvador (Lucas 1, 39-45). 

Ela acompanhou Jesus na vida adulta, e foi a pedido dela que o Verbo Encarnado o primeiro milagre, transformando água em vinho nas bodas de Caná, na Galiléia (João 2, 1-11). 

Quando Jesus se entregou por nós, morrendo na cruz, Maria estava lá. São João nos conta em seu Evangelho que “quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Depois disse ao discípulo: ‘Eis aí tua mãe’. E desta hora em diante, o discípulo a levou para sua casa” (João 19, 25-27). 

E Maria também estava com os apóstolos quando Jesus enviou o Espírito Santo (Atos 1, 14). 

Foi através do sim de Maria que Deus realizou seu plano de salvação, enviando Jesus ao mundo. E como filha predileta do Pai, esposa do Espírito Santo e mãe do Salvador, Nossa Senhora é a nossa intercessora. 

E Maria é a escolhida de Deus para a nossa santificação. Como escreveu São Luís Maria Grignion de Montfort:

“Deus Espírito Santo comunicou a Maria, sua fiel esposa, seus dons inefáveis, escolhendo-a para dispensadora de tudo que Ele possui. Deste modo ela distribui seus dons e suas graças a quem quer, quanto quer, como quer e quando quer, e dom nenhum é concedido aos homens, que não passe por suas mãos virginais”.

Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, nº 25

sexta-feira, 16 de junho de 2023

3 coisas que atraem o diabo para dentro de casa - e como evitar!




 


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O diabo contra São João Maria Vianney

 

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Durante 35 anos, Satanás lançou mão de todos os seus recursos para atacar o santo pároco

As palavras finais do mártir francês pe. Jacques Hamel, “Afasta-te, Satanás“, trazem à mente outro padre francês que sofreu ameaçadores encontros com o maligno. Embora não tenha sido brutalmente assassinado como o pe. Hamel, esse outro sacerdote foi alvo de todo ataque do diabo, inclusive ataques físicos, para impedi-lo de continuar espalhando o Evangelho.

Ele era São Jean-Baptiste-Marie Vianney, ou São João Maria Vianney – ou também, como talvez ele seja ainda mais conhecido, o Cura d’Ars.

Durante 35 anos, Satanás lançou mão de tudo que tinha ao seu alcance para atacar o santo pároco que ouvia confissões dos fiéis dezesseis horas por dia – todos os dias.

À noite, o Cura d’Ars ouvia vozes angustiantes, lamentos pavorosos e gritos. Chegava a ser fisicamente arrastado da cama – e, uma noite, a sua cama pegou fogo. Os tormentos o impediam de dormir direito, mas não de viver uma vida de impressionante santidade.

Sua capacidade de “ler” as almas e de ensinar as verdades profundas do Evangelho chamou grande atenção. Homens e mulheres percorriam quilômetros e quilômetros para procurá-lo em sua paróquia. O pe. Vianney, no entanto, como homem humilde que sempre foi, nunca procurou qualquer recompensa ou celebridade. Conta-se de um padre vizinho que tinha ciúmes da fama de Vianney e lançou uma petição para removê-lo de Ars por causa da sua falta de estudos. Ao saber da petição, o próprio Vianney assinou e a enviou ao bispo – que, felizmente, soube entender o que de fato estava acontecendo e o manteve na paróquia.

O pároco aceitou os tormentos causados pelo diabo sabendo que era atacado por causa dos muitos pecadores que ajudava a se reconciliarem com Deus. Aliás, era comum ele ser mais fortemente atacado na véspera da vinda de um “grande pecador” à cidade para confessar seus pecados.

O demônio é muito esperto, mas não é forte. Fazer logo o Sinal da Cruz o afugenta (…) Quando eu fiz o Sinal da Cruz, ele foi embora”, testemunhou o santo, que, a certa altura, já nem sequer estranhava as aparições insistentes do diabo.

