Não é possível expressar quanto a Santíssima Virgem estima o Rosário sobre todas as demais devoções, e quão magnânimo é ao recompensar os que trabalham para pregá-lo, estabelecê-lo e cultivá-lo. Recitado enquanto são meditados os mistérios sagrados, o Rosário é manancial de maravilhosos frutos e depósito de toda espécie de bens. Através dele, os pecadores obtêm o perdão; as almas sedentas se saciam; os que choram acham alegria; os que são tentados, a tranqüilidade; os pobres são socorridos; os religiosos, reformados; os ignorantes, instruídos; os vivos triunfam da vaidade, e as almas do purgatório (por meio de sufrágios) encontram alívio. Perseverai, portanto, nessa santa devoção, e tereis a coroa admirável preparada no Céu para a vossa fidelidade”. (São Luís Maria Grignion de Montfort)
Pe.Laguerie e os Mistérios Luminosos
"Cara Madame Patout, Eu não tenho nenhuma dúvida que poderia haver um grande lucro em meditar os Mistérios Luminosos, tais como a Transfiguração na Mt. Tabor, ou a união em Caná; que riquesa realmente encontramos nestas sublimes páginas de nossos Evangelhos.
Mas por que esses e não outros ainda? Eu poderia fàcilmente inventar para você os mistérios "angélicos" (o anjo de Zacarias, o anjo ou os anjos de São José, o anjo do pool de Siloe, o anjo consolador da Paixão, etc..) ou os Mistérios "aquáticos" (a água do Jordão, a água de Caná, o andar sobre a água, da tempestade acalmada, de Siloe outra vez, etc..) E também os Mistérios "femininos" (a mulher samaritana, a mulher adúltera, Madalena- não confundam com a mulher precedente, a esposa de Pilatos, de Chusa, Herodíadas).
Mas como os provérbios de Solomão dizem, "não mova a pedra da fronteira estabelecida pelos antigos." Mudando o recanto da piedade, desanima os piedosos a melhor promovê-las.
Numa mão, temos os mistérios mantidos no nosso Rosário Tradicional que foram baseados em Revelações de Santos como São Domingos, e pela própria Sempre Virgem Mãe de Deus.
Na outra, estes mistérios são obviamente escolhidos para serem aqueles de nossa Redenção, e representam nesta consideração, verdadeiramente um pequeno "masterpiece" da síntese teológica.
Por todas estas razões e outras mais, deixe nos manter, nosso Rosário como ele é; e deixe nos tentar contudo, ser cada vez mais fiel a ele."
O Padre indica algo que é negligenciado frequentemente. Mudando as coisas que são parte ou parcelas de séculos de uma devoção religiosa , há o perigo de se prejudicar a própria devoção. O Rosário é uma devoção que está enraizada nas práticas dos Católicos. É um oração "confortável" no mesmo sentido que nossa casa é confortável. Há um sentimento da segurança nas devoções que viraram parte da nossa própria identidade. Mudar estas coisas é introduzir um sentido de inquietude. Alguns poderão entender que nem mesmo o Rosário é seguro; que está sempre aberto à modificação, e assim ele perde o sentimento daquela "segurança caseira" que um dia ele teve. Esta mesma atitude de "atualizar" que vem sendo vista na piedade Católica. É o resultado da teoria da devoção ao invés da prática, dos homens e mulheres que falam sobre a devoção ao invés de permitir adentrar a devoção no coração de sua vida espiritual.
Este aspecto, embora importante, diminui de alguma forma a grande importância de Nossa Senhora, pois foi ela própria que entregou-nos a recitação do Rosário. Foi um presente do Céu para o salvação das almas, com muitas graças prometidas àqueles que empregam-o fielmente. Quem somos nós para "melhorar" uma oração dada pelo Céu? Os Mistérios Luminosos contém alguma beleza; afinal, são encontrados nos Evangélios e são parte da Revelação. Mas não seria mais sábio talvez introduzir uma nova Ladainha/etc baseado nestes Mistérios ao invés de mudar uma oração tão importante como o Rosário? Há Ladainhas das sete dores, das sete alegrias de Nossa Senhora, entre outros. Uma nova Ladainha poderia ter sido introduzida para ver que frutos elas traríam, sem ter assim que "atualizar" qualquer coisa. Mas alás que não foi assim como as coisas foram feitas. O Rosário é o Salmo de Nossa Senhora, o Salmo dos humildes: 150 Ave Marias para os 150 Salmos. 200 Ave Marias não simboliza qualquer coisa. O conselho que Pe. Laguerie dá é sábio: Deixe-nos prender ao Rosário que temos, e deixe-nos ser fiéis a ele.
Há uma conexão entre o Rosário e os Salmos. Assim como os 150 angélicos Salmos exaltam a Deus através de Davi, as 150 Ave Marias (Rosário) exaltam a Deus através da Virgem Maria. O Rosário foi concebido nas mãos de São Domingos por Nossa Senhora e desde então sofreu sim um desenvolvimento orgânico (ex: segunda parte da Ave Maria), mas nunca ninguém ousou mudar sua essência composta por 150 Ave Marias que correspondem aos 150 Salmos.