São João Maria Vianney passou por esses ataques terríveis porque Deus sabia que ele podia lidar com eles e que essa experiência o fortaleceria no ministério da misericórdia. O apóstolo São Paulo já tinha explicado aos coríntios: “Deus é fiel e não te permitirá ser tentado para além de tuas forças” (1 Cor 10,13).

Satanás precisou apelar para recursos mais extremos porque São João Maria Vianney não se deixava levar pelas tentações diárias “comuns”, aquelas com que estamos todos familiarizados. Mas nem isso deu certo. Em vez de dobrá-lo à sua vontade, Satanás teve de testemunhar a graça de Deus que sustentava o santo sacerdote para permanecer fiel à vontade do Pai até o fim.

Satanás é um terrorista: ele sempre recorre ao medo para se apresentar como mais poderoso que Deus. Ele usa o seu terrorismo para nos paralisar e impedir de espalhar a misericórdia de Deus entre todas as pessoas. Devemos nos impor diante da tirania do mal e, como disse o arcebispo de Rouen, “ser testemunhas de que a violência não vencerá em nosso próprio coração“.

Será que era coincidência que Satanás atacasse São João Maria Vianney com a máxima intensidade justo antes que chegassem à cidade os “grandes pecadores”? Será coincidência que, em nosso tempo, a sua violência tenha se intensificado tanto durante o Jubileu da Misericórdia?

Permaneçamos fiéis a Cristo e “combatamos o bom combate”, comprometendo-nos ainda mais para ser missionários da misericórdia.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

O dia em que Dom Bosco sonhou com os demônios

 

JOHN BOSCO

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Entenda o impacto que o sonho teve na vida deste homem humilde

Uma vez, São João Bosco teve um sonho significativo. O santo sonhou que estava no inferno, assistindo a uma reunião que os demônios faziam com o objetivo de destruir a obra salesiana, que se expandia para o mundo inteiro, arrancando das trevas do pecado a juventude mais carente e abandonada.

Dom Bosco assistia à reunião diabólica. Em dado momento, levanta-se um diabo e propõe aos demais arrasar a obra de Dom Bosco através da luxúria, tentando os padres salesianos pelas obras da carne. Quando já havia um certo consenso, e todos achavam que era uma boa estratégia para destruir a Congregação de Dom Bosco, eis que se levanta outro diabo e convence os demais que este caminho não teria sucesso. Disse a todos que estava convencido de que Dom Bosco já tinha incutido nos seus filhos um grande amor à pureza e à castidade, e que de nada adiantaria tentá-los a cometer esses pecados. E acabaram todos se convencendo de que ele tinha razão.

Em seguida, levanta-se outro diabo e propõe derrubá-los pela gula, o excesso da comida e da bebida. Depois de alguma discussão, levanta-se outro espírito infernal e também convence a todos de que esse caminho também não teria sucesso, já que, segundo ele, Dom Bosco soube incutir nos seus salesianos o amor à temperança, evitando comer e beber qualquer alimento nos intervalos das refeições. E todos desistiram da ideia. Logo levanta-se mais um endiabrado e sugere que se derrube os apóstolos de Dom Bosco pela preguiça.

Os demônios e os filhos de Dom Bosco

Após a discussão, acabaram todos chegando à conclusão de que também essa estratégia não funcionaria, já que o ‘pai e mestre dos jovens’ soubera formar os seus filhos no amor ao trabalho, acordando cedo e deitando tarde, não permitindo-se uma vida de comodismo, omissão e negligência no serviço de Deus. E, da mesma forma, desistiram. E a reunião continuou com várias propostas sobre a maneira de como tentar os filhos de Dom Bosco, fazendo-os deixar o apostolado dos jovens.

Nessa linha, foram propondo os pecados capitais: ganância, ódio, inveja, etc; mas nenhum deles parecia adequado ao intento do inferno, já que o grande Santo soubera bem prevenir os seus sobre os perigos desses pecados e a necessidade de manter a ‘oração e a vigilância‘ constantes.

Quando já estavam desistindo do intento maligno da reunião, eis que se levanta um diabo mais astuto que os outros, põe-se no meio de todos, e afirma saber qual a maneira de derrubar os padres : ‘Vamos tentá-los pelo orgulho’. E antes que os demais espíritos malignos conseguissem desistir da ideia, eis que Dom Bosco acorda, suado e ofegante, como se saísse de uma batalha.

O Santo então percebeu que essa seria a pior tentação para os seus filhos: ‘a soberba’. Logo na manhã seguinte, reuniu todos os seus religiosos, contou-lhes o sonho e advertiu-os diligentemente sobre o perigo da soberba, o amor-próprio que nos faz cheios de vanglória, desejo de aparecer, de se exibir, de se sentir melhor do que outros, de se revoltar, desobedecer etc. Sem dúvida é o pior pecado. Pela soberba, que é falta de humildade, os anjos maus se perderam; Adão e Eva lançaram a humanidade na perdição, pela qual Jesus teve que se humilhar e aniquilar-se até a morte de cruz (Fil 2,7-8).

Orgulho: amor desordenado

Que preço! O orgulho é o amor desordenado ao próprio Eu, prestando a ele um verdadeiro culto idolátrico. São filhos da soberba: a presunção, o iluminismo, o messianismo, a autossuficiência, a arrogância, a prepotência, a vaidade, autopiedade, o desejo de aparecer e de se exibir, e outros. São Paulo pergunta aos coríntios: ‘O que há de superior em ti? Que é que possuis que não tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te glorias, como se não o tivesses recebido?’ (1 Cor 4,7). E São Pedro nos adverte de que: ‘Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos humildes'(1 Pd 4,5). Deus resiste ao soberbo, isto é, não lhe ouve, porque este está cheio de si mesmo, não têm espaço para Deus e os outros.

O inferno nada pode contra um homem verdadeiramente humilde, pois, segundo São Vicente de Paulo, ‘o demônio, que é soberbo, não sabe se defender contra a humildade’. Se, de um lado, a soberba é o pior dos pecados capitais, por outro lado, a humildade é a maior das virtudes.

Foi assim, que fez Deus se encantar com Maria, e escolhê-la para Mãe do Seu Filho: ‘Ele olhou para a humildade da sua serva'(Lc 1,48).

quarta-feira, 14 de junho de 2023

Dicas sobre como convidar católicos afastados a retornarem à Igreja

 

KOBIETA W KOŚCIELE

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Santo Ambrósio indica como usar a mansidão e a misericórdia para reconquistar os corações afastados do Senhor

Às vezes, os católicos “se afastam” da Igreja por diferentes razões, e muitos chegam a permanecer afastados pelo resto de suas vidas.

Isso pode ser frustrante para os católicos praticantes. Eles querem encorajar seus amigos(as) ou parentes afastados a retornar à Igreja, mas não sabem como.

Para Santo Ambrósio, o segredo para reconquistar os corações afastados do Senhor é manter um espírito de mansidão e misericórdia.

Ele explica esse método em sua carta Sobre a Arrependimento.

Se a finalidade mais elevada da virtude é a que visa ao avanço da maioria, a mansidão é a mais adorável de todas. A mansidão não prejudica nem mesmo aqueles a quem se condena, e geralmente torna aqueles a quem se condena dignos de absolvição. Além disso, ela é a única virtude que levou ao crescimento da Igreja, a qual o Senhor buscou pagando o preço do Seu próprio Sangue, imitando a bondade amorosa dos Céus e visando a redenção de todos.

Não espante os outros

Além disso, se quisermos trazer os outros de volta à Igreja, devemos fazê-lo pregando a verdade com compaixão, não com “opiniões duras e orgulhosas”.