E ainda teríamos um outro problema: em Fátima, Nossa Senhora nos ordenou a rezar ao menos o Terço (50 Ave Marias) do Rosário (150 Ave Marias) diariamente.
Com essa “novidade” dos mistérios luminosos ou da luz teríamos 200 Ave Marias. E o que viria a ser um terço (1/3) de 200? 200 : 3 = 66.6 (lembrem-se do muito conhecido 666)
Ou seja, para obedecer Nossa Senhora de Fátima teríamos que rezar ao menos 66.6 Ave Marias, pois esse seria o novo número para se rezar o Terço. Não quero aqui afirmar que este número venha ter alguma relação demoníaca, mas não deixa de ser meio assustador. Adicionar mais essa novidade numa oração que por séculos foi mantida sua essência, seria como afirmássemos que todos os Santos não rezaram o Terço ou o Rosário por completo, afinal, faltava-lhe “algo”…!
Uma das respostas mais divertidas das quais o superior do novo Instituto Bom Pastor escreveu em seu Website foi a respeito dos mistérios novos do Rosário recomendado pelo então Sumo Pontífice, Papa João Paulo II. Uma senhora tinha lhe escrito, pedindo sua opinião sobre os novos mistérios e se o Rosário deveria ser condiderado com 4 mistérios ou 3. Para o benefício daqueles que são lingüìsticamente Extra-Galliam, uma tradução será fornecida, embora deva se lembrar que esta tradução não é official.
Mudaram a Missa, o Catecismo, o Código de Direito Canônico e não pouparam nem o Rosário!
Ele não foi o primeiro: a inspiração pode ter vindo de um santo que ele canonizou no ano anterior à proposta
ResponderExcluirQuando nós, católicos, rezamos o rosário, vamos meditando sobre vários acontecimentos da vida de Jesus Cristo enquanto repassamos, em filial união com Maria, os assim chamados mistérios da Salvação. Essa forma de oração e devoção mariana foi desenvolvida em 1214 por São Domingos de Gusmão.
Originalmente, São Domingos desenvolveu os mistérios do rosário como um método catequético para ensinar a fé da Igreja às pessoas desencaminhadas pela heresia albigense. Ele agrupou os mistérios em gozosos, dolorosos e gloriosos, com a intenção de ajudar o fiel cristão a se envolver em momentos essenciais da vida de Jesus.
Enquanto refletia sobre esses mistérios, São João Paulo II observou uma “lacuna”. Em 2002, ele escreveu a encíclica “Rosarium Virginis Mariae”, na qual comenta:
“Para ressaltar o caráter cristológico do rosário, considero oportuna uma incorporação que, embora fique à livre consideração dos indivíduos e da comunidade, lhes permita contemplar também os mistérios da vida pública de Cristo desde o Batismo até a Paixão”.
São João Paulo II queria que o rosário se tornasse um “compêndio do Evangelho”, incluindo uma meditação que “também se volte a momentos particularmente significativos da vida pública”. Foram então propostos os “mistérios de luz” ou “mistérios luminosos”:
1) O Batismo no Jordão
2) As bodas de Caná
3) A proclamação do Reino de Deus
4) A Transfiguração
5) A instituição da Eucaristia
É interessante saber que, embora não tenha manifestado publicamente a fonte desta inspiração, São João Paulo II beatificou, um ano antes, em 2001, o sacerdote carmelita São Jorge Preca, de Malta. A biografia do Vaticano destaca que este sacerdote, “em 1957, sugeriu o uso de cinco mistérios de luz para a recitação privada do rosário”.
De acordo com os carmelitas, a divisão de Preca dos mistérios da luz guarda notável semelhança com a proposta de São João Paulo II:
1) Depois do batismo de Jesus no Jordão, Ele foi levado ao deserto.
2) Jesus se revela como verdadeiro Deus pela sua palavra e milagres.
3) Jesus ensina as Bem-Aventuranças no monte.
4) Jesus se transfigura na montanha.
5) Jesus tem sua Última Ceia com os Apóstolos.
São João Paulo II nunca afirmou que São Jorge Preca tivesse inspirado a sua decisão, mas ambos os santos viram a oportunidade de fazer com que o rosário refletisse de modo mais completo a vida de Cristo.
Uma sugestão, não uma obrigação
Além disso, embora a introdução dos mistérios luminosos do rosário tenha o peso do respaldo papal, São João Paulo II também deixou claro que essa proposta não é uma imposição à devoção pessoal.
“Esta indicação não pretende limitar uma conveniente liberdade na meditação pessoal e comunitária, segundo as exigências espirituais e pastorais e, principalmente, as coincidências litúrgicas que podem sugerir oportunas adaptações. O realmente importante é que o rosário seja compreendido e experimentado cada vez mais como um itinerário contemplativo”.
São João Paulo II, em suma, quis facilitar a oração dos indivíduos. Ele percebeu nos mistérios luminosos uma forma de ajudar os fiéis a entrarem mais a fundo na vida de Jesus e uma “verdadeira introdução à profundidade do Coração de Cristo, abismo de regozijo e de luz, de dor e de glória”.
NÃO É UMA OBRIGAÇÃO É UMA SUGESTÃO OS MISTÉRIOS LUMINOSOS.
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