Portanto, o Senhor Jesus teve compaixão de nós para nos chamar a Ele, não veio para nos assustar. Ele veio com mansidão, veio com humildade, e assim disse: Vinde a Mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos darei descanso. (Mateus 11, 28). Então, o Senhor Jesus alivia, não exclui nem rejeita, e escolheu aqueles discípulos que deveriam ser intérpretes da vontade do Senhor, como deveriam agir e não afastar o povo de Deus. Assim, não devem ser contados entre os discípulos de Cristo aqueles que insistem em opiniões rígidas e orgulhosas, assim como aqueles que não têm mansidão nem misericórdia.

Isso não significa que os católicos precisam diluir a verdade, ou mudar a verdade para serem mais confortáveis e acolhedores.

O que Santo Ambrósio enfatiza é a necessidade de ter um espírito de mansidão e misericórdia ao se falar com os outros sobre a fé católica, mostrando-lhes a beleza do catolicismo.

Ele acreditava que “você atrai mais moscas com mel do que com vinagre”.

Pregar a verdade com compaixão, mostrar aos outros a liberdade e a paz possíveis no sacramento da confissão; isso atrairá mais do que uma dura repreensão.

terça-feira, 13 de junho de 2023

10 ensinamentos de Santo Antônio de Pádua, doutor da Igreja

 

ŚWIĘTY ANTONI PADEWSKI

Wikipedia | Domena publiczna

Santo Antônio é chamado “doutor do Evangelho”, pela grandeza com que soube pregá-lo

Quando entrou no convento foi incumbido das humildes funções de cozinheiro e viveu na obscuridade até que os seus superiores, percebendo seus extraordinários dons de pregador, enviaram-no pela Itália e pela França, a fim de pregar nos lugares onde a heresia dos Albigenses e Valdenses era mais forte. Até São Francisco de Assis o chamava informalmente de “o meu bispo”.

Santo Antônio foi declarado doutor pela Igreja e nos deixou muitos ensinamentos. Conheça alguns deles:

1. “É viva a Palavra quando são as obras que falam”.

2. “Quando te sorriem prosperidade mundana e prazeres, não te deixes encantar; não te apegues a eles; brandamente entram em nós, mas quando os temos dentro de nós, nos mordem como serpentes”.

3. “Uma água turva e agitada não espelha a face de quem sobre ela se debruça. Se queres que a face de Cristo, que te protege, se espelhe em ti, sai do tumulto das coisas exteriores, seja tranquila a tua alma”.

4. “A paciência é o baluarte da alma, ela a fortifica e defende de toda perturbação”.

5. “Ó Senhor, dá-me viver e morrer no pequeno ninho da pobreza e na fé dos teus Apóstolos e da tua Santa Igreja Católica”.

6. “Neste lugar tenebroso, os santos brilham como as estrelas do firmamento. E como os calçados nos defendem os pés, assim os exemplos dos santos defendem as nossas almas tornando-nos capazes de esmagar as sugestões do demônio e as seduções do mundo”.

7. “Quem não pode fazer grandes coisas, faça ao menos o que estiver na medida de suas forças; certamente não ficará sem recompensa”.

8. “Como os raios se desprendem das nuvens, assim também dos santos pregadores emanam obras maravilhosas. Disparam os raios, enquanto cintilam os milagres dos pregadores; retornam os raios, quando os pregadores não atribuem a si mesmos as grandes obras que fazem, mas à graça de Deus”.

9. “Ó meu Senhor Jesus, eu estou pronto a seguir-te mesmo no cárcere, mesmo até a morte, a imolar a minha vida por teu amor, porque sacrificaste a tua vida por nós”.

10. “Deus é Pai de todas as coisas. Suas criaturas são irmãos e irmãs”.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

São João Maria Vianney: o pároco que quis ser “cancelado”

John Vianney

Fred de Noyelle | Godong 

Quando um grupo fez um documento para tirá-lo do cargo de pároco, São João Maria Vianney pediu para ver a petição e ele mesmo a assinou!

São João Maria Vianney é amplamente conhecido por sua santidade como simples pároco. No entanto, durante sua vida, muitos paroquianos e clérigos queriam que ele fosse “cancelado”.

Eles não gostavam da maneira como ele pregava e das horas que passava no confessionário.

Uma biografia do século 19 escrita por Abbé Alfred Monnin explica a oposição que ele enfrentou:

[Uma] reunião foi realizada com alguns dos clérigos mais influentes, e se chegou à resolução de fazer uma reclamação formal ao novo Bispo de Belley sobre o zelo imprudente e o entusiasmo travesso desse cura ignorante e tolo. Esta intenção foi dada a conhecer a Vianney, numa carta escrita por um dos membros nos termos mais amargos e contundentes.

A carta incluía uma petição para remover São João Maria Vianney de seu cargo de pároco. Mas quando ele próprio viu o documento, foi em frente e também o assinou!

“Eu esperava diariamente”, disse ele, “ser expulso com golpes de minha paróquia; ser silenciado e condenado a terminar meus dias na prisão, como um justo castigo por ter ousado ficar tanto tempo em um lugar onde eu só poderia ser um estorvo para qualquer bem.” Uma dessas cartas de acusação caiu em suas mãos, ele a endossou com seu próprio nome e a enviou a seus superiores. “Desta vez”, disse ele, “eles certamente terão sucesso, pois têm minha própria assinatura”.

São João Vianney não tinha medo de ser “cancelado”, porque não queria atrapalhar a obra de Deus. Ele era um mero instrumento, e se Deus não precisava mais dele, ele estava contente com tal destino.

São João Maria Vianney e a definição do orgulho

Além disso, ele acreditava que o orgulho era um pecado mortal, e, em certa homilia, detalhou com o que um homem orgulhoso se parecia:

O orgulhoso está sempre se depreciando, para que as pessoas o elogiem ainda mais. Quanto mais o orgulhoso se rebaixa, mais procura elevar seu miserável nada. Ele relata o que fez e o que não fez; alimenta sua imaginação com o que foi dito em elogio a ele; nunca se contenta com elogios. Vejam, meus filhos, se vocês apenas mostrarem um pouco de desagrado contra um homem que se entrega ao amor próprio, ele se zanga e os acusa de ignorância ou injustiça para com ele.

A chave da humildade

Em vez disso, ele acreditava que a chave para a humildade era se ver como você é diante de Deus.

Meus filhos, somos na realidade apenas o que somos aos olhos de Deus e nada mais. Não é muito claro e evidente que não somos nada, que nada podemos fazer, que somos muito infelizes? Podemos perder de vista nossos pecados e deixar de nos humilhar?

Se considerássemos bem o que somos, a humildade seria fácil para nós e o demônio do orgulho não teria mais espaço em nosso coração.

A chave da humildade

Acima de tudo, São João Maria Vianney aceitou cada cruz em sua vida como vinda das mãos de Deus.

Ele não tentou se defender e, em várias ocasiões, estava disposto a ser destituído do cargo de pároco.

De fato, São João Maria Vianney simplesmente queria transmitir a mensagem de Deus, não a palavra dele.

domingo, 11 de junho de 2023

Santa Teresinha e seus 5 passos em preparação para a Comunhão

 

SAINTE THERESE DE LISIEUX

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Uma inspiração para todos nós!

A maioria dos santos teve uma relação muito especial com a Sagrada Comunhão. Santa Teresinha do Menino Jesus, por exemplo, relata o que fazia durante a preparação para receber a Sagrada Comunhão.

Os 5 passos abaixo estão em sua autobiografia (História de uma Alma):

1. Imagino minha alma como um terreno livrepeço à Santíssima Virgem para tirar os entulhos que o possam impedir de estar livre;

2. em seguida, suplico-lhe levantar ela mesma uma vasta tenda, digna do Céu, que a orne com seus próprios adornos;

3. depois, convido todos os Santos e Anjos a virem fazer um magnífico concerto. Parece-me que, ao descer ao meu coração, Jesus fica contente de se ver tão bem recebido, e fico contente também;

4. tudo isso não impede que as distrações e o sono venham me visitar;

5. mas, ao sair da ação de graças, vendo que a fiz tão mal, tomo a resolução de ficar o dia todo em ação de graças

Depois da Comunhão

Santa Teresinha também revela como ficava a sua alma depois de receber a Comunhão:

Não posso dizer que frequentemente recebia consolos ao fazer minhas ações de graças depois da missa; talvez seja a hora em que recebo menos. No entanto, acho isso muito compreensível, pois me ofereci a Jesus não como alguém desejoso de sua própria consolação em Sua visita, mas simplesmente para agradar Aquele que se entrega a mim.

Uma verdadeira inspiração para todos nós, não é?

sábado, 10 de junho de 2023

Padre Pio dizia que quem reza pouco se condena

 

PADRE PIO STATUE

Riccardo | CC BY 2.0


Se o Padre Pio via em seus filhos espirituais pouco empenho na oração, ficava sério e repetia a sua máxima: 'Lembre-se que quem não reza é condenado, quem reza pouco corre o risco de se perder; já aquele que reza muito é salvo'

O Padre Pio de Pietrelcina insistiu junto aos seus filhos espirituais sobre a necessidade da oração, dizendo-lhes isto: “Vai para o inferno quem reza pouco”. A partir dos atos do seu processo canónico, numerosos testemunhos sobre isso foram recolhidos.

O conselho de Santo Afonso

Cleonice Morcaldi disse-lhe um dia: ‘Padre, Santo Afonso disse que aquele que não reza está condenado’. E o Padre Pio respondeu-lhe: ‘Aqueles que rezam pouco podem ser comparados com aqueles que não rezam’.

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A “confissão” a uma freira

A uma freira que um dia lhe indicou que as novas constituições sugeriam um Pai Nosso bem rezado ao invés de muitos Aves-Marias, o Padre Pio respondeu: “Aquele que reza muito é salvo, aquele que reza pouco é condenado ou corre o risco de ser condenado. Aquele que não reza não precisa do diabo para carregá-lo, vai para o inferno por conta própria”.

Pina Patti confirma: “Se o Padre Pio visse pouco empenho na oração, tornava-se sério e repetia a sua máxima: ‘Lembre-se que quem não reza é condenado, quem reza pouco corre o risco de se perder; já aquele que reza muito é salvo'”.

A um penitente que foi acusado de rezar um tanto distraído, o Pai Pio disse: “Faz mal aquele que não reza, e muito mal aquele que reza mal”. O Padre Pio recomendava que, quando se reza, deve-se criar um ambiente de recolhimento, a fim de favorecer a conversa com Deus.

Inimigos

Em particular, o Padre Pio avisou os seus filhos espirituais dos muitos inimigos do recolhimento, o primeiro dos quais ele identificou ao interessar-se pelos assuntos do povo. Um dia, Enedina Mori disse ao Padre Pio. “Eu não sou fervorosa”. E ele respondeu: “Olha para as coisas pelas quais se interessa. Onde queres encontrar fervor, entre este monte de miséria?”.

Outro elemento que é muito prejudicial ao espírito de oração é muita conversa. Uma filha espiritual, que viveu mal, relata esta conversa com o santo sacerdote: “Padre, se eu for convidada para almoçar ou jantar, devo aceitar? Padre Pio: “Aceite sempre quando for convidada”.

Ela acrescenta: ‘Mas perde-se tempo a falar’.

Padre Pio diz: ‘Você come e vem embora’.

Ela continua: “Em casa, sinto-me mais recolhida”.

Padre Pio: “Então fica em casa e o teu recolhimento tem mais valor”.

Poder da oração

O Padre Pio ficava comovido quando alguém dizia que rezava pelas suas necessidades ou intenções espirituais. Se dissesses “Padre, eu recitei o Terço por ti”, o Padre agarraria a tua mão e se não fosses rápido a tomá-la de volta, ele beijá-la-ia.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Santa Rosa de Lima lembra-nos que a graça vem através do sofrimento





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A vida espiritual nem sempre está cheia de rosas. Também contém muitos espinhos

Por vezes podemos desanimar, especialmente quando encontramos qualquer tipo de sofrimento na nossa vida. Isto pode levar-nos a pensar que Deus de alguma forma nos abandonou, deixando-nos suportar mais dor do que felicidade.

Contudo, Santa Rosa de Lima lembra-nos que o sofrimento é uma parte essencial da nossa vida espiritual na terra e que abre as portas à graça de Deus.

Ela explica os seus pensamentos num excerto dos seus escritos encontrados no Ofício de Leituras, destacando uma revelação privada que teve de Jesus.

Nosso Senhor e Salvador levantou a sua voz e disse com incomparável majestade: Que todos saibam que a graça vem depois da tribulação. Que saibam que sem o fardo das aflições é impossível alcançar o apogeu da graça. Faça-lhes saber que os dons da graça aumentam à medida que as lutas aumentam. Que as pessoas tomem cuidado para não se desviarem e serem enganadas. Esta é a única verdadeira escada para o Paraíso, e sem a cruz não podem encontrar caminho para subir ao Céu.

Ao longo da sua vida, Santa Rosa buscaria compreender o sentido do sofrimento e faria penitências severas, tais como abster-se de carne para o resto da sua vida. Ela também se envolvia em vários tipos de mortificações físicas, buscando até mesmo o desconforto de qualquer forma possível.

Embora o seu tipo de mortificação possa ser um pouco extremo para a maioria das pessoas, uma verdade central por detrás de tudo isso é que sempre que o sofrimento aumenta nas nossas vidas, a graça de Deus também aumentará.

Se ao menos os mortais aprendessem quão grandioso é possuir a graça divina, quão bela, quão nobre, quão preciosa. Quantas riquezas ela esconde dentro de si mesma, quantas alegrias e delícias! Sem dúvida que dedicariam todo o seu cuidado e preocupação a ganhar para si próprios as dores e aflições. Todos os homens em todo o mundo procurariam problemas, enfermidades e tormentos, em vez de boa sorte, a fim de alcançar o insondável tesouro da graça.

Esta verdade pode dar-nos consolo sempre que o sofrimento for difícil de suportar. Podemos lembrar-nos que Deus está próximo de nós no nosso sofrimento e não nos abandonou. Na verdade, Deus está pronto a dar-nos muitas graças espirituais, mas devemos estar abertos a elas e aceitá-las de bom grado.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

A Contrição Perfeita

 


Em Sua infinita misericórdia, Deus põe à disposição de Seus filhos, para sua santificação, uma incomensurável quantidade de dons e graças. 


Elementos da contrição

 

A contrição – ou arrependimento – é a dor de alma que a pessoa sente por haver pecado; essa dor só é verdadeira quando o pecador detesta a má ação praticada e tem o propósito de não mais pecar. Por exemplo, se um ladrão se diz arrependido de um roubo cometido, mas não tem horror ao crime em si, nem faz o propósito de se corrigir, não se pode afirmar que esteja contrito.

 

Para ser autêntica, a contrição precisa ser interna, ou seja, provir de fato da alma, não pode reduzir-se a meras palavras pronunciadas sem reflexão.

 

Deve também ser geral, isto é, abranger todos os pecados, ao menos todos os pecados mortais. É necessário, por fim, que ela seja sobrenatural, quer dizer, que tenha por base alguma verdade da Féo temor de Deus que tem o direito de ser obedecido, o amor de Deus que nos ama, o desejo do Céu, o medo do inferno, etc.

 

Se alguém assalta um banco e depois se arrepende porque está em risco de ser preso, isso não é autêntica contrição, pois se baseia em motivos meramente naturais.

 

Sua essência: a vontade de afastar-se do pecado.

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A graça do arrependimento está ao alcance de todos.

Para obtê-la, basta manifestar a Deus com sinceridade de alma o seu pesar por tê-Lo ofendido e o firme propósito de não tornar a pecar.

 

A essência da contrição está na alma, na vontade de afastar-se deveras do pecado e converter-se a Deus”, afirma o Padre Johann von den Driesch.

 

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Contrição perfeita e imperfeita

 

A contrição de um pecador pode ser perfeita ou imperfeita, dependendo dos motivos que o levem a tê-la.

 

A contrição perfeita procede do amor: o pecador se arrepende pelo fato de ter ofendido a Deus, infinitamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas.

 

Imperfeita é a contrição que decorre do temor: a pessoa aborrece o pecado pelo medo de perder o Céu e ser lançada no inferno. Por que é chamada de imperfeita? Porque nela o pecador toma em consideração principalmente a si mesmo, e não a Deus.

 

Exemplos de verdadeira contrição:

 

Vejamos um belíssimo exemplo de contrição perfeita, tirado do Evangelho.

 

No pátio da casa do sumo sacerdote Caifás, São Pedro negou três vezes a Jesus. Em seguida, saiu e chorou amargamente” (Mt 26, 75).

 

Por que chorou São Pedro? Se fosse pelo fato de passar vergonha diante dos outros Apóstolos, seria uma dor meramente natural, não existiria verdadeira contrição. Se fosse por medo de ser excluído do Reino de Cristo, ele teria uma contrição autêntica, mas imperfeita.

 

Ele chorou, porém, por um motivo muito elevado, como diz o Padre von den Driesch: Pedro arrepende- se e chora, antes de tudo, porque ofendeu a seu amado Mestre, tão bom, tão santo, tão digno de ser amado […]. Tem, pois, verdadeira e perfeita contrição”.

 

Os Evangelhos nos narram mais um magnífico exemplo de contrição perfeita: o da pecadora que se prostra aos pés de Jesus, banha-os com suas lágrimas, enxuga-os com seus cabelos, beija-os e, por fim, os unge com perfumes. E o Divino Mestre declara que seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela muito amou” (Lc 7, 47).

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Contrição perfeita e confissão

Que pela contrição perfeita o pecador obtém o perdão dos seus pecados antes mesmo de confessar-se é doutrina afirmada no Concílio de Trento (14ª sessão, cap. 4).

 

No próprio ato de contrição perfeita deve estar incluído o propósito de confessar-se logo que possível.

 

Mas é tão difícil ter contrição perfeita!” poderá alguém pensar.

 

Puro engano! Para dar-nos essa graça, Deus exige de nós uma atitude bem ao nosso alcance: desejá-la realmente e pedi-la com insistência.

 

O Padre Johann von den Driesch sugere, entre outras, esta curta oração:

 

Senhor, dai-me a graça do perfeito arrependimento, da perfeita contrição dos meus pecados”.

 

A quem assim pede, com boa vontade e de coração sincero, Deus não deixará de atender.

 

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Efeitos da contrição perfeita

 

São maravilhosos os efeitos e benefícios que a contrição perfeita nos obtém.

 

A quem é pecador, ela perdoa imediatamente os pecados cometidos, devolvendo- lhe a graça santificante pela qual ele volta a ser filho de Deus, livrando-o das penas do inferno e restituindo- lhe os méritos perdidos.

 

Dir-se-á, então, que a contrição perfeita beneficia apenas a quem cometeu pecado mortal. Não é verdade, pois ela robustece o estado de graça naqueles que não o perderam. Cada ato de contrição perfeita aumenta o grau da graça santificante em nossa alma, tornando-a mais formosa aos olhos de Deus! Eis aí, leitor, um imenso dom que Deus deixou ao nosso alcance. Saibamos bem aproveitar esta dádiva celeste, procurando fazer diariamente muitos atos de contrição perfeita. Pois, além dos benefícios enumerados acima, quem se habitua a fazê-los com frequência os repetirá, por assim dizer, instintivamente na hora da morte.

 

Saibamos aproveitar a imensa bondade do Criador que nos dá essa misericordiosa oportunidade de nos apresentarmos diante d'Ele inteiramente limpos de pecado!

  pecado!

SEJA UM BENFEITOR